quinta-feira, 3 de março de 2011

Existem 3 Modelos de Desenvolvimento Desportivo a partir de 1974

No poste anterior sugeri dois modelos de desenvolvimento desportivo assumidos pelo desporto português.

Irei partir o segundo modelo de Mirandela da Costa em dois, criando um último modelo que apelido Euro 2004:

1 - O modelo Melo de Carvalho a seguir a 1974 foi um modelo voluntarista direccionado para a base da pirâmide de prática desportiva e o bem-estar da população e beneficiando de dinheiros que nunca mais o desporto beneficiou tanto.

2 - O modelo Mirandela da Costa iniciado na década de oitenta e terminando em 1995 com o Caso INDESP. Foi um modelo cada vez mais direccionado para o topo da pirâmide para o desporto profissional e o alto rendimento, que beneficiou de fundos europeus significativos e do Totoloto e criou uma lei de bases do desporto dando um sentido à dispersão legislativa acumulada ao longo do século XX. Este modelo manteve a recreação como uma actividade secundária nitidamente inferior à dimensão assumida no modelo de Melo d Carvalho. Até ao início dos anos 90 foi um período fecundo para a política desportiva que as zero medalhas de Barcelona demonstraram ser ainda imperfeito e sujeito a melhorias urgentes no plano conceptual, científico e da governance da política desportiva.

3 - O modelo Euro 2004, para não apelidar segundo um líder desportivo, tem o seu esboço inicial com o programa de financiamento Desporto Século XXI que prometeu às federações infraestruturas especializadas, começou por suportar os estádios do Euro 2004 e instalações de modalidade nos municípios e acabou por criar os centros de alto rendimento, CAR's. É neste período que são feitas duas leis de bases. A recreação enquanto prática desportiva de base tem uma expressão menor nunca assumindo a relevância dos países do centro e norte da Europa. As crises orçamental, económica e financeira atingem o desporto neste período fortemente sugerindo alguns dados que existe uma divergência da Europa do desporto por parte de Portugal. O modelo de desenvolvimento desportivo termina com a demissão de Fernando Mota. Contudo, o actual modelo poderá viver em negação até daqui a ano e meio em Londres onde se verificará que Portugal só por sorte ganhará alguma medalha olímpica.

Talvez eu esteja enganado e todos estaremos para ver o que acontecer.

A descrição que faço é necessariamente breve.

Há a necessidade de compreender profundamente o que se passa para criar o quarto modelo de desenvolvimento desportivo do desporto português moderno que permita a convergência com a média europeia.

Este poste inicial baliza e ajudar o diálogo.

As características do 4.º modelo passará pelos seguintes pontos:

1 - prática desportiva de base trabalhando segmentos como os jovens, mulheres, carenciados, idosos, etc.
2 - capacidade crítica de competir convergindo para as médias desportivas europeias.
3 - revisão do modelo de regulação pública do desporto nomeadamente quanto à criação legislativa e à avaliação dos seus resultados.
4 - novo modelo de produção desportiva e eficiência do mercado privado de produção desportiva.
5 - concepção do novo modelo económico e de financiamento do desporto português.

Há um trabalho imenso pela frente.

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