sexta-feira, 25 de março de 2011

Portugal tem de ganhar o interesse pelos seus jovens através do desporto

De uma turma de 20 alunos de gestão de organizações desportivas, de 2010, apenas 3 alunos conseguiram emprego. Uma percentagem de 85% está desempregada há mais de 360 dias para conseguir o primeiro emprego.

As novas orientações da Educação fragilizaram o desporto escolar que produzia actividades desportivas para cerca de 150.000 jovens de um universo de menos de dois milhões, uma percentagem inferior a 10% e certamente uma das marcas mais baixas na Europa.

Independente dos resultados eleitorais o desporto está enrascado nos seus problemas mais do que aflito com as limitações nacionais para potenciar o seu produto desportivo.

O potencial de crescimento do desporto português é significativo quer quanto ao consumo, quer quanto ao capital humano desperdiçado.

Alavancar a massa crítica da actividade desportiva de dois milhões de jovens é garantir que no futuro as mais-valias co-produzidas e externalizadas para a educação, a saúde, a economia e a segurança social terá uma dimensão de centenas de milhões de euros e milhares de milhões de euros à medida que o investimento agora dado aos jovens frutificar ao longo dos anos.

O desporto é dos sectores cujas necessidades de investimento actual são pequenas mas cujas mais-valias humanas, culturais e sociais serão fundamentais para desenvolver sustentadamente Portugal no médio e no longo prazo.

Retirar a actividade física e o desporto a milhão e meio de jovens como foi feito ao longo dos anos é um acto perdulário que apenas se compreende pela iliteracia desportiva nacional.


O problema central do desporto é a armadilha do alto rendimento em que os políticos 'do desporto' preferem distribuir o orçamento público pelas federações sem se comprometerem mutuamente pelos resultados desportivos da civilização europeia.

Há que ater ao fortalecimento das instituições desportivas para prosseguirem os mais altos desígnios europeus.

O desporto é um sector que não se exporta, é não transaccionável, e isso limita o prosseguir os objectivos da moda.

O sector é diferente porque o desporto está na base da formação do capital humano, cultural, social e tecnológico que está na base das sociedades modernas do mundo.

Os jovens são a única saída do desporto para conseguir combater e sair das crises em crescimento gerando simultaneamente valias abundantes para a sociedade e a economia sejam os sectores orientados para as políticas sociais como a educação, a saúde e a segurança social como para os sectores vocacionados para a produção de bens transaccionáveis.

Conseguirá o desporto fazer passar a sua mensagem e potenciar o produto agregado do desporto nacional deixando para trás os 'dias de pedra' do seu subdesenvolvimento?

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