sexta-feira, 1 de abril de 2011

No futebol alemão "o negócio" é a sério

Gilberto Madail dizia que o a candidatura ao Mundial de 2018 com a Espanha ia ser um bom negócio.

GM tem toda a razão porque há em todos os projectos económicos ganhadores e também há perdedores e a sua perspectiva de negócio é a de se incuir na primeira categoria.

Gilberto Madail conhece apenas a face risonha e não faz como os alemães.

Um jornal diário dizia há dias que havia mais de 360.000 consumidores para o jogo da final do campeonato de futebol da Alemanha espantado-se com o número indicado.

Há vários elementos para compreender como os alemães tratam o seu futebol e se encontram entre os países com melhores resultados nos clubes e nas selecções.
  1. Os clubes alemães têm contas em dia e o máximo que lhes acontece é baixarem de divisão;
  2. A profilaxia da passagem pela divisão inferior tem consequências positivas como relata Michael Drewes em "Management, competition and efficiency in professional sports leagues" onde compara principalmente as ligas americanas e a alemão enquanto exemplo europeu. Ver aqui.
  3. Drewes dá o exemplo do Werder Bremen, FC Kaiserlautern, Hertha Berlin, entre outros, como clubes pequenos que usando métodos de gestão competentes conseguem bater o pé aos maiores clubes.
  4. O que ressalta do texto é a racionalidade económica dos campeonatos alemães que lhes permite ter ligas competitivas que permitem o movimento vertical dos clubes sem terem de ir à falência para além da elevada competitividade dos clubes que o artigo referindo a afluência de 360.000 adeptos valoriza os processos de gestão da federação, da liga e dos clubes.
O futebol alemão vai mais longe onde GM não chegou ou não quis até hoje chegar.

Quando foi o Mundial da Alemanha em 2006 os alemães fizeram estudos sobre o investimento que iam fazer nos estádios, ver por exemplo papers de Markus Kurdscheidt, que previam o investimento a realizar e o retorno no médio e no longo prazo.

Agora a final onde centenas de milhares de adeptos querem estar far-se-á no Signal-Iduna-Park, antigo Westfalenstadion, que é o maior estádio da Alemanha, com uma lotação de 80.720 lugares.

O modelo de futebol português deve ser feito segundo as características nacionais e não é dado adquirido que os clubes tenham de falir por azares da classificação desportiva ou da gestão de um empenhado líder popular.

2 comentários:

Anónimo disse...

A coisa vai mudar se seguirem a proposta do Godinho Lopes:Laurentino Dias para presidente da Federação de Futebol.Assim vamos lá!!!!

Fernando Tenreiro disse...

Ou é piada de 1 de Abril ou então é a sério.

Terá o recém-chegado presidente do Sporting conversado com outros presidentes de clubes?

Era interessante saber que fundamentos tem para suportar essa importante proposta.