quinta-feira, 21 de abril de 2011

Os líderes desportivos não estão errados

O que está errado no desporto português não é a decisão e a preferência dos agentes desportivos.

O quadro macroeconómico e o modelo de produção desportivo nacional não lhes oferece saídas no contexto do desporto moderno.

A política desportiva nacional não explicitando um quadro macroeconómico e não exercitando um modelo de produção contém estruturas e determinantes económicas ineficientes resolvidas no quadro das relações de política e de legislação criada à luz dos melhores interesses particulares  e sem uma visão de um modelo que tenha como objectivo o interesse nacional.

Nesta óptica não haverá presidente de federação que não diga que não tenha encontrado nas respostas do Estado aquilo que pediu.

Estando o modelo vigente em regressão acentuada duas hipóteses se vão colocar aos líderes das federações:
  1. Aceitar os dados da equação económica como fizeram até hoje, levando os seus associados a aceitar os limites do modelo;
  2. Alterar os dados da equação e dos factores que a suportam.

1 comentário:

Armando Inocentes disse...

Caro Fernando Tenreiro:

Estou completamente de acordo em relação ao seu post!

O que produz um jogador de futebol? O que produz um dirigente de um clube desportivo?

Olímpio Bento diz-nos que "a valia do desporto em termos económicos – como a de qualquer outro bem ou artigo de consumo – depende do conceito em que é tido pelo público consumidor. Quanto mais o desporto for um bem estimado e respeitado, tanto maior será a sua cotação no plano comercial."

Já Fernando Tenreiro ecreveu que "nos países mais desenvolvidos a ética é promovida e defendida porque é um bem valorizado económica e socialmente. (...) já nos regimes democráticos ocidentais a existência de corrupção é um imposto que os agentes privados e as populações pagam e que impedem o seu desenvolvimento e bem-estar."

Em relação aos líderes das federações, o que produzem eles?

Se optarem pela solução 1, continuarão a explorar os que pagam as saídas dos que vão lá fora para trazerem uma medalhita de vez em quando... ou seja, uma certa forma encapotada de corrupção...

Se optarem pela solução 2 (poucos deve haver com a coragem necessária para tal!) só promovendo e defendendo uma ética conseguirão tal... mas ficarão sujeitos a serem condenados, a serem ostracizados pelos seus pares.

Moral da história: atingiu-se o grau máximo de entropia do sitema!