domingo, 20 de março de 2011

Na reconsideração de Fernando Mota

As causas que geraram a demissão de Fernando Mota não se resolveram em alguns dias.

O tempo dirá qual foi o conjunto de causas internas e externas que levaram à demissão em primeiro lugar.

O atletismo e Fernando Mota têm sido o subsídio olímpico do desporto português e os erros que envolvem o olimpismo português relacionam-se com a insuficiente compreensão dos graus de liberdade que influenciam exteriormente o atletismo e as suas características internas, para estabelecer patamares de desenvolvimento nacional baseados na boa experiência e na correcção dos desafios que ainda não se resolveram

A reconsideração de FM tem de ser acompanhada com preocupação porque os seus graus de liberdade poderão ter diminuído.

Se houve razões da demissão, relacionadas com as condições de funcionamento do modelo de produção desportivo nacional, essas razões não se resolveram, nem foram explicadas e agora Fernando Mota arca sobre si responnsabilidades que estão para além da federação de atletismo.

Isto poderá não ser bom para o desporto, para o atletismo e a sua federação e para Fernando Mota.

Os Jogos de Londres estão feitos porque não é credível que as coisas se desajustassem ou melhorassem em um ano e poucos meses que faltam.

Vamos colocar os limites da produção desportiva em dois pontos:
  1. Não existe um programa de criação de liderança moderna no sistema desportivo nacional. Há a necessidade de formar os dirigentes actuais nomeadamente os mais novos e há que preparar os atletas para o assumir de cargos e níveis de responsabilidades modernos. A reforma da governance e das instituições é fundamental. Tenho sugerido começar por juntar o COP e a CDP que constituíriam sinais às federações do que deveriam e poderiam fazer;
  2. Seria útil actuar sobre a base do modelo de produção promovendo um estilo de vida activo dos portugueses através da prática de actividade física e de desporto. A remoção das barreiras de acesso e a difusão de informação são actos necessários. Promover a oferta de oportunidades de prática através da disponibilização de infra-estruturas e de técnicos e voluntários qualificados é um outro vector de incentivo da prática.
Apenas atendendo aos princípios em primeiro lugar e possuindo mecanismos de debate público baseados em instituições fortes conseguiremos, por um lado, não destruir o capital que existe acumulado e, por outro, conseguiremos alavancar capital novo onde actualmente apenas se capturam valias fugazes e se delapida a sustentabilidade do desenvolvimento.

Boa sorte a  Fernando Mota

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