sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pode o desporto fazer diferente?

Segundo o jornal i, aqui, um estudo internacional refere que o "bem-estar dos portugueses está ao nível de países atingidos pela guerra".

O desporto pouco resolverá se tudo estiver mal.

Porém, se as coisas se encarreirarem o desporto pode ser um factor para gerar resultados mais do que proporciionais do que o impacto inicial.

Quererão os líderes do desporto conceber e tomar uma via alternativa?

5 comentários:

Armando Inocentes disse...

Caro Fernando Tenreiro:

A primeira questão que se coloca é "quem são os líderes do desporto"? O Secretário de Estado? Os Presidentes de quaisquer federações? O CND?

A segunda questão que se coloca é o que é que o desporto pode resolver? A entrada de divisas? A atracção de estrangeiros ao nosso país? A obtenção de marcas e de medalhas?

E a terceira questão: qual será a via alternativa quando os que são líderes do desporto se servem dele em vez de o serviram?

Um abraço e Boa Páscoa.

Fernando Tenreiro disse...

Caro Armando Inocentes

Eles existem e estão por aí.

Uma possível forma de actuação é falar e debater diferentemente do que se faz até hoje.

Não interessa quem é o líder.

Você coloca questões que me parece que começam a ser diferentes.


Bom 25 de Abril

Armando Inocentes disse...

Caro Fernando:

Tenho procurado dar um contributo neste blog que considero bastante válido.

A minha especialização académica por vezes pode não estar em consonância com a sua (venho das áreasda pedagogia e da sociologia do desporto), e como acima de tudo sou um "homem do terreno" (para além de treinador estive na direcção de uma federação)talvez as minhas questões pareçam começar a ser diferentes...


No entanto uma coisa me parece: ESTAMOS DE ACORDO EM MUITÍSSIMOS PONTOS!

O que poderemos fazer, com mais alguns que partilhem as nossas ideias, para tentar mostrar que rumo deve seguir o desporto?

Fernando Tenreiro disse...

Você já faz uma coisa que é perigosíssima e que é conversar.

Nos últimos anos foi perigoso conversar.

Primeiro porque nem sempre dizemos coisas certas e nos enganamos e segundo porque sugerimos coisas que outros dão por adquirido e algumas das pessoas ficam muito zangadas.

Conversar pode ser subversivo hoje como foi antes de 1974.

Conversemos por responsabilidade e não nos queixemos.

Mande sempre, Armando Inocentes

Armando Inocentes disse...

Quem pratica Karaté há 38 anos está habituado a coisas perigosíssimas... na prática, na competição, na arbitragem, no dirigismo...

Quem é treinador de Karaté há 30 anos também está habituado a isso...

Quem é Professor, licenciado em Ensino de Educação Física e tem um Mestrado em Gestão da Formação Desportiva, e com crianças a seu cargo também arrisca coisas perigosíssimas...

Mas também está habituado a assumir as suas responsabilidades!

Mas apesar de tudo, obrigado pelo conselho!

Um abraço e aqui o deixo com um pedagogo de excepção (que também fez coisas perigosísssimas!):

"Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.

Chegamos? Não chegamos?

Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos,
basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia.

Chegamos? Não chegamos?

─ Partimos. Vamos. Somos."

Sebastião da Gama
Pelo sonho é que vamos
Lisboa, Ed. Ática, 1992

Caro Fernando Tenreiro:
- Partimos. Vamos. Somos.