sexta-feira, 1 de abril de 2011

Os 13 milhões de dívida do futebol ao fisco

As dívidas ao fisco são uma responsabilidade dos clubes que não pagaram atempadamente obrigações várias ao Estado, quando todo o país fazia o mesmo na medida das suas possibilidades.

O Estado há vinte anos, creio durante as governações de Cavaco Silva, decidiu que se as empresas não pagavam ao fisco então eram inviáveis e deveriam falir.

Um caso emblemático foi do empresário da Oliva que assumiu em Tribunal o desvio dos dinheiros devidos ao Estado para pagamento de salários e foi condenado.

Nos clubes foi diferente porque tinham direitos de imagem a receber do Totobola e procedeu-se a um acerto de contas no Plano Mateus.

Entretanto, a majestática e corporativa Santa Casa da Misericórdia de Lisboa gestora do Totobola e de todos os outros jogos de fortuna e azar actuou durante anos para falir o Totobola e valorizar os jogos que beneficiavam mais as suas actividades sociais não promovendo o Totobola e criando sempre novos jogos no mercado das apostas populares.

O desporto, a Liga e a Federação e o Desporto, público e privado, depois de Mirandela da Costa, aceitaram fazer figura de corpo presente na mesa do Departamento de Jogos da SCML e não valorizaram os seus direitos de longo prazo e a sua eficiência na aplicação de dinheiros públicos acima de outros sectores sociais.

No caso concreto do futebol tanto a Liga de Clubes como a Federação foram negligentes nunca apresentando um programa ao Estado de resolução da dívida e de fomento do mercado do futebol.

Os clubes médios continuam a falir na procura de rendibilidades financeiras de alto risco na compra barata de capital humano africano, sul-americano e de leste (quando foi o tempo dele).

Os grandes clubes acumulam défices e todos acham normal tendo acabado com o único instrumento capaz de demonstrar a rendibilidade das contas que eram os relatórios da Deloite publicados pela Bola.

Os reguladores não se importam que o relatório não se publique nem que o futebol não tenha horizontes de longo prazo.

Há vários instrumentos que a Federação e a Liga deveriam criar e apresentar ao Estado como modelo de produção para o século XXI. Sucintamente:
  1. Um relatório dos relatórios e contas sobre todos os campeonatos amadores e profissionais;
  2. Racionalidade dos campeonatos e programa de longo prazo;
  3. Concepção do estilo de jogo português e dos objectivos técnicos e desportivos no longo prazo.
Isto para não dizer que deveria ser o Estado a promover todos os estudos.

Na Europa a UEFA fez um documento com a Visão do seu negócio e em conjugação com a União Europeia fizeram o Relatório Independente.

Isto faz-se na Europa.

Lá longe na Europa.

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