domingo, 31 de julho de 2011

Entre um murro no estômago e ficar com uma branca

Pedro Pestana Bastos, no Cachimbo de Margritte, aqui, está a favor da extinção do IDP.

PPB diz:
"Parece que a JSD está contra a fusão do Instituto da Juventude com a Movijovem e o Instituto do Desporto.

Eu também estou contra.
No estado do país são organismos da administração pública que deveriam ser extintos. O contribuinte agradecia. Ou será que não perceberam que não há dinheiro."

Laurentino Dias e toda a sociedade desportiva que contemporizou com o modelo de muitos anos não se vão reconhecer neste extremo de PPB. Mas toda a nomenclatura que produziu o desporto português nas últimas décadas e ainda ontem esteve no velódromo de Sangalhos a ver a conquista das medalhas pelas estrelas da Europa, pagas com o dinheiro da população local e do dinheiro que deveria ser investido, nesta fase, em alternativas desportivas, não compreende a dimensão do erro que vem acumulando.

Este pensamento de extinguir a agência pública do desporto é o de uma profunda iliteracia desportiva, em primeiro lugar, e de uma iliteracia europeia absoluta sobre os fundamentos greco-latinos da cultura e da civilização que emanou da Europa de há mais de 4 mil anos a esta parte para todo o mundo e cujo desporto é um elemento incontornável.

O poste no Cachimbo de Margritte é a ponta do icebergue dessa incompreensão social que foi formada pela actuação dos líderes desportivos incapazes de acumularem paciente e diligentemente o capital cultural e civilizacional que o desporto fez em toda a Europa e no mundo.

A falência do desporto moderno em Portugal deve-se à possibilidade de várias improbabilidades europeias:
  1. que o desporto é um bem privado e não público
  2. que os impactos do produto público do desporto podem ser obtidos apenas pela produção privada
  3. que os subsídios públicos para o desporto devem privilegiar os mega-eventos, os ralis, a fórmula um, os autódromos, o Paris-Dakar, e outros produtos desportivos que interessam ao turismo ter no seu cabaz de oferta turística nacional, como está expresso no programa do XIX governo constitucional
  4. que não havendo um produto público não há a necessidade de uma agência pública central
  5. que o desporto não é um sector vital, estrutural e central, para a criação do capital humano e social e o crescimento da produtividade da população e da sociedade portuguesa visando a média europeia
A actuação pública cada vez mais baseada em princípios de apropriação das rendas financeiras e do orçamento público do desporto pelos agentes politicamente mais activos tem um sentido de esvasiamento do produto desportivo enquanto capital comum da população portuguesa.

Haverá quem do PS esteja a gozar perdidamente e já a sonhar, com uma vingança fria, sobre a forma de levar ao Parlamento pós-Passos Coelho o documento a anular os actos agora feitos e a obter a maioria da votação parlamentar, incluindo das bancadas do PSD e do CDS.

Dizem os historiadores que a história primeiro acontece como tragédia e depois como comédia.

A história das leis de bases foi certamente a da tragédia, iremos ver que comédia para a história dará futuramente.

Só que o PS não deveria estar a gozar e a rir-se porque o drama do desporto são estas histórias de ineficácia política que se repetem ao longo das décadas e que prejudicam a população portuguesa em milhares de milhões de euros de bem-estar social.

sábado, 30 de julho de 2011

O IDP Morreu! Viva o Desporto!

A dúvida exige que se questione o grau de compreensão do que é o desporto português para o XIX governo.

O Conselho Nacional do Desporto foi um repositório de velhas figuras gradas do desporto com destaque para aqueles que através do futebol conseguem os lugares em programas de grande audiência e conteúdo desportivo inferior.

No passado ainda houve programas nas televisões que debatiam ideias gerais do desporto o que com a legislatura anterior foi definitivamente abolido.

A ordem foi calar o debate da qualidade, dos fundamentos e das vias do desenvolvimento sustentado.

A morte do IDP foi ditada pelo contrato-programa feito com o COP de cerca de 14 milhões de euros cujas funções públicas são de colocação orçamental e cabimentação administrativa e de nulidade de reolução de desafios.

O CND nada trabalhou de prospectiva e o IDP é um repositório de artigos legais sem expressão desportiva e sem investigação adequada aos desafios colocados pelo futuro do desporto nacional.

O livro de estatísticas publicado pelo IDP não fala do futuro nem discute as suas possibilidades.

O IDP foi morto por um conjunto de elementos onde o CND é a figura preponderante por, por assim dizer, conteria as forças capazes de questionar  se o Rei ia nu e quais as razões desse facto.

O CND e todos os seus componentes individuais marcam o cúmulo de uma política desportiva tendencialmente voltada para manter a situação desportiva igual a si memsa.

O IDP foi morto pela oposição que não o foi.

A oposição calou-se, teve os seus membros capturados por Laurentino Dias e por Vicente Moura.

Como se diz, iam-lhes comer às mãos, reverenciados e agradecidos sendo capazes se o mando o exigisse de matar.

Mataram o IDP e mataram o desporto.

Felizes estiveram e foram protagonistas em todas as cerimónias organizadas pela CDP, COP e organizações públicas.

Toda esta situação não é simples e o trabalho a realizar é tremendo, seguindo a terminologia em voga.

Na fusão do desporto com a juventude

Sugeri desde inícío do blogue em fevereiro a concentração no IDP de funções que estão noutros organismos como a Juventude e o INATEL.

Não posso pois regeitar a medida do governo de fundir o desporto e a juventude.

Não falarei das novas tecnologias que vêm com o pacote.

Há a necessidade de distinguir o desporto e a juventude.

O desporto é um sector produtivo para gerar bem estar, promover a auto-imagem e a auto-estime pessoal, local, regional e nacional e a juventude é um programa transversar a muitos sectores da actividade como o desporto, educação, saúde, economia, etc.

Os passos coerentes da fusão seriam:
  1. atribuir aos diferentes ministérios aquilo que lhes cabe da juventude
  2. reforçar a juventude no desporto com programas na área do desporto jovem principalmente no desequilíbrio entre homens e mulheres, os imigrantes, os carenciados, nomeadamente com programas entre a educação e o desporto
Para reforçar os benefícios da juventude o papel do desporto não é fazer tudo mas envolver o país.

Neste sentido há dois níveis fundamentais de diálogos públicos a encetar pelo Ministro do Desporto:
  1. O contacto com o Ministro da Educação
  2. O contacto com a Associação Nacional de Municípios
Há um terceiro nível de questões para o desporto trabalhar que é a estruturação da regulação pública do desporto através da reforma das funções centrais do desporto IDP ou seu sucedâneo as quais deverão incluir:
  1. o elevar das funções do IDP, que se conseguirá através de três medidas
    1. criar uma estrutura técnica desportiva competente de nível regional que se move entre autarquias, associações desportivas e a educação
    2. a desconcentração de funções administrativas de produção desportiva local para as autarquias
    3. a descentralizaçãode funções de regulação privada para o COP/CDP
  2. a especialização das funções centrais em áreas como:
    1. recreação, em termos gerais para potenciar os 99% do produto desportivo nacional (o número é propositadamente abrangente)
    2. alto rendimento, maximizar os actuais e restantes 1% do produto desportivo, vulgo Jogos Olímpicos
    3. desporto profissional, racionalizar o desporto profissional que está integrado no 1% anterior mas que é distinto e se relaciona mais com as modalidades de equipa. Actualmente e numa palavra o IDP enquanto organismo da função pública não sabe nada de desporto profissional
    4. prospectiva e investigação
Há a necessidade de criar massa crítica no desporto português sobre estas matérias e principalmente ir sugerindo soluções para que ou este governo as aproveita ou fora dele comece a haver capacidade de pensar e a acreditar que há mais soluções para além das que o governo promove.

Como se sabe no governo anterior houve terrorismo e propaganda que impedia a menor das discussões e contributos que saíssem fora do controlo de suas excelências.

Este governo tem um programa cujas entrelinhas se vão conhecendo e compreendendo.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Apenas uma pergunta

Face a esta notícia, aqui:

"... a fusão, num único organismo, do Instituto Português da Juventude, Movijovem, Instituto do Desporto de Portugal e Instituto para o Desenvolvimento para as Tecnologias de Informação."


O Desporto Português sabe o que é o Desporto Português?
 
Não contesto a fusão, apenas pergunto se alguém antes da fusão sabe, tem bem presente quanto à realidade e quanto às opções de política o que é e o que se procura com o desporto português, e que esse conhecimento seja consensual entre os parceiros desportivos sobre o que é o Desporto Português.
 
Caso alguém o possa apresentar com claridade será possível compreender o que quer que se faça a seguir, com a fusão anunciada hoje na Assembleia da República pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
 
A minha opinião é que ninguém sabe. Perderam-se mais duas legislaturas em que o desporto não acumulou governance, reputação e capital humano de excelência.
 
O facto que ninguém no desporto sabe que rumo está a ter o sector é que o líder do sector fala dos seus problemas e do que lhe aconteceu no passado e não fala nem de desporto, nem do futuro.
 
Obviamente a responsabilidade de Alexandre Mestre perante o Desporto e o Futuro Desportivo dos Portugueses é colossal.
 
O primeiro passo a analisar e compreender são as razões que sustentam esta medida de política.
 
O programa do PSD e do CDS não consideram a extinsão do IDP.

À consideração dos parceiros sociais locais antes de se envolverem em sonhos na I Liga de futebol

O empresário Rui Nabeiro retirou o Campomaiorense do futebol profissional e apoia a festa que engalana as ruas de Campo Maior o que lhe custa mais de 800 mil euros por edição da festa que é quando a população de Campo Maior decide fazer.

Segundo a notícia de uma das televisões esperam mais de milhão e meio de visitantes em Agosto.

A reportagem mostrou o caldo de cultura social que envolve o evento e que mobiliza toda a população que engalana mais de 100 ruas de Campo Maior.

A população dedica meses a preparar as flores de papel em grupos de trabalho que competem por criarem a melhor rua, o que não tem um prémio material a não ser o reconhecimento de todos pelo melhor trabalho apresentado.

O que Rui Nabeiro observou terá sido que o investimento na equipa para a I Liga de futebol ia para jogadores cada vez mais caros e sem o envolvimento e carinho patente na actual organização de festas de flores de papel e sem prémios materiais.

Rui Nabeiro enche os Campomaiorenses de orgulho com flores de papel que murcham rapidamente mas cuja memória do feito perdura para além das décadas.

Encontrrar este produto social não é para todas as sociedades nem para todos os empresários, nem para todas as sociedades.

Há alguns anos o desejo de ganhar notoriedade todos os anos levou os organizadores a forçarem a população ao trabalho quase constante o que obrigou a repensar todo o projecto face ao esgotamento que gerava no seu capital social.

Actualmente a realização é mais larga no tempo e o último terá sido há cinco anos.

O futebol como um todo ou as diferentes modalidades desportivas deveriam olhar para este exemplo e conceberem modelos de envolvimento social cativantes e alavancadores do potencial social e humano que cada uma tem para oferecer às populações locais.

Rui Nabeiro também não criou todo o seu Campo Maior sem resolver os desafios que se lhe foram colocando como o da saída do campeonato profissional de futebol, para encontrar a escala do interior alentejano.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Por um Verão desopilante Luís Fernando Veríssimo fala de hemorróidas

Para quem desconheça o pormenor: Luiz Fernando Veríssimo é filho do escritor Erico Veríssimo, autor de "Olhai os lírios do campo", "Saga", "Música ao longe", "Um lugar ao Sol", "Clarissa" e outros. O género do filho é diferente, mas é também genial...

[Operado de hemorróidas] - Luiz F.Veríssimo..Ahahahahahah


Ptolomeu em 150 d.C. falava que a terra era o centro do universo e que tudo girava em torno dela, foram precisos cerca de 1400 anos para esta teoria ser rebatida por Nicolau Copérnico provando para a humanidade que o Sol sim era o centro.

Eu. Simplesmente eu, descobri em apenas três dias, após 56 anos, que ambos estavam redondamente enganados: o centro do universo é o cu. Isso mesmo, o cu!

Operei de hemorroidas em caráter de urgência algumas semanas atrás.

No domingo à noitinha, o que achava que seria um singelo peidinho, quase me virou do avesso.

“É difícil, mas vamos ver se reverte”, falou meu médico. Reverteu merda nenhuma, era mais fácil o Lula aceitar que sabia do mensalão do que aquela lazarenta bolinha (?) dar o toque de recolher.

Foram quase 2 horas de cirurgia e confesso não senti nadica de nada, nem se me enrabaram durante minha letargia!

Dois dias de hospital, passei bem embora tenham tentado me afogar com tanto soro que me aplicaram, foram litros e litros; recebi alta e fui repousar em casa. Passados os efeitos anestésicos e analgésicos, vem a “primeira vez”.

PUTA QUI PARIU!!! Parece que você ta cagando um croquete de figo da Índia, casca de abacaxi, concha de ostra e arame farpado. É um auto-flagelo.

Por uns três dias dói tanto que você não imagina uma coisinha tão pequena e com um nome tão reduzido (cu) possa doer tanto. O tamanho da dor não é proporcional ao tamanho do nome, neste caso, cu deveria chamar dobrovosky, tegulcigalpa, nabucodonosor.

Passam pela cabeça soluções mágicas:

Usar um ventilador! Só se for daqueles túneis aerodinâmicos.

Gelo! Só se eu escorregar pelado por uma encosta do Monte Everest.

Esguichinho d’agua! Tem que ser igual a da Praça da Matriz, névoa seguida de jatos intercalados.

Descobri também que somos descendentes diretos do babuino, porque você fica andando como macaco e com o cu vermelho; qualquer tosse, movimento inesperado, virada mais brusca o cu dói, e como!

Para melhorar as “idas” à privada, recomenda-se dieta na base de fibras, foi o que fiz: comi cinco vassouras piaçaba, um tapete de sisal e sete metros de corda.

Agora sei o sentido daquela frase: “quem tem medo de cagar não come!”

Perdi 4 quilos; 3,5 de gordura e 0,5 de cu.

Tudo valeu, agora já estou bem, cagando como manda o figurino, não preciso pensar para peidar, o cu ficou afinado em ré menor, uma beleza!

A foda é que usei Modess por 20 dias após a cirurgia e hoje tou sentindo falta dele!

Em 'off' Vicente Moura terá mostrado o seu contentamento com a nomeação de Alexandre Mestre

Primeiro - Confirma-se a falta de projecto olímpico e de futuro para o desporto nacional

Nas últimas entrevistas a um ano dos Jogos Olímpicos Vicente Moura repetiu várias afirmações que já tinha feito anteriormente:
  1. foi empurrado para sair
  2. ficou porque quis
  3. os atletas devem prestar muita atenção com o que dizem
  4. não fala de medalhas
  5. acordou com o Secretário de Estado do Desporto, à altura, não falar de medalhas
  6. assinou um contrato-programa com o Estado apenas para o projecto olímpico ate 2012
    1. para receber cerca de 14 milhões de euros
    2. não definindo objectivos concretos mas propositadamente vagos
  7. os pagamentos estão a ser realizados atempadamente
  8. chegou ao fim e vai dar lugar a outros líderes mais jovens
Como conclusão surgem duas constatações:
  1. Vicente Moura está cansado porque repete as mesmas ideias há alguns meses a esta parte e já não esconde sequer que não olha para o futuro
  2. Já em 2008 Vicente Moura não tinha um projecto de futuro que não fosse o prolongamento da sua estadia no COP, para contradizer 'todos os que o empurravam'
Eu tenho respeito por Vicente Moura e pela via que conseguiu trilhar para acumular um capital de reputação do COP que antes era desconhecido face à dimensão entretanto alcançada.

A imagem exterior deste feito foram as vitórias dos grandes atletas portugueses em Jogos Olímpicos, foi a sede e todo o imobiliário construído e adquirido pelas federações e os momentos de euforia desportiva nacional que se cruzaram com o Euro 2004.

Outros dirigentes desportivos também tiveram percursos semelhantes e tenho por eles igual respeito variando claro está por motivos que não importa aqui acrescentar.

Não me custa reconhecer o mérito de pessoas que tenho criticado claramente ou de tantos outros com quem me cruzo nos blogues de forma mais forte.

Isto é para dizer que o respeito pela pessoa e pelo trabalho demonstrado existem e existe o sentido da crítica feita sobre o que vai acontecendo e que esta última parte é decisiva para conseguir distinguir o que faço daqueles que o não conseguem ou não querem fazer.


Segundo - todos contentes com Alexandre Mestre

Só a frontalidade perante os acontecimentos é que permite passar ao nível seguinte dada a gravidade do que se passa no desporto português.

O COP terá um presidente novo dentro de 12 a 18 meses.

O Governo que está em funções há mais de um mês irá trabalhar com as federações parcelarmente em mais de 25% do seu mandato, o que significa que terá de manter o diálogo fragmentado até ao fim.

Dado que o presidente do COP não fala do futuro, que não seja não falar de medalhas em 2012, o Governo não vai ter um interlocutor que represente o sistema desportivo.

Vai reunir com o Futebol e o Atletismo e todas as outras federações, uma à vez.

Certamente que todas vão ficar contentes com a nomeação de Alexandre Mestre mesmo que não tenham ideias para apresentar publicamente sobre o futuro do desporto português e das suas modalidades.


Terceiro - há um futuro?

Vamos supor que o óptimo de governance da política desportiva é ter um interlocutor único para a estratégia do desporto nacional.
Há duas formas de preencher o tempo até ter um líder do desporto português:
  1. trabalhar para conseguir os pagamentos atempados acordados para o COP fintando a austeridade
  2. trabalhar para o futuro com a austeridade
Vicente Moura está dentro da primeira hipótese e deveria ser dado a entender a outros líderes do desporto que o seu tempo já chegou ao fim há muitos anos e que não deveriam impedir por mais tempo que novos líderes assumam os destinos do desporto português.

Perder mais um ano num momento de crise profunda e múltipla, incluindo a austeridade, só para pessoas que já estão noutra.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O programa de longo prazo do desporto português

O programa deve ter vários capítulos ou ordens de preocupação que são sucintamente:
  1. produto desportivo
  2. produção e factores
    1. associativismo e empresas
    2. recursos humanos
    3. infra-estruturas
    4. ...
  3. dimensão económica e social
  4. suporte legislativo
Não é meu objectivo esgotar matérias mas antes apontar áreas de complementaridade e sequenciamento.
Por exemplo, o produto surge em primeiro lugar para determinar o desporto a produzir, enquanto a economia avalia as possibilidades e as dinâmicas macro e o direito equaciona os actos da legislatura quanto à produção, subsídio e à criação de leis e regulamentos.

Porque vejo a necessidade de apresentar esta elencagem. Na legislatura anterior a área das ciências sociais foi inexistente por esmagamento do orçamento público e do legislativo.

Em legislaturas anteriores houve a preferência pela contratação de empresas multinacionais que trazem modelos chave-na-mão e que acabam por perguntar a quem está o que é o desporto para poderem fazer o seu trabalho. Se se repetirem estas experiências e se chegar a bom porto, será a primeira vez.

Em legislaturas anteriores também não se usou apresentar uma Visão, um Livro Branco, uma prospectiva. Estes documentos são perigosos para os líderes públicos porque estabelecem horizontes aos líderes privados que politicamente não se querem assumir para a população portuguesa.

A existência de uma Visão, feito pela UEFA, ou de um Livro Branco, feito pela União Europeia, seriam documentos coom debate marcado para o Conselho Nacional do Desporto e para a Assembleia da República.

O Governo deverá apontar para níveis superiores de feitura de política desportiva acima do realizado no passado.

Isso seria benéfico para o desporto e a população portuguesa.

Novas regras de controlo financeiro na liga Espanhola

Ver o link da Futebol Finance aqui.

A necessidade de um programa de longo prazo

O desporto como produtor de bens cuja essência é a actividade física e visa o bem-estar de toda a população exige um programa estrutural e de longo prazo, de muito longo prazo.

Há razões que demonstram as consequências nefastas desta falta de programação.

Por tradição os ministros e os secretários de Estado, assim como, os presidentes da república, os primeiros-ministros e a Assembleia da República não falam estruturalmente sobre o desporto.

O discurso sobre desporto enquista-se no futebol profissional amedrontando os líderes públicos desprovidos de uma Visão enformadora das imensas e plurais potencialidades do desporto português.

Exemplo desta desconformidade é o responsável do COP com um discurso que repete sobre o que não fala, sobre as pressões para não falar, sobre as ilegalidades praticadas com o Estado, sobre as perseguições para correr com ele mas que ele os topo a todos, mas não projecta o futuro do que irão ser os futuros jogos olímpicos para Portugal e também critica as federações de que ele se alimenta, como as colectivas.

Noutra dimensão a lacuna da existência de um programa de longo prazo é tratada por opinion makers que questionam a razoabilidade das medalhas ou se o futebol profissional deve ou não receber financiamentos do Estado. No primeiro caso, das medalhas, há diferentes níveis de organização da produção de resultados desportivos e as medalhas constituem um indicador sintético que permitem apurar com exactidão o cumprimento de princípios de ética a que estão ligados os responsáveis das instituições desportivas, assim como, da boa aplicação de dinheiros públicos. No segundo caso, trata-se de uma falsa questão porque o Estado financia organizações privadas quando há falhas de mercado e constatando a existência de falhas é razoável o financiamento independentemente da finalidade da organização ser lucrativa ou não.

A falta do programa acontece a par da ineficiente contratação de estudos e análises, da falta de diálogo e de instituições de apuramento de consensos abertas à sociedade e capazes do nível mais alto de debate sobre políticas desportivas.

Os dois exemplos de opinion makers que indico são de funcionários ou de ex-funcionários com responsabilidades elevadas junto de decisores desportivos, demonstra a fragilidade tradicional da formação da decisão de política desportiva em Portugal. Esta forma de actuação esconde os fundamentos das decisões tomadas, quando não as aprofunda, quando não as discute aberta e tecnicamente e quando não aceita a avaliação das consequências da sua aplicação e do desempenho.

Em consequência os resultados desportivos são menores.

Esta é uma forma de actuação pública que afecta os líderes desportivos privados os quais apenas reivindicam o cumprimento do pagamento das tranches acordadas em contrato-programa num valor de dezenas de milhões de euros, o que não preocupa um Estado que deve milhares de milhões de euros em atrasados a múltiplos sectores económicos.

Libertar o desporto no domínio económico é favorecer o seu debate enriquecendo, através de instrumentos económicos bem solicitados e bem feitos, o debate dos parceiros desportivos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Ajudar o Sr. Comandante Vicente Moura e o Sr. Dr. Laurentino Dias a evitar incorrerem em ilegalidades

Vicente Moura fala muitas vezes. Os atletas olímpicos, treinadores e líderes, falam pouco e parece que foram mandados calar. Nos outros países não acontece ter-se medo dos atletas falarem e assumirem os lugares de direcção nas organizações desportivas.

De cada vez que VM fala, mais a dúvida se instala sobre os fundamentos éticos, desportivos e legais da bondade de não assumir a conquista de medalhas olímpicas em Londres 2012.

Vejamos as frases que se vão repetindo, para que alguém o ajude a não cometer ilegalidades ou falta de ética olímpica.

Diz o Público, sublinhado meu:
“... o programa que assumi com o governo não prevê lugares de pódio, prevê boa representação, condigna, etc... mais atletas, talvez mais modalidades, mas não mais do que isso”, justificou o presidente do COP.

“Estou ‘proibido’ de falar em medalhas e não falarei até aos Jogos ... Não vamos até Londres assumir nenhum lugar de pódio, nem eu, nem o chefe de missão, mas que podem acontecer, podem”, salientou."


Primeiro nível de perguntas

Nos outros países também é assim ou há um claro assumir do risco do cargo que se ocupa e pelo qual se é remunerado?

Segundo nível de perguntas

É legal fazer um contrato-programa em que o Estado se compromete a atribuir um determinado montante financeiro público sem indicar a que se destina esse subsídio e concretamente ao objectivo fulcral, o número de medalhas?

Caso seja ilegal ele não estará a arrastar com o ex-Scretário de Estado do Desporto?

O Tribunal de Contas, o Ministério das Finanças, o Conselho Nacional do Desporto e a Assembleia da República aceitam este possível esbanjar de recursos públicos em que não há uma clara definição de objectivos desportivos?

Se não se assume o número de medalhas como é que foram calculados os milhões de euro para o projecto de Londres 2012?

Terceiro nível de perguntas

Há ética olímpica perante o espírito universal e perante os atletas, os treinadores e os líderes das modalidades fugir a assumir a candidatura e a ambição de lutar pelo pódio com frontalidade e assumindo em plenitude os resultados dessa ambição nacional?

Quarto nível de perguntas

É possível a qualquer cidadão português fazer um contrato-programa com o Estado em que o objecto seja "boa representação, condigna, etc... mais atletas, talvez mais modalidades"?

Quinto nível de perguntas

Isto vai continuar a ser assim?


Há vários milhões de portugueses que gostariam que lhes explicassem estas questões muito devagarinho para eles poderem fazer pela sua própria vida, também.

Temos discurso com sentido. Puxemos por ele.

Segundo a comunicação social na Comemoração da República no Desporto houve duas intervenções sobre a definição de desporto. Diz a notícia:

"A questão da diversidade da nomenclatura do sector – desde educação física até desporto, passando por cultura física e tantas outras expressões – também mereceu um comentário de Manuel Brito, vereador camarário, e uma sugestão de Alexandre Mestre, para ser tida em sede de revisão constitucional.


O secretário de Estado apelou para que o meio académico chegue a um consenso terminológico. "Será porventura uma oportunidade boa para as Ciências do Desporto chegarem a uma uniformização conceptual, se é que Desporto em si não encerra já todas as outras definições", disse."

Uma definição deste género não poderá ser universal porque a sua riqueza relaciona-se com a apropriação dos agentes de acordo com os seus interesses particulares.
 
Cada instituição, organização e documento tem a sua missão e objectivo que pode ou não ser explícito no conceito geral. Para isso cada instituição, organização e documento deverá particularizar a sua razão desportiva.
 
A Motricidade é seguida em Lisboa e o Desporto no Porto.
 
A liberdade total dos agentes é reconhecida na aceitação de um  nome comum para a área, para o seu padrão. Desporto não é Direito, Saúde, Engenharia, Arquitectura, etc.
 
A frase "se é que Desporto em si não encerra já todas as outras definições" é fulcral, porque o nome de guerra do Direito é Direito e de Economia é Economia, tal como, Matemática, Português, Educação, Saúde, etc.
 
A legislatura anterior não compreendeu que ao colocar a Actividade Física estava a andar para trás no conceito fundamental.
 
O mais importante da Actividade e da Condição Física são os programas que a operacionalizam no seio da produção desportiva nacional.
 
Se se indicar na Constituição o conceito de Desporto por uma vez ficaria claro o nome do sector.
 
Esta parece a posição do PSD.
 
Será que o PS e o PCP concordarão em deixar cair a actividade física e a cultura física?

Ter uma Visão do futuro olímpico de Portugal

O povo português como todos os povos europeus e de todo o mundo aspira a que os seus jovens se batam nos Jogos Olímpicos para conquistar medalhas e classificar-se entre os melhores.

O orgulho por todos os que conseguiram o ouro, a prata e o bronze olímpico não é menor para aqueles que com ele sonharam, lutaram, deram contributos imensos das suas vidas jovens e alcançaram um máximo inferior ao óptimo que é alcançar um dos três primeiros lugares.

Idealmente o próximo líder olímpico deveria ser alguém que assumisse o futuro e o exemplo de todos os atletas que dão as suas vidas pelo ideal olímpico de todos os portugueses.

A diferença em relação à Europa é que Portugal não consegue conquistar a mesma proporção de riqueza olímpica que outros países conseguiram e conseguem.

Na Europa, Portugal é o último entre os países com a sua dimensão.

O desenvolvimento do desporto português tem sido significativo e isso deve-se ao esforço de todos os que em todos os segmentos desportivos deram o seu máximo e esses passos não devem ser esquecidos.

As federações são organizações que estabelecem metas estratégicas e os clubes os locais de produção do produto desportivo e olímpico.

Fruto do imenso capital investido no desporto português foi possível às federações e outras organizações desportivas criarem sedes, museus e corpos de líderes, técnicos, praticantes e adeptos cuja acumulação de capital humano e social não tem igual no passado desportivo e olímpico português.

Portugal tem estado a investir imenso capital financeiro e os resultados por vezes ganham uma visibilidade grande e outras vezes não são totalmente compreensíveis.

Os resultados do alto rendimento, principalmente no desporto profissional do futebol, tem uma visibilidade grande enquanto as causas desse sucesso necessita de uma maior análise e compreensão.

Olhar apenas para as sedes, os museus e as candidaturas a megaeventos é um discurso desajustado no tempo e nos princípios.

Fazer o mesmo discurso à volta da sede, do mudeu, da viagem com todos os atletas, do contrato em que não se fala das medalhas a conquistar é a marca das legislaturas que passaram.

As medidas de austeridade da troika que o governo se comprometeu a cumprir exige que um produto desportivo como as medalhas não seja escondido por líderes e lideranças frágeis que não ousam falar das medalhas e mobilizar os patrocinadores privados a envolverem-se no sonho olímpico e repartirem com o Estado o ónus do investimento para alcançar o produto de excelência olímpica.

Os futuros líderes desportivos devem ser líderes fortes não temendo assumir as suas responsabilidades, o risco de terem de explicar porque não foi ganha a medalha e terem uma posição ética e de governance inequívoca de nível europeu.

A outra atitude frágil e medrosa é não falar das medalhas a que Portugal se candidata. Desportivamente é inqualificável, económicamente é um prejuízo de quem vive do erário público.

Contratualizar em documentos ou actos públicos que ninguém vai falar das medalhas porque se pode perder é um logro que órgãos como o Tribunal de Contas e o Ministério das Finanças não deveriam aceitar.

Esta é uma péssima imagem que o desporto dá de si para a sociedade e para os próprios atletas e que naturalmente não se poderá esperar com estes propósitos mobilizar e galvanizar a sociedade a companhar o sonho olímpico.

Vai Portugal continuar a assumir o temor anterior e o custo do projecto olímpico exclusivamente para os entes públicos, como está escrito em inúmeras entrevistas nos jornais nacionais?

Quando é que Portugal vai ouvir, de líderes de corpo inteiro, cabeça levantada e olhar frontal, qual o número de medalhas a que o país se candidata em Londres 2012?

A notícia desportiva do dia é a entrevista do presidente do COP

Ver aqui no Público.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Londres2012: Governo garante que despesa em infra-estruturas ficará abaixo do previsto

Segue a transcrição total da notícia da TSF, aqui.

O custo com a construção das infra-estruturas dos Jogos Olímpicos de 2012 em Londres será inferior ao orçamento inicial de 9,3 mil milhões de libras (cerca de 10,5 mil milhões de euros), estima o Governo britânico.

Um relatório publicado na passada semana indicava que as despesas tinham descido relativamente ao trimestre anterior e a expectativa é que os trabalhos terminem abaixo do montante previsto.

Um ano antes do início dos Jogos Olímpicos, que começam a 27 de Julho de 2012, 88 por cento das obras estão terminadas, revelou a Autoridade de Execução dos Olímpicos no relatório trimestral.

O ministro inglês dos Desportos, Hugh Robertson, saudou o facto de «a construções para os Jogos estar adiantada no tempo e abaixo do orçamento».

Um marco importante foi o fim da colocação, em Março, do relvado no novo estádio olímpico pelo atleta namibiano Frankie Fredericks, vencedor de quatro medalhas de prata, nas provas de 100 e 200 metros, em Barcelona1992 e Atlanta1996.

Só o estádio, cuja construção começou em maio de 2008, custou 486 milhões de libras (cerca de 552 milhões de euros).

sábado, 23 de julho de 2011

Os heróis da Canoagem: As sete tripulações apresentadas por Portugal classificaram-se todas no "top 10" dos europeus.

Ver aqui a notícia da TSF

O que está em causa é o Desporto Português

Luís Leite repete à saciedade no Colectividade Desportiva que o IDP não lê os documentos das federações.O que nesta acepção não é verdade porque o IDP aceita o que as federações propõem, só que não tem dinheiro para mais.

Há anónimos que fazem listas exaustivas dos méritos do Governo Sócrates no desporto. É aceitável que o façam, assim como é aceitável que outras pessoas tenham dúvidas sobre a bondade destes exercícios sobre si mesmos.

José Manuel Constantino refere que as federações podem nunca aumentar o seu produto desportivo e receber financiamento público. O que é uma realidade.

José Manuel Meirim constata que os programas dos governos são iguais. A leitura dos programas do PS e do PSD são bem distintos.

João Almeida garante que imensos conceitos europeus vão ser aplicados no desporto português e muito vai ser diferente. O PS tem-lo feito há décadas, porque é que agora será diferente?

No seu início o programa do XIX governo fala de Desporto Com Todos (será este um dos novos conceitos referidos por João Almeida?) e Desporto Para Toda a Vida e depois até ao fim fala apenas do alto rendimento.

Alexandre Mestre e João Bibe vão ser a ossatura da legislatura do governo no desporto e vão cumprir o programa e as medidas de austeridade. Os seus propósitos e determinação são claros e há que ter a certeza que o objecto do governo vai ser cumprido e ambos já demonstraram que são capazes de fazer aquilo para que são nomeados, tanto na eleição para o jurista mais influente do mundo, como para cumprir até ao cêntimo o objecto dos Governos no investimento dos estádios do Euro2004.

Há quem diga , eu, por exemplo, que os desafios do desporto estão para além do programa do XIX governo e das medidas de austeridade da troika. Estes dois instrumentos são o invólucro que vai enformar a actuação das federações na presente legislatura.

Há mais acontecimentos a mexerem com o Desporto como a iniciativa do Benfica e de Pais do Amaral face aos direitos da Sport TV, assim como, o estudo da Liga de Futebol e a formação de fundos de investimento para apoiarem a contratação dos maiores clubes portugueses, eventualmente a entrada de investidores estrangeiros no futebol português. A eventual recandidatura de Gilberto Madail e de Vicente Moura serão elementos preponderantes na legislatura.

Esta desconformidade do programa do governo e a dinâmica 'incontrolável' do mercado privado não quer dizer que o Governo através de Alexandre Mestre e João Bibe estejam em maus lençóis. À medida que os documentos e as decisões são tomadas há sempre aspectos novos a surgirem e a sugerirem dificuldades tal como acontece com o programa da troika e a acção do governo.

O PSD necessita de uma equipa forte e contraditória para defrontar os problemas do desporto. É aqui que está a rosa de Alexandre Mestre. Refiro-me a ele porque ele agora está sozinho e tem de ser ele a mostrar que chefia a orquestra como fez Laurentino Dias. Com este último houve resultados divergentes que não parece haver interesse numa análise aprofundada e independente. Há que dar tempo, ao tempo?
 
Os documentos apresentados e os acontecimentos desportivos estão aí para testar a solidez da equipa de Alexandre Mestre e se o que vai resultar no fim é bom para o desporto.
 
O que está em causa é o desporto português.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Há pessoas que ainda não perceberam o que se passou

A recente posição de anónimos em blogues sobre nomeações do governo no desporto  sugere a velha questão "ouve o que eu digo, não faças o que eu faço".

Há nomeações no desporto que sugerem erros cometidos por pessoas que querem ficar como grandes líderes e há currículos incompletos sobre erros passados que não passam para o futuro.

Esta limitação tem um  nome e é um problema de governance da liderança do desprto português.

O desporto tem de criar instituições capazes de nomear os melhores em cada área e tem de conseguir debater os programas e os estudos antes de serem um factoconsumado ou de dífícil emenda.

O óptimo exiguiria que o PSD e o CDS tivessem feito um outro programa dadas as enormes limitações do presente documento.

Feito e aprovado o programa é coerente nomear os líderes de acordo com esses critérios, afinal inferiores.

Foi isto que fez o PS nos seus programas eleitorais e nas suas nomeações de dirigentes desportivos.

O corropio de líderes que entraram e saíram mostraram a fraqueza do conceito inicial.

O desporto deve conseguir escrutinar os programas e os líderes antecipando falsas soluções.

Agora o que fazer com o que se passa?

Boa pergunta, não é?

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Qual será o segredo das vitórias consecutivas dos sevens

Portugal sagrou-se campeão europeu pela oitava vez consecutiva.

Qual será o segredo?

Online gambling: EU puts Germany under pressure

Ver aqui as preocupações europeias acerca das apostas online no desporto.

Hablamos de Deporte

Aqui está o link para o estudo sobre a prática desportiva feminina e masculina espanhola onde se distingue causas, consequências e soluções.

O desporto português necessita de espíritos iluminados, liderança e democracia

A situação a que chega o Leiria só é possível pela falta de governance na liderança do desporto português com a falta de decisão sobre os problemas.

O futebol é a actividade desportiva com maior sucesso na opinião pública, apenas acompanhada pelo atletismo com menor visibilidade mediática e os problemas claramente não são resolvidos ao longo de anos e anos.

Há falta de decisão para o diagnóstico dos problemas, falta de estruturas e formas de consensualização das resoluções visando o bem comum,

Há líderes e estruturas corporativas que existem ou são nomeados pelo currículo que têm, fazem os seus trabalhos e depois vão-se embora sem terem acumulado alguma massa crítica no e para o desporto. Quando saem as empresas e organizações a quem encomendaram os trabalhos levam o dinheiro público e não se vê nenhum trabalho.

O caso do Leiria não é de hoje.

O Euro2004 foi em 2004 e já nessa altura se poderiam equacionar dificuldades futuras, passaram-se mais duas legislaturas e os débitos acumularam-se. Quem paga estes débitos acumulados?

Onde estão as soluções de política desportiva para o Leiria e os outros?

Isto é o que se passa no desporto português.

Isto é a causa da crise do Leiria e do futebol português ter chegado ao ponto a que chegou de mais uma região nacional se ver envolvida num processo de falência do seu maior clube de futebol.

O desaparecimento dos clubes de futebol é elevado mas a federação não estuda nem investiga o que há-de fazer e o Estado apesar de ter comprometido centenas de milhões de euros em estádios e de milhares de milhões de euros em actividades desportivas durante décadas não apresenta nem discute soluções com os parceiros privados e públicos.


A governance é fundamental porque só com ela é possível resolver problemas, acumular massa crítica e músculo para levar o desporto mais longe.

O futebol e o estádio do Leiria são o exemplo da necessidade de estudos e de centros de debate para uma decisão consensual.


Como tenho referido o estudo acabado de fazer pela Liga de Clubes é um bom estudo.

Porém, há falta de mais estudos e de líderes que consigam equacionar estudos, como Hermínio Loureiro e Vítor Pereira fizeram para a arbitragem profissional e como Fernando Gomes faz para a competitividade para além das 4 linhas.

Apesar do estudo da arbitragem de Vítor Pereira, Gilberto Madail deixou fugir de Portugal centenas de milhares de euros que as instituições internacionais do futebol tinham para a arbitragem amadora.

Pode acontecer que o estudo da Liga de Clubes, simplesmente caia em saco roto.


Como Passos Coelho terá dito o que está agora em causa não é o que os governos anteriores fizeram. De facto o relevante é o que o novo vai fazer.

Já chega de se perderem anos com não-soluções e justifica-se que as federações e o Estado trabalhem no desbravar das soluções com futuro.

Se Gilberto Madail se recandidatar a presidente da Federação é porque teve alguma graça de alguém, directa ou indirectamente, ou que nada se iria fazer, ou aceitando um novo mega-evento que é a especialidade corrente e que o desporto menos necessita de momento

Outro líder que tem fortes condições para se recandidatar a mais um mandato reside no COP que já apresentou o projecto do museu que o desporto necessita imensamente

Que esperança há que desta vez as coisas sejam melhores do que passado?

Provavelmente os dados foram lançados pelas pessoas que os têm nas mãos há muito

A prazo ver-se-à se houve ingenuidade, demasiada ambição ou um aproveitamento da nova oportunidade que foi facultada.



Nota marginal: hoje a cultura está a nomear responsáveis, a educação, a economia e outros ministérios mostram primeiras medidas. Outros no passado estiveram anos a trabalhar sem falarem com a economia e a sociedade que consome e produz desporto todos os dias.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Os desafios continuam a ser grandes pela sua complexidade

As consequências do Euro2004 são importantes e deveriam ter sido analisadas criteriosamente no pós-evento.

O União de Leiria quer ir para a Marinha Grande para sobreviver à estratégia de política desportiva que a Federação Portuguesa de Futebol, a Câmara Municipal de Leiria e o Estado português definiram para os estádios do Euro 2004 e que se tem agravado sem viabilidade à vista por parte de qualquer uma destas organizações.

O facto do Leiria já não vir para Lisboa, como chegou a ser sugerido para o Belenenses em particular, levanta agora um problema com os pequenos clubes da Marinha Grande que têm de arcar com a concorrência do Leiria.

As duas soluções possíveis são:

  1. O Leiria não sair de Leiria e ser encontrada uma solução que não inclua a externalização de capital financeiro do clube para resolver o buraco criado pela decisão de investimento do Estado português, da Federação Portuguesa de Futebol e da Câmara Municipal de Leiria para além do fracasso da gestão desta última.
  2. O Leiria ressarcir financeiramente os pequenos clubes da Marinha Grande da perda de audiências e de praticantes para além da renda que irá pagar pelo uso de múltiplas instalações que usará na sua estadia desportiva na Marinha Grande.
Outro problema que se coloca é a Liga de Clubes accionar o Leiria podendo excluí-lo do campeonato em que estiver, porque se alteram as condições de competitividade e o campeonato da I Liga passar a ser feito noutro estádio que não o Magalhães Pessoa. Eventualmente a ZON, creio que é o actual patrocinador, pode accionar alguma clausula de salvaguarda dos seus direitos que são afectados pelo desenrolar do campeonato num estádio em condições inferiores às do acordado no contrato.

Uma questão que a Liga de Clubes deveria observar é se os erros da gestão das infraestruturas desportivas  das autarquias através das empresas municipais é aceitável.

A Liga de Clubes compromete-se perante um patrocinador a oferecer um determinado anfiteatro para os seus espectáculos, os quais são reconhecidamente ou excessivos para o consumo desportivo local e alguns acumulam processos de gestão desportiva ruinosos e que são vectores da falência dos clubes. 

Do ponto de vista das autarquias estas podem dizer que a Liga de Clubes sempre soube o que se passava na gestão municipal dos estádios e que, por isso, uma vez que não existe uma contratação e responsabilização colectiva mas individual, clube a clube, não há a possibilidade da gestão de uma câmara afectar a negociação televisiva e de marketing da Liga de Clubes.

Economicamente as forças vivas de Leiria deveriam pôr um ponto final nesta situação que afecta um dos elementos mais significativos do cabaz de actividades que Leiria tem para competir com as cidades portuguesas e europeias da sua dimensão. Há claramente dois critérios que os leirienses deveriam estar bem atentos para criarem e desenvolverem o seu bem-estar sustentadamente:
  1. os investimentos realizados, como a participação no Euro2004 e a construção do estádio, representam um activo que devem ser protegidos e não destruídos e isso exige uma estratégia por parte da cidade.
  2. antes da sua decisão sobre a estratégia da cidade de Leiria, tanto a Federação de Futebol como a Liga de Clubes devem ser questionadas pelas forças vivas de Leiria para conhecer o que têm as duas organizações a oferecer à cidade e à região do produto de futebol quanto à integração dos campeonatos e à sua competitividade desportiva e económica. 
Se de facto não é relevante para a cidade e a região de Leiria ter um clube na I Liga nem existe interesse desportivo claro o melhor seria deixar cair o clube e não afectar com a indecisão outras regiões onde outros agentes trabalham para maximizar o seu bem-estar incluindo os seus activos desportivos.

Estes elementos contraditórios aqui sugeridos mostram como a solução económica dos estádios dos clubes da I Liga vai para além da relação entre clube e autarquia e que tanto o Estado como a FPF podem ser chamadas para a consensualização de uma solução economicamente sustentável deste problema do futebol profissional.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A Liga de Clubes marca golos na 'Competição fora das quatro linhas'

O estudo da Liga de Clube encomendado à Católica do Porto e à Deloitte, em que participam Rui Moreira, José Couceiro e Ricardo Gonçalves (este último para quem o não sabe, o que penso ser o autor material dos estudos da Deloitte que deixaram de ser publicados na penúltima legislatura) é uma raridade no desporto português por vários motivos e que justifica uma análise cuidada que me levou a lê-lo atentamente no último fim-de-semana.

Provavelmente irei lê-lo mais vezes porque tem questões com as quais concordo, outras nem tanto e que justificam um trabalho adicional de leitura e cruzamento de dados para verificar se essas afirmações se sustentam.

Esta necessidade de releitura apenas acontece com os bons trabalhos e os seus autores e proprietário devem estar particularmente satisfeitos com o trabalho oferecido e o investimento realizado.

Entre os aspectos dignos de nota está por exemplo a proposta de negociação centralizada dos direitos televisivos e dos patrocínios, opção esta que os grandes clubes não aceitam como se observa em muitas palavras do presidente do Benfica.

O estudo faz a proposta avançando argumentos que sugerem os bons exemplos europeus, apelam ao interesse comum e à possibilidade de obter maiores valias agregadas do que as actualmente existentes onde os clubes negoceiam com a sua dimensão individual.

Esta questão é suficientemente relevante e que por si justifica a realização do investimento no estudo.

A Liga não é obrigada a aceitar as conclusões do estudo e as propostas realizadas pela equipa universitária e dos peritos é uma solução que cabe aos clubes analisar, aprofundar a informação se achar que isso se justifica, e tomar a melhor decisão de acordo com o melhor interesse do futebol profissional.

Na verdade o que está em causa é o bem comum do negócio do futebol profissional que muitas vezes no passado tem sido capturado por interesses que preferem não aprofundar e exercitar o bem comum.

O estudo mostra que, por um lado, o futebol português tem uma dimensão invejável entre os médios países da Europa do futebol e, por outro, sugere que estão preenchidos os limites que determinam o potencial deste modelo. A contradição evidente posta com clareza pelo estudo incentiva à actuação de política desportiva.

Deste ponto de vista a Liga de Clubes apresenta-se no princípio de legislatura com uma dinâmica superior que sinceramene esperemos todos que não a perca e se afirme com parcerias amplas e empenhadas para um ciclo legislativo inovador, pacífico e potenciador das valias inatas que o futebol português tem demonstrado ser capaz de produzir, apesar das muitas dificuldades que vai conseguindo ultrapassar.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

As sequelas do convívio imprudente do Mar pelo Desporto

O semanário Sol tem uma página com dois artigos sobre os mergulhos trágicos que terão tornado paralisados 20 jovens e outro artigo sobre as actividades radicais a que associam o acidente de mãe e filha em Espanha.

Os jornais não falam destes acidentes e as mortes têm sido menos frequentes nas páginas dos jornais e da restante comunicação social.

Os jovens entre os 10 e os 20 anos são os mais despreocupados e atingidos pela actividade de mar irresponsável.

os nadadores salvadores alertam que as juntas de freguesia e câmaras colocam autocarros de crianças nas praias sem monitores suficientes.

Nas actividade radicais a notícia refere 28 acidentes no surf, 15 no windsurf, 11 no bodyboard e 9 no kitesurf.

O programa do Governo parece ignorar esta situação da relação do desporto com o mar e quer pelo seu potencial quer por estes acidentes graves e muito graves justificam uma atenção do Governo para além do que possa ter sido feito no passado.

A relação do desporto com o mar é uma parte da solução do desenvolvimento e do combate à austeridade e não deve ser como uma parte do problema.

Posso estar enganado mas não sei de medidas que tenham sido accionadas nos últimos anos neste domínio.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Deja Vu

  1. O Presidente do COP a dizer que está satisfeito com o dinheiro que recebe. 
  2. O Presidente do COP a afirmar que a preparação está a decorrer como previsto. 
  3. O Presidente do COP a não falar de medalhas para Londres.
  4. O Presidente do COP a ir a conferências em Espanha sobre economia do desporto.
  5. Nenhum líder desportivo ou órgão da comunicação social a falar sobre os nossos campeões para Londres.
  6. Se não há comunicação social sobre os campeões, não há dinheiro privado e cabe ao Estado assumir toda a despesa. 
  7. As federações caladas ou a falar sozinhas.
  8. Gilberto Madail a preparar eleições com urgência (???)
  9. Gilberto Madail a não dizer se é ou não recandidato (!)
  10. As associações de futebol a prepararem as eleições na FPF.
  11. As associações de futebol a prepararem um dossier para entregar ao Secretário de Estado.
  12. Anónimos no Colectividade Desportiva a fazerem a lista das realizações desportivas 'às resmas' dos Governos José Sócrates.
  13. A Liga Portuguesa de Futebol Profissional faz um novo estudo agora sobre os desafios do futebol profissional. 
  14. A inexistência de debate social sobre uma Visão para o desporto português.
  15. A inexistência de debate técnico e público sobre o desporto português e as medidas de austeridade.
  16. ...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

É perigoso não ter aprendido porque é que o país foi à falência

É consequente que quem levou o país para a beira do precipício não reconheça esse seu acto, até porque ele nunca afirmou reconhecer o precipício ou negou-o que muitos viram e sugeriram.

Para certo fundamentalismo no PS recitar a cartilha do realizado pela enésima vez é coerente mas afecta as hipóteses de sobrevivência do país.

A herança do PS é uma parte do problema antes de ser da solução nacional. 

Eventualmente alguma da obra responde bem às necessidades, enquanto outra obra afecta a resolução das necessidades.

O governo actual está a descobrir todos os dias uma realidade que foi escondida dos portugueses e da oposição e isso acontece numa altura em que é necessário encontrar e viabilizar soluções para os problemas.

Um dos argumentos pesados dos extremistas que levaram o país para a beira do precipício é que 'obra é obra' e estatísticas são números que se alinham certinhos para demonstrar as coisas bonitas que foram feitas.

Ora, há obra que é obra para o empreiteiro e um custo para a população, os praticantes e as instituições do desporto.

Investir em obra para a inauguração política em alternativa à oferta de factores e condições de trabalho modernas e económicas foi a característica da actuação passada.

Recitar a obra é um ruído surdo que o PS por humildade deveria evitar, para ajudar o desporto e os seus líderes a focarem-se no futuro e não nas obras do passado que por si sós não resolvem as necessidades.

Outra questão é recitar estatísticas de uma forma que deixa deleitados todos os que não usam as estatísticas como instrumentos de trabalho. É lógico porque de facto durante a maior parte do tempo nada se fez, estruturou, criou parcerias ou promoveu publicamente. 

Há duas questões fundamentais para o Governo fazer:
  1. Levantar a cabeça como jogam o Eusébio, Figo, Rui Costa, ou Ronaldo, para citar os melhores, e o Secretário de Estado do Desporto tem de olhar o futuro, mostrá-lo e envolver o desporto e a sociedade.
  2. Identificar e equacionar a solução dos problemas conceptual e estruturalmente.
Se houve coisa que Laurentino Dias não fez foi levantar a cabeça e olhar o terreno de jogo por inteiro e a baliza adversária, identificada com os desafios do desporto português. Por isso não terá criado um futuro positivo nem conseguiu mobilizar a sociedade e principalmente listar as necessidades financeiras do desporto com o Ministério das Finanças.

Esta solução com as Finanças é dos elementos fundamentais porque ela tem de se solucionar fora das Finanças e no pleno acordo das Finanças para o processo.

Confuso? 

Esperemos que haja quem explique e rume em direcção à média europeia.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A Faculdade de Desporto, da Universidade do Porto, comemora 35 anos amanhã

A sessão solene começa às 16,30 horas.
Junta-se o cartaz da comemoração.
Para ver em detalhe clique sobre a imagem.

Disse-me um amigo das finanças

Que o meu poste da 'raposa no galinheiro' é equivalente ao que todos os fiscais das finanças recebem quando trabalham noutros sectores da actividade.

Mesmo assim, aceito que as regras das finanças são importantes como são importantes as características dos sectores da actividade.

O desporto necessita de uma oportunidade para potenciar o seu desígnio social e essa oportunidade ão lhe tem sido garantida.

O que é extraordinário é haver alguém com hipóteses de aplicação dos seus conhecimentos por uma vez, duas vezes e três vezes no desporto.

Vamos lá a ver, esta situação é semelhante ao que os juristas andam a fazer, fazem 3 leis de bases e agora vão experimentar outra coisa que ninguém sabe o que é.

Parece que a reforma legislativa se alia aos princípios das Finanças ...

Se aliarmos esta situação àquilo que o anónimo diz que não existe uma relação entre o que o PS fez e a crise económica, orçamental e financeira actual, então podemos concluir que tudo no desporto há-de ser o melhor dos mundos.

Tem a equipa ministerial do desporto em construção a capacidade de ouvir as características próprias do desporto português num contexto moderno?

 É esta questão pertinente que interessará observar, para o bem comum produzido pelo desporto,  independentemente da fulanização dos cargos.

Os Estádios do Euro 2004

A notícia do JN atrás referida tem três aspectos a considerar:

  1. O custo dos estádios
  2. O custo agregado, público e privado, que se obtém com a consulta dos relatórios do Tribunal de Contas
  3. A programação desportiva e a procura actual destas infraestruturas
O estádio de Braga é interessante porque tem associado um projecto de arquitectura de excelência, embora faltem custos que a situação da Câmara de Braga tenda a minorar. De qualquer forma o sucesso desportivo do Braga ajuda a pagar a factura o que não tem sido conseguido nos restantes pequenos palcos do Euro2004.
O de Guimarães que o artigo não refere porque não foi feita uma obra de raiz.

O programa do governo propõe a realização de eventos para gerar activos para o Turismo

Este artigo do JN alerta para a importância do governo fazer o que nunca se fez desde que com o Mundial de Juniores de 1991 se prometeu que é Portugal ter um programa de eventos articulando os benefícios de sectores como o Turismo com os custos dos investimentos desportivos que não têm de ser assumidos pelo desporto, principalmente quando as exigências das federações internacionais para a venda do megaevento se relacionam com características acima das condições desportivas nacionais.

A pista de canoagem de Montemor-o-Velho

O artigo do DN que ocupa as duas páginas centrais foca as seguintes questões:

  1. faz a cronologia do projecto e descreve a sua inserção na região de Montemor-o-Velho 
  2. refere o nome dos atletas como Beatriz Gomes, Fernando Pimenta, Teresa Portela e João Ribeiro
  3. descreve o projecto escolar associado ao alto rendimento
  4. diz vários custos do projecto
  5. refere que existem quatro federações associadas ao projecto a natação de águas profundas, o triatlo, a canoagem e remo
  6. Fala sobre os responsáveis do projecto o presidente da câmara, o presidente da canoagem e os outros, o treinador e o coordenador do projecto educativo de "excelência"
É uma boa peça jornalística sobre a canoagem e que raramente se observa noutras modalidades.

Este poderá ser um exemplo daquilo que o programa do governo refere como uma nova relação entre a comunicação social e o desporto

Estádios do Euro 2004 custam 55 mil euros/dia às câmaras municipais

No tícia do Jornal de Notícias, ver aqui.

Onde nascem e treinam os campeões, canoagem, Mondego

O Diário de Notícias tem aqui a indicação de uma notícia sobre a infra-estrutura da canoagem e remo em Montemor o Velho.

domingo, 10 de julho de 2011

Os estudos das ligas e das federações desportivas

Há uma dificuldade efectiva nos estudos realizados no passado pela federação de andebol como agora os realizados pela liga de futebol.

Estes estudos não são varinhas de condão dque tudo solucionam mas são soluções que estão (que devem estar) para além das lógicas de gestão dos dirigentes das organizações associativas.

As reivindicações dos clubes de basquetebol são desejos a vulso que deveriam ser sujeitos a uma análise exterior como a realizada na liga de futebol pela Universidade Católica do Porto e pela Delloitte.

São estes estudos que devem ser apresentados ás instituições públicas para a melhor regulação do Estado.

No caso dos estudos do Andebol que têm muitos anos eles ficaram condicionados pela acção do Estado que manteve as leis sem aprofundar e desenvolver as propostas realizadas pelos estudos.

Todo o desporto necessita de estudos adequados às suas situações mesmo que por exemplo enquanto o estudo do futebol sugere a negociação conjunta dos direitos de televisão, os clubes do basquetebol sugerem a negociação individual.

Esta situação é única naqueles campeonatos em que os maiores clubes possuem um peso na decisão mais importante não havendo por parte da direcção da liga, da federação e do Estado uma posição consentânea com a realidade europeia.

Há novas realidades que os clubes, as ligas e federações não se aperceberam e cabe ao Estado dialogar com estudos e análises que suportem soluções superiores às percepcionadas pelos agentes privados.

Os dados estão nas mãos do Governo agora como estiveram no passado.

A falência do modelo de gestão e de desenvolvimento da federação de basquetebol dá-se numa organização que é uma das fiéis depositárias do espírito 'business as usual' sendo uma das presentes no Conselho Nacional do Desporto e que não produz resultados como outras modalidades colectivas como o Voleibol ou o Rugby.

Nuno Merino e Diogo Ganchinho conquistaram a medalha de ouro na final de trampolim sincronizado da Taça do Mundo de Kawazaki, a decorrer no Japão

Ver aqui.

Dois nomes grandes dos Trampolins.

Português Rui Costa vence 8.ª etapa do Tour

O ciclismo volta a dar sinal de si, aqui.

Rui Costa é o nome a reter.

sábado, 9 de julho de 2011

Os amigos de Alex

Alexandre Mestre teve as felicitações dos seus colegas europeus que se sentiram honrados com a sua nomeação.

Para além disso já houve cerimónias de Miguel Relvas com Vicente Moura e de Miguel Macedo na polícia.

Há uma pequena diferença entre o Alex do filme e o Alexandre Mestre.

Essa diferença é o facto do Alexandre Mestre estar vivo e haver 'milhões de amigos' que esperam que a sua vida desportiva como secretário de esttado do desporto tenha um resultado extraordinário.

Tudo depende apenas do Alex(andre Mestre).

A raposa no galinheiro?

João Bibe, segundo dizem assessor na Secretaria de Estado do Desporto, tem uma terceira viagem ao mundo do Desporto:
  1. na sociedade, criada pelo Estado que acompanhou a aplicação dos meios públicos ao Euro 2004, e que foi liderada pelo ex-Secretário de Estado do Desporto Vasco Lynce de Faria, como especialista do ministério das Finanças
  2. como estrela financeira da liderança de Luís Sardinha, estando pouco tempo e saindo por razões que na altura não foram elogiosas como são muitas das saídas de todo o sítio
  3. adjunto ou assessor de Alexandre Mestre, passando a acompanhar superiormente a saída de Luís Sardinha
A presença de João Bibe parte do pressuposto tradicional que o desporto é uma caixa multibanco e o que se precisa é da mão forte e directa de funcionários superiores das finanças, dada a má reputação e as questões de corrupção que vão surgindo que os políticos não resolvem e os tribunais limpam parcimoniosamente.



Se me for permitida uma opinião o problema dos funcionários das finanças nos organismos é o do risco moral.
O exemplo clássico do risco moral é o da pessoa que faz um seguro de saúde e depois corre demasiado e tem um enfarte. O risco moral é a da alteração de comportamento de diligência para fazer as coisas.

No Euro2004 com um fiscal das finanças a controlar as contas deixou de se fazer a avaliação dos estádios para além da despesa pública e do impacto estrito em 2004 o que resultou por exemplo à criação de empresas municipais gastadoras do erário público e incompetentes desportivamente para gerir patrimónios desajustados das estrutura produtiva instalada no terreno.

Há informação económica incompleta no desporto e a generalidade das decisões tomadas no desporto e sobre o desporto procuram soluções de senso comum ou importada por especialistas particulares, como os das finanças, mas que não focam as características peculiares do desporto.

No seio da União Europeia as características peculiares do desporto têm feito o seu caminho com um debate aceso sobre o que é e o que não é desporto dentro dos princípios europeus.

Para as finanças colocar um técnico noutro sector é um investimento porque existe sempre por parte das finanças o problema da informação assimétrica entre o comprador e o vendedor.

É o caso do mercado dos limões. O mercado dos carros em segunda mão tende a ser dominado pela estrutura de informação existente e se por exemplo não houver fiscalizações periódicas os vendedores vão saber mais do que os compradores sobre a qualidade dos carros e os carros em piores condições poderão ser vendidos por preços mais elevados dificultando a venda de bons carros pelo seu preço correcto.

Colocar técnicos nos sectores permite às finanças saber como aplicar bem as suas medidas que não são as mesmas preocupações de eficiência de mercado dos líderes do desporto.

O fiscal das finanças sabe exactamente tudo o que deve ser feito de acordo com a lei para aplicar bem a lei do orçamento e tantas outras, mas não sabe como é que se produz actividade desportiva para um jovem ou um idoso.

O Euro 2004 é mais uma vez um exemplo útil. Foram feitos 10 estádios e muitos de 30.000 lugares porque a UEFA exigia e o Estado se tinha comprometido e as Finanças comprometeram-se com esse programa.

Houve falta de debate frio, democrático e competente sobre o interesse do desporto nacional e se não era melhor Benfica e Sporting e Porto e Boavista jogarem juntos ou se os estádios de 30.000 lugares não podia ter apenas 15 mil lugares e outros tantos amovíveis a desmontar depois do evento.

Este é o tipo de debate sobre o interesse desportivo e sobre o produto desportivo que o desporto não assume e embarca em todo o projecto nacional chame-se Euro2004 ou programa de austeridade da troika.

João Bibe tem uma terceira hipótese eventualmente para corrigir para si ou para terceiros a má imagem deixada na segunda passagem.

Para o desporto poderá ser um novo dar de informação às Finanças e um adiar de criação de um projecto de desenvolvimento desportivo.

O programa do PSD/CDS começa a tomar forma não sendo relevante, agora para as medidas de austeridade, as peculiaridades do desporto e um tratamento adequado sobre onde e como trabalhar para o século XXI.

Com o técnico das Finanças o risco moral vem da parte dos políticos que os nomeiam porque pensam que com funcionários das Finanças o comportamento das outras variáveis como as do óptimo desportivo funciona no melhor dos mundos.

Este pensamento é equivalente àquele do político que usa o direito do desporto para criar um mundo ideal contra os mouros e os corruptos das federações e dos clubes. Depois quando há estatísticas do desporto observa-se que o produto desportivo se mantém insuficiente e na cauda da Europa.

Não se trata de felicitar e de dar os parabéns e de boa sorte a ninguém Caso os objectivos das finanças sejam cumpridos e os do desporto protelados haverá um passivo que se arrastou para o futuro por exemplo o da população que deveria ter consumido mais desporto e não o fez. As finanças irão pagar mais dinheiro na saúde e na segurança social. Mas também isso pode não ser uma perda assumida pelas finanças. Pelo menos será dificil demonstrá-lo porque não vai haver técnicos do desporto a explicarem isso às finanças e depois poderá haver políticos que digam que haverá uma parceria público privada para resolver esse aumento de despesa na saúde.

Fica claro que afinal o modelo do PS é seguido pelo PSD/CDS com a particularidade destes dois último não terem percebido o que se passou há alguns anos atrás nas contas do desporto.

Outra solução que o PSD/CDS poderá repetir é a externalização de serviços como já fez o PS há poucos anos e não ter havido consequências mas ter havido fortes pagamentos dos escassos orçamentos do IDP.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Porque faz estudos a liga de clubes de futebol, quando as outras organizações desportivas de Portugal não o fazem?

Em síntese indicarei algumas causas:

  1. começou por contratar e trabalhar com pessoas com um currículo desportivo de elevada craveira como o árbitro da FIFA e da UEFA Vítor Pereira
  2. tem stakeholders que trabalham com os bancos e a Bolsa de Valores Imobiliários, principalmente os grandes clubes, que os obriga a comportamentos equivalentes a outras empresas do mercado privado
  3. assume um modelo democrático e transparente de governance
  4. fez a renovação bem sucedida da liderança de Valentim Loureiro para Hermínio Loureiro
  5. manteve-se independente de Laurentino Dias evitando a captura que outros líderes e organizações privadas do desporto não conseguiram e cuja dependência terão assumido como vital para as suas organizações
Por tudo isto, o estudo da Liga é um bom estudo. Eu teria equacionado outros elementos mas o estudo em si é um bom estudo, avançando com novas questões como:
  • o equilíbrio competitivo
  • a importância da II liga
  • a relevância dos clubes não candidatos à Europa
  • a negociação colectiva dos direitos de televisão
  • a maturação do capital humano importado
  • ...
Dois outros pontos relevantes são apresentados:
  1. os valores agregados não escondem os débitos enormes, sugerindo a falência do mercado, real ou a prazo
  2. a necessidade de não destruir a predisposição a consumir futebol e principalmente sugerindo formas de a cultivar
Este projecto e o sucesso da liderança da Liga estende-se de Fernando Gomes a Alexandre Mestre os quais serão analisados pelas reformas profundas que conseguirem fazer.

Deixar uma marca que passe para além do seu horizonte de actuação está para além da realidade diária cujo andamento real não é perceptível por ser lento e por vezes contraditório.



Em tempo: Quando falo de Laurentino Dias não é meu objecto elogiá-lo mesmo quando constato o sucesso da sua liderança política.

Não terá sido por causa de Laurentino Dias que o PS perdeu as eleições, mas quanto beneficiaria o PS com outras políticas? Esta frase está no domínio do subjectivo.

É relevante estabelecer padrões e critérios de avaliação a fim de compreender o que se vai passando e a referência aos anos de Laurentino Dias é incontornável.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Os portugueses gostam do seu futebol

O estudo de Alberto Castro e Álvaro Nascimento é interessante, surge com novos dados sobre o futebol profissional e demonstra que os líderes dos clubes têm sabido elevar a predisposição dos portugueses a consumir desporto mesmo acima em termos relativos dos países que mais conquistam grandes resultados.

Os resultados do futebol profissional e das selecções é sustentado porque os países da dimensão de Portugal não produzem actualmente os resultados que Portugal produz.

O estudo tem suficientes elementos inovadores em relação ao que se discute em Portugal colocando opções de produção para sustentar uma posição intermédia de Portugal no contexto do futebol europeu e mundial.

O conceito de 'hub' usado no estudo para caracterizar a captura de rendas na transacção de jogadores que os clubes profissionais e os empresários de jogadores conseguem é um elemento a reter assim como as várias soluções apresentadas que o estudo das dimensões financeiras actuais sustentam.

Estão pois de parabéns Fernando Gomes, Alberto Castro e Álvaro Nascimento pelo produto em curso de ser terminado, foi apenas feita uma apresentação preliminar, certamente que a federação e o futebol também retirarão ilações úteis deste investimento.

Para além dos contributos para fins sérios, para quem gosta de futebol e diria que são muitos a leitura do documento mesmo que em diagonal dará alimento para novas conversas loucas sobre 'a bola'.

Competição fora das 4 linhas: Estudo da Liga de Futebol

A apresentação do estudo está aqui e o sumário executivo aqui.

A Liga de Futebol está uma vez mais de parabéns pelo estudo realizado desta feita sobre as dimensões financeiras do futebol português e das oportunidades futuras em aberto.

O estudo foi feito pela Faculdade de Economia da Universidade Católica do Porto e pela Delloitte e liderado por Alberto Castro e Álvaro Nascimento.

Farei uma apreciação do mesmo proximamente.

Numa primeira leitura em diagonal o relatório constata o trabalho meritório do futebol profissional, relativizado pelos cinco grandes campeonatos europeus, e abre oportunidades de trabalho para as I e II ligas.

O Link para o site da liga está aqui.

Benfica, Sporting e os clubes de Lisboa aceitam que o Leiria venha jogar na sua área de influência

O futebol parece estar com algumas dificuldades em pousar os pés no chão.

O Leiria desesperado não sabe o que fazer e o Restelo que está igualmente falido aceita alugar o estádio não percebendo que os espectadores do Leiria serão os seus próprios sócios do Restelo e com isso diminuirá as suas receitas de bilheteira.

O futebol necessitava de ter tido um estudo há muito anos ou no início da época passada.

Laurentino Dias negou a utilidade de estudos económicos em toda a legislatura e atira para cima do período da crise a solução da sua péssima decisão contra a economia do desporto.

Empresas privadas fizeram estudos económicos há alguns anos que não foram concluídos e o Estado não tem uma estrutura vocacionada para esta matéria apesar das fortes contrariedades encontradas pelos agentes desportivos no mercado.

Os líderes dos clubes necessitam de uma ajuda que nunca tiveram.

Pinto da Costa será a favor ou será contra desta solução do Leiria?

1,2 milhões de euros em policiamento

Ver a notícia do Record, penúltima página de hoje.

O erário público gasta demasiado em violência, começando por permitir que a violência verbal dos líderes privados incendeiem as claques por sistema e aos longo das décadas.

Um dos elementos contraditórios da violência no desporto português é o insuficiente consumo do espectáculo desportivo, a incapacidade de promover a atracção das famílias às competições e a contemporização com a violência. Inúmeros níveis públicos e privados têm falhado, continuando-se a observar as conversas de café pelos responsáveis de política que deveriam apresentar ideias concretas sobre este desafio.

A comunicação social aceita a vacuidade das palavras o que lhe fica bem porque, assim, quando houver violência no espectáculo desportivo as imagens que transmitirem poderão vender mais.

Formar para o mercado e para o desemprego

A actual proliferação de treinadores de futebol pelos quatro cantos do mundo parece ser contrária à máxima de formar para o desemprego.

Há sucesso nas escolas de desporto e a matéria suscita um debate sobre a competitividade deste mercado universitário.

O sucesso de Carlos Queiroz e de José Mourinho apontam para a Faculdade de Motricidade Humana enquanto o surgimento de Vítor Pereira no Futebol Clube do Porto sugere que a Faculdade de Desporto tem outras valias.

Procurei conversar com vários professores das faculdades e escolas superiores e os dados contraditórios são os seguintes:

  1. Melo Barreiros ao adoptar a Motricidade de Manuel Sérgio levou a faculdade para um nível científico que permite aos seus licenciados fazer um trabalho em qualquer matéria científica do desporto inclusive sobre qualquer questão desportiva do futebol, ao triatlo ou ao skate.
  2. As disciplinas de treino das modalidades desapareceram e é possível aos alunos desenvolverem conhecimentos sobre as modalidades a partir de determinado nível de formação na faculdade.
  3. Com esta transformação professores do treino como Jenny Candeias, José Curado e Jorge Proença abandonaram a escola.
  4. A progressão destes novos licenciados nas modalidades é mais difícil porque não chegam a compreender a cultura da modalidade. Há casos de sucesso destes treinadores mas a sua progressão é mais difícil.
  5. O projecto criado por Carlos Queiroz, Mirandela da Costa e Jesualdo Ferreira deu um exemplo significativo aos clubes onde os treinadores licenciados até esse momento eram simples adjuntos e só a partir dessa altura começam a assumir lugares de responsabilidade.
  6. A Faculdade do Porto terá afirmado o primado do desporto e do treino não só no futebol mas também noutras modalidades como o voleibol, andebol, basquetebol, ginástica, natação e atletismo onde pontifica Vítor Frade como referência maior.
  7. A UTAD tem obtido resultados no futsal e no basquetebol.
  8. A Escola Superior de Rio Maior é a primeira criada de raiz focada no treino, no sentido das escolas de leste e alemãs, começando a colocar treinadores em lugares de responsabilidade nos clubes.
Estas notas não esgotam a matéria e poderão conter erros.

O seu objectivo é a apreciação do trabalho das faculdades de desporto como elemento igualmente relevante para o progresso do desporto português.

As opções parecem situar-se entre uma escola centrada nos desafios científicos para responder aos desafios colocados no mercado e uma outra partindo da produção de desporto para campeões no terreno de jogo e no campo científico.

Eles estão de volta

Eis três blogues do PS que perdeu as eleições, aqui, aqui e aqui.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Haverá inúmeras instituições do desporto que não funcionam

Maria José Morgado refere 3, a saber:
  1. Secretaria de Estado do Desporto e da Juventude
  2. Instituto do Desporto de Portugal
  3. Conselho para Ética e Segurança no Desporto
O Governo PSD/CDS refere que o Conselho Nacional do Desporto e o Estádio Nacional também têm problemas de funcionamento.

Não se fala dela mas desconhece-se o que faz a Fundação do Desporto que segundo corre por aí, até paga salários, quando há décadas nada se vê do seu funcionamento, nem da resposta aos pedidos de socorro de um seu presidente.

Recorde-se que houve imensos envolvidos na criação do Tribunal Arbitral do Desporto o qual durante os anos de incubação já viajou entre Belém, Algés e o Parque das Nações ou outra localização do Ministério da Justiça.

O que acontece é que há quem diga que trabalha durante legislaturas nestas coisas que não se sabe o que fazem e vem uma magistrada Maria José Morgado dizer que as arruaças dos jogos entre os maiores clubes de futebol e jogos de outras modalidades são ninhos de malfeitores.

Como é que o Governo vai querer que os patrocinadores empresariais financiem o desporto se a comunicação social lhes mostra que a sua marca e os seus produtos podem ser associados a cenas de violência gratuita e a afirmações extraordinárias e responsáveis inimputáveis.

O novo Secretário de Estado e outros responsáveis do desporto deveriam preocupar-se com estes problemas que não dependem de mais ninguém e que se houver propostas razoáveis só podem ser aprovadas.

Passar anos sem resolver problemas como estes e gastando rios de dinheiro em policiamento é um atestado de dificuldade de responder a questões que são muito graves e prejudicam enormemente o desporto.

Ninguém quer saber dos problemas reais das federações com estas cenas e estas afirmações que a sociedade portuguesa sabe ser verdade.

Será agora que vai haver um Ministro do Desporto e outro da Justiça a porem um ponto final nestas realidades insuportáveis?

Como já referi, existe uma economia da violência que vive de toda esta desconformidade as claques e os seus facínoras, as direcções dos clubes que as suportam, as polícias, a comunicação social, os opinion makers, os advogados e juristas de serviço, entre outros.

A outra economia boa é aquela que prosperaria com a inexistência destas malfeitorias mas até agora o Estado português e a federação de futebol e a liga não estavam para aí voltados.

FUTEBOL Morgado aponta culpados pelo 'off-shore judicial'

No Diário de Notícias, aqui, que se agradece a utilização.

A directora do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP) disse hoje que "a Lei é boa, mas a prática é má", acusando governantes e entidades que regulam o futebol pelo "off-shore judicial" e "certeza de impunidade".

Maria José Morgado justificou: "A arquitectura criada pela Lei contra a violência não funciona, não tem funcionado, um pouco por inércia da Liga e da Federação, mas também devido à ausência de uma política criminal nesta área e à jurisprudência em contexto de violência desportiva".
No seminário internacional "Estádios de Sítio, o policiamento da violência", no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, em Lisboa, a responsável apontou ainda o dedo à secretaria de Estado do Desporto e da Juventude, ao Instituto do Desporto de Portugal e ao Conselho para Ética e Segurança no Desporto, devido à quase inexistência das penas administrativas de interdição a adeptos de se deslocarem a recintos desportivos.
"O regime sancionatório não tem tido a aplicação devida e necessária para controlar o fenómeno. Não há sanções nem jogos à porta fechada e as únicas que se conhecem não têm eficácia dissuasora", continuou, descrevendo a situação como um "paraíso judicial desportivo".
Morgado considerou que se vive em Portugal "a certeza da impunidade do infractor" devido à falta de vitalidade do sistema - "o fenómeno progride em espiral e ameaça ficar fora de controlo, exigindo portanto urgentes medidas severas por parte das autoridades e responsáveis do Governo".
A responsável pelo DIAP caracterizou as claques de futebol como "gloriosos GOA (grupos organizados de adeptos), autênticos viveiros de criminalidade associados ao crime organizado", criticando também os "custos exagerados, com prejuízo do erário público e da segurança dos contribuintes", devido ao elevado número de agentes empregues em jogos de risco elevado, nomeadamente no acompanhamento de adeptos.

Líderes desportivos fortes e o mercado privado nacional e internacional

O governo tem o desafio de gerar líderes associativos fortes capazes de mobilizar a opinião pública à volta das modalidades e das suas bandeiras sejam atletas, equipas ou treinadores.

A existência de um capital de liderança forte, coeso, realizador e competitivo para dentro e para fora do desporto é fundamental para o governo em dois domínios claros com consequências num terceiro:

  1. Uma capacidade de resposta competitiva aos actos do governo, nomeadamente às medidas de política visando agilizar o mercado e aumentar a sua produtividade.
  2. Uma imagem mobilizadora da opinião pública e com efeitos de alavancagem de patrocínios das empresas que procuram o desporto para a promoção dos seus serviços e actividades desportivas.
  3. A criação de oportunidades de centralizar o financiamento associativo no mercado privado.
Não basta definir um conjunto de novas relações entre a comunicação social e as federações, há a necessidade de criar quadros de relações económicas competitivas a tal ponto que passando as federações a trabalhar mais com os patrocinadores privados tenham a possibilidade de resolver com eficiência tanto os ciclos de produção desportiva, como a variação positiva ou negativa do interesse do patrocinador.

Não estou a dizer que os líderes actuais sejam fracos e também não me estou a referir a maus líderes desportivos. 

Estou a afirmar que eles devem ser fortes aos olhos daqueles que os vão financiar e consumir os produtos da sua estrutura de produção da sua actividade desportiva.

Estou a afirmar que para eles se tornarem fortes cabe ao Estado através de políticas públicas dar-lhes a oportunidade de assumirem em plenitude as responsabilidades que o país e o desporto hoje lhes exigem.

Há governos que preferem ou não conseguem robustecer a capacidade de liderança do associativismo e tornam-nos fracos.

O próximo Presidente do COP deve ser um líder forte, orgulhar-se dos atletas olímpicos e saber o que se passa nas federações

Quando o presidente do COP se reúne com o Ministro do Desporto deve ser incansável na promoção dos atletas olímpicos.

A população necessita da criação de um estado envolvimento pleno e de orgulho sincero pelos atletas e estes devem ser promovidos em todas as oportunidades pelo Governo, pelo COP e pela federação.

É triste ver um presidente do COP que fala do seu umbigo, do seu dinheiro que o Estado lhe dá e do seu projecto museológico.

Este é que foi o objecto da reunião, num momento tão difícil para o país e para o desporto?

Não é aceitável que não enalteça os atletas olímpicos, não fale das suas medalhas e nem tenha uma única palavra para as condições com que trabalham as federações que municiam com o capital desportivo extraordinário e raro as equipas nacionais presentes aos Jogos Olímpicos.

Obviamente presidente do COP que não representa ou representa mal, perante o Estado os interesses dos seus parceiros associativos então está a prejudicar os reais interesses dos seus parceiros.

Haverá falta de credibilidade de um líder que não defende com intransigência os interesses do desporto português.

É necessário que o desporto português tenha líderes fortes, capazes de equacionar políticas ambiciosas e não tenham o receio de meter as mãos no lume pelos seus objectivos, pelos seus atletas e pelos seus conseguimentos.

Só líderes desportivos fracos são protegidos por estratégias escondidas da opinião pública, como a de não falar de medalhas, nem enaltecer os campeões desportivos nacionais, nem defender o trabalho das federações e os seus desafios actuais.

Quatro questões a dizer a Miguel Relvas, o Ministro do Desporto

Na sua audiência, para além de ter convidado o Primeiro-Ministro e o Ministro do Desporto para os Jogos Olímpicos, o Presidente do COP deveria ter:

  1. garantido o número de medalhas a que Portugal se candidatava;
  2. apresentado as contas do projecto Londres 2012 mesmo que corrigindo números, diminuindo uns e aumentando outros e assegurando que essas contas estavam a ser e seriam escrupulosamente cumpridas;
  3. assegurado que não se candidataria a um novo mandato à frente do COP;
  4. afirmado que estava a organizar eleições democráticas e competitivas abertas aos melhores candidatos nacionais a futuro líder do COP e do desporto português.
Segundo a comunicação social nenhuma destas questões foi tratada.

Na segunda questão é dito na comunicação social que os números se mantém o que sugere ou que há folga ou que no fechar das contas logo se vê. Terá sido perdida uma oportunidade de prestar contas ao novo responsável governamental apresentando com transparência os desafios colocados na liderança do projecto Londres 2012 para um porto condigno que é o que todos queremos que a selecção de Portugal cumpra.

Ganhar com mérito e perder com dignidade nos Jogos Olímpicos de Londres

Diz o site do COP, aqui, que na reunião com o Ministro Miguel Relvas foi dito que "a preparação olímpica se vai fazer nas melhores condições e, se possível, honrar o desporto português".


Este 'se possível' estará a referir-se a medalhas dizendo que 'se possível' se vai honrar o desporto português com medalhas.


Ora, alguns dos feitos do olimpismo de todos os tempos foram realizados com atletas que perderam e que deram lições de estoicismo e de valores olímpicos intemporais.


Chama-se a isto saber ganhar com  fair-play tendo mérito na vitória e dignidade na derrota. 


Por se saber perder com dignidade é que se deve dizer com ética, transparência e frontalidade quantas medalhas vai Portugal candidatar-se em Londres 2012.


Se bem que a comunicação social tenha uma interpretação de deve e haver medalhas estrita, o que efectivamente mancha a imagem do desporto é a actuação da liderança e aquilo que parecem ser problemas de treino e preparação olímpica.

O governo anterior aceitou primeiro que o COP não justificasse com transparência e um relatório independente o resultado de Pequim 2008 e depois aceitou que o COP não definisse as medalhas a que se candidata em Londres 2012.


Aceita o governo actual que toda esta situação se mantenha?


Esta situação será saudável para os atletas, a quem se pede a exemplaridade dos comportamentos?


Ou será que o COP diz ao Nelson Évora e aos atletas da canoagem: 'se possível' ganha a medalha?

O Museu do Desporto do Comandante Vicente Moura

Depois do Secretário de Estado do Desporto Alexandre Mestre ter referido na posse dos corpos directivos da CDP que se vivem tempos de austeridade o Comandante Vicente Moura procura o comprometimento do Ministro do Desporto Miguel Relvas com o seu Museu do Desporto.

Ver o site do COP aqui.

Não há razão plausível para que o Presidente do COP não se recandidate a novo mandato de 2013 a 2017.

O governo e os portugueses só vão ter boas notícias deste modelo de desenvolvimento desportivo.

Programa do XIX governo conclusão

É possível realçar alguns pontos da análise realizada referindo o seguinte:
  1. O programa usa conceitos que são novos e que são usados nos documentos europeus e abrangem um largo espectro da produção desportiva actual.
  2. A construção das frases de proposta das medidas é confusa impedindo a clarificação do que realmente o PSD e o CDS querem fazer entre a realidade do terreno e uma possível viagem visando a média europeia.
  3. O programa não tem pontos indicativos dos pontos centrais da actual situação, onde vai actuar e em que dimensão.
  4. Não há detalhe de medidas de política para a prática desportiva informal e para o 'desporto com todos'.
  5. O detalhe das futuras medidas do alto rendimento é grande em múltiplos pontos e mesmo quando parece que a frase de início vai tratar do 'desporto com todos' verifica-se que acaba a falar de alto rendimento, talentos, parcerias privadas.
  6. O modelo por detrás do programa é maioritariamente direccionado para o alto rendimento.
  7. A austeridade referida pelo secretário de estado sugere que algumas das medidas apresentadas no programa sejam ajustadas ao que chama o contexto macroeconómico.
Como conclusão e a indicação de pontos em aberto:
  1. O programa não consubstancia um modelo de desenvolvimento sustentado visando a média europeia.
  2. É uma lacuna grave que o programa do governo não trate com essencialidade o fracasso actual da produção do associativismo desportivo de base. O 'desporto com todos' é um conceito novo como o da actividade física imposto na legislatura passada.
  3. A actuação do governo deverá orientar-se pelos tradicionais instrumentos legislação, produção pública e subsídios para a produção privada. A maior parte das medidas tratadas podem ter graus diferenciados de legislação, produção pública e subsídios.
  4. Ou seja, as transformações legislativas não são apenas a revisão da lei de bases, do Conselho Nacional do Desporto, o TAD. Todas as medidas propostas incluem alguma necessidade de ajustamento legislativo ou de produção pública ou de subsídio. Ligar a actuação do governo apenas à produção legislativa é um erro da equipa que pontificou na legislatura precedente.
  5. Há nos dias que correm a possibilidade de atribuir direitos de propriedade aos produtores privados nomeadamente através de parcerias para a realização de objectivos públicos.
  6. Entre esses elementos também está o diálogo social não só para dentro do desporto como também para fora do desporto que o programa só fala em termos do turismo o que é fortemente limitado.
  7. Simultaneamente há grandes projectos nacionais como o Mar e que o programa para o desporto é omisso.


Numa frase final pode dizer-se que o programa do XIX governo constitucional procura cortar com o passado e com o real, quer não falando deles, quer falando de coisas novas (como foi feito na Lei de Bases do Desporto de 2005).

Tal como o PS em 2005 reconstruiu o seu modelo de actuação a partir dos sucessos anteriores as equipas e os conteúdos, tudo leva a crer que o actual modelo do governo do PSD e do CDS é o de Hermínio Loureiro sem o Euro 2004.

Este é um contributo para o PS começar a construir o seu futuro no desporto.

Independentemente do que está no programa o Ministro do Desporto e o Secretário de Estado do Desporto é que têm a faca e o queijo na mão para demonstrarem que as hipóteses e conclusões colocadas serão reais para o desporto português.