segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Este blogue chega ao fim

Desde há algum tempo várias questões sugeriam que este blogue deixasse de existir.

Em sua substituição surge um novo blogue com o nome 'Desporto e Economia' que se encontra aqui.

A todos os que acompanharam platonicamente e aos que deram troco directo e indirecto os meus melhores agradecimentos.

Se se derem ao incomodo a competição segue na sala aqui ao lado.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A mensagem subliminar do OE2012

A mensagem será:
  • O desporto gasta demasiados recursos públicos e deve depender menos dos recursos da administração central.
  • O desporto deve alterar o seu funcionamento nomeadamente racionalizando a sua produção para gerar mais  desporto com menos recursos públicos.
  • O desporto deve procurar financiamento noutras fontes, caso tenha necessidades que ultrapassem o valor agora determinado.


O algodão não mente:
  • Esta mensagem será razoável, nos seus pressupostos de diminuição acentuada do orçamento, se for exequível na obtenção de resultados positivos para o bem-estar nacional. 
  • Esta mensagem não será razoável se se demonstrar não poder haver maximização do bem-estar com a estrutura de financiamento proposta para 2012.

Desporto vai gastar menos 13 milhões do que na era Sócrates

Para copiar outros títulos na imprensa porque não fazer uma festa dado o desporto poupar ao Estado, como sói dizer-se, mais de uma dezena de milhões de euros.

O país agradece ou, se tivesse uma cultura desportiva europeia, desatava a chorar...

Obviamente não há quem compreenda o alcance da medida.

A posição de Paulo Trigo Pereira sobre o OE2012

Ver aqui no Público.


Destaco dois pontos:


"2. Escrevi aqui há um ano a propósito do OE 2011 (PÚBLICO 24/10/2010), e reitero, que não há pensamento único em economia nem propostas inevitáveis mesmo tendo em conta o memorando da troika. Os cidadãos já devem ter percebido que quando um qualquer primeiro-ministro diz uma frase semelhante à de Pedro Passos Coelho ("Este é o meio mais adequado para, no meio de tantas restrições, ampliarmos a nossa capacidade económica de criação de riqueza"), o que está a ser dito é algo muito diferente - este é o caminho que o Governo escolheu para alcançar o objectivo dadas as restrições.

3. Para escolher um caminho há que perceber as restrições, as variáveis que controlamos e as que fogem ao nosso controle. Tenho defendido a trajectória de consolidação orçamental rumo ao equilíbrio orçamental em 2016, sem o qual todos estes esforços serão em vão e não recuperaremos a soberania como país. Os défices excessivos levam à dívida galopante e à falência do Estado. Definir um objectivo permite medir se estamos ou não a aproximarmo-nos. Se os sacrifícios dos portugueses levarem a uma redução do défice, sem medidas extraordinárias, então estaremos a avançar para o objectivo, obviamente sacrificando outros no curto prazo (o emprego e o crescimento)."







O desporto tem de compreender processos de criação de política desportiva distintos daqueles que o prejudicam.


Estes dois parágrafos mostram que é possível ter outros comportamentos no desporto.

Pedro Lains considera Vitor Gaspar uma carta fora do baralho de Portugal, do euro e da Europa

Ver aqui o artigo do Jornal de Negócios.


Termina perguntando e respondendo:


"Há alternativa? Claro que há. A Europa não se gere pelos 5% de ideias económicas que infelizmente foram parar ao Ministério das Finanças. Nem de perto, nem de longe. Passos Coelho tem muito que aprender. Já está é a ficar sem tempo para o fazer. Vítor Gaspar tem um bocado de razão em pensar como pensa. É isso que acontece sempre, entre economistas. Mas deitou essa razão por borda fora, ao ir tão longe, tão fora da realidade do país, do euro e da Europa. Precisamos de recentrar o País, para o que convém começar por reconhecer as causas das coisas."

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Quero dizer duas ou três questões sobre as consequências do OE2012

A situação do desporto português é muito difícil
O que se está a passar é uma tragédia
A brutalidade faz parte do problema

Está tudo em causa
O futuro do desporto português tem de ser muito pensado

Até ao final de 2011 é o prazo de conceber soluções, minimizar os estragos, concentrar os recursos escassos em vectores alavancadores de vontades e ter a capacidade de pensar o desporto português em profundidade.

Tudo o que está pensado tem de ser repensado,
Há que repensar cursos, conferências, conteúdos, actividades desportivas, ...

O desporto não terá líderes à altura do que se passa, como já foi dito e redito.
Porque mesmo sem líderes iluminados afinal não se pode dizer que não houve sinais e palavras de alerta para os erros cometidos e os fracassos encontrados.

Não há espaço e interlocutores, não há democracia e competência, não há vontade e voluntarismo, não há ética nem o querer a criação do bem-estar através do desporto, de acordo com as mais elevadas posturas públicas.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Orçamento do Estado para 2012

O link está aqui.

Orçamento do desporto

Ver notíciado Público aqui.

Portugal não está habituado a ganhar

Ver aqui este curioso artigo de Pedro Bidarra no Dinheiro Vivo:

  • "Campeonatos da Europa? Nem um. Óscares ou Palmas de ouro? Nada. Ouro nos Olímpicos? Pouquinhos. Nobeis? Dois. Campeonatos do mundo? Zero."
É interessante ver o Desporto na companhia ilustre da Cultura com C grande.

A comparação é civilizacional e Nacional de Nação.


A semana passada referi a um líder nacional que o desporto tinha vários problemas.
Ele respondeu-me que o desporto era o único sector que criava campeões do mundo. 

Nós até ganhamos campeonatos da Europa e do mundo contrariando Pedro Bidarra e aceitando a argumentação do líder nacional.

Porém, há um sentido nas palavras de Bidarra que o líder não alcança que é o reconhecimento por terceiros da dimensão civilizacional que faz a Europa.

Portugal deveria ganhar europeus e mundiais e jogos olímpicos de tal forma que fosse reconhecido internacional e mundialmente.

Isso não acontece e as palavras e intenções do líder nacional são frágeis e dinossáuricas.

Bidarra tem a seguinte frase que é muito acertada: "A nossa organização social não recompensa o risco e a luta. É por isso que vencer não é um hábito português."

Eu não podia estar mais de acordo.

Existem líderes desportivos pelos quais poderemos ter amizade mas que sem saber tornam o país á sua dimensão e a dimensão dos seus propósitos e dos seus comportamentos são tão pequenos.

domingo, 16 de outubro de 2011

Austeridade há soluções alternativas

Um contributo do João Boaventura para o debate da Austeridade.
Trata-se da interpretação de Mark Blyths contrária proposta dos Governos, do FMI e da União Europeia.





sábado, 15 de outubro de 2011

A diferença do discurso político

O Governo está ciente que a sua acção tem de dar "resposta em três meses a questões que se mantêm por responder há anos", diz o secretario de estado da economia no caderno de economia do Expresso, pg 15.

No mesmo local Campos e Cunha "imputou as culpas da actual desordem financeira aos actores políticos e exortou à 'renovação do sistema político' e 'à criação de maior concorrência no 'mercado' dos votos'". Gostava de saber qual a solução de Campos e Cunha para introduzir factores de competitividade no sistema político nacional.

Nicolau Santos, na pg 5 do mesmo caderno, cita Fernando Ulrich e Henrique Granadeiro referindo que o documento da Troika 'é de uma enorme pobreza intelectual'. primeiro porque dá soluções que já tinham sido encontradas por outros ecoonomistas e tem 5 erros:
  1. cobra juros agiotas;
  2. define prazos exagerados;
  3. é arrogante na receita proposta em todas as suas implicações de correcção dos défices e de lançamento da economia;
  4. dá soluções sem solução;
  5. é teimoso em medidas que impedem o Estado de resolver os estrangulamentos que tem gerado para a economia e que são conhecidos.
Estes erros da Troika são o exemplo que fazer erros é possível mesmo aos 'deuses' e que a crítica e o diálogo em doses razoáveis são úteis para demonstrar atempadamente alternativas para solucionar problemas que depois se agudizam.

A análise no desporto é mais distendida na resposta aos desafios atirando a sua resolução para além da urgência do orçamento de 2012.

Há neste momento erros a serem cometidos, equivalentes aos da Troika, salvo as devidas diferenças:
  1. há arrogância pelas soluções equacionadas equivalentes ao passado só porque agora a cor é outra;
  2. há medidas novas mal tomadas;
  3. há protagonismos errados e inaceitáveis, que se falam já há boca fechada;
  4. há teimosia e incapacidade de dialogar recorrendo apenas e só aos dinossauros e às grandes organizações do costume.
A causa da crise do desporto português é maioritariamente política.

Enquanto o sistema político que actua no desporto não tiver a arrogância de uma Troika a ditar, mesmo com erros, outra situação o desporto continuará a soçobrar.

Entidade Reguladora propõe taxa de utilização de telemóvel para financiar a Saúde

A asneira, apresentada aqui, relaciona-se com a obtenção de receitas sobre actos do consumidor cuja aplicação ninguém controla e que dão maravilhas como as taxas que se pagam com a factura da electricidade e ninguém controla.

No caso do desporto há o caso do financiamento dos jogos de fortuna e azar chamados apostas sociais e que tendo começado com o Totobola e o futebol é canibalizado há décadas por muitas aplicações.

Onde está o problema?

O problema está em que o Estado deve ser claro nas decisões que toma apresentando contas transparentes do dinheiro que recebe, da sua aplicação e dos resultados alcançados.

Os decisores deveriam ser capazes igualmente de uma vez alcançados os objectivos sociais e políticos desactivar a cativação de receita daquele fim mas o que acontece é que as coisas prolongam-se e tornam-se opacas servindo o que na teoria económica se identifica com interesses dos próprios decisores e funcionários públicos.

A regra simples de prestar contas com transparência é substituída em Portugal por processos em que face à incompetência tradicional dos decisores políticos públicos em terem comportamentos éticos, trabalharem com eficiência económica e transparência, descobrem soluções milagrosas como esta da Entidade Reguladora da Saúde.

Depois de perda de quase 30% acumulados dos rendimentos anunciado por Passos Coelho vêm estes Senhores da Saúde sugerir descontar no preço das chamadas do telemóvel.

Alguém lhes deveria sugerir que o facto deles se demitirem, para o Estado nomear pessoas capazes de decisões eficientes e transparentes, seria um magnífico contributo para as debilitadas contas públicas.

Uma voz que, hoje, faz a diferença

Em dia de Indignados, ver e ouvir a Susana Silva no Porto a cantar para 80.000 pessoas, aqui, no P3

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Comentário de Pedro Santos Guerreiro às novas medidas de austeridade anunciadas

Na RTP1 aqui.

José Gomes Ferreira: "(...)Não nos enganem mais..."

Na SIC aqui.

Há coisas que parecem não bater certo

O Aventar fez uma montagem no mínimo curiosa, aqui, recolhendo o 'Best of 2010-2011' de Pedro Passos Coelho, precisamente acerca das medidas que nos deixou ontem.

É a direita no poder porque a esquerda lá a colocou recorrendo inclusive a comportamentos menos éticos.

Esperemos que alguém (o Sr. Procurador será capaz de lá chegar?) faça o levantamento desses comportamentos em sede de Justiça.

Agora já pouco se esconde que o próximo ano e o outro vão ser impossíveis.

Há quem fale que o Estado deverá vir a despedir dezenas de milhares de funcionários públicos.

Portanto, a procissão ainda agora dá os primeiros passos.

A comunicação ao país

Os factos da senhora anterior são estes:
  1. Houve uma gestão perdulária dos destinos do país
  2. Houve decisões de política pública criminosas e ruinosas para o país e a população
  3. Há que pagar a factura do dinheiro que se pediu e que os credores exigem o retorno
  4. No desporto as políticas foram equivalentes às do país
  5. Houve milhões de jovens que não tiveram as actividades escolares, culturais e desportivas que o seu futuro e o do país exigiam
  6. Houve investimentos continuamente mal feitos em múltiplos vectores de produção desportiva
  7. Houve nomeação de líderes públicos inqualificáveis quanto à sua competência para o lugar, quanto à qualificação escolar e às relações humanas
  8. Houve líderes que face aos sub-líderes incapazes nomeados para os apoiar em equipa, ingénua e infantilmente lidaram com as suas responsabilidades desportivas como se fossem super-homens
  9. Houve líderes que se rodearam de parcelas da realidade, condicionando as suas possibilidades de sucesso, refiro-me ao dito direito desportivo
  10. Houve líderes que sabiam o que de mal se estava a passar, tal como tinha acontecido no passado do desporto, e mantiveram o percurso indiferentes aos sinais acumulando procedimentos equivalentes
O discurso promete resultados positivos em dois anos.

Há que deixar dito que há erros que estão a ser cometidos como foram anteriormente.

Há que deixar dito que é fácil mostrar que os factos actuais são erros e já estão cometidos tão cedo como agora.

Os erros cometidos repetem o passado e falham o futuro prometido.

A incapacidade de actuar perante uma realidade crítica complexa do desporto e do país mistura-se com ignorância das coisas europeias, a arrogância de não aceitar soluções necessariamente complexas e de com humildade estabelecer redes de conhecimento alargado de suporte às decisões necessariamente estruturadas e capazes do novo, que os mesmíssimos erros não produziram no passado recente.

Sabe a mão que ontem pediu tantos e enormes sacrifícios ao país e aos portugueses, o que anda a fazer a outra mão, tão pequenina que ela é e que tantos resultados dinâmicos produz noutros países desportivos europeus, menos em Portugal?

Tem consciência essa mão que o que pede está a ser deficientemente concebido e aplicado pela outra mão e vai ter consequências brutais na vida das federações e do seu aparelho produtivo de desporto?

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Não há condições políticas para o bom desempenho dos líderes privados

Foi claro com Hermínio Loureiro que condições políticas adversas, no desporto, impediram o ex-líder da Liga de Clubes de maximizar o produto dos seus associados e do futebol profissional.

Não há milagres, nem almoços grátis como dizem os economistas e fechados na sala escura os parceiros desportivos, como clientes amantes de sensações fortes, sabem o que almoçam quando a comida lhes chega à boca e compreendem o que lá está a ser metido. Sem visão da constituição, da cor e forma sabem demasiado tarde o conteúdo da sua refeição.

Há agentes mais activos que como habitualmente beneficiam da resolução dos seus pequenos problemas.

Como no passado continua a não se observarem interlocutores privados com discurso sobre os fundamentos do desporto e que seja validado pela sociedade.

Esse atraso na existência de parceiros socialmente validados é fulcral para a dimensão e profundidade da crise actual.

Com «cautela e paninhos quentes» é plausível que o pior sobrevenha.

Com «cautela e paninhos quentes» pode ser o adequado e pode igualmente ser o pior dos mundos.

O desporto está como o sapo que não nota como a água onde está emerso borbulha com cada vez maior intensidade.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

1. Análise crítica e semântica do Decreto-Lei n.º 96/2011, de 21 de Setembro


Um novo poste de João Boaventura que se agradece


Como vem sendo norma consuetudinária, a cada novo governo constitucional cabe, dentro da respectiva cronologia, o desempenho do papel de jogador do Direito, ou o de reconstrutor e renovador das normas jurídicas do futuro Direito Desportivo, que ora nos interessa, e no pressuposto de que se trata de um sub-sistema integrado no sistema social global, contemplando as interacções jurídicas, ou os laços afectivos que devem ligar o actor legislador ao actor que joga dentro da sociedade civil desportiva, para que a razão jurídica transmita a racionalidade do mundo desportivo que objectivamente se propõe.

Isto para dizer que o modelo jurídico deve corresponder ao modelo sociológico, ou que ambos se devem justapor, para que a eficiência, a exclusividade e o dinamismo de ambos tenham reflexos no sistema desportivo. Da distinção entre o retrato jurídico e o retrato sociológico resulta uma luta de domínio entre ambos, porque à lógica jurídica contrapõe-se a lógica sociológica, e deste afrontamento resultam os efeitos que não se desejam, com prejuízo para o mundo do deporto. Daqui se depreende que a lógica jurídica do direito desportivo não deve sobrepor-se à lógica da sociologia desportiva, sob pena de as interacções comunicacionais entre o direito e os agentes desportivos saírem defraudadas.

Talvez se possa agora entender as razões do título do anterior post “O Direito Desportivo traído pela Sociologia”, cuja tradução simplista especifica que, pelo estudo da sociologia desportiva, se pode descortinar a desadaptação da estrutura normativa à realidade desportiva, por não corresponder às expectativas dos destinatários. È, de certa forma, um combate permanente que exige uma compreensão comum dos problemas que afectam o desporto, em todos os seus campos de actuação.

O duelo também se situa noutras áreas, como no trabalho de André-Jean Arnaut et Pierre-Yves Raccah, “Le droit trahi par la philosophie” (Bibliothèque du centre d’étude des systèmes politiques et juridiques de Rouen, 1977) que a editora espanhola LSJ (San Sebastian, 1990) traduziu para “El Derecho sin Máscara”, e os brasileiros, logicamente, como “O Direito traído pela filosofia” (S.A. Fabris, Porto-Alegre,  1991). Na mesma linha de pensamento André-Jean Arnaut publicaria mais tarde “Le droit trahi par la sociologie. Une pratique de l’histoire” (LGDJ, Paris, 1998), inspirado na asserção de Lawrence Friedman de que as duas disciplinas, a sociologia e a história, se podiam comparar a “dois barcos que se cruzam na noite”.

Da mesma forma o sistema educativo também foi traído pela sociologia quando Jean-Claude Passeron e Pierre Bourdieu publicaram “Les héritiers. Les étudiants et la culture”(1964), seguido da  “La reproduction. Éléments pour une théorie du système d’enseignement” (1970), denunciando as universidades como centros de reprodução da desigualdade, e que levaram ao Maio de 68, em Paris. Também aqui há uma relação de poder já que a sociologia da educação pode revelar as fraquezas do sistema educativo, ou do sistema jurídico que lhe dá suporte.

De uma forma simplista poder-se-á retratar esta relação de forças pela comparação literária quando  se considera que Corneille descreve os homens, não como eles são, mas como eles deveriam ser, enquanto Racine já os retratam tal como eles são. Se a comparação se permite, sem a forçar, dir-se-ia que o Corneille literário, seria o Corneille do direito desportivo que se permite impor a reestruturação do desporto, enquanto o Racine literário, o Racine da sociologia desportiva, porque corrige a reestruturação do desporto que não corresponda aos desejos do destinatário.

Estamos na presença de dois poderes, sociológico e jurídico, incomunicáveis, a que acresce o poder do Estado que, utilizando o jurídico, lhe confere um duplo poder. E é deste duplo poder que dependeu todo o desporto do passado, como irá depender o do presente e o do futuro.

sábado, 8 de outubro de 2011

O fecho da EMA é uma boa notícia para o desporto

A Empresa Municipal de Aveiro vai ser extinta pela autarquia, segundo o DN, aqui.

Um bom exemplo a ser seguido por outras autarquias que sobre um mau investimento criaram um sorvedouro de dinheiros que teriam aplicações alternativas positivas no desporto.

Uma evidência que tarda em ser implementada nacionalmente.

Os maus exemplos tardam em ser corrigidos e em criar instrumentos políticos de correcção.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Moralismo insultuoso diz Paulo Morais do Blasfémias

É claro que pedir à população que tem os indices de desigualdade mais altos do mundo para poupar mais é insultuoso.

O econoomista Cavaco deveria atender a isto.

O mais importante seria o Presidente Cavaco pedir medidas de política melhores e mais eficientes.

Mas isso era pedir muito...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O Direito Desportivo traído pela Sociologia


Poste de João Boaventura que se agradece o contributo:


Talvez valha a pena dar uma vista de olhos pelo filme do organismo destinado a orientar o Desporto Nacional, desde a sua criação, em 1942, e regulação, em 1943, até à actualidade, o que representa a provecta idade de 70 anos, com direito à história do seu nascimento, vida e morte… anunciada.

Esta primeira parte é necessária para escalpelizar as arquitecturas políticas em que se inseriram, ou das quais dependeram, e de como foi impossível configurar-se uma linha de desenvolvimento estrutural, perante as constantes mudanças de ministérios e de secretarias e subsecretarias de Estado, embora Foucault assevere que a história é feita de saltos - os das referidas instituições, os dos órgãos oficias de orientação desportiva e os da juventude - cada um procurando soluções para os problemas, como se a linguagem visual das mutações dos organismos constituísse suporte ou pista para alcançar os objectivos para que foram criados.

De certa forma os Governos assemelham-se às empresas que solicitam aos publicitários a invenção de nomes que motivem os clientes à aquisição dos produtos, mesmo que nada haja de científico na qualidade ou na designação dos mesmos. Se o facto se justifica em publicidade parece não justificar-se nos Governos, a menos que se trate de uma função mimética – se resulta na publicidade, resultará nos Governos – ou uma forma de marcar o território político, partidário ou ideológico, mas aí a história interpretará que o fundamental foi preterido, dado que as coisas sem sentido foram consideradas mais importantes do que o sentido de coisas simples a fazer.

Se se examinar panoramicamente o corpus lexicográfico como uma floresta, com tão diversa e abundante floração dos mais diversos tipos de árvores que ornam ou partilham o direito desportivo nacional, verifica-se que as de longa duração (DGEFDSE, DGFD, DGD, INDESP, IND) prevalecem sobre as reduzidas esperanças de vida de outras, (Ministérios, Secretários e Subsecretários de Estado) que rapidamente adoecem, e morrem, e dão lugar a novas árvores (Ministérios, Secretários e Subsecretários de Estado), mas, ou porque o terreno não é apropriado, ou porque já atacadas por qualquer fungo, vivem doentes e morrem. E deste ciclo não se sai, porque as árvores são os homens.

O que foge ao nosso entendimento é a causa da imunidade das árvores com maior esperança de vida (DGEFDSE, DGFD, DGD, INDESP, IND) que não se deixam contagiar. É provável que se deva a algum tipo de enxertia que, apesar de as manter vivas, não lhes permite expandirem-se, crescerem, tornarem-se frondosas, e darem os frutos desejados; ou possivelmente por estarem plantadas longe das doentes. O tempo de vida das restantes, encurtada pelos fungos, explicam a semi-apatia.

Mesmo assim, se teve três períodos de grande imunidade 1942-1970, 1973-1992, e 1997-2007, ou seja, respectivamente, 29, 20 e 12 anos de vida, com sinais de degenerescência, porque decrescente, a que se podem associar as alternâncias havidas em 1971-1972, 1993-1996 e 2007-2011, ou sejam 2, 4 e 5 anos de vida. Considerando que o IDP de 1997-2003, foi reformulado pelo mesmo Governo de 2003-2007, mudando o nome para IDP,IP, considerou-se institucionalmente como ocupando o tempo de 1997-2007, ou seja, 12 anos.


Para uma visão panorâmica temos este filme cronológico dos 6 períodos: 29-2-20-4-12-5, que nos permite deduzir o plano inclinado em que o organismo resvala porque no novo e actual governo esse órgão, pela sistema nanotecnológico, ficou reduzido a uma “Vice-Presidência para a Área do Desporto.” Não há direito desportivo que o salve.


Vejamos então a floresta onde vive escondido o animal Desporto, em meio pouco propício para a sua vida.

1942 – Direcção Geral da Educação Física, Desportos e Saúde Escolar (DGEFDSE) -1970
1936-MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO NACIONAL-1974
1936- Mocidade Portuguesa (MP)-1974
1937-Mocidade Portuguesa Feminina (MPF)-1974

1971 – Direcção-Geral da Educação Física e Desportos (DGEFD)-1972
1971-Subsecretário de Estado da Juventude e Desportos
1971-Secretariado para a Juventude

1973 – Direcção-Geral dos Desportos (DGD)-1992
1973-Secretário de Estado da Juventude e Desportos

1974- 6 GOVERNOS PROVISÓRIOS-PÓS 25 ABRIL-1976
1974-I, II e III G.P. - MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA-1975
1974-Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis (FAOJ)-1988
1975-IV e V G.P. - MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA-1975
1975-Secretário de Estado dos Desportos e Acção Social Escolar-1975
1975-Secretário de Estado dos Desportos e Juventude-1976
1975-Instituto Português da Juventude
1975-VI G.P.-MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA-1976
1976 -I Governo Constitucional-1977
1976-MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA-1978
1978-MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA-1978
1978-MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA-1979
1979-MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO-1980
1980-MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA-1981
1980-Secretário de Estado da Juventude e Desportos-1981
1981-MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DAS UNIVERSIDADES-1982
1981-Secretário de Estado da Educação e da Juventude-1983
1981-MINISTÉRIO DA QUALIDADE DE VIDA-1985
1981-Secretário de Estado da Juventude e do Desporto-1985
1981-PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS
1982-MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO-1985
1985-Secretário de Estado da Juventude-1987
1985-MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA-1987
1987-MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO-2011
1987- Ministro Adjunto do Primeiro Ministro e da Juventude-1991
1988- Instituto da Juventude-1993
1989-Ministro da Juventude e do Desporto-1989
1990-Secretário de Estado da Juventude-1991
1991-Secretário de Estado da Juventude-1993

1993 – Instituto Nacional dos Desportos (INDESP)-1997
1993-Secretário de Estado da Educação e do Desporto
1993-Instituto Português da Juventude-2007
1995-Secretário de Estado da Juventude-1999

1997 – Instituto Nacional do Desporto (IND)-2003
1997- Secretário de Estado da Educação e do Desporto
1999-Secretário de Estado do Desporto
2000-Secretário de Estado da Juventude e Desporto autonomizou-se e ganhou o estatuto de Ministério da Juventude e do Desporto
2002-Secretaria de Estado da Juventude e Desporto

2003 – Instituto do Desporto de Portugal (IDP)-2007
2004-Ministro da Juventude, Desporto e Reabilitação-2004 (durou apenas 4 dias)
2005-Secretário de Estado da Juventude e do Desporto-2009
2005- MINISTRO DA PRESIDÊNCIA-2011

2007 – Instituto do Desporto de Portugal (IDP,IP)-2011
2007- Instituto Português da Juventude-2011
2009-Secretário de Estado da Juventude e do Desporto-2011

2011 – Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ)
Vice-Presidente para a Área do Desporto (VPAD)
Vice-Presidente para a Área da Juventude (VPAJ)
2011-Secretário de Estado do Desporto e Juventude
2011-MINISTRO ADJUNTO E DOS ASSUNTOS PARLAMENTARES



sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O corpo do delito é o Desporto

Os especialistas da história do desporto europeu e do mundial sabem que o desporto no conceito da civilização greco-latina, reinventada por Coubertin e criada passo a passo pelos países europeus em competição aguerrida até alcançar o produto europeu do final do século XX e princípio do século XXI é feito de um consumo desportivo pleno por parte das populações e pela conquista de resultados em todas as competições, mesmo que sejam a berlindes.

Portugal tem inventado a sua incapacidade e matou aquele Desporto Europeu para os portugueses.

O desporto para os portugueses é uma vítima do modelo de produção desportiva nacional.

A produção de desporto na Europa é um produto de excelência em todos os seus domínios.

Portugal que está em último nos indicadores europeus e não pode assumir uma excelência para o qual não apresenta resultados,  nem esperar que a Europa o considere seriamente neste domínio.

Os sucessos de uma modalidade nacional tem sido 'o momento' e não a permanência de resultados de excelência, consumindo o talento, o esforço e a dedicação dos parceiros privados.

Não se escrutina uma solução por parte da sociedade para a realidade desportiva que as estatísticas europeias demonstram.

A liderança do regime vigente desde há muito permite manter as más soluções dos problemas, da forma que sempre foram mal solucionados os problemas do desporto português.

Já houve negligência e os erros acumulam-se por carência de diagnóstico certo, decisão bem fundamentada e visando o bem comum. Sem a correcção do bom diagnóstico o erro surge e regride o produto desportivo nacional.

Os erros surgem no plano desportivo e no económico sobre o qual assenta a norma legislativa que se diz ser asséptica e inodora. A norma criada para o desporto português é burocrática, ineficaz, ineficiente e desigual, é um meio de contaminação bacteriana e tem cheiro porque se assume como única e visa a anulação de qualquer outra ciência. É esta a matéria de que se alimenta a comunicação social e há nacos deste mau desporto que alimentam os média.


No desporto português há um corpo do delito que é o Desporto.

No desporto português há um delito que é aquilo que se faz e aquilo que se devia fazer e que não se faz.

A concepção de um modelo de desporto europeu para Portugal exige que se comece do zero, partir do nada que é o último lugar europeu, para criar um todo coerentemente europeu.

É um trabalho social a ser liderado por um querer nacional e alicerçado na capacidade de raciocínio e de debate entre agentes livres, responsáveis pelos seus sectores e capazes de assumir o risco das suas próprias responsabilidades. É para pessoas sem preconceitos, capazes de discutir publicamente as suas ideias, confrontar-se com o contraditório, reconhecer os seus erros, se for caso disso, e emendá-los, pessoas com coragem e inteligentes para juntarem os melhores valores nacionais e potenciá-los porque esse é o caminho para realizar o bem comum.

A Universidade tem um papel fundamental de apuramento dos melhores procedimentos científicos e técnicos para melhor servir a via de Portugal para a média e o topo europeu.



O último lugar europeu é o da morte do desporto português.

O último lugar europeu é a demonstração factual do delito praticado pelas políticas desportivas nacionais.

A recusa da liderança do modelo desportivo nacional em dissecar o corpo através das estatísticas e de estudos técnicos e científicos, em trabalhar politicamente os resultados alcançados e a recusa em trabalhar com os melhores em cada campo do conhecimento é a premeditação para o delito, mesmo que negligente ou involuntário.

O mau direito e a má economia do modelo desportivo vigente, para além das políticas desportivas correntes são os três instrumentos do crime perpetrado.


É sobre esta nulidade material e crise moral e social que há que trabalhar no desporto português.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A rainha de Inglaterra é inimputável?

Ver aqui poste do Blasfémias para que conste dos hábitos cá doburgo e usar futuramente logo que acontecer algo semelhante noutro lado.

Diz assim a cópia do poste que se agradece:

"Não. Houve mesmo um seu antecessor que foi julgado, condenado e ficou sem cabeça…
Um Procurador-geral adjunto apresentou queixa-crime contra Pinto Monteiro, Procurador Geral da República. A queixa foi arquivada. Em retaliação, o PGR promoveu processo disciplinar àquele magistrado, suspendendo-o por 4 meses.
O PGR já ameaçara em tempos os dirigentes do sindicato de processo disciplinar por estes o criticarem.
Abriu processo disciplinar a magistrados do caso freeport por estes alegadamente «lesarem a sua imagem».
Condenado pelo Supremo Tribunal Administrativo a entregar documentos que ilegitimamente retera, afirmou que «em princípio» os iria entregar.
A rainha de Inglaterra não tem tantos poderes discricionários, não instaura processo disciplinares por retaliação, não processa subordinados por estes porem em causa a sua imagem, não ameaça processar os críticos da monarquia, obedece a sentenças judiciais prontamente não ficando a considerar se as há de cumprir ou não, «por principio» ou por fim…."

Seminário Internacional O Jogo das Raparigas

Junto se promove o Jogo das raparigas

PORTO, 5 DE OUTUBRO DE 2011


FUNDAÇÃO ANTÓNIO CUPERTINO DE MIRANDA

O Jogo das Raparigas, é um projecto desenvolvido pela Associação Portuguesa Mulheres e Desporto com financiamento do POPH.

Desde o seu início, em Março de 2010, foram realizadas 448 iniciativas em todos os distritos do Continente, com destaque para 291 acções nas equipas/clubes, 15 Encontros Locais e 4 Regionais.

Nos Encontros Locais e Regionais foram identificados os constrangimentos da participação das mulheres no futebol/futsal e foram debatidas propostas consideradas importantes para o desenvolvimento das modalidades. A participação das jogadoras foi fundamental e por isso algumas delas são agora a Voz destas propostas.

O Seminário Internacional O Jogo das Raparigas reúne propostas apresentadas e consensualizadas pelas jogadoras e tem como objectivo promover o debate sobre as medidas necessárias para o aumento da participação das mulheres no futebol/futsal e para o desenvolvimento sustentado das equipas femininas.

A organização deste seminário privilegia a participação de jogadoras, dirigentes e pessoas responsáveis pelo enquadramento técnico, no seu contributo imprescindível para a persecução do princípio da igualdade entre mulheres e homens no desporto, a todos os níveis, funções e esferas de competência.

A Equipa do Projecto convida-vos a participar e a discutir as medidas propostas.

Inscreva-se já por email para: gestaonorte@mulheresdesporto.org.pt Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar

http://www.mulheresdesporto.org.pt/

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Estatísticas de Espanha, segundo Armando Inocentes

Espero que Armando Inocentes não se importe que aqui publique algumas estatísticas por si coligidas sobre o sucesso do alto rendimento de Espanha.


"Se regressarmos um pouco atrás (26 de Julho de 2010), dia em que se iniciaram os Europeus de atletismo em Barcelona dei exemplos em karatedopt.blogspot.com:


O espanhol Alberto Contador venceu pela 3ª vez o Tour de France... e repare-se que desde 2006 esta prova velocipédica tem sido sempre ganha por nuestros hermanos...

No futebol, tanto no Europeu como no Mundial, a Espanha sagrou-se campeã...

Nos últimos Jogos Olímpicos, em Pequim, os espanhóis trouxeram para casa 18 medalhas...

No hóquei em patins, apesar de nós termos 15 títulos Mundiais e 20 Europeus, a Espanha venceu os últimos 3 Mundiais assim como os últimos 5 Europeus (e já vão com 14 Mundiais e 14 Europeus, quase a apanharem-nos!)...

Rafael Nadal é o número um do ranking ATP com 8 títulos do Grand Slam, tendo ganho este ano Roland Garros e Wimbledon...

Na fórmula um, Fernando Alonso foi o mais jovem Campeão do Mundo de sempre, vencendo em 2005 e 2006...

No basquetebol Paul Gasol brilha na NBA e o Barcelona é bicampeão da Europa...

No andebol, os espanhóis foram Campeões Mundiais em 2005 e medalha de bronze nas últimas quatro edições dos Jogos Olímpicos...

Até no futsal, desde que a FIFA organiza o mundial, só Brasil e Espanha chegaram ao mais alto lugar do pódio...

Em 2009, a Espanha obteve a sua primeira medalha de ouro nos Mundiais de Natação de Roma...

No Karaté, 20 medalhas de ouro em Campeonatos Mundiais, 20 de prata e 52 de bronze, com mais 3 primeiros lugares, 3 segundos e 2 terceiros no último Europeu em Atenas (e só estamos a falar de séniores)..."

Bye Bye Portugal Bye Bye

Esta imagem tem uma história de sucesso com mais de 20 anos.

Quando a Espanha se candidatou aos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992 organizou-os bem e ganhou medalhas, demonstrando que antes já trabalhava bem o desporto.


Depois disso cada competição veicula imagens como esta.

Numa palavra, a Espanha encarna a essência da civilização europeia, enquanto Portugal nem o conceptualiza nem actua convincentemente para o alcançar.

Portugal fica-se pelas vitórias morais dos coitadinhos mais pequenos da Europa, nem assume a responsabilidade de alcançar medalhas em Londres ou noutra competição qualquer.

Portugal ganhou zero medalhas zero nos Jogos Olímpicos de Espanha, mantém uma performance frágil e neste europeu de basquetebol ganho pelos espanhóis terá ficado em último, uma vez mais, em último perdendo todos os jogos disputados.


A ida outra vez do governo ao parlamento mostra a incapacidade dos deputados, representantes do país, de ouvirem e debaterem o futuro do desporto de forma estruturada e consensual.

As sucessivas tricas e 'à partes' dos deputados jovens são infantilidades, incompetências graves face às necessidades desportivas da população portuguesa e exemplos de incapacidade funcional e ética de colocar o parlamento à altura dos desafios nacionais no domínio do desporto.

Fora do parlamento os agentes desportivos privados são incapazes de gizar um futuro e tratam dos problemas das federações, dos infindáveis CAR's e não apresentam nem lidam com programas e instrumentos estruturais que ponham o seu trabalho na frente desportiva em que se encontra a Espanha e a Europa que dá cartas desportivas ao mundo.


A máquina de política desportiva de José Sócrates está mais oleada do que nunca, tendo apurado os oficiais conhecedores dos seus meandros.

Funcionários para tratar de facturas na contabilidade do Estado, para julgar prevaricadores das normas públicas e fazerem leis escorreitas não precisam de saber de desporto e devem ser apurados entre os melhores nessas funções técnicas e administrativas.


Agora, para tratar de Desporto da sua cultura no conceito civilizacional da Europa é que a 'porca torce o rabo' e o sucesso português comparado com a Espanha mostra claramente que quem trouxe e faz parte da máquina pública e privada de produção de desporto moderno tem limitações óbvias porque não há resultados de sucesso, nem eles são nem nunca foram apresentados e discutidos no Parlamento.

Os deputados da república de todos os partidos são iletrados desportivos, porque desconhecem o que é o desporto moderno e as suas exigências aos mercados e às sociedades. Os agentes privados estão sem chama e sem destemor pelo risco do empreendedorismo desportivo acobardam-se na subsídio-dependência irresponsável, indiferentes às consequências da sua negligência social.

Não haveria necessidade de que todos os deputados soubessem equacionar o futuro do desporto mas seria aconselhável que, pelo menos, houvesse um em cada partido que soubesse alguma coisa de desporto e política desportiva.

Certamente que com este Parlamento e estas audiências nunca nos aproximaremos dos resultados de Espanha, nem os primeiros-ministros de Portugal alguma vez gozarão dos benefícios que Zapatero aqui goza prazenteiramente.

A orgânica do IPDJ saiu

Está aqui.

Resumo da audiência no Parlamento, para quem tem pressa


Desde a posse foi feito o seguinte (apresento notas soltas sem preocupação de detalhe e exactidão, é um 'snapshot'):

  • A Lei do novo instituto será publicada hoje21 de Setembro em DR.
  • resolvido o financiamento ao alto rendimento
  • resolvido o problema do COP e da Vela
  • resolvido o problema da FADU
  • resolvido o problema do atletismo e do judo
  • em finalização o caso das facturas
  • visto o caso do desvio do totonegócio
  • verificada a ausência de certificação de contas
  • os CAR são em número superior aos anunciado por LD
  • Há problemas no Jamor e na Lapa
  • desenvolvida cooperação internacional
  • formação de 3 grupos de trabalho com proeminentes juristas 
  • museu do desporto
  • programa da ética
  • convocado o CND (?, não percebi esta parte)
Os deputados solicitaram a apresentação da auditoria cujos números estão nos jornais de hoje.
Indicaram as seguintes áreas de política desportiva:
  • contrato plurianual feito no tempo de José Constantino já a trabalhar com Laurentino Dias
  • necessidade de massificação do desporto
  • desporto escolar, universitário e organizações locais
  • infraestruturas inexistentes na base do desporto
  • existência de falsos recibos verdes na Vela 

Criticado o governo PS por:
  • existência caso facturas e sem procedimentos administrativos normais
  • sem projectos de gestão de infraestruturas e de modelo de financiamento
  • ausência de reuniões internacionais
  • excesso de CAR's face a outros países que têm menos de 4 e Portugal vai ter 16


Talvez esteja errado mas pareceu-me que
Pela segunda vez o governo vai ao parlamento e falha apresentar uma Visão para o futuro, um compromisso estrutural alicerçado em instrumentos fundamentais
Parece que não terá havido tempo que foi ocupado a tratar o desconjunto da máquina vigente
Ou talvez a minha perspectiva não seja correcta e a indicação de muitas coisas separadas e sonantes façam uma política desportiva

Audiência do Secretário de Estado do Desporto e da Juventude no Parlamento

Está aqui.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O desporto tem um Master Mind que se chama Pinto da Costa

Colocar Fernando Gomes da liderança da federação de futebol é uma jogada superior que deixou a concorrência sem fôlego e com dores de cabeça, como há muito não acontecia.

Nomeadamente o Benfica e o Sporting estão estáticos nas boxes de partida e nem Soares Franco que tinha viajado para o norte, esperava uma destas.

As outras federações estão activíssimas a observar o jogo e a ver que migalhas sobram.

O Norte de Pinto da Costa é a única coisa de estimulante que mexe no burgo do desporto.

O problema ou o desafio, prefiro este último, é o programa.

Parecia que o desporto estava preparado para desenvolver o seu futuro a partir da Liga de Clubes como novo Conselho Nacional do Desporto e eis senão quando a aposta que surge é: se lideramos os donos da bola que estão nos clubes de futebol porque não dar um novo salto e tomar conta do desporto nacional?

Há quem diga que a Federação de Futebol não é o desporto nacional.

Pois, claro que não é, é lá agora!?

Pelo menos parece que este Porto não é o Porto de Valentim Loureiro com a rapaziada do Bobby e do Tareco.

Parece, porque o melhor será observar os próximos capítulos, porque as apostas agora vão ser mais altas e mais duras.

Não esquecer que o cenário contém a crise do desporto e as crises nacionais e o modelo que se pressente tem uma capacidade impositiva misto de força aplicada no sítio certo e de inteligência no desenrolar de todas jogadas de tal forma que a rapaziada compreende-a bem quando não há volta a dar.

Ninguém me vai levar a sério mas considero que Pinto da Costa deveria ser condecorado por Cavaco Silva. Porquê não condecorar quem tem arquitectado os sucessos materiais do desporto português relacionados com os clubes de futebol e as selecções?

O desporto é um sector gerador de externalidades que são benefícios externos que são apropriados por terceiros agentes sem que estes tenham contribuído para o pagamento da produção original.

Todos falamos do Ronaldo e a maior parte não paga nada para a sua formação e o seu salário.

Noutra perspectiva a existência de um bom clube num campeonato gera benefícios externos que tocam outros clubes.

Em Portugal primeiro foi o Benfica campeão europeu que tocou o norte coom a aspiração de terem um campeão europeu e mais tarde é o Benfica e o Sporting a beneficiarem da excelência do Porto.

Estamos a falar de um Porto que suporta bem 30 anos de competições nos campeonatos mais competitivos do mundo sobre a liderança de uma pessoa.

A hipótese de Pinto da Costa ter sucesso na liderança do futebol e do desporto nacional é apelativa e surge precisamente num momento de profunda crise do desporto.

Quanto a outros protagonistas, nomeadamente os públicos e outros.

Tudo tranquilo, como diz Paulo Bento. É melhor não misturar as coisas!

domingo, 18 de setembro de 2011

Hoje, domingo, é manhã sem trânsito na marginal de Oeiras

Começa às 10 horas.

Todos para a Rua! Já!

Se não morar em Oeiras

Vá exercitar esses ossos para o sítio mais bonito do seu concelho.

sábado, 17 de setembro de 2011

Resistir desportivamente na Revista Única

A revista do Expresso de hoje, 17 de Setembro, apresenta um trabalho sobre a capacidade de lidar com os limites da mente e do corpo e falam de grandes atletas como Vitor Sá, Juliana Rocha, Sérgio Marques, Miguel Arrobas, Jessica Augusto, João Ribeiro, Fernando Pimenta e Carlos Sá.

Um bom trabalho de promoção do trabalho de grandes atletas nacionais.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Apreendendo a economia no desporto

José Manuel Constantino postou sobre as relações entre o Estado e as federações no mercado do desporto.

Uma quantidade de anónimos caiu-lhe em cima renegando aspectos interessantes do escrito e usando os termos económicos próximos dos de JMConstantino e que antes não usam.

A terminologia foi alterada para os arredores da economia mesmo negando visceralmente toda a matéria económica.

Conclusão: E, contudo, o desporto move-se...

Ligados à máquina do Dr. Laurentino Dias

A máquina do Dr. Laurentino Dias funcionou forte e madura durante os últimos anos  e o relevante é que a máquina surgida em 2004 ou 2005 foi uma maturação que se encontra em décadas de comportamentos públicos e que pessoalmente aprimorou durante o período de criação do Euro2004 a partir de 1998.

Criar a máquina alternativa, há quem lhe chame paradigma, exige inspiração e suor para além de doses industriais de capital humano, organizacional e financeiro que apenas se obtém mobilizando a sociedade. Numa e outra existe uma dimensão ética na busca do melhor serviço à comunidade e a segunda no uso e potenciação do capital social.

O fracasso da máquina do Dr. Laurentino Dias está na exclusão da sociedade que se praticou por múltiplos actos como o de não prestar contas públicas do que se foi fazendo, com debates abertos, estatísticas abundantes e análises por autoridades independentes e capazes.

Face à crise várias organizações públicas apresentam na comunicação social com regularidade respostas e projectos interessantes  cujo quadro de actuação parecendo escasso e contraditório acaba por formar um todo que é a imagem da máquina, em determinado momento.



A máquina alternativa à do Dr. Laurentino Dias vai defrontar-se com características distintas que importaria ir mostrando à luz do dia.

O momento de realização do programa do XIX governo é distinto do momento actual em que as medidas de austeridade estão a chegar e condicionam toda a realidade desportiva e a nacional.

Foram escassos meses, mas que meses, e que conteúdo comportam que poderão ser justificados mas que é diferente cantar as loas benfazejas dos programas eleitorais e a realidade das medidas públicas que o exercício da governação do país justificam.

Não é grave tomar medidas que não estão no programa e definidas anteriormente, há é que tomar em consideração se quando se assumem medidas, elas respondem a objectivos melhor definidos e se são as melhores medidas. Será um erro aplicar à letra o que está escrito no programa do actual governo, nem é curial acusá-lo disso, se a alternativa tem claramente resultados superiores ou se prudencialmente a alteração se adequa. É urgente mostrar aos agentes privados qual a melhor forma para defrontar os vectores e condições que os irão afectar pesadamente e se prolongará por mais de vinte meses, o período de gestão de risco da crise, antes dos efeitos das medidas e das condições de mercado venham a gerar impactos positivos sustentados.



Por exemplo, há a necessidade de conceber conferências sobre desporto que se relacionem com o actual momento de crise não só quanto à sua identificação, falando da crise no título do congresso ou conferência, mas principalmente quanto ao seu conteúdo dando retornos positivos aos parceiros envolvidos nos projectos.

Discutir as crises do COI desde o século XIX, na abertura de uma conferência é possível e deveria ser possível passar de seguida para um debate sobre a crise actual do associativismo desportivo e sobre o futuro do associativismo desportivo nacional em intervenções sucessivas de oradores contraditórios e de matérias complementares como o direito e as ciências sociais .

De acordo com a máquina do Dr. Laurentino Dias estas coisas discutem-se no Conselho Nacional do Desporto e fora dele os agentes desportivos discutem a história do desporto e a experiência dos empresários de sucesso o que sendo relevante deixa os agentes no terreno, os jovens licenciados, os ginásios, os clubes e os gestores de infraestruturas a desconhecer como lidarem com o associativismo em período de crise.

Não pondo de parte a discussão do regime jurídico como sugeria um comentador no Colectividade Desportiva a questão é que a discussão do RJFD no e para o modelo do Dr. Laurentino Dias se faz sempre de forma fechada, seja pela história, pela educação física, pela filosofia, pela gestão, pelo direito e tantas áreas em que se fecham os parceiros desportivos nacionais.

Ora um paradigma alternativo é o de cruzar competências testando da validade e das características cruzadas entre perspectivas científicas de análise. Este é o suor para a construção do novo paradigma.

Os agentes privados continuarão 'ligados à máquina' do Dr. Laurentino Dias o que é sugerido pelo sucesso do aprofundamento do modelo mesmo em sectores que o renegam em palavras e eventualmente em pensamentos.

Ligar os parceiros privados a uma nova máquina é um projecto de médio prazo.

Enquanto isso não acontecer levando os parceiros privados a obter melhores e maiores benefícios são os parceiros privados que pagam o custo da máquina do Dr. Laurentino Dias.

O pagamento cada vez mais difícil vê-se em duas dimensões:
  1. Um parceiro social que dá dezenas de milhares de euros para um projecto desportivo e nesta crise cada euro vale muito mais, o financiador quer um conteúdo palpitante que salte dos muros do congresso e da conferência para a comunicação social para obter o máximo de retorno publicitário do investimento que faz. Ora isto não acontece se não houver matérias que saltem os muros da realização e o retorno para o investidor vai ser menor deixando-o com a certeza de se ter enganado ou ter sido enganado.
  2. A pergunta que o consumidor corrente fará antes de tirar a centena de euros do bolso é o de saber que está a pagar uma realização que veicula coisas que ajudem a combater as dificuldades num momento crucial como o que todos vivem. Não havendo respostas concretas o que vai acontecer é que o consumidor corrente não vai tirar o dinheiro do bolso para o destinar para a realização desportiva. Caso pague e vá à realização e compreender a vacuidade das matérias sentir-se-à defraudado.



Há quem considere com sabedoria antiga questões alternativas como as seguintes:
  • Porquê mudar se a máquina funciona bem?
  • Porquê mudar se há pessoas que funcionam com esta máquina tão bem?
  • Porquê mudar se há parceiros que pagam para a máquina e os seus resultados?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Vivemos um período de desafios colossais

E perplexidades inesperadas.

A transformação da paisagem opera-se sob os nossos olhos com soluções plenas de oportunidades e de perigos que o tão português "Deixem-me comer o Bolo-Rei!" faz adivinhar tormentos maiores.

Algumas situações surgem com comicidade.

Certos parceiros actuam no seu melhor, só pode ser, mas a cena insiste em manter-se para além das suas possibilidades.

São os entes sagrados, os inevitáveis boys, que os partidos não têm tempo para formar em desporto e que insistem em atafulhar o desporto.

São os pesados silêncios e o pânico do que se sente nos agentes privados à medida que os factos que não se desejam se impõem. Reza-se muito, 'oxalá' e 'Deus queira' são o início dos lamentos que se repetem e sugere-se nas entrelinhas o 'business as usual'.

A rapaziada dos partidos está lá para isso e a não ser a exaltação de algum cristão novo tudo está tranquilo como no Sporting de Paulo Bento, tranquilos como na queda daquele anjo das Torres Gémeas em Nova York, as reverências fazem-se até ao chão que o respeitinho é um valor sacro.

O Benfica empatou com o Manchester B e o Porto ia perdendo a jogar contra 9. O Sporting estreia-se hoje...

As selecções e os atletas batem recordes nacionais em competições internacionais em que ficam abaixo do quarto como cumprem depois dos idos do Dr. Salazar. Crescemos e não pontificamos como faz a Espanha. Os genes do lado de lá da fronteira serão melhores ou talvez seja uma simples questão de ajuizamento.

Há quem lhe chame governance e ética não nas palavras mas nos actos no respeito pelo outro e no engrandecimento do desporto assumindo galhardamente o risco das decisões que devem ser tomadas e nunca são assumidas no desporto português.

A conferência anual da Apogesd vai ser em Oliveira de Azeméis

Realiza-se em Dezembro a conferência anual da Apogesd anunciada no endereço www.apogesd.pt.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O Porto pensa que o que é bom para o Porto é bom para o futebol e o país


O futebol está prestes a perder um promissor presidente da liga de clubes e ganhar um incerto presidente da federação.

Estão mais em causa funções e do que as pessoas propriamente ditas.

Como refere Joaquim Evangelista é necessário ouvir os candidatos significando com isso a necessidade de apurar o que se fará depois das eleições.

O futebol português tem tido uma performance extraordinária e é um caso raro como a Nokia para os finlandeses.

A diferença é que o futebol em Portugal e em todo o mundo tem um impacto económico e uma criação de emprego que é uma fracção ínfima do impacto da Nokia para a Finlândia.

A Finlândia também teve uma escola de desporto no atletismo e não fez disso um caso único apostando noutras dimensões desportivas enquanto Portugal põem os ovos desportivos todos no cesto do futebol.

Agora o caso de sucesso do modelo do Porto que tem puxado pelo futebol português e equacionado o modelo de desenvolvimento desportivo a seu contento quer liderar a federação.

A questão principal é se o Porto vai conseguir arrecadar rendas adicionais na liderança do futebol nacional ou se era melhor consolidar, agora com Fernando Gomes, o trabalho realizado por Hermínio Loureiro na Liga.

O estudo realizado recentemente por decisão de Fernando Gomes é relevante pela aridez do desporto português nos estudos para o seu conhecimento.

O estudo foi oportuno e tem qualidade pelos contributos realizados.

Há variáveis adicionais a considerar fora do Sumário Executivo do estudo e esses elementos são o trabalho adicional que alguém tem de fazer na Liga de Clubes ou  noutras organizações.

Naturalmente o modelo agora encontrado na Liga tem a ambição de se aplicar a todo o futebol o que na forma equacionada apresenta limites.

Gilberto Madail nunca fez estudos preferindo a negociação política baseada em eventos e resultados das selecções.

Ao contrário do sugerido por Joaquim Evangelista o trabalho de Gilberto Madail deve ser visto não pela estabilidade conseguida que não é nenhuma. As federações estão num beco sem saída, vivendo do trabalho dos jogadores nos clubes internacionais, e os clubes têm uma situação como sugere o estudo da própria Liga de Clubes.

O desenvolvimento desportivo do futebol está em todo o desporto e fora do modelo do Porto.

Colocar a federação fora das mãos do Porto é a forma de preservar e potenciar o próprio Porto.

Deixá-lo ganhar a federação será entregar-lhe um todo que até hoje foi liderado por terceiros que lhe deram o melhor modelo para prosperar.

E afinal porque não há-se o Porto ter nas mãos aquilo que na realidade sempre liderou a seu contento?

A razão é que o Porto está em dificuldades porque a saída real é contrária ao seu comportamento e ao seu modelo há mais de trinta anos.

Isto o Porto não aceita e pede, pelo menos, a bondade do benefício da dúvida quando propõe um seu candidato através dos clubes da II Liga que querem ser ricos como o FCP.

O benefício da dúvida é aquilo que o Porto nunca deu a outros.

Este parece-lhe ser o momento para dominar pessoalmente o futebol português.

Haverá uma diferença de grau entre fazer dentro e comprar fora.

Trata-se agora de fazer dentro o que o Porto fazia fora através de Gilberto Madail.

A remuneração esperada será aliciante e a oportunidade única.

Não existe oposição no país, no desporto e no futebol.

Há uma diferença entre o merecimento do Porto em assumir o poder e a necessidade de desenvolvimento sustentado da modalidade.

Esta última o país, o desporto e o futebol são incapazes de debater e consensualizar uma saída face às actuais crises.

Arrumados o Benfica e o Porto no seu devido lugar, o que é bom para o Porto é bom para o futebol e o desporto nacional?

O Porto pensa que sim!

domingo, 11 de setembro de 2011

Helena Matos fala de novas regras para o desporto

A articulista do Público, aqui, faz um poste sobre o desporto onde parodeia a competição profissional.

Este tipo de artigos provocadores para o desportosão muito importantes porque veiculam uma imagem do desporto pensado por pessoas com influência na opinião pública e que usando de um ácido sulfúrico incontinente falam de desporto noutra linguagem sem limites conceptuais e que aproximam o desporto da população.

É um bom divertimento cujos contornos poderiam ser usados por pessoas responsáveis ajudando-as a ver outros aspectos da realidade e do produto desportivo.

sábado, 10 de setembro de 2011

A ética no desporto português

O debate sobre a ética que se faz no Colectividade Desportiva, aqui, tem duas dimensões e uma consequência, de entre muitas outras:
  1. José Constantino discute o conteúdo do produto desportivo, quando refere a ética como parte ou exterior ao produto
  2. João Boaventura, seguindo a deixa dos outros comentaristas, discute o conceito da ética referindo o conjunto de vários pensadores.
A consequência que retiro partindo de João Boaventura "Heidegger recorda que a etimologia de “ethos” tem um sentido mais antigo e mais sugestivo, o de “moradia” ou “lugar onde se habita”, isto é, a morada do homem é o ser que somos, e em que nos tornamos, pelo agir livre e responsável." e da imagem da gravidez de Levinas é a necessidade/obrigação do desporto ser grávido de ética.

Estes últimos aspectos relacionam-se intrinsecamente com a economia e o desenvolvimento das políticas nas organizações privadas e nas públicas.


Os economistas da economia das instituições como Douglas North e os estudos de Barro sugerem que a ética e a reputação são elementos essenciais do desenvolvimento e que os países mais desenvolvidos do mundo possuem valores éticos e critérios de reputação mais elevados do que os países que se atrasam no desenvolvimento económico.
Não basta aprovar códigos de ética e anunciar programas que depois se passam anos e anos sem aplicar e desenvolver ou dar condições para um desenvolvimento seguro do princípio entre os agentes desportivos e, tantas vezes, se actua em sentido contrário aos ditos códigos.
Os comportamentos desviantes de que fala José Constantino encontram-se ao mais alto nível, como sugere Armando Inocentes, quando os agentes públicos cerceiam o debate de ideias, impedem a produção e a promoção de informação e não prestam contas dos seus actos.
 
A gravidez de Ética tem consequências de que o exercícioda política desportiva portuguesa tem estado arredada e que obriga a comportamentos consonantes com o dito 'estado interessante'.
 
Há quem sugira que nesta altura os dados já estão lançados e que a ética dos protagonistas os irá levar a determinados percursos que afinal serão produtores de menor quantidade e qualidade de desporto no sentido ético dos países europeus mais desenvolvidos.
 
Como dizia o treinador do anónimo Kaiser Soze 'A Ética vê sempre'.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

À sua maneira o futebol procura um futuro

As eleições na FPF são uma janela de oportunidade para a renovação do futebol.

Como referi anteriormente aqui e no Colectividade Desportiva os Jogos Olímpicos de Londres vão marcar o fim do ciclo de Sócrates e de Laurentino Dias no desporto português.

Fernando Gomes na esteira de Hermínio Loureiro avançou um passo adicional na credibilização da Liga de Clubes e agora a equação do desenvolvimento do futebol passa para a federação, na perspectiva dos agentes desportivos privados.

Outros agentes privados estão atrasados e vão atrasar-se ainda mais. Esperar por 2013 vai-lhes sair caro.

Antecipar eleições poderia ser um acto de inteligência e de claro desapego do poder e de envolvimento com o futuro das instituições.

Com a eleição do PSD e CDS a estrutura superior da administração pública ganhou novos líderes e existe a perspectiva de uma transformação institucional relevante.

A profunda crise e as duras medidas de austeridade poderão fazer estalar o verniz da paz herdada, caso o controlo férreo de LD deixe de existir.

Este fim do controlo estatal e subsídio-dependência será suscitado por via das medidas de austeridade e pela atenção accionada sobre o desporto e valorizará a atenção acrescida ao mérito da política desportiva.

Os protagonistas privados e públicos verão a sua actuação mais escrutinada porque o fio da navalha já não é rombo mas está afiado pelos factores referidos.


O que dizer mais sobre a busca do futebol?

Tem havido limites na acção dos agentes desportivos.

O estudo da Liga de Clubes, por um lado, analisa alguns pontos da situação do futebol profissional e não as esgota.

Por outro, a perspectiva do estudo é bem clara e marcada respondendo a alguns interesses.

O desporto e o futebol necessita destes estudos e necessita de espaços de debate e de divulgação de posições alternativas que naturalmente existem.


A questão pertinente é que os agentes privados sejam do futebol sejam de outras áreas necessitam de contributos que concebam estruturas de desenvolvimento sustentado e de democracia e governance institucional cuja carência tem impedido o desporto português de singrar na Europa como outros o fazem.


Há líderes novos no desporto português, vai haver mais e é agora que as posições iluminadas e contangiantes começam a ser necessárias.

É relevante que tanto Gilberto Madail como outros líderes, que estão de saída, tenham a percepção que é sua responsabilidade fazer eleições competitivas e transparentes aos olhos da sociedade para inclusive criarem condições para a eleição dos melhores líderes para as suas organizações e os difíceis momentos que o desporto e cada modalidade vai ter de defrontar 'desde ontem'.

Joaquim Evangelista tem uma boa entrevista à TSF sobre o momento eleitoral da federação de futebol

Ver aqui.

Realçaria os seguintes elementos suscitados por JE

Gilberto Madail deveria ter por função primordial publicitar as regras de umas eleições competitivas e transparentes.

Deveria evitar falar e deixar que outros falassem como faz JE enaltecendo aspectos positivos do percurso de GM

As reformas obviamente deveriam ser suscitadas pela comunicação e centrar as intervenções dos candidatos

Como refere JE o candidato que vencer vai ser o de todo o futebol e terá que esquecer as suas origens.

São eleições bem disputadas e com transparência que criam uma boa reputação

A reputação do desporto vive da força que lhe dão os seus líderes quando são bons líderes.

Líderes desconhecidos podem viver décadas com reputações quaisquer.

Líderes conhecidos e com reputações firmes são reconhecidos e recompensados pela sociedade através de relações positivas cruzadas.

A recente candidatura de inúmeros candidatos à Federação de Futebol sugere que a visibilidade do sector cativa o imaginário de líderes com uma imagem pública firmada e isso é positivo porque irá suscitar a competitividade de qualidades podendo os parceiros da modalidade ter elementos variados de escolha.

Pode acontecer como no Sporting que depois de umas eleições concorridas os resultados não surjam e isso é outra história.

A primeira parte da história é que existe a percepção social de que tanto no caso do Sporting como no da Federação de Futebol vale a pena correr o risco da responsabilidade de uma candidatura para pessoas que possuem muita informação sobre estes segmentos de mercado.

O fracasso actual do Sporting no campeonato estará a suscitar variáveis não consideradas no acto eleitoral e relacionadas com a extrema fragilidade em que caiu o clube nas últimas épocas e cujo relançamento é mais difícil de assegurar.

No caso da federação parece haver duas qualidades de candidatos, uma relacionada com quadros conhecedores dos meandros da liderança de Gilberto Madail e um segundo perfil de candidatos vindos de fora que vigoraram durante mais de dez anos.

É de notar que o norte surge desde já como eventual vencedor com dois candidatos um dos quais com o apoio dos clubes profissionais e tendo a proposta surgido dos clubes da II Liga.

Embora pareça tudo igual na perspectiva política tradicional do desporto português o modelo de produção do futebol moderno é composto por partes e liderar uma parte não é o mesmo que liderar o todo.

Acontece mesmo que por vezes o interesse do todo se pode opor e contrariar o interesse de alguma das suas partes.

É a definição destas partes e dos interesses que se jogam que poderão evitar erros que poderão ser corrigidos.

A má definição da liderança acompanhada da insuficiente definição dos interesses das partes poderá gerar dificuldades grandes para o desenvolvimento do futebol.

Não hajam dúvidas de que a Liga de Clubes de hoje tem uma reputação que antes Valentim Loureiro não se preocupou.

O processo de criação da reputação da Liga de Clubes envolveu intérpretes nem sempre reconhecidos mas que foram fundamentais para o presente sucesso.

Insistindo, mesmo que o mérito dessa actuação não seja reconhecida pelos seus beneficiários é um facto que ela existiu.

Seria útil para o país, o futebol e o desporto que a Federação de Futebol no futuro gozasse de uma reputação exemplar na sociedade portuguesa em consequência do acto eleitoral que actualmente se desenrola.

É esse um dos desafios maiores das actuais eleições à FPF.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A complexidade (como gordura do Estado)

Pedro Pita Barros no Dinheiro Vivo, aqui, alerta para a possibilidade do Estado não complicar as suas funções ao desempenhar as suas obrigações públicas.

Aconselho a leitura do artigo que é pequeno e noto como a jurisdicionalização vigente no direito desportivo português tem estado no topo das preocupações públicas, tantas vezes mediante processos desligados da racionalidade da produção desportiva e do interesse social.

Por um lado, o exemplo de PPB exemplifica como estes erros existem na administração pública, assim como, com alguma análise e compreensão é possível encontrar soluções simples e benéficas.

Por outro lado, o artigo sugere que o aumento da eficácia da regulação desportiva poderá não estar na burocratização, que aos olhos do legislador desportivo é uma boa burocracia, mas em soluções que maximizam o benefício do diferencial entre a variação da receita e a da despesa assegurando a realização da missão das organizações públicas e privadas do desporto.

Tratando o Estado da fusão de organismos públicos o artigo de PPB será de ter em consideração.

Deram medalhas aos sub20

Decorreu uma cerimónia de uso dos jovens para objectivos de incremento da imagem pública.

Não é nada que outros protagonistas não tenham habituado o país.

Quando forem mais velhos os sub20 lamentarão terem sido tratados da mesma maneira durante tantos anos.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Artur Fernandes não faz por menos do que o caos

Ver artigo no DN, aqui.


O presidente da ANAF (Associação Nacional de Agentes de Futebol) diz que com as regras da FIFA vão levar os agentes à clandestinidade e o caos ao mercado das transferências.

A FIFA pensa o contrário, que o caos já existe agora e a falta de transparência é um facto do actual mercado que verá essa característica ser corrigida com o novo Transfer Matching System.

O trabalho dos empresários é útil mas há comportamentos destes agentes que tem transmitido uma má imagem e impede a transparência das relações entre clubes e jogadores ao facilitar a actuação de especuladores e de intermediários à margem do interesse dos clubes, dos adeptos, dos jogadores e do próprio futebol.

Se o actual sistema fosse tão bom como refere a ANAF, a FIFA não interviria.

Como sugerem alguns atletas a actuação dos agentes assemelha-se a um monopsónio que lhes permite obter rendas desajustadas ao interesse dos jogadores e do futebol.

A actual situação é má e deveriam ser os melhores agentes a sugerir alterações antes de perderem todo o mercado que agora possuem.

As grandes federações, a FIFA, a UEFA, e a União Europeia assim como agentes poderosos como os principais clubes e os sindicatos estando de acordo quanto ao TMS levará a que o benefício actual dos empresários seja corrigido e os excessos eliminados.

É natural que os empresários estejam preocupados porque vão ter de contar com maior concorrência e principalmente, liberdade de decisão por parte dos jogadores e transparência dos pagamentos efectuados, tudo características que actualmente estão mitigadas.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Afinal quem foi entrevistado foi o António Tenreiro não foi o Fernando Tenreiro

São coisas que acontecem. Passe o elogio e a crítica já Eduardo Prado Coelho no Público, há 'década e meia', referira um artigo de Francisco Tenreiro saído na revista Economia Pura.


Sobre o trabalho do DN

As peças do Diário de Notícias, de Nuno Coelho com Paulo Reis e Jorge Pinho, tem elementos a reter como o quadro das compras e vendas dos 4 maiores clubes da actualidade, várias formas de contratar que os clubes usam e o número de reforços da I Liga.

O desafio económico mais interessante são as condições de competitividade do futebol português que poderiam comportar um modelo eficiente financeiramente com eficácia desportiva ao actual melhor nível. Este seria o ponto central a gizar pelas condições de governance e de política desportiva.

Números redondos, o percurso do Porto é sem dúvida extraordinário com um ganho próximo dos 120 milhões, seguindo-se o Benfica com menos de 40 milhões e o Braga com 25 milhões. O Sporting está a pisar o risco fortemente vermelho de 15 milhões.

A comunicação social prefere olhar para os 'grandes' mas o equilíbrio tem de ser olhado de uma perspectiva integral do campeonato da I Liga.

No passado vários clubes médios desapareceram da I Liga como o Farense, o Amadora, o Boavista entre tantos outros e isso deveria ser avaliado nas suas consequências porque alguns destes clubes representam valor económico que por má gestão desapareceu da I Liga.

Economicamente não é razoável dizer que não existem alternativas para o modelo do futebol português.

O Fair-Play Financeira da UEFA vai introduzir alterações ao modelo europeu actual o que demonstra que existem alternativas ao elevado risco actual.

O Diário de Notícias trás hoje um trabalho sobre "Três grandes gastam 100 milhões de euros em reforços"

Fui entrevistado por Paulo Reis e irei fazer um poste mais tarde sobre o trabalho.

Ver anúncio do trabalho aqui.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Um feito do Atletismo digno de nota

Susana Feitor, Ana Cabecinha e Inês Henriques nas dez primeiras nos 20 km marcha nos mundiais de Atletismo na Coreia do Sul.
 ver artigo do Público aqui.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Agosto trouxe um novo blogue sobre direito e desporto

A sua animadora chama-se Marina Albino e o blogue Re( flectir) sobre Direito e Desporto, ver aqui.

É altura de deixar jogar, para o Desporto ganhar

Durante os últimos anos no Colectividade Desportiva e em 2011 neste blogue marquei uma posição crítica sobre o que se passava na política desportiva.

Tal como num jogo de xadrez ou de futebol ou do que se quiser, é chegado o momento de esperar pelo jogo do adversário de competição para o deixar respirar e poder colocar em jogo todo o seu potencial.

A capacidade de expor o jogo e de responder a esse jogo, éo que se passa no desporto diariamente e em todas as modalidades, é o que se vai passar.

Os tempos e os intervenientes são mais fluidos e indeterminados mas o espírito equivale-se. O espírito é o mesmo, o espírito é ganhar-lhes, para fazer o desporto português desenvolver-se sustentadamente.

Nesta fase do jogo e do campeonato uma intensicação do esforço é escusado e eventualmente mal compreendido.

Independente dos sinais e da postura, o jogo tem de correr e contar com o melhor do adversário ou adversários que aparecerem a jogo.

Esperemos todos que o ou os adversários consigam dar o seu melhor, não se dope, não seja corrupto, nem actue com violência.

Esperemos que não desiluda quem neles acreditou e surpreenda pela positiva aqueles adversários que têm capacidade de se surpreenderem pelas coisas boas.

Tenha princípios éticos elevados e com fair-play britânico saiba ganhar e saiba perder qualquer que seja o seu output desportivo no terreno de jogo.

Para que a população portuguesa maximize os benefícios que retire de um consumo desportivo pleno.

domingo, 28 de agosto de 2011

Segundo o Expresso de 28 de Agosto de 2011 o "Revisor oficial arrasa as contas do IDP"

O IDP e os seus congéneres anteriores tiveram inspecções das Finanças e do Tribunal de Contas que foram mais ou menor virulentos e que os presidentes em exercício nos momentos auditados tiveram de defrontar-se.
Neste caso parece ser a primeira vez que um revisor oficial tenha uma posição igualmente forte.
Junta-se o recorte do Expresso:

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O problema do risco moral

Os eleitores elegem os governos esperando determinados resultados a partir das promessas feitas pelos candidatos eleitorais.

Porém, o funcionamento das instituições que são lideradas pelo candidato vencedor tem características que os candidatos dominam e que são difíceis de controlar pelos eleitores.

O risco moral é o eleitor esperar que o PSD faça diferente e melhor do que o PS e depois não consegue distinguir a actuação de um e do outro.

No caso do desporto a austeridade imposta pela Troika amarra 3 candidatos que assinaram as propostas dos estrangeiros e o votante desportivo não compreende a relação entre as medidas da Troika e os desafios do desporto.

O discurso do candidato vencedor fala de austeridade, fica contente com os sub-20 e dá-lhes os parabéns pessoalmente na final, diz que vai poupar milhões com uma fusão de vários organismos, fala de sub-facturação na máquina do Estado e nada deste discurso fala dos desafios antigos do desporto nem dos novos que estão a surgir.

Os eleitores estão em branco porque eventualmente as suas preocupações serão:

  1. Como aumentar o consumo desportivo da população portuguesa para mais de 60% do seu total?
  2. Como capturar os benefícios externos gerados para dentro do próprio desporto?
  3. Como capturar os benefícios externos gerados para benefício escolar e de saúde dos jovens?
  4. Qual a dimensão do benefício total gerado pelo produto desportivo antes e depois de alcançada a meta dos 60% de prática?
  5. O discurso da austeridade e a poupança com a fusão terá impactos negativos no consumo desportivo de que dimensão? 
  6.  Que outras medidas deveriam estar a ser anunciadas?
O candidato vencedor é que conhece ou vai passar a conhecer a máquina do Estado para o desporto e isso levanta outro conjunto de questões:
  1. Está a orgânica do Estado e das federações preparada para desenvolver o consumo desportivo para mais de 60% da população?
  2. Se o produto económico do desporto valer 1,5 mil milhões de euros como diz o INE e o crescimento para os 60% de consumo desportivo valer 2,5 mil milhões de euros, está a orgânica do Estado preparada para regular bem esses 2,5 MM€?
  3. Ou pelo contrário a máquina do Estado e os eleitores estão mal preparados para implementar medidas de alavancagem do produto desportivo nacional? 
  4. Por exemplo, os apoios que o desporto tem dado para o desporto automóvel podem sustentar-se no orçamento do desporto ou deveriam ser contidos e diminuídos pela parte do desporto, indo buscar valias aos sectores do turismo e da economia que beneficiam dos 96 milhões de euros indicados pelo estudo económico do ACP? 
A questão relevante do risco moral é que a máquina do Estado nem o seu eleitorado não estará preparada 
para produzir desporto para a média europeia. Vejamos dois pontos:

  1. Em termos económicos pode dizer-se que a estrutura administrativa e jurisdicional criada é incapaz de produzir o diferencial de 1000 milhões de euros de produto desportivo necessário a Portugal aproximar-se mais rapidamente da média europeia. Estamos mal ao nível da máquina do Estado.
  2. Nenhum país do ocidente europeu durante o século XX e neste início de século XXI desenvolveu o seu desporto sem recurso a medidas de desenvolvimento sustentado e de eficiência económica. Os países do leste europeu procuraram manter resultados com a sua transição no início dos anos noventa e agora estão imparáveis. Estamos mal ao nível do conceito nacional de desenvolvimento do desporto.


Há desafios novos, muitos que são velhos, que surgem todos os dias e demonstram como tem havido lacunas de capital de regulação pública.

Esses desafios são a arbitragem, a compra de direitos do futebol profissional, a competitividade do futebol profissional, o imenso pacote das infraestruturas, a criação e formação de quadros técnicos qualificados, a falência dos clubes desportivos de base, o desporto para os jovens, o erro mantido da Fundação INATEL, a compreensão do desporto automóvel e das super-motos, o alto rendimento desportivo e a produtividade olímpica, os talentos desportivos nacionais, o mercado dos jovens jogadores profissionais,os mega-eventos desportivos, etc.

A regulação pela via legislativa do modelo desportivo português tem quase cem entradas no site do IDP e está feito com uma racionalidade que impede a competitividade desportiva, económica e social dos parceiros privados e que os leva a assumir comportamentos que visam a captura de rendas públicas.

O Estado tem pouca capacidade de regulação e potenciação pelo mercado privado destas parcerias como se observa nas palavras do presidente do ACP dizendo publicamente que o Estado lhe deve 2 milhões de euros de subsídios atrasados.

A máquina do Estado tem de ser capaz de atribuir aos agentes privados exactamente o valor de subsídio público equivalente ao benefício que a população beneficia e no caso vertente é questionável que tal esteja a acontecer estando o Estado a atribuir subsídios que não beneficiam os consumidores desportivos e são externalizados para agentes da indústria automóvel e do turismo.

O que acontece é que a máquina do Estado não tem a capacidade para analisar os impactos das suas medidas e a conceber medidas de racionalização e eficiência no mercado do desporto nacional que beneficiem as população e os agente locais.

A actual máquina do Estado central dá sinais à sua máquina local para racionalizar a sua acção em direcção aos agentes económica e socialmente mais activos não contrariando os ciclos de prosperidade e de declínio sectorial e sendo pró-cíclica investe nos mais activos no momento do crescimento e retira aos mais carentes no momento da austeridade.

Laurentino Dias terá dado subsídios ao desporto automóvel em 2008 com o momento de expansão económica e depois terá revisto esse posicionamento com a contracção o que parece ter sido correcto.

Ter-lhe-à faltado know-how administrativo, técnico e político para suportar a alteração da política adequada ao novo momento da economia do país.



Neste novo momento da economia do desporto a necessidade de uma nova máquina do Estado e das federações vai para bastante mais além do que as medidas de austeridade anunciadas a contento da Troika.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

É importante ouvir Rummenigge


Rummenigge revoltado com a FIFA, aqui, na peça do Expresso

O ex-jogador alemão Karl-Heinz Rummenigge, presidente da Associação de Clubes Europeus, criticou Joseph Blatter e pediu uma revolução contra a corrupção na FIFA.

"Não aceito mais que sejamos liderados por pessoas que não são sérias e limpas. É altura de intervir. Porque saber que algo está errado obriga-nos a mudar." Karl-Heinz Rummenigge, ex-jogador alemão e presidente da Associação de Clubes Europeus, teceu duras críticas à FIFA e ao presidente Joseph Blatter, em entrevista ao "The Guardian" .
Rummenigge diz mesmo que "há um processo diário de corrupção" no organismo máximo que rege o futebol e não confia em Blatter. "Blatter diz que está a lutar contra a corrupção, mas a verdade é que ninguém acredita no que ele diz. Não estou optimista com o futuro do futebol porque eles acreditam que o sistema está e é perfeito. O futebol é uma máquina de dinheiro, Mundial após Mundial. E, para eles, isso é o mais importante, mais do que ter uma gestão séria e limpa", explicou.
O presidente da Associação de Clubes Europeus diz que o organismo - que sucedeu ao G14, que reunia os principais clubes europeus - quer ter mais protagonismo nas decisões referentes ao futebol mundial. Até porque, diz Rummenigge, são os clubes que detêm os passes dos jogadores, mas o calendário está apinhado de eventos de seleções, em excesso.
Rummenigge diz que todos os participantes do futebol mundial - clubes, federações, jogadores, árbitros e futebol feminino - devem ter uma voz ativa, e promete novidades nos próximos tempos, caso a situação não mude. "Vou-lhes dar uma oportunidade, mas estou pronto para uma revolução, se é a única forma de encontrar uma solução.