quinta-feira, 14 de abril de 2011

Quanto vale uma vida humana?

As vidas que se perdem em acidentes desportivos ou ficam truncadas por incapacidades para a vida têm um valor que pode ser medido monetariamente.

Se o valor da vida é incalculável, a sua quantificação ajuda a medir o custo dos acidentes e a estabelecer um limite ao custo das actividades que previnam a ocorrência dos problemas e dos acidentes e salvem as vidas. É difícil exigir à sociedade que tome medidas de custo incalculável para evitar a perda de vidas humanas. O estudo do valor da vida humana é um instrumento para balizar os limites das intervenções e das indemnizações por exemplo para cada tipo de acidente que resulte na perda de vidas humanas ou de limitações do usufruto da vida.


Aqui, é possível encontrar um paper que dá um valor para os acidentes de autóveis nos Estados Unidos denominado "Using Mandated Speed Limits to Measure the Value of a Statistical Life", de Orley Ashenfelter, de Princeton University e de Michael Greenstone, da University of Chicago.

O artigo refere que em 1987 o governo dos Estados Unidos aumentou o limite de velocidade de 55 milhas por hora para 65 mph. O estudo compara as horas salvas e as mortes acontecidas. Assim, o aumento de 2mph no limite de velocidade é equivalente a 3,5% e aumenta o nível de fatalidades em 35%. Dos dados obtidos pouparam-se 125.000 por vida perdida. Avaliando as horas por uma taxa salarial horária média o estudo indica que os Estados americano estão dispostos a aceitar uma perda de 1,54 milhões de dólares de (valores de 1997). O modelo criado permite estabelecer que o valor estatístico da vida é inferior a 1,54 milhões de dólares.


A matéria científica do Valor da Vida é importante para as seguradoras e outras organizações cuja actividade se relaciona com projectos que estabelecem melhorias para os cidadãos e os consumidores.

Esta análise deveria / poderia ser realizada em Portugal para compreender a relevância do mar para os portugueses e a dimensão de um programa de largo espectro como é sugerido no poste anterior.

O número de mortes no mar e nas águas em Portugal é superior a 10 mortes por época balnear. Tomando o valor de 1,54 milhões de euros por morte obtém-se um valor de 15,4 milhões de euros para essas mesmas mortes e este valor dá a ideia da ordem de grandeza das medidas nacionais que tivessem um impacto efectivo a 100% na promoção da segurança do usufruto do mar e das águas pela população portuguesa.

Sem comentários: