quinta-feira, 7 de julho de 2011

Formar para o mercado e para o desemprego

A actual proliferação de treinadores de futebol pelos quatro cantos do mundo parece ser contrária à máxima de formar para o desemprego.

Há sucesso nas escolas de desporto e a matéria suscita um debate sobre a competitividade deste mercado universitário.

O sucesso de Carlos Queiroz e de José Mourinho apontam para a Faculdade de Motricidade Humana enquanto o surgimento de Vítor Pereira no Futebol Clube do Porto sugere que a Faculdade de Desporto tem outras valias.

Procurei conversar com vários professores das faculdades e escolas superiores e os dados contraditórios são os seguintes:

  1. Melo Barreiros ao adoptar a Motricidade de Manuel Sérgio levou a faculdade para um nível científico que permite aos seus licenciados fazer um trabalho em qualquer matéria científica do desporto inclusive sobre qualquer questão desportiva do futebol, ao triatlo ou ao skate.
  2. As disciplinas de treino das modalidades desapareceram e é possível aos alunos desenvolverem conhecimentos sobre as modalidades a partir de determinado nível de formação na faculdade.
  3. Com esta transformação professores do treino como Jenny Candeias, José Curado e Jorge Proença abandonaram a escola.
  4. A progressão destes novos licenciados nas modalidades é mais difícil porque não chegam a compreender a cultura da modalidade. Há casos de sucesso destes treinadores mas a sua progressão é mais difícil.
  5. O projecto criado por Carlos Queiroz, Mirandela da Costa e Jesualdo Ferreira deu um exemplo significativo aos clubes onde os treinadores licenciados até esse momento eram simples adjuntos e só a partir dessa altura começam a assumir lugares de responsabilidade.
  6. A Faculdade do Porto terá afirmado o primado do desporto e do treino não só no futebol mas também noutras modalidades como o voleibol, andebol, basquetebol, ginástica, natação e atletismo onde pontifica Vítor Frade como referência maior.
  7. A UTAD tem obtido resultados no futsal e no basquetebol.
  8. A Escola Superior de Rio Maior é a primeira criada de raiz focada no treino, no sentido das escolas de leste e alemãs, começando a colocar treinadores em lugares de responsabilidade nos clubes.
Estas notas não esgotam a matéria e poderão conter erros.

O seu objectivo é a apreciação do trabalho das faculdades de desporto como elemento igualmente relevante para o progresso do desporto português.

As opções parecem situar-se entre uma escola centrada nos desafios científicos para responder aos desafios colocados no mercado e uma outra partindo da produção de desporto para campeões no terreno de jogo e no campo científico.

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