quinta-feira, 31 de março de 2011

Um euro no desporto poupará pelo menos dois euros em custos na saúde e em termos sociais

A afirmação do deputado finlandês Hanno Takkula à revista Sport et Citoyenetté, ver aqui, não tem eco em Portugal.
Diríamos mesmo mais. Há em Portugal responsáveis que sabem desta realidade porque frequentam reuniões internacionais e o debate científico do desporto demonstra há mais de meia dúzia de anos que o desporto é custo-eficiente.
Este conceito económico significa que o custo com a actividade desportiva é uma aplicação óptima face ao valor assumido.
Não se houve na comunicação social nacional nenhum responsável do desporto discutir nestes termos a política desportiva, não se observa a Assembleia da República assumir uma posição, não existem agentes desportivos privados a dizer que o desporto por, por exemplo, ter um IVA de 23% para as actividades físicas contraria tudo o que a Europa desenvolvida faz.
A contradição gritante é ter-se feito uma Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto para depois não se ser capaz de assumir o impacto custo-eficiente do desporto.
Mais uma vez recordo que a economia está óptima mas que quem é prejudicado por este tipo de política é o desporto, a população portuguesa e os jovens.
Sem a interiorização do efeito custo-eficiente, por exemplo, os responsáveis da educação reflectem nas políticas escolares de desporto a austeridade na sua pior expressão porque de facto nada durante anos tem demonstrado aos portugueses que estão a perder capital humano, social, desportivo e cultural com o desinvestimento praticado sobre o desporto português.

Sem mais comentários, deixo algumas frases do ‘finlandês louco’:
“Sports and sports related activity is Finland's biggest "national movement" and it can be seen in daily life in various ways. This is evidenced by the considerable amount of space in daily newspapers, as well as news programmes, that is devoted to sports coverage. Sport as a health promoting activity is very fashionable in Finland, in both the public and private sectors. Through sports, it is easy to convey values related to health and tolerance. Sport greatly influences and supports activities aimed at fighting against racism, anti-Semitism, xenophobia, homophobia and other forms of discrimination.”


“Given the tight economic times, we “were aware of the budget related challenges, and therefore my sport enthusiastic colleagues and I wanted to launch the Working
Declaration (62) on "Increased European Union Support for Grassroots Sport". We especially wanted to highlight the voluntary and grassroots side of sports, because too often people associate sport with elite organisations, elite athletes and elite competitions such as the Olympics. Indirectly, we also wanted to emphasise the fact that sport has such enormous health benefits. My view has always been that a euro spent on sport will save at least two euros in social- and healthcare related costs. Among the main health areas which sport can play a major role include tackling weight problems, obesity, and chronic conditions such as cardio-vascular diseases and diabetes that arise from them. These must especially be tackled at the grassroots level.
We must make investments in sports since it will always save us money in the long-term and improve Europe's competitiveness. The working declaration which was signed by some 400 MEP's has helped to bring these issues to the wider attention of politicians as well as the general public.”

Está por fazer este discurso sobre o desporto português e está como é este o caso um think tank ter uma revista com intervenções sobre o futuro do desporto, as suas características e princípios.

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