sábado, 19 de março de 2011

O que é bom para os grandes clubes, é bom para o desporto e para os portugueses?

Os nossos grandes clubes são uma boa solução a nível europeu mas é necessário internalizar os seus benefícios sob pena da externalização, que se mantém, destruir a criação dos grandes clubes.

O caso das associações e dos estatutos da federação de futebol mostram que soluções que promovem apenas a partilha do bolo são difíceis de aceitar pelos perdedores.

Quando os níveis de procura desportiva nacional são os mais atrasados na Europa existem soluções que podem ajudar a rededifinir a partilha em crescimento.

O fracasso do Benfica na Champions League é o exemplo de que o modelo tem de ser melhorado para garantir uma maior sustentabilidade ao modelo dos nossos grandes clubes.

O Benfica parece estar preso por arames, o Porto tem um modelo que ninguém põe as mãos no lume, embora seja desportivamente exemplar na Europa e no mundo, e o Sporting está cheio de figuras que eventualmente se desvanecem com o prosseguir do campeonato como já aconteceu e ninguém se responsabiliza por nada do que se vai passando de menos bom.

A governance dos grandes clubes deve sustentar um  modelo de produção de desporto que tenha os pés bens assentes na vitalidade da base e das estruturas intermédias do desporto português que actualmente está por dinamizar.

O modelo social, sem finalidade lucrativa, à semelhança do Barcelona, foi destruída nos anos noventa com a dispersão dos activos sociais acumulados durante décadas em bolsa, sem se garantir um modelo atraente para os grandes empresários portugueses que seriam os naturais investidores nos grandes clubes.

A política desportiva, a regulação pública, não assegurou condições de trabalho a investidores nacionais predispostos a arriscarem e a investirem a sua imagem num dos grandes clubes nacionais.

Se os seus propósitos são tão bons como os dos líderes tradicionais dos grandes clubes então é o modelo que não está cultural e civilizacionalmente a ser debatido.

A externalização de capitais a que se assiste não tem nome quanto àqueles que capturam as mais-valias e desse modo o débito acumulado não tem responsáveis visíveis.

Há alguns anos foi destruído o único instrumento que fazia luz sobre a saúde dos grandes clubes e da I e II Liga e que era o Relatório feito pela Deloite e publicado pelo jornal a Bola.

O regulador privado a federação deixou morrer a iniciativa e não exigiu à sua associada a Liga de Clubes e ao Estado, o regulador público, para a necessidade desse relatório, assim como, para outros níveis de competição.

Os grandes clubes nacionais tanto podem chegar à final e vencer a Liga Europa como ficarem pelo caminho.

Neste momento existe um bom produto e há que melhorá-lo e dar-lhe melhores princípios europeus do fair-play financeiro, às lideranças que acumulam capital desportivo, humano e social, aos associados com direitos claros sem a presença de claques e de arruaças em todos os jogos ou de jogadores dopados commo refere a instituição que controla o doping.

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