quinta-feira, 7 de abril de 2011

O receio das estatísticas desportivas é político

São os políticos que actuam no desporto que receiam a publicação de estatísticas e a realização de estudos e análises.

O seu receio é o da debilidade da sua decisão.

A sua decisão começa por ser frágil quando concebem que as suas responsabilidades vão ser questionadas por resultados quantificáveis.

Existe uma diferença entre o político europeu e o português em que o europeu tem a experiência do sucesso da produção desportiva e ele sabe que se fizer as coisas minimamente bem conquista medalhas e alcança o sétimo céu.

No desporto em Portugal os políticos têm pesadelos de dois em dois anos nos jogos olímpicos e nos mundiais de futebol apesar de terem dado tudo o que os líderes desportivos lhe pediram, desde as micro às grandes federações. Não confia nos primeiros e sabe que os segundos lhe vão dar todo o protagonismo frente à comunicaçao social.

O problema maior é o de transformar os programas eleitorais em medalhas olímpicas e resultados de prática desportiva para toda a população nacional.

São coisas que a política desportiva nacional não controla por definição e por incapacidade das equipas governamentais trabalharem essa matéria há muito tempo.

O político desportivo dá dinheiro para infra-estruturas, não quer saber do desporto escolar porque isso são coisas da educação e as federações recebem dinheiro para medalhas e não para aumentarem a sua massa crítica de praticantes e valorizarem o seu tecido desportivo.


Os bons líderes desportivos sabem produzir desporto e quando lhes dão estatísticas que explicam o que devem fazer para crescer eles agradecem.

Já contei noutros lados que um presidente de uma federação me disse:

"Aquelas coisas terríveis que você diz no livro de estatística são as mesmas que eu digo aos meus dirigentes e técnicos. Quando é que produz a próxima análise?"

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