domingo, 3 de julho de 2011

Tenho tido o privilégio de trabalhar no IDP

Cheguei ao desporto e à ex-Direcção-Geral dos Desportos nos anos 80 de Mirandela da Costa e João Boaventura os quais abriam a agência técnica do desporto aos ares da Europa através da colocação de técnicos em todas as áreas que o Conselho da Europa dinamizava com estudos sobre os problemas reais dos sistemas desportivos nacionais.

Desde essa data a institucionalização jurídica foi uma tentação para os líderes públicos do desporto português a ponto de actualmente as reuniões técnicas que a União Europeia promove por essa Europa serem abandonados apesar de conhecidas ou terem o acompanhamento de um jurista, desconhecedor de matérias de outras ciências e que não apresenta relatórios das viagens que realiza.

O espírito inicial de Mirandela da Costa e de João Boaventura sempre foi o de acompanhar os projectos europeus, replicá-los, introduzir essas inovações nas políticas desportivas em Portugal e traduzir e publicar os documentos técnicos que se traziam.

As bibliotecas de desporto nacionais têm exemplares desse trabalho feito na ex-DGD e são muitos os especialistas e professores universitários que passaram pelos grupos de trabalho do Conselho da Europa levados pela mão de uma agência promotora de ciência e técnica.

Pode encontrar-se um paralelismo com o período que José Constantino esteve na Confederação do Desporto de Portugal em que produziu estudos vários ao contrário de líderes que nada publicaram.


Para o novo desporto há que reinventar novas instituições

Quando se sabe pouco de uma matéria, o que se faz parece imenso. Quando são conhecidos exemplos nacionais a realização é relativizada e pode ser tomada pela sua real valia.

O actual governo tem nas suas mãos o início de um novo período em que terá de criar políticas novas e instituições que actualmente 'não existem'.

Hoje o Público tem um artigo na sua revista Pública sobre o o surf intitulado 'Surfar para sair da crise'.

É um artigo de Alexandra Prado Coelho que descreve os novos horizontes que o surf abre para o desporto, o turismo e o país, terminando por salientar o que parecem para as pessoas entrevistadas os excessos de centros de alto rendimento nesta modalidade.

Definitivamente não basta ocupar os lugares e autoelogiar-se.

O desporto é uma construção laboriosa de muitas gerações cujos ganhos podem ser perdidos por pessoas que não tendo capacidades para o lugar a que chegam, destróem mesmo que sem querer o que gerações anteriores de líderes e técnicos acumularam.

Actualemtne assiste-se também à destruição do futuro com medidas e actos que prejudicam o futuro mesmo quando, por exemplo, se compram computadores novos.

As pessoas que passam em primeiro lugar deveriam respeitar o trabalho dos seus predecessores, em segundo deveriam promover a protecção desse capital acumulado no passado, em terceiro criar condições para que a acumulação de capital se continue a realizar durante toda a sua passagem e em quarto deveriam ser humildes quanto às características positivas da sua própria passagem.

É interessante notar como para pessoas que se autoelogiaram tanto durante tantos anos, surjam pessoas das universidades e produtores desportivos de base e uma revista de largo espectro a colocarem reticências a excessos realizados.

A ética e o respeito pelo trabalho dos outros e a humildade pelo seu próprio trabalho é a melhor forma de conseguir passar pelos cargos ajudando a criar instituições que projectam o desporto nacional para suportar e resolver da melhor forma as crises surgidas.


Afinal a principal questão a retirar é que é relevante começar por analisar atentamente o trabalho feito anteriormente para beneficiar de algum bom trabalho que tenha sido feito.

Isso parece surgir na questão da revisão da legislação do desporto.

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