sábado, 2 de julho de 2011

O que fazer com o novo governo

Sábado de manhã e desconheço o que trarão as notícias do fim de semana para além das notícias do futebol profissional. Refiro-me às notícias do associativismo desportivo.

As notícias do Governo mostram uma alteração de paradigma pela impossibilidade de manter níveis de iniquidade social crescentes e impeditivos do funcionamento liberal do mercado.

Uso liberal num sentido positivo para o distinguir da matriz anterior.

Mais uma vez Pedro Mota Soares, ministro da segurança social, refere a questões sociais fracturantes da actual situação transferindo para o nível local a produção de serviços públicos protectores das crianças e dos idosos.

Para quem é do desporto a Fundação INATEL é o paradigma de um erro que os governos anteriores aprofundaram mantendo no Estado, central, a produção de serviços de retalho como os de restauração e alojamento das pousadas, da cultura, e do desporto. Mesmo que sob o manto de um benefício para sectores carenciados estes serviços são transversais a outros 3 sectores do turismo, cultura e desporto e não tem razãoa sua manutenção no Ministério de Pedro Mota Soares.

A nova direcção da CDP igual à anterior nunca tratou das questões da recreação e não percebeu o vazio institucional aí existente no desporto português.

Nesta altura a separação entre COP e CDP é um erro porque também o COP vê-se como caixa multibanco dos dinheiros que transitam do Estado para as federações, garantindo rendas a estruturas ociosas no respeitante à transformação e racionalização do modelo de desenvolvimento que se quer integrador da produção associativia e empresarial da base ao topo da pirâmide desportiva.

Tal como o INATEL e a Juventude são organizações da Administração Central a merecerem uma actuação rápida como quer fazer o Governo, o COP e a CDP são organizações privadas que justificam um tipo de actuação igualmente expedito.

Dentro da matriz liberal do actual governo existe um espaço para a captura de funções várias que dariam outro sentido e outra dinâmica ao mercado privado do desporto português.

É nestes factores que se nota a relevância de instituições democráticas e competitivas para além das estruturas corporativas, no bom sentido, cuja dinâmica deveria ser mais efectiva na defesa dos seus interesses para além daqueles que a história produziu e se encontram numa situação sem saída ou pelo menos com atraso de reacção em relação ao que se passa com uma velocidade superior.

Numa palavra ninguém vai dar ao desporto aquilo que o desporto não conseguir colocar em cima da mesa tanto na administração central como na organização associativa para melhor regular e produzir desporto.

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