quarta-feira, 6 de julho de 2011

Programa do XIX governo 5 várias medidas

As medidas seguintes todas para o alto rendimento não referem o que está a ser feito, poderá contribuir para nova despesa ou não existiam nesta formulação nos governos anteriores. São elas:
  • Apostar num projecto de identificação e desenvolvimento de jovens talentos no desporto, em particular no âmbito dos Programas de Preparação Olímpica e Paralímpica e das Esperanças Olímpicas (a identificação e o desenvolvimento de talentos tem como paradigma experiências boas como Nelson Évora e experiências más como Vanessa Fernandes. Esta formulação deveria ser mais cautelosae ter algum juízo de valor face ao actual)
  • Ajustar os estatutos de acesso ao alto rendimento, compatibilizando-os com a formação escolar dos atletas (“carreiras duais”), com modelos de gestão mista dos centros de alto rendimento; (para além do 'carreiras duais' a frase mistura-as com a gestão mista dos CAR o que é muito confuso)
  • Promover o “mecenato desportivo” e integrá-lo no Estatuto dos Benefícios Fiscais; (não fala da Fundação do Desporto que continuará a pagar salários e vem propor algo de improvável na actual conjuntura porque nada no programa sugere onde se vai cortar para obter rendimentos adicionais como nos benefícios fiscais)
  • Profissionalizar os agentes desportivos e qualificá-los através de um Plano Nacional de Formação, v.g. nas vertentes da gestão e do treino em parceria com as universidades e, internamente, nas federações; (um programa já existe e as federações estão a trabalhar nele. o governo vai mexer neste programa e como?)
Começa-se a perceber como foi feito o programa com palavras sonoras, as 'buzzwords', sem uma interpretação e compreensão da actividade real que está na base do trabalho dos agentes privados e sem a proposta de um novo modelo de desenvolvimento.

A medida seguinte é interminável e sintomática da dificuldade de concepção de um novo modelo:
  • Avaliar e redefinir os critérios públicos de apoio às práticas desportivas tendo em conta o contexto macroeconómico e os novos pressupostos de integração no estatuto de alto rendimento e a sua conciliação com outros financiamentos das federações e comités Olímpico e Paralímpico. Neste contexto, cabe assegurar a requalificação e a melhoria das infra-estruturas e materiais de apoio à prática desportiva como o Centro de Alto Rendimento do Jamor, alterando o seu modelo de gestão, e através da reestruturação do modelo gestionário do serviço público de medicina desportiva, privilegiando a instalação de unidades médicas e de controlo de treino nos Centros de Alto Rendimento com parcerias com o sector privado; (há 1 questão: os critérios públicos de apoios, articulado com o contexto macroeconómico e o novo estatuto de AR. Depois referem-se outras questões a referir isoladamente ou noutro ponto: o CAR do Jamor, o serviço público de medicina, as parcerias com o sector privado. Mais uma vez começa-se num ponto geral e acaba-se num ponto específico que nunca mais se fala. Como tudo tem a ver com tudo, quem quer compreender a racionalidade do modelo apanha uma desorientação de palavras fortes)
Numa medida seguinte retoma-se as instalações onde deviam estar os CAR's que são uma componente à parte e significativa do capital acumulado de infra-estruturas desportivas:
  • Modernizar e desenvolver o parque desportivo nacional e viabilizar a gestão e utilização das instalações, equipamentos e infra-estruturas existentes com vista ao seu integral aproveitamento;
Por fim surge mais uma medida que costuma ser o desporto a pagar e o Turismo a arrecadar as rendas:
  • Projectar o Desporto Nacional internacionalmente e de forma concertada com o Turismo através de um criterioso apoio à organização de candidaturas a grandes eventos desportivos internacionais na base de um efectivo retorno económico, turístico e desportivo. (isto já se faz desde 1991 quando Portugal organizou o Mundial de futebol junior e depois o Euro 2004 atingiu o seu máximo com os dez estádios, o Pavilhão Atlântico e as Empresas Municipais de Desporto. A fórmula habitual é: o desporto paga a despesa e o turismo arrecada os lucros. A particularidade é que num período de crise o Turismo vai cobrar e algumas federações vão querer ter rendas de eventos mesmo sem ter praticantes ou sem futuro da modalidade)

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