quarta-feira, 20 de julho de 2011

O desporto português necessita de espíritos iluminados, liderança e democracia

A situação a que chega o Leiria só é possível pela falta de governance na liderança do desporto português com a falta de decisão sobre os problemas.

O futebol é a actividade desportiva com maior sucesso na opinião pública, apenas acompanhada pelo atletismo com menor visibilidade mediática e os problemas claramente não são resolvidos ao longo de anos e anos.

Há falta de decisão para o diagnóstico dos problemas, falta de estruturas e formas de consensualização das resoluções visando o bem comum,

Há líderes e estruturas corporativas que existem ou são nomeados pelo currículo que têm, fazem os seus trabalhos e depois vão-se embora sem terem acumulado alguma massa crítica no e para o desporto. Quando saem as empresas e organizações a quem encomendaram os trabalhos levam o dinheiro público e não se vê nenhum trabalho.

O caso do Leiria não é de hoje.

O Euro2004 foi em 2004 e já nessa altura se poderiam equacionar dificuldades futuras, passaram-se mais duas legislaturas e os débitos acumularam-se. Quem paga estes débitos acumulados?

Onde estão as soluções de política desportiva para o Leiria e os outros?

Isto é o que se passa no desporto português.

Isto é a causa da crise do Leiria e do futebol português ter chegado ao ponto a que chegou de mais uma região nacional se ver envolvida num processo de falência do seu maior clube de futebol.

O desaparecimento dos clubes de futebol é elevado mas a federação não estuda nem investiga o que há-de fazer e o Estado apesar de ter comprometido centenas de milhões de euros em estádios e de milhares de milhões de euros em actividades desportivas durante décadas não apresenta nem discute soluções com os parceiros privados e públicos.


A governance é fundamental porque só com ela é possível resolver problemas, acumular massa crítica e músculo para levar o desporto mais longe.

O futebol e o estádio do Leiria são o exemplo da necessidade de estudos e de centros de debate para uma decisão consensual.


Como tenho referido o estudo acabado de fazer pela Liga de Clubes é um bom estudo.

Porém, há falta de mais estudos e de líderes que consigam equacionar estudos, como Hermínio Loureiro e Vítor Pereira fizeram para a arbitragem profissional e como Fernando Gomes faz para a competitividade para além das 4 linhas.

Apesar do estudo da arbitragem de Vítor Pereira, Gilberto Madail deixou fugir de Portugal centenas de milhares de euros que as instituições internacionais do futebol tinham para a arbitragem amadora.

Pode acontecer que o estudo da Liga de Clubes, simplesmente caia em saco roto.


Como Passos Coelho terá dito o que está agora em causa não é o que os governos anteriores fizeram. De facto o relevante é o que o novo vai fazer.

Já chega de se perderem anos com não-soluções e justifica-se que as federações e o Estado trabalhem no desbravar das soluções com futuro.

Se Gilberto Madail se recandidatar a presidente da Federação é porque teve alguma graça de alguém, directa ou indirectamente, ou que nada se iria fazer, ou aceitando um novo mega-evento que é a especialidade corrente e que o desporto menos necessita de momento

Outro líder que tem fortes condições para se recandidatar a mais um mandato reside no COP que já apresentou o projecto do museu que o desporto necessita imensamente

Que esperança há que desta vez as coisas sejam melhores do que passado?

Provavelmente os dados foram lançados pelas pessoas que os têm nas mãos há muito

A prazo ver-se-à se houve ingenuidade, demasiada ambição ou um aproveitamento da nova oportunidade que foi facultada.



Nota marginal: hoje a cultura está a nomear responsáveis, a educação, a economia e outros ministérios mostram primeiras medidas. Outros no passado estiveram anos a trabalhar sem falarem com a economia e a sociedade que consome e produz desporto todos os dias.

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