quinta-feira, 31 de março de 2011

Sobre o debate da privatização da CGD

No blogue The Portuguese Economoy, aqui, diz Ricardo Reis que:

"This debate puzzles me. When I think of the big policy challenges in the Portuguese financial markets in the next 6-12 months, it is not privatizing the State bank that comes to my mind. Rather, it is whether or not to (partially) nationalize the private banks."

A questão sobre as opiniões distintas que as pessoas podem ter é o mais corriqueiro que pode haver para a saúde intelectual da sociedade portuguesa.


Entre os economistas a privatização da CGD toma posições diferentes prós, Álvaro Santos Pereira, e contra, Pedro Lains, enquanto Ricardo Reis coloca em cima da mesa a hipótese da nacionalização de alguns bancos privados portugueses.



No debate no Colectividade Desportiva sobre as questões do Direito do Desporto assumir posições diferentes da nomenclatura é heresia por parte de pessoas que assinam anonimamente e sugerindo que assumem posições oficiais.

A sugestão que instituições públicas e privadas de topo apenas se expressem pelo anonimato é uma figura inteiramente comprometedora, para não ir mais longe, para as ditas instituições.



Tomemos um caso em concreto relacionado com a economia do desporto e o tratamento que lhe é dado pela legislação portuguesa.

A comunidade espanhola de Valência publicou uma Lei do Desporto e da Actividade Física a qual possui inúmeras referências à economia e aos princípios económicos a que sujeita a produção da actividade desportiva valenciana.

Por este exemplo se vê o péssimo preconceito intelectual e o unanimismo do legislador e do decisor que na Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto de Portugal não usa uma única vez o termo economia e dela foge como 'o diabo da cruz'.

Mais importante ainda é que as consequências desse procedimento de retirar por lei a economia ao desporto português tem consequências que ou o legislador ignora ou actua com determinação clara, assumindo o prejuízo para o desporto, o que num caso e noutro é um acto preconceituoso contra o desporto português.

Estes actos não são contra a economia, eles são contra o desporto português porque para tratar das questões económicas do desporto os instrumentos mais eficientes são instrumentos económicos e não de qualquer outra ciência do desporto.

O que não quer dizer que a economia seja a única mas o que torna a liquidação efectiva da economia no desporto um acto gravoso para o desporto português é que se oferecem outras soluções como se fossem igualmente eficientes ou matando o debate técnico sobre o conteúdo e as implicações das políticas em todas as suas dimensões.

A história dos fundamentos e das consequências destes comportamentos poderá ser feita no futuro quando passar a haver mais informação e estatísticas que actualmente ou não são divulgadas ou não se sabe como analisar e compreender.

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