quarta-feira, 29 de junho de 2011

Afinal disseram-me que o período inicial de governação é de 6 meses e não de 100 dias

Pois sejam de 180 dias.

As opiniões contrastantes apresentadas em vários canais sobre a nomeação de Alexandre Mestre são muitas.

Os desafios da governação sendo concretos podem ser graduados segundo a óptica de cada um.

Alguns desafios são difíceis e complexos e, qualquer que seja o tempo que se considere para uma avaliação, as decisões vão surgir.

Recordemos que o Governo PS de Laurentino Dias esteve um ano adormecido até ao Congresso.

Os maiores críticos dizem que o PS e a oposição estiveram adormecidos 6 anos no domínio do desporto.

A importância dos 100

Paula Graça foi uma funcionária administrativa, amiga do amigo, com o coração nas mãos e hiperactiva de comportamento, que trabalhou no IDP e já se reformou.

Certa vez em 1995 ou lá próximo motivou o instituto para a festa dos 100.

Arranjou uma sala com a festa e todos os colegas lá estiveram presentes com direito a bolo e champanhe.

Os 100 da Paula Graça eram os 100.000 escudos a que tinha passado a ter direito como funcionária pública, hoje 500 euros e pouco mais longe do que seria o salário mínimo na altura.



Alexandre Mestre tem direito obviamente aos 100 dias da praxe para preencher as entrelinhas do programa do XIX Governo para o desporto.

É bom para o desporto que a avaliação dos 100 dias encontre sucesso nas medidas do período de Junho a Setembro de 2011.

O próximo passo é a nomeação do presidente do IDP. Há figurantes que têm sido falados e que são de estarrecer e há outros que terão uma abertura da generalidade dos parceiros sociais do desporto. Deve estar por horas o conhecimento do companheiro de viagem escolhido por Alexandre Mestre.



Pela minha parte creio que o meu desempenho tem tido sucesso nos últimos tempos, com o número de visitas ao blogue a mais do que duplicar, podendo ser conjuntural, mas que sugerem a continuação da linha prosseguida no passado.

O que parecer bem di-lo-ei; o que parecer menos bem criticarei e procurarei explicar e dar a solução que parecer melhor.

Numa segunda leitura sobre o programa do XIX governo para o desporto

Creio que o PS poderia assinar este programa.

Falta mercado privado ao programa do PSD, falta a protecção social da igreja à participação do CDS para o desporto.

Há a afirmação dos mega-eventos, a aspiração de Portugal se candidatar aos Jogos Olímpicos como Alexandre Mestre refere que é possível, e do aproveitamento da diplomacia económica para os grandes atletas, uma possível inspiração do CDS.

Estas são propostas do corporativismo do turismo sobre o desporto e a cultura na busca de conteúdos para entreter turistas e acumular valias nas viagens, restauração e dormidas. Este modelo económico tem décadas e tem sido prejudicial ao desporto, porque o turismo ganha os lucros dos eventos e o desporto paga as facturas dos estádios e dos custos de representação das federações internacionais. Falar em megaeventos desportivos e não falar da transformação da estrutura do seu financiamento soa a más recordações para os líderes desportivos que forem avessos ao risco.

O desafio é que a liberalização do desporto se tem de fazer por moldes que o programa não toca.

O PS, ou faz oposição a sério ao PSD/CDS nas políticas desportivas, ou quando conseguir chegar outra vez ao poder não vai ser capaz, como se observa neste programa, de apresentar uma alternativa corajosa e claramente inovadora e consensual para a sociedade e os mercados.

Afinal há alguém do PS, algum anónimo que seja capaz de trazer luz a este desporto metido numa camisa de muitas varas? Ou está o PS à espera que outros façam o seu trabalho de oposição, como outros partidos fizeram no passado?

terça-feira, 28 de junho de 2011

Programa para o desporto do XIX governo (versão revista)

Um link para o pdf está aqui.

Sucintamente aqui ficam notas sobre o programa:
  • creio ser um documento com alguns bons momentos e surpresas
  • nos objectivos estratégicos fala do aumento da participação desportiva, no modelo de colaboração entre agentes(???) e na ética
  • nos objectivos
    • fala num programa que começa na prática ao longo da vida e cai nos talentos (que deviam ser um ponto à parte)
    • depois entra no alto rendimento
      • estudante atleta
      • carreiras duais
      • apoios públicos considerando o contexto macroeconómico(???)
    • quanto ao financiamento
      • mecenato
      • direitos desportivos (???)
    • distingue dois factores de produção
      • formação com universidades e federações
      • infra-estruturas visando integral aproveitamento
  • refere a revisão pontual do ordenamento jurídico e tribunal arbitral
  • reformula conselho nacional desporto
  • interliga o audiovisual público e o desporto
  • cria um sistema nacional de informação(???) e estatística desporto
  • internacionalmente quer megaeventos, aí vêm os Jogos Olímpicos de Lisboa e uma nova figura do programa de embaixadores uma aproximação à diplomacia económica
Críticas  várias:
  • O programa não tem estatísticas,compreende-se porque diz que as vai criar mas o 'atlas' desportivo é uma pomada peculiar dos documentos programáticos do desporto português que tem décadas. Nunca ninguém os viu mas o bloco central do desporto gosta da terminologia que não se usa e perturba.
  • O programa não fala da subsídio dependência, não fala da avaliação do desempenho como fala o programa do governo noutras áreas.
  • Outro dos grandes silêncios é a miseranda orgânica pública e a privada.
  • Para um governo que quer dinamizar a administração pública há muitos cacos que ou o governo trata a fundo para os reformular ou com as medidas de austeridade vai ter uma estrutura impulsionadora da ineficiência vigente de uma forma particularmente para o associativismo e os ginásios.
  • O desporto escolar é referido duas vezes, uma delas falando dos talentos, mostrando a tendência para a protecção do alto rendimento, e ele deveria ser um elemento crucial de uma visão inovadora. Perdeu-se a oportunidade. Não há ideia concreta do que fazer com o desporto jovem e as afirmações feitas suportam tudo.
 Conclusão:
  • A ideia que dá é que quem fez esta parte do programa está com medo de trazer o progresso, a racionalidade e a modernidade para o desporto.
  • Nas entrelinhas deixa-se que a lei de bases vai ser revista o que é de bom senso.
  • No seu todo o documento está acima da média, tem habilidade naquilo que diz mas falta-lhe ambição.
  • Não nos esqueçamos que um dos partidos do governo não tem programa eleitoral em 2011 para o desporto e que no seu todo nenhum partido da oposição foi digno desse nome durante a legislatura que passou.
  • Concordo com Laurentino Dias ao aconselhar muito trabalho durante a legislatura.

Laurentino Dias desejou ao seu sucessor trabalho e sorte

Concordo plenamento com o trabalho e com a capacidade de dar trabalho bom a todos os que vivem o desporto português.

A sorte é da população e dos agentes privados que produzem desporto do que for feito e dos impactos reais do que for realizado

Neste momento colocam-se interrogações que à medida que o tempo passar se irão esclarecer.

Que questões são essas:
  1. Que políticas desportivas e medidas de austeridade, fiscalidade, orçamentos públicos, produção pública no curto prazo
  2. Que ética e que cultura do desporto se desenvolverá
    1. Formas de elevar a reputação do desporto
    2. O Museu do Desporto, ou de Lisboa, ou Olímpico
    3. A avaliação do desempenho das federações e dos líderes privados
  3. Leis do desporto, lei de bases e instrumentos de regulação públicos
  4. Consumo desportivo dos portugueses, informal, recreação
  5. Alto rendimento
    1. Qual o estado do alto rendimento nacional
      1. Há ou não há avaliação pelas medalhas
    2. Jogos Olímpicos em Lisboa
    3. Centros de alto rendimento
  6. Infra-estruturas, elefantes brancos e integração de uma rede nacional
É uma lista como outra, que se espera que um Secretário de Estado do Desporto tenha em algum momento uma palavra e um projecto para o país.

A sorte é do país que beneficie plenamente de boas políticas desportivas produzidas pelo Alexandre Mestre como Secretário de Estado do Desporto, no âmbito do Governo a que pertence.

A agonia do Belenenses

O clube tem passado maus bocados com investimentos avultados e sem retorno, perdas financeiras significativas e o abandono ao interesse da sua massa associativa.

O associativismo do Belenenses poderia ser a sua salvação mas a existência de um Bingo no centro da cidade lançou as hipóteses da captura de rendas através de várias actividades desportivas profissionais, desequilibrando a relevância da voz e do interesse dos associados.

A área de influência das actividades associativas desportivas do clube é demograficamente grande e os investimentos em infra-estruturas significativo.

Porque fracassa a gestão associativa do clube?

O desejo absurdo de apropriação das rendas do clube através de um clube com inúmeras actividades profissionais deveria ser comedida e limitada a parâmetros de racionalidade estritos relacionados com a sustentação da actividade amadora e um percurso profissional sem loucuras e pautado pela dedicação associativa.

Os falcões e profissionais que aparecem em todos os clubes nacionais sabem quando aparecer, capturar rendas e desaparecer com a falência de tantos clubes como o Boavista, Farense, Salgueiros e outros que ao longo das décadas têm falido sem que a Liga ou a Federação encontrem modelos de actuação sustentáveis no tempo.

Outros países e grandes clubes por essa Europa têm falências semelhantes e dificuldades, assim como, existem soluções que vão sendo testadas e nalguns casos mantêm uma maior parte dos clubes desses países a salvo das bancarrotas.

As bancarrotas dos clubes são porções de capital social que é destruído prejudicando as populações e o desenvolvimento desportivo nacional.

O benchmarking europeu da situação do futebol português demonstrará que em Portugal há uma falha sistémica que ultrapassa o futebol.

Em Portugal os clubes têm mais do que uma actividade, enquanto na Europa os clubes serão maioritariamente monomodalidade desportiva.

Na medida em que os clubes produzam mais do que uma actividade e a bancarrota do futebol arraste as outras modalidades, o desafio da sua solução já não pertence exclusivamente à federação da modalidade estende-se ao Estado e ao COP e CDP se estivessem para aí voltados.

O exemplo da privatização do futebol do Belenenses é o de mais um clube que irá saltar da caçarola a ferver para o lume.

O desporto não as mede, mas há quem o faça

  1. A destruição de Vanessa Fernandes tem um custo económico que se mede em mais ou menos de um milhão de euros?
  2. Tirar meio milhão ao Estádio Universitário de Lisboa tem um custo social de quantos milhões?
  3. Avaliar económica e socialmente o programa Marcha e Corrida será relevante?
  4. Baixar o orçamento do IDP em 20% ou mais durante uma legislatura é possível?
  5. Aumentar o IVA da actividade desportiva de 6% para 23% e receber mais 100 milhões de euros que significado tem?
As Finanças quando decidem aumentar o IVA fazem-no suportada por contas que são bem feitas na sua perspectiva.
O Desporto não faz contas, por vários motivos:
  1. trabalha e decide com base em contas simples do que se fez do que se vai continuar a fazer
  2. falta futuro a estas contas do desporto
  3. falta colocá-las às Finanças e aos parceiros sociais, para que estes estejam sensibilizados quando as Finanças disparam as suas razões


No início das legislaturas é quando aparecem as pessoas que fazem as contas para o desporto.

Há pessoas que vêm a uma instituição pública a pedir toda a informação, o chefe de serviço determina que lhe seja dada 'toda a informação'.

Dias depois a organização dessas pessoas titulam que têm informação de desporto para vender.

Também é usual nos concursos públicos essas pessoas aparecerem e depois são dores de cabeça para obter o produto final e também é usual terem de ser os funcionários públicos a dizer o que é que se passa e se devia fazer para pôr no relatório final.

Quando chegam no início da legislatura dizem: eu sempre apoiei o partido...

Depois observa-se que vão por aí fora em projectos e lugares em instituições do desporto que devia primar pela transparência dos seus representantes e pela correcção das suas análises.

Há outras que levam décadas a acabar projectos prometidos que deveriam ser públicos e foram dados a empresas que levam contrato atrás de contrato sem nunca apresentar resultados sem que isso incomode decisores públicos, que asseguram que a matéria está a ser resolvida por pessoas competitissimas, como eles garantem.

Quando esses benfeitores privados aparecem em geral deve-se proteger a carteira, não vá o diabo tecê-las...



A Pordata é um caso distinto porque disponibiliza gratuitamente a informação que consegue dos agentes públicos.

O INE que há alguns anos cobrava montantes elevados pela sua informação, nesta altura divulga-a gratuitamente no seu site.

Porque é que o INE tem despesa pública para produzir estatísticas e depois a dá em vez de cobrar?

A questão fundamental é que existe uma procura por informação desportiva e esta informação tem obviamente um custo que é superior ao preço que os consumidores privados estão dispostos a pagar.

Por outro lado, os benefícios sociais da divulgação gratuita dessa informação são muito superiores ao custo da produção pública.

É esta a interpretação do INE; é também esta a interpretação e comportamento do Eurostat.

O desporto necessita de produzir estatísticas e números para compreender se as medidas das Finanças são económica e socialmente justas e para apoiar a decisão de quem decide e se está a fazer para resolver problemas reais dos agentes privados.

Os professores de desporto aguardam que um dos seus seja presidente do IDP

Os professores de desporto aguardam que um dos seus seja presidente do IDP, uma vez que o Tratado de Tordesilhas dá a primasia da secretaria de estado ao direito.

A força dos rituais é superior à razão de identificar um objectivo nacional e trabalhar a partir desse ponto.

Afinal a tradição também pode dizer que o professor de desporto pode ser um qualquer independente do desempenho e que permanecerá durante séculos apesar dos efeitos nefastos da sua decisão para o bem-estar de todo o desporto.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Alexandre Mestre é o novo Secretário de Estado do Desporto

A escolha de Alexandre Mestre é, por um lado, coerente com a realizada para outros membros do novo governo, por outro, corresponde ao trajecto do desporto tendo líderes de direito, com a particularidade de ser um advogado não oriundo da Assembleia da República, como foram muitos secretários de estado do desporto durante várias décadas.

Os próximos passos a observar serão a nomeação da sua equipa e o programa de governo para o desporto.

A captação de rendas à actividade desportiva está a atingir níveis brutais

O aumento do IVA das actividades desportivas segundo deu a entender um governante do desporto para castigar a falta de lealdade dos ginásios ao governo e agora a captura de meio milhão de euros ao Estádio Universitário de Lisboa pelo Ministério das Finanças são de uma desproporção imensa.

Estas medidas dever-se-ão a características cumulativas próprias do desporto e da iliteracia desportiva que a sociedade portuguesa goza:
  1. a reputação de que no desporto há muito dinheiro e corrupção
  2. a imagem de que todos os que fazem desporto podem pagar mais
  3. a incapacidade de reconhecerem que parte substancial da população necessita vitalmente da prática desportiva e não o pode pagar ou não tem predisposição para tal
  4. a ignorância dos impactos positivos das externalidades do desporto na geração de capital desportivo, humano, cultural e social
  5. a actuação de poderes que actuam sobre o desporto com a desfaçatez de um poder e do saber que não serão julgados socialmente pela sua incompetência e profunda ignorância dos princípios e da forma como se constroem as sociedades modernas
  6. ...
A situação do desporto parece muito grave e a expectativa é que piore economicamente.

domingo, 26 de junho de 2011

A Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto e a FIFA

Segundo José Manuel Meirim, no Público, pg 37, de hoje, a FIFA critica dois pontos dos estatutos da FPF em que estes são coincidentes com a LBAFD.

Esses dois pontos são:
  1. a classificação de uma competição profissional cabe à federação e não às instituições públicas
  2. a separação de poderes impede o presidente da federação de assumir a presidência dos conselhos de justiça e jurisdicionais
O direito do desporto português necessita de um modelo adequado à liberdade e competitividade de actuação enquanto agentes privados do século XXI.

Hoje pode compreender-se que a Lei de Bases do Desporto de 2005 tinha uma dimensão liberal que os governos a partir de 2005 preferiram riscar e obrigar as federações a actuar como departamentos públicos.

Foram dois extremos que deveriam agora ser corrigidos porque o desporto português não pode andar sujeito a extremismos durante anos e anos.

Há que devolver a produção do desporto português ao mercado e recolocar a actuação do Estado para a produção do bem-estar.

A posição da FIFA abre uma janela de oportunidade e realça como certo pensamento único jurídico no desporto português deveria ser questionado por factores objectivos relacionados com a limitação de produção de desporto a que se assiste em Portugal.

A ser sustentável esta posição jurídica da FIFA, será útil observar que agentes do direito e agentes do desporto contestaram neste campo a LBAFD.

Fica uma janela de ar fresco à disposição do novo governo se de facto quiser e souber tocar este rabecão com sensibilidade e consenso dos interessados.

Em Beja a piscina não abriu durante as aulas

Ver o Público, de hoje pg 39, a Câmara demorou anos a fazer as obras e depois optou não abrir enquanto decorresse o ano lectivo sabendo que os professores programam as suas actividades para os infantários e as escolas do 1.º ciclo.

O PCP e o PS parece serem os obreiros deste mau pedaço de realidade desportiva nacional ou por causa de obras infindáveis ou incompletas ou pela inxistência de responder prontamente às necessidades de aprendizagem e uzufruto dos banhos na piscina autárquica.

Sempre à morte, Vanessa? Títula o Público

O artigo da revista Pública de hoje é uma boa peça jornalística escrita por Paulo Moura.

Tem uma lacuna.

Não ouviu os líderes nacionais, públicos e desportivos, nem outros pais de outros atletas.

Ficam para um próximo artigo.

O artigo tem bastantes elementos contraditórios tanto de princípios éticos e de governance como de características técnicas que justificam um relatório feito por entidades independentes, eventualmente por especialistas internacionais.

A questão é a seguinte: Houve tanta gente a acompanhar e a debruçar-se sobre 'o caso' Vanessa Fernandes que sem fazer uma avaliação independente nada se pode concluir quanto a princípios de política desportiva.

Esse relatório não sendo proposto pela Federação de Triatlo, nem pelo COP, nem pela agência técnica do Estado, deveria ser determinada pelo responsável público do desporto.

O 'caso' Vanessa Fernandes só é Vanessa Fernandes porque ela foi destruída por uma estrutura de liderança desportiva nacional que não estava à altura do seu pontencial, mesmo que com contradições e arestas, próprios da sua própria condição e singularidade.

A pergunta que se coloca é de saber como teria feito de diferente um outro líder de uma federação desportiva com resultados olímpicos.



Outra pergunta é se teria passado noutro país de sucesso como a Espanha.

O Público de hoje página 34 conta a história de Rafael Munoz um prodígio da Natação que subitamente abandonou a carreira, depois de se bater de igual para igual com Michael Phelps.

Mas o caso de um e de outra parecem diferentes porque o espanhol teve a crise desportiva mas não a pessoal e psíquica como atingido pela VF.



Há falta de estudos e de investigação no desporto português em múltiplos domínios quer na exploração do potencial num domínio que trabalha os limites humanos, físicos e mentais, organizativos e científicos, quer depois na avaliação ex-post dos resultados obtidos e da compreensão da forma como a  produção de alto rendimento decorre.

Afinal, segundo Maria Areosa, Vanessa Fernandes corria sempre em treino e em competição nos seus limites fisiológicos e psíquicos.

O que é a definição de alto rendimento de todas as eras.

O artigo de Paulo Moura sugere que a Vanessa Fernandes cumpriu e o Portugal do desporto e olímpico falhou.

Tem o país e o novo Governo a capacidade para estruturar uma visão crítica sobre o que se passou para bem do alto rendimento nacional e de todos os atletas de topo nacionais.

Campeonato da Europa em 2008, Campeonato do Mundo em 2010 e Campeonato da Europa de sub-21 em 2011

A Espanha conquistou as três competições segundo notícia do Público, aqui.

Falta à notícia do Público dizer em que lugares ficou Portugal.

Verficar o lugar de Portugal é economicamente relevante para constatar se existe uma falha na produção de futebol nas selecções ou não.

Já que a federação não faz estudos nem apresenta uma Visão ou um programa de desenvolvimento e já que segundo parece a Liga liderada por Fernando Gomes está a fazer um estudo, esperemos pelos seus elementos para ver até onde foi.

sábado, 25 de junho de 2011

O tio Friedman vem viver connosco

A bem humorada peça de Nicolau Santos na página 5 do Expresso Economia lança várias notas sobre o governo, a saber:
  1. deseja as maiores felicidades aos nomeadas elogiando-lhes a coragem e estabelecendo a liberdade e a independência dos jornalismos no presente momento 
  2. a dimensão de alguns ministérios pode ser razão de fricções futuras e aponta o ministério dos Assuntos Parlamentares, Reforma Administrativa, Juventude e Desporto
  3. a dificuldade que alguns governantes terão para se reunir com todos os que deles dependem e com Bruxelas em todas as suas áreas de responsabilidade
  4. a juventude do governo que poderia beneficiar com líderes de maior experiência nos cargos aos que tomaram posse
  5. a contradição de acabar com os governos civis e ter criado um órgão fiscalizador e de análise da sustentabilidade das finanças públicas trabalho já feito pelo Banco de Portugal e o Tribunal de Contas
  6. a chegada do tio Friedman observada na pretensão de mexer na taxa social única
Estes pontos dão a ideia dos desafios que esperam o desporto

Algumas Palavras de Guilherme Aguiar ao Expresso de hoje, pg6

Faz parte do Conselho Nacional do Desporto, creio que a convite do ex-secretário de Estado Laurentino Dias, não sendo o meu candidato para Secretário de Estado do Desporto, aqui ficam algumas frases da entrevista:
  1. (os treinadores da I Liga são todos portugueses) 'Percebeu-se que os estrangeiros nada traziam de novo'
  2. (há nuitos jogadores estrangeiros) 'Há grandes fundos que investem na aquisição de jogadores e querem obter, rapidamente, mais valias'
  3. 'É indiscutivelmente mais difícil gerir um plantel com 25 jogadores do que uma fábrica com três mil operários'
  4. (o futebol é só dinheiro) Há dois tipos de futebol: o das grandes competições, do espectáculo - e os jogadores, hoje, são artistas contratados para dar bons espectáculos - e há o futebol amador. Só nos clubes mesmo muito grandes é que pode haver alguma estabilidade contratual. E mesmo assim...'
  5. 'A surpresa do Porto foi igual à do Villas-Boas...'
Explicando os meus realces:
  1. ou dito em termos ecoonómicos: os treinadores portugueses são melhores e mais baratos
  2. o reconhecimento por uma pessoa de dentro, para a dinâmica e actuação de um mercado com demasiada liberalidade
  3. plantel quer dizer conjunto de pessoas extraordinárias, o que a fábrica dada como o exemplo dado não o é
  4. a relevância do 'E mesmo assim...' porque os níveis de dívida dos grandes clubes em muitos campeonatos europeus demonstra que o que GA chama 'estabilidade contratual' é um desafio cujas consequências, diz a comunicação europeia, leva o desporto a 'comer-se a si próprio'
  5. o factor surpresa essencial para a competitividade do futebol profissional europeu

XIV Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa

Realiza-se em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 2012, o link está aqui.

Sabe o PSD o que fazer com o desporto? Existe uma Assunção Esteves para o Desporto na área do PSD/CDS?

Este silêncio sobre o desporto aliado à má reputação e ao fracasso de inúmeras medidas e elefantes brancos criados ao longo dos anos, o absurdo da impossibilidade de obter rendas das actividades desportivas e a falência de tantas organizações e departamentos, voltam-se contra o desporto e aliam-se à incapacidade de colocar a transformação do modelo de desenvolvimento do desporto nacional no centro do debate e face às medidas de austeridade que aí vêem.

A resposta à pergunta, na minha humilde opinião, é que o PSD não faz a mínima ideia do que fazer com o desporto.

O silêncio tem sido ensudercedor e as histórias e hipóteses vão fazendo o seu caminho, algumas das quais tenho passado aqui no blogue, e que sugerem uma tragédia à Fernando Nobre.

A pergunta seguinte que se colocará é:

Existe uma Assunção Esteves no Desporto?

É evidente que há e o facto das propostas para o desporto no seio da coligação se anularem e serem uma cacofonia para quem deve decidir mostra o desconhecimento e a illiteracia de desporto, de quem tem de decidir, sobre 'quem é quem' no desporto e que modelo adoptar na crise e para o futuro.

O PSD tem pelo menos um elemento que responderá às necessidades do país e do desporto, o problema é a iliteracia desportiva grave do país, que não permite como na Cultura identificar uma solução consensual.

A comunicação social e os 'opinion makers' deveriam ter ajudado a identificar o mérito do candidato do governo PSD/CDS.

Olhando para os jornais como o Público e o Expresso, sem falar da comunicação social desportiva, verifica-se como falam de futebol com excepções.

Miguel Relvas, a quem parece ter cabido dançar com o desporto, deveria estar preocupado.


Ou encontra um responsável com letra grande para o desporto nas próximas horas ou falhando acertar em cheio o desporto vai dar-lhe bastantes dores de cabeça.
Os meus candidatos óbvios para a Secretaria de Estado do Desporto são dois, ambos com mais de sessenta anos, dentro da área social-democrata, líderes reconhecidos dentro e fora das organizações públicas e privadas por onde andam e andaram.

Não me cabe dizer os nomes.

Só me cabe constatar que o PSD e o CDS parecem claramente sem norte no caso do Desporto.

Só fica surpreso quem por cá não anda.

O desporto come-se a si próprio

O país aplaude, gosta de desporto e se a alegria produzida é muita porque não comê-lo?

Dois exemplos de como se estraga aquilo que é bm feito no desporto português:

Estádio Universitário de Lisboa tem a haver meio milhão de euros cativados pelas finanças. Não tem com que pagar a fornecedores e treinadores e João Roquete o presidente diz que há hipóteses de fechar. Hoje vão fazer um piquenique para chamar a atenção para o caso. Vem descrito no Jornal de Negócios de ontem, na página 34. 

Sporting Clube de Portugal, aqui no jornal i, os olheiros que fizeram o sucesso da formação do clube estão a ser preteridos por estruturas burocráticas que impedem que o clube beneficie do conhecimento à flor da pele dos seus profissionais e que já demonstraram que o sabem fazer e que geraram benefícios desportivos e lucros económicos segnificativos paara o clube e o desporto português.

Como é que estas coisas acontecem?
O EUL tem uma frequência de um milhão de pessoas e é central numa área terciária e universitária das mais relevantes da cidade. O desporto e a oferta de actividades desportivas deveriam ser pronmovidas e a acção do estado e das finanças não deveria ser a de obter rendas mas a de promover ainda mais o usufruto desportivo do complexo.
No SCP os milhões gerados e os do Ronaldo e de outras importantes estrelas que segundo consta vão pingando tem na base o trabalho que liga o grande clube ao clube de base onde se realizam os jogos e os talentos promissores evoluem.

As Finanças e as Direcções do dos clubes portugueses matam os espaços desportivos, os clubes de base e os olheiros, em nome de tecnocracias, austeridades e modernidades de quem quer andar acima do limite de velocidade da base da pirâmide, em vez de a proteger e dar-lhe condições de sucesso.

Existe incompetência na compreensão do processo de produção do desporto que faz as sociedades modernas evoluírem a ritmos superiores e sustentados.

A actuação das Finanças portuguesas não é diferente do intermediário que compra e vende jogadores apenas com o objectivo de maximizar o su lucro, daquele que faz eventos sem um consumo privado assegurado, ou do construtor civil que faz o estádio quanto maior melhor, e do gestor de empresa pública de desporto que recebe 5 mil euros por mês, carro e cartão de crédito que a actividade desportiva que a sua empresa municipal não gera.

É esta incapacidade de produzir desporto que gera a má reputação, os erros existem das Finanças e do Governo, aos grandes clubes e empresários e às federações COP e CDP, tecnicamente os treinadores e professores de educação física, investigadores e faculdades do desporto não assumem um paradigma.



Necessitamos de um modelo de desenvolvimento desportivo.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Os secretário de estado devem tomar posse na terça feira próxima, dizem os jornais

Aguardemos para ver o que acontece ao desporto

A junção das universidades Clássica e Técnica de Lisboa

Aqui, é noticiada no Sol a junção das duas universidades.

Com a nomeação de Nuno Crato para o Ministério da Educação e face aos trabalhos existentes entre as duas universidades a junção estará por pouco.

Será que o COP e a CDP já se reuniram?

As grandes federações concordam ou preferem não se incomodar?

Os elementos partidários nas direcções de todas as organizações do desporto já se pronunciaram sobre a hipótese da junção do COP e CDP ou é melhor não porque retiraria o emprego pago pelo Estado, a algumas pessoas?

O dinheiro deve reverter para o IDP

Caso se concretize a perda da Secretaria de Estado do Desporto no novo governo, o desporto deveria sustentar que a poupança efectuada deveria ser aplicada na estruturação de um novo IDP que a estrutura funcional e da despesa actual são incapazes de assumir.

Sem obstaculizar outros cortes e outros financiamentos como os possíveis de um novo quadro de investimento central como QREN que se sugeriu virá a ser estruturado a seu tempo.


Trabalhando numa perspectiva de optimização óptima (passe a redundância) caso o novo IDP juntasse as suas funções às do velho INATEL e às do desporto escolar com uma forte articulação com o associativismo e as autarquias, os recursos do desporto deveriam ser concebidos em torno desse paradigma, de uma política renovada e sem igual no passado a única capaz de alavancar solidamente o nosso desporto para níveis europeus medianos.

O poste de José Manuel Constantino que cito no poste anterior deixa medidas cautelares a quem de direito.

O bem mais importante é a capacidade de diálogo

José Constantino, aqui, no Colectividade Desportiva tem um bom poste sobre a orgânica do desporto e os capitais bnecessários para a decisão de curto prazo.

Concordo com a complexidade da decisão e com a sugestão de diminuir a dimensão das empresas públicas de desporto e de resolver o problema desportivo, e quem sabe do problema cultural, da Fundação INATEL.

Concordo com a não alteração do Modelo Europeu de Desporto mas devemos falar de uma questão de grau.

O Modelo Europeu de Desporto é rico em sub-modelos e o de Portugal é mais ineficiente do que os outros.

Seria uma perda muito grande se a presente legislatura perdesse a oportunidade de afinar decididamente o Modelo Europeu de Desporto que Portugal prossegue.

Portanto, faz sentido mexer no sub-modelo do desporto nacional.

Por fim, surgiu a hipótese do Desporto não ter uma Secretaria de Estado mas um Instituto do Desporto com funções alargadas.

Caso o novo Governo queira mais uma vez surpreender, esta solução parece ser intelectualmente estimulante e do ponto de vista desportivo uma oportunidade que por definição tem ingredientes para mexer com o 'business as usual'.

Por fim, o jornal Público pega em Vanessa Fernandes

A revista Pública vai publicar no domingo um trabalho sobre Vanessa Fernandes. Ver anúncio aqui.

Há a possibilidade de ter havido um conhecimento de um comportamento compulsivo que não foi tratado minimamente ou com negligência.

Já falei inúmeras vezes neste blogue de Vanessa Fernandes como exemplo extremo de alguma coisa que não está bem no alto rendimento nacional.

Para que o bem dos nossos atletas de alto rendimento seja protegido e o seu potencial plenamente alcançado e também, que a Vanessa Fernandes tenha um melhor futuro do que lhe aconteceu, esperemos que haja a coragem de explicar bem tudo o que se passou e as medidas necessárias para evitar a sua repetição e contágio.

A necessária permanência dos directores-gerais

Segundo António Barreto não é correcto substituir a legião de directores-gerais com a posse do novo governo. Ver aqui na TSF.

Plenamente de acordo, na observância de critérios transparentes e universais de avaliação do desempenho, assim como, do sancionamento no caso de ineficácias comprovadas, como parece ter sido o caso do copianço dos juízes.

O desafio maior é o da urgência de respostas competentes às medidas de austeridade e às reformas urgentes para impedir certa continuidade de degradação das condições de produção.

Sem dúvida que a complexidade da decisão é bem elevada pelas consequências de primeiros passos bem estruturados e sem mácula de medidas apressadas ou não.

O secretário de estado de desporto espanhol Albert Soler diz coisas simples

Ver aqui.

'un balance de la actual legislatura del Consejo Superior de Deportes, basado en cinco objetivos: La extensión de la práctica deportiva en la sociedad, la consolidación de España como potencia polideportiva, el fortalecimiento del propio sistema, el deporte como medida preventiva en la sociedad y la proyección internacional del deporte nacional. En este sentido, señaló que “podemos sentirnos razonablemente satisfechos, puesto que ha sido fruto del esfuerzo de todos y todas, donde el acuerdo y el consenso han sido piezas fundamentales”.

Destacó, además, los 16 millones de personas que practican deporte en España, lo que supone el 45% de los ciudadanos entre los 15 y 65 años (un 20% más que en 1980), el puesto número 14 que ocupa España en el ránking mundial (según los resultados de nuestros deportistas en los Campeonatos Europeos y Mundiales), así como el desarrollo del Plan ADO (que en este período cuenta con 51,3 millones de euros de inversión) y el ADOP (con 17 millones).'

  1. indica 5 objectivos da realização da legislatura espanhola
  2. o esforço de todos para os resultados alcançados
  3. estatísticas sociais e financeiras do produzido e do investido
Afinal os resultados são de todos, não apenas de uns poucos, e há indicadores de medida agregada tanto para a prática generalizada da população, como para o alto rendimento.

Quanto ao uso de estatísticas do desporto, no futuro será útil voltar a esta matéria para mostrar como se despe, um texto de outrém, de questões cruciais e técnicas para a racionalidade da decisão desportiva.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Os dilemas velho bom aluno

Pedro Lains apresenta no Jornal de Negócios, aqui, como um Manifesto a alternativa que se coloca ao Governo entre 'Reformas e Ideologias'.

Põe a questão:
Ou Portugal adopta o modelo de Estado social de Bruxelas ou segue um modelo como o inglês que é um exemplo único na Europa desenvolvida.


O Desporto português tem vogado águas que, prosseguindo o modelo francês pelo seu intervencionismo, deixa contudo largas faixas do mercado livres para a captura de rendas excessivas sem a consolidação social que o modelo europeu continuamente advoga em todo o continente mais desenvolvido para o desporto e durante muitas décadas.

Os tempos que se avizinham serão do ponto de vista do debate do modelo de desenvolvimento nacional profícuos e podem abrir espaço a uma intervenção do PS numa próxima reencarnação como já aconteceu quando se fez a segunda Lei de Bases do Desporto a qual não teve a substância para suportar o embate da realidade desportiva e das fracturas que não assumiu nem procurou viabilizar.

Mas estou-me a adiantar ao que será ... e apesar das expectativas positivas, as coisas vão-se esclarecendo nem sempre com os melhores motivos e realizações

Para além da Cultura também a Defesa é um Ministério a comparar com o Desporto

Pedro Lains discute, aqui, a nova orgânica do Governo onde realça que a Defesa tem em Portugal uma dimensão superior à dimensão da Deefesa de outros países europeus.

Diz PL que a Defesa é de direita e a Cultura de esquerda e por isso a Defesa será sobrevalorizada no actual governo.

Será que o desporto é de extrema esquerda? Esta não parece ser a percepção do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista.

Para registo, o desporto e a cultura nos governos

Laurentino Dias na sua despedida aos funcionários do IDP terá dito que o desporto é uma área onde se pode trabalhar sem pressões políticas durante toda a legislatura.

José Manuel Viegas, aqui no Público, diz:
  • 'a sensibilidade para as questões culturais do chefe do Executivo PSD/CDS-PP, Pedro Passos Coelho, “é toda, é bastante e é muita, porque se não fosse, não decidiria constituir uma secretaria de Estado da Cultura que estivesse na sua dependência”.' Pergunta-se: será que a sensibilidade de PPC ao Desporto é pequena?

  • 'A opção de a enquadrar (a cultura) desta forma “significa que o primeiro-ministro está não só preocupado com as questões da Cultura, como acha que elas são transversais à sociedade portuguesa e portanto não podem ser, de alguma maneira, fixadas num gueto. E essa é a grande novidade deste Governo”, '. Pergunta-se mais uma vez: As questões do Desporto não o preocupam? não são transversais? o MAssuntos Parlamentares é um gueto?
  • “Acho que o facto é que, neste momento, precisamos de actuações rápidas, precisamos de tomar muitas decisões sobre a área da Cultura, que é bastante vasta, e, portanto, o facto de ela estar dependente directamente da atenção do primeiro-ministro significa que vai ter muito mais apoio e vai ser uma acção muito mais suportada do que antes”.
Acompanhar a Cultura vai permitir fazer o benchmarking que como se observou nos últimos meses foi proveitosa para ter um elemento de comparação equivalente.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

52 crianças morrem ou são internadas por afogamento

A notícia foi retirada do Diário de Notícias, aqui, cuja oportunidade noticiosa se felicita.
Anualmente pelo menos 52 crianças morrem ou são internadas devido a afogamento, estimando-se que nos últimos nove anos mais de 180 crianças e adolescentes morreram por afogamento, segundo a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI).

Segundo um relatório da APSI, entre 2002 e 2010 verificaram-se, pelo menos, 177 afogamentos com crianças e jovens com desfecho fatal em Portugal, podendo este número na realidade ultrapassar as 180 mortes. "Nos últimos cinco anos, a média estimada de mortes por ano por afogamento é de 17", diz o relatório, observando que o número de mortes tem-se mantido relativamente estável desde 1005, altura em que se verificou um decréscimo de casos fatais (de 27, em média, em 2002/2004 passou para 17 em 2005/2010).

Nos casos de morte por afogamento que ocorreram na época balnear nas zonas marítimas e fluviais sob jurisdição do Instituto de Socorro a Náufragos (ISN), mais de metade aconteceram com jovens entre os 15 e os 18 anos (relativamente à população 0-18 anos), rapazes e em zonas não vigiadas. Segundo os dados, por cada criança que morre, uma a duas crianças são internadas. Entre 2002 e 2008 243 crianças e jovens foram internados na sequência de um afogamento. O estudo indica que o maior número de afogamentos atinge os rapazes (65 por cento dos internamentos e 70 por cento recortes de imprensa).

A faixa etária mais atingida são as crianças até os quatros anos, sendo que o grupo dos 15 aos 18 anos foi aquele onde se registou o menor número de afogamentos. O relatório revela que quase metade dos afogamentos (49 por cento) ocorreram nos planos de águas construídos (tanques, poços, piscinas), enquanto 44 por cento verificaram-se em planos de água naturais (praias, rios/ribeiras/lagoas). Em termos gerais, é nos rios/ribeiras/lagoias e tanques/poços que se regista maior número de afogametos (27% e 25%, respectivamente),logo seguida das piscinas (23 por cento). A praia é o local ode se verificam menos afogamentos (18 por cento).

Nas piscinas, os afogamentos acontecem mais com as crianças até aos quatro anos (57 por cento), assim como nos tanques e poços (61 por cento). Nos rios/ribeiras/lagoas acontecem mais com crianças dos 10 aos 14 anos (42 por cento) e nas praias com os jovens dos 15 aos 18 anos (25 por cento). O afogamento é responsável por meio milhão de mortos por ano, em todo o mundo, sendo a segunda causa de morte acidental nas crianças.

Como se mata o Leiria dos ovos de ouro?

Primeiro faz-se um estádio grande demais
Segundo cria-se uma empresa municipal para extrair as rendas do Leiria através da cedência do estádio
Terceiro o Leiria é amarrado por contrato-programa aos custos de gestão do estádio e da empresa municipal desproporcionada
Quarto o Leiria é declarado morto por decisão judicial se não pagar as rendas imobiliárias definidas com a conivência de todos


Ver notícia aqui.

Moral da história: o desporto, e o futebol também, não se dão bem com a extração selvagem de rendas para financiar projectos megalómanos de políticos e agentes imobiliários sem princípios de comportamento e cultura desportiva europeia.

As consequências da legislatura anterior são imensas

Ontem Laurentino Dias terá dito na sua simpática despedida aos funcionários do Instituto do Desporto de Portugal que alguns erros tinham sido cometidos.

A questão é mais complexa do que a existência de meros erros.

Com Laurentino Dias dizia-se que os líderes desportivos estavam condicionados e face às suas medidas de política desportiva preferiam ter um perfil concordante com a tutela governamental.

A incapacidade de Joaquim Evangelista e Gilberto Madail em equacionarem medidas de política desportiva para tornarem eficiente a contratação dos jogadores nacionais de futebol no mercado de trabalho profissional sugere a existência de um condicionamento dos líderes desportivos atingindo um extremo de gravidade sem precedentes no desporto português.

Afinal o mercado do futebol profissional cuja cerimónia ambos apresentavam não é tutelarmente público mas é em todo o mundo e em particular um mercado privado onde se produz com risco e enriquece e se vai à falência trata-se de uma forma de falência o apelo que ambos fizeram à contratação de jogadores nascidos em Portugal.

Sendo JE um jurista esperar-se-ia um discurso mais sustentado tecnicamente para além do mero apelo à contratação que é pouco mais do que inócuo para um mercado que se rege por regras de deve e haver muito claras e determinantes.

Em termos gerais o que se observa é a incapacidade dos líderes desportivos em equacionar quer o produto desportivo numa perspectiva estruturada de desenvolvimento sustentado, quer o equacionar de princípios de actuação de toda a área das ciências sociais da sociologia, à gestão e ao marketing até à economia que sustente um mercado desportivo dinâmico no competitivo continente europeu.

Aos sucessos dos treinadores nacionais e estrangeiros com praticantes e equipas portugueses falta-lhes o conforto das condições e dos factores que os protejam do improviso, da escassez e da insegurança dos projectos bem alavancados segundo as éxigentes  necessidades da produção desportiva moderna.

A dificuldade de equacionar em 22 de Junho de 2011 medidas urgentes de política para promoção do jogador português de futebol deve ser vista como uma limitação extrema de esclarecer o governo seguinte de problemas que subsistem no mercado do futebol e simultaneamente sustentarem as medidas de política que lhes parecem conformes ao interesse da modalidade, dos jogadores e das suas organizações.

Como tentativamente tenho chamado a atenção em inúmeros postes, afinal a dificuldade dos líderes desportivos estará menos no 'domínio' do Governo de José Sócrates e de Laurentino Dias mas na sua própria limitação para projectarem o seu futuro na difícil conjuntura de austeridade que ainda nem começou e de acordo com princípios científicos e técnicos em que se movem todos os seus concorrentes europeus.

A afirmação de Tomás Morais de que o Rugby não tem capacidade nem meios de aceitação de convites é uma auto-restrição que se adivinhava e que se junta à dificuldade de equacionar soluções distintas das prosseguidas no passado.

A presente legislatura tem um desafio igualmente imenso de descondicionar do Estado omnipresente o comportamento dos agentes privados, associativismo e empresas, dando-lhes a provar o virus da iniciativa privada e do risco para a realização de objectivos sociais amplos visando a média europeia e da sua própria sobrevivência desportiva e social.

Gilberto Madail e Joaquim Evangelista apelam à contratação de jogadores portugueses

Este pedido é para a comunicação social sem efeitos práticos na situação real dos jogadores portugueses e com consequências negativas nas selecções nacionais de futebol que perderão fulgor.
O produto desportivo latino-americano tem vários factores a seu favor:
  1. tem maior qualidade por unidade de produto contratado
  2. é mais barato
  3. tão barato, que distribui maiores mais-valias do que o produto nacional
  4. a legislação vigente em Portugal do desporto, da federação e da liga beneficia a contratação de estrangeiros e não protege a contratação de jogadores nacionais
  5. os princípios desportivos da União Europeia prejudicam os mercados de formação de jogadores nacionais dos países europeus
Qual o real alcance do pedido de Joaquim Evangelista e de Gilberto Madail?
Com o maior respeito, não tem efeito nenhum no mercado de contratação de jogadores amadores e profissionais, porque os líderes dos clubes e os empresários regem-se pelo lucro gerado nas tansacções efectuadas

Qual o significado do pedido?
  1. o reconhecimento da existência de um problema grave cujos prejudicados são os jogadores nascidos em Portugal e os micro e pequenos clubes de base
  2. a afirmação, por omissão, de que nem a federação de futebol nem o sindicato irão fazer mais nada para defenderem os jogadores nacionais
Quem são os ganhadores deste funcionamento do mercado de contratação dos jogadores profissionais de futebol?
Os empresários que compram e vendem jogadores na América Latina e na Europa e toda a cadeia de intermediários que a legislação vigente em Portugal protege ou é omissa na protecção dos jogadores

O que é possível fazer na defesa dos jogadores de futebol nacionais e na potenciação das selecções de futebol?
Definir princípios fundamentais de política desportiva nacional e agir em conformidade

Quem está a ser prejudicado e deve sair beneficiado de uma regulamentação que maximize o mercado de trabalho do futebol nacional e o seu produto agregado?
  • A população, os jovens e os jogadores
  • Os clubes de toda a cadeia de produção de futebol amador e profissional, com destaque para os que se encontram na base
  • Note-se que mesmo os clubes da primeira liga abaixo dos 3/4/5 grandes são perdedores
  • As selecções nacionais
Esta situação é nova?
Tem décadas e irá agravar-se

O rugby e o atletismo são próximos

São modalidades que ganharam o estatuto de produtoras de estrelas pelo nível de alto rendimento alcançado junto da população portuguesa.

Falharam ou parece-me que falharam a internalização do sucesso criado.

A internalização do sucesso a que me refiro é a produção de actividades para uma maior percentagem da população portuguesa.

Pode perguntar-se porque é que o atletismo e o rugby não passaram rapidamente para dezenas de milhares de praticantes federados gerados o sucesso da respectiva elite?

A inexistência de uma estrutura de produção de rugby e de atletismo saudável e competitiva é a razão pela qual o seu número de praticantes não cresce com taxas mais significativas.

O modelo de produção desportiva nacional orienta-se para o segmento de alto rendimento que é alimentado pelo carácter esporádico do surgimento de talentos jovens.

Fracassando a criação da respectiva massa crítica de base as federações vêem-se impedidas de diversificar o seu financiamento público e privado, dinamizar uma estrutura produtiva ampla e competitiva e de suscitar maiores audiências ao respectivo alto rendimento que produz em níveis inferiores do que se tivesse uma massa crítica de base bem estruturada.


Creio que nenhuma destas modalidades fez alguma vez um estudo económico e provavelmente terão sido desaconselhadas, pelos Governos e especialistas, a fazê-lo baseadas nos impactos virtuosos da boa legislação e do financiamento públicos.

Será interessante observar se o novo governo vai dar uma maior liberdade e responsabilização às federações, assim como, a protecção para projectos de maior risco que venham a assumir nessa conformidade como a quantificação e qualificação do produto da sua massa crítica.

A FP Rugby apresentou plano estratégico a 4 anos

A notícia do Record de hoje, pg. 30, acaba com a seguinte frase:

 A modalidade recebeu '... recentemente, convites da Roménia e Inglaterra para jogos particulares. "Não temos agenda nem recursos".'

Primeiro, a federação fez um estudo estratégico do ponto de vista desportivo mas não o fez do ponto de vista social e económico.

Segundo, este é o tipo de cortes que as federações fazem quando os recursos se tornam escassos.

Os elos da cadeia tornam-se mais finos com a escassez de recursos e o desenvolvimento faz-se com maior lentidão.

Além disso a perda mais significativa é suportada pelos atletas que não se queixam nem ninguém detecta a perda porque não se estudam os impactos sociais.



Creio não haver dúvidas para a sociedade portuguesa que a Federação de Rugby tem um trabalho baseado em factores dinâmicos e princípios sérios visando o desenvolvimento sustentado.

Esta frase de Tomás Morais levanta as seguintes questões:
  1. qual é o objectivo agregado da federação de rugby
    1. no alto rendimento e nas suas disciplinas e escalões, consolidação de metas a que nível
    2. na prática desportiva de base, nos micro e pequenos clubes, nos jovens, quantas dezenas de milhares de praticantes, ou que taxa de crescimento anual
  2. que impactos sociais e económicos se esperam pela realização deste produto desportivo
  3. quem são os ganhadores dos impactos a quem a federação fará acordos nacionais e pontuais para suportar os objectivos definidos
Se o plano estratégico aprovado a 4 anos permite responder ao primeiro ponto, justifica-se que conhecendo os impactos sociais e económicos a direcção da modalidade se dirija aos beneficiários públicos e privados e lhes proponha parcerias de médio e longo prazo.

Só trabalhando tendo em vista o médio e o longo prazo será possível cativar as empresas para o projecto do Rugby nacional e encontrar uma rede de apoios que permita à federação e aos seus projectos não serem apanhados pelas legítimas alterações de estratégia de patrocínios tanto do Estado como das empresas


A federação de Rugby é certamente rica em associados e particularmente nas disciplinas técnicas capazes de realização de estudos sociais e económicos e deveria investir nestes instrumentos de apoio à sua decisão feitos pelos seus mais próximos investigadores e instituições.

Mesmo que o novo governo mantenha uma posição equivalente ao de outros governos de não investir em estudos sociais, a federação de Rugby deveria equacionar a solução que melhor defende para não prejudicar a evolução das suas selecções e aproveitar ao máximo a predisposição à competição com Portugal que a sua excelente performance suscita por esse mundo.

O que é fundamental II

Conviria o desporto atentar nas questões seguintes, para desenvolver os pontos do poste 'o que é fundamental' e colocado anteriormente:
  1. o que quer fazer o desporto
    1. pressupõe-se que o desporto quer fazer alguma coisa
    2. se o desporto nada quiser fazer, tudo o que aqui se diz não interessa
  2. o que pretende o desporto ser no futuro
    1. dentro de 20 anos
    2. dentro de 10 anos
    3. dentro de 2 anos, depois das medidas de austeridade
  3. como chegar a um consenso
    1. deixar o governo decidir
    2. o COP actuar e falar em nome de todos
      1. o futebol aceita?
      2. o futebol e o atletismo alguma vez conversaram a dois sobre o que pretendem ou não existem pontos de contacto entre as duas maiores federações nacionais

O que é o fundamental

O desporto tem desafios relacionados com o que vai fazer como:
  1. o que é fundamental no produto desportivo
    1. o que está a ser feito
    2. o que deveria ser feito e não o está, quais as falhas na produção e no acesso ao produto
  2. quanto às leis
    1. que novos princípios para legislativos
    2. quais as falhas fundamentais na produção legislativa
    3. que alternativas legislativas para cada falha
  3. quanto aos dinheiros
    1. onde cortar no apoio público
      1. o que é supérfluo
      2. o que pode ser cortado até certo limite
      3. o que não pode ser cortado agora mas poderá sê-lo mais adiante
    2. o que não pode ser cortado
      1. o essencial
      2. o que deveria ter incentivos
      3. o que pode ter incentivos novos e abandonar ou diminuir mais adiante
    3. onde ir buscar novas formas de financiamento
  4. quanto ao produto público
    1. onde cortar no produto público
      1. o que é supérfluo
      2. o que pode ser cortado até certo limite
      3. o que não pode ser cortado agora mas poderá sê-lo mais adiante
    2. o que não pode ser cortado
      1. qual é o produto público essencial que sustenta o desenvolvimento sustentado
      2. o que promover de produção pública
  5. quem deve apresentar estas questões ao Estado
    1. COP e/ou CDP
    2. Futebol, quem federação, liga, sindicato
    3. Atletismo
    4. outras
  6. a quem apresentar os desafios do desporto
    1. governo, ministro, secretário de estado, idp
    2. assembleia da republica, presidenta, partidos
    3. grandes empresas nacionais, públicas e privadas
    4. igreja, onj's
  7. ...

terça-feira, 21 de junho de 2011

Assunção Esteves é uma surpresa boa e sólida

O discurso de posse de Assunção Esteves está aqui e vale a pena investir na sua audição.

A frescura e luminusidade do discurso é a justificação plena da sua escolha e da sua votação.



Quem escolherá Pedro Passos Coelho para Secretaria de Estado do Desporto?

Ou estará Miguel Relvas à altura do desafio do seu chefe, no caso do desporto ficar-lhe no ministério?

Álvaro Santos Pereira está enganado

No blogue Colectividade Desportiva, aqui, um anónimo cita:

'Álvaro Santos Pereira - Ministro da Economia - in "Portugal na Hora da Verdade", pág. 323: 'E se fôssemos um pouco mais longe e, para além destes cortes, extinguíssemos organismos como o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres e o Instituto da Construção e do Imobiliário, cortássemos para metade as despesas do Instituto de Gestão Financeira e de Infra-Estruturas da Justiça e do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, e em 20% as do Instituto do Desporto(...)'.

Há três questões em relação à afirmação de Álvaro Santos Pereira nesta citação:
  1. Não tem razão em relação ao desporto porque o impacto seria mau e com impactos negativos de ainda maior expressão noutros ramos inclusive na economia. Acontece que ASP não fará a ideia do que é economicamente o desporto europeu e em particular o português. Em concreto do ponto de vista económico, e até prova em contrário, os seus conhecimentos relacionam-se com o modelo de desporto americano o que é limitativo da sua compreensão do modelo de desporto europeu.
  2. Estas afirmações deveriam ser confrontadas pelos líderes desportivos com provas das consequências da medida proposta. O desporto não tem os líderes e não tem as equipas de conhecimento para elaborarem os processos para informação ministerial do que fazer para que o país e os outros sectores beneficiem do desenvolvimento sustentado do desporto.
  3. A homogeneidade de princípios de actuação deste governo tem duas hipóteses contrárias:
    1. Constitui uma equipa conhecedora do desporto português e das alternativas de desenvolvimento e aplica as medidas de austeridades mediante filtros capazes de projectarem o desporto português corrigindo os fracassos actuais e promovendo o bem comum.
    2. Constitui uma equipa estritamente fiel aos princípios de austeridade e suporta a prazo um sucesso equivalente e mais do que proporcional ao dos últimos seis anos de governação José Sócrates.
Em síntese:
  1. as ideias preconcebidas sobre o desporto são muitas e algumas são muito prejudiciais ao desporto
  2. o desporto não tem líderes à altura da crise, visão, estratégia, nem capital humano ao nível do exigido pelas crises
  3. o futuro está todo na actuação no governo PSD/CDS

O Porto começa os campeonatos com pontos negativos

Villas-Boas tomou as libras e largou a hipótese de ganhar a champions com o Porto.

Nem sequer quis testar um jogo com o Barcelona.

Deixa uma equipa nas mãos do santo do costume S. Pinto da Costa, carago!

O Porto apanhou um directo e foi ao tapete, o que também aconteceria se algum dos seus melhores jogadores Hulk ou Falcão tivessem saído.

Chamaram a Figo pesetero.

Se Villas Boas fizer opleno e ganhar a Champions ganha uma amizade para a vida na pessoa de José Mourinho.

A única hipótese de Pinto da Costa é cerrar fileiras e ganhar a Champions.

Nesta altura a Champions para Pinto da Costa é ficar à frente do Abramovitch na Champions de 2011-2112.

Ou seja o Porto passar mais uma eliminatória do que o Chelsea

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Canoagem, Remo, Voleibol, Atletismo

Vi várias notícias destas modalidades e a da canoagem surge como mais sustentada nas hipóteses de ter uma prestação digna de nota em Londres.

O remo terá ganho uma medalha.

O voleibol terá ganho e perdido na Argentina.

O atletismo terá baixado de divisão


O pré-Jogos Olímpicos sempre deixou os portugueses esperançados com dezenas de primeiros lugares e pódios

A subida tem sido a pulso e subimos um degrau começando a ganhar primeiro nas disciplinas não técnicas, depois subimos outro degrau e passámos às medalhas técnicas

Ultimamente surgiu a possibilidade de vencer e destruir o capital humano e o desportivo acumulado

Estamos a trilhar um caminho e a aprender que também se cometem erros no processo de desenvolvimento


Quem vê uma medalha não vê todas e notar as diferenças será a arte daqueles que conseguem vir a ter sucesso em ambientes competitivos como o desporto europeu

As palavras de Marcelo Rebelo de Sousa sobre Miguel Relvas

Ontem na TVI Marcelo Rebelo de Sousa criticou a opção de Miguel Relvas acumular o lugar de secretário-geral com o de ministro dos assuntos parlamentares

Há um desmentido da Lusa em vários jornais a dizer que Miguel Relvas tem de se demitir do cargo partidário por obrigação estatutária, assumindo o cargo de ministro por inteiro


Para o desporto mantém-se a sua importância pequena, parecendo ser ignorado na comunicação social. Agora os sinais de Rebelo de Sousa apontam para uma posição mais partidária do que a dimensão técnica elogiada na maior parte dos restantes membros do governo

Caso a opção partidária se mantenha essa será uma dimensão menor para as aspirações de uma modernização do desporto face ao impacto das medidas de austeridade para combate à crise

Recorde-se que nos governos do PS, o que foi determinante foi a opção partidária para o desporto e a opção técnica na cultura cujos resultados actuais demonstram um percurso de menor sucesso para o desporto. Recorde-se que, segundo a comunicação social, a cultura nos últimos meses chegou a receber um financiamento adicional de 5 milhões de euros, enquanto o desporto via cortado um montante próximo no apoio às federações

Aguardemos a clarificação do que pretende o governo para o desporto com a nomeação dos outros responsáveis e as palavras que tiverem a dizer sobre o seu futuro

domingo, 19 de junho de 2011

Quato textos do Ministro das Finanças Vitor Gaspar

Obtido no Blasfémias, aqui.

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http://www3.eeg.uminho.pt/economia/nipe/euro10years/papers/Miguel_St%20Aubyn.pdf

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http://www.cnb.cz/miranda2/export/sites/www.cnb.cz/en/research/research_publications/cnb_wp/download/cnbwp_2008_14.pdf

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http://www.euro50.org/2010/brussels/Gaspar.pdf

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http://www.bportugal.pt/pt-PT/OBancoeoEurosistema/IntervencoesPublicas/Lists/FolderDeListaComLinks/Attachments/104/intervpub20100910.pdf

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A política desportiva europeia não é um modelo de convergência para o bem-estar desportivo

O Modelo Europeu de Desporto não possui uma formalização económica.

Teoricamente em economia é possível justificá-lo da seguinte forma:
  1. A produção nacional dos países que integram a União Europeia é eficiente e a regualação nacional também é capaz de resolver com eficiência os fracassos que possui.
  2. Todos os países geram um produto agregado a nível europeu que colocam a Europa como o continente com maior e melhor produto desportivo mundial.
  3. Desta forma nunca se colocou à União Europeia formalizar economicamente o seu Modelo Europeu porque não há fracassos na produção desportiva agregada que exijam uma intervenção continental.
Em consequência, nem a União Europeia tem uma política que regule explicitamente a produção desportiva europeia, nem os economistas concebem ou analisam a estrutura económica do Modelo Europeu de Desporto.

O que a Europa faz é actuar sobre os fracassos da produção desportiva nacional relacionados com a violência, doping, corrupção, com a formação de monopólios como os do jogo electrónico, com a protecção dos clubes de base, os voluntários, mas, por exemplo, não tem uma preocupação estrita com dificuldades indicadas pelos líderes desportivos como a protecção dos talentos desportivos nacionais.

Porém, o funcionamento do mercado profissional já exigiu à União Europeia uma actuação como quando os agentes do G18 no futebol e outros de outras modalidades pretenderam extorquir em absoluto as mais-valias das externalidades pela criação de ligas de clubes profissionais como centros de captura das rendas da produção em pirâmide do Modelo Europeu de Desporto.

O mais importante desta actuação continental é que ela pode ter consequências negativas como a divergência entre os países que seguem as características técnicas e económicas do mesmo modelo nacional e dos países que não conseguem acompanhá-lo como é o caso de Portugal.

Aliás Portugal é a excepção ao sucesso do modelo desportivo e económico nacional que se pratica na Europa segundo as 3 variantes do norte e centro, leste e sul.

O modelo de leste eventualmente convergirá para o modelo do sul ou para o do norte e centro.

Os dois sub-modelos fundamentais, do norte e centro e o do sul, distinguem-se pela produção recreativa que no norte e centro é fundamental para o sucesso do consumo da maior parte da população, enquanto ao sul o incentivo à recreação e à prática informal é menor.

A questão da convergência torna-se relevante quando o país entra em bancarrota.

Se num período de desenvolvimento, os fracassos do modelo desportivo nacional passam despercebidas, num período com uma crise generalizada devido à bancarrota os factores negativos tomarão uma dinâmica mais visível, particularmente de uma trajectória de divergência.

É por este motivo que as políticas seguidas no passado terão consequências económicas significativas que os líderes desportivos começarão a observar com a aplicação das medidas de austeridade do memorando assinado com o FMI, UE e BCE.

Hulk não terá sido seleccionado para a selecção do Brasil

Não encontro onde está a notícia de ontem ou antes de ontem que dizia a não convocação de Hulk pela convocação de outro jogador mais jovem, à Messi, e de um grande clube, mas sem as provas dadas pelo jogador do Porto.

O mercado de formação de jogadores de futebol de alto nível parece ser inesgotável no Brasil e o trajecto dos clubes portugueses para a sua valorização tem dados mostras de estar a ser mais concorrido.

Também por estes dias noticiava-se que Mourinho, usava Ronaldo, o fenómeno, para seu olheiro no Brasil.

Tudo estará mais no equilíbrio da utilização de jogadores estrangeiros, que Platini questiona, e na capacidade da estrutural empresarial e clubistica ser eficiente na contratação dos melhores ao melhor preço para formar equipas para o topo da tabela classificiativa das provas europeias.

Os treinadores dos escalões juvenis portugueses já se queixaram na falência da formação nacional para certas posições.

Esta é das áreas que nenhum líder do futebol português tem uma palavra a dizer e que produza nas suas estruturas um documento, propostas, análises, soluções para o futebol português.

Há três níveis distintos de intervenção:
  1. A Liga de clubes e o Sindicato. Podendo juntar-se os empresários de jogadores que terão uma posição liberal em relação aos estrangeiros mas que têm uma galinha de ovos de ouro nas suas mãos e a estão a estrangular.
  2. A federação que vê, sabe e olha e nada faz.
  3. O Estado que deveria fomentar o conhecimento do fracasso do mercado, promover o debate e propor soluções, incluindo em paralelo com soluções europeias e mundiais.
A FIFA e a UEFA têm posições sobre esta matéria pelo que o mínimo que se exigiria era que o Governo já tivesse há muito trabalhado as alternativas e o debate sobre as soluções nacionais.

Natalie du Toit, um exemplo olímpico

Com a devida vénia ao Público está aqui a

Entrevista Natalie du Toit: "A tragédia não é falhar os nossos objectivos mas sim não ter objectivos"18.06.2011 - 15:53 Hugo Daniel SousaAFP


Natalie du Toit nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008

Natalie du Toit, de 27 anos, é uma das nadadoras mais conhecidas do mundo, porque se transformou num dos exemplos mais inspiradores da história do desporto. Apesar de ter ficado sem a perna esquerda abaixo do joelho, após um acidente de viação em 2001, continuou a perseguir o sonho de participar nos Jogos Olímpicos e conseguiu qualificar-se para Pequim 2008.
Agora tenta novo apuramento, desta vez para os Jogos Olímpicos de Londres, após os quais dará por terminada a sua carreira. A sul-africana está em Setúbal, para participar na terceira etapa da Taça do Mundo de natação em águas livres, e falou ao PÚBLICO sobre a experiência de competir com os melhores do mundo sem ter as mesmas "armas" que os adversários. Du Toit quer ser lembrada como "alguém trabalhador e perseverante" e diz que o seu caso mostra que as pessoas podem atingir os objectivos se lutarem muito por eles. E tem como mote nas suas palestras a ideia de que a grande tragédia não é falhar os objectivos, mas sim não ter objectivos a atingir.

O mote do seu site oficial é "Sê tudo o que queres ser". A minha pergunta é: o que é a Natalie du Toit deseja ser?
(risos) Esse mote quer dizer que as pessoas podem alcançar os seus objectivos. Estar nos Jogos Olímpicos era o meu maior sonho e já o consegui. E se eu consegui, as outras pessoas também o podem fazer.

Disse há três anos que qualificar-se para os Jogos Olímpicos de Pequim foi como escalar o Evereste. É possível repetir essa façanha em Londres 2012?
A minha federação ainda não escolheu a equipa que vai estar nos Mundiais deste ano [em que se jogam as primeiras vagas para os Jogos de Londres], mas obviamente que é algo que gostava de atingir. Já estou qualificada para os Paralímpicos e vou estar em Londres, mas claro que também quero estar nos Olímpicos.

Em relação há quatro anos, sente-se em melhor ou pior forma?
Tem sido um percurso difícil. Tenho treinado muito nos últimos meses e espero competir a um bom nível.

Pensa vir no próximo ano a Setúbal, onde são atribuídas as últimas vagas para os Jogos Olímpicos?
Ainda não conheço o local de competição, mas a hospitalidade nestes dias tem sido óptima. É bom estar aqui com um ano de antecedência, porque dá para conhecer o local de competição.

A sua ideia é tentar qualificar-se apenas nas águas abertas ou também em provas na piscina?
Só nos Paralímpicos é que vou estar nas provas na piscina.

Já anunciou que vai terminar a carreira após Londres 2012. Porquê?
É altura de parar, de deixar de lutar e de seguir com a minha vida.

Já é conhecida no mundo inteiro. Sente-se como um exemplo para os outros?
Sou um dos casos que mostram às pessoas que podem cumprir os seus desejos, se quiserem muito. Demorei 18 anos a atingir o sonho de estar nos Jogos Olímpicos e para muitas pessoas isso não acontece. Mas é preciso trabalhar muito e ter uma equipa à volta. Tenho um grupo de pessoas que trabalham comigo, que sempre acreditaram e que me ajudaram muito.

Quando não está a treinar ou a competir, o que faz?
Não me resta muito tempo, porque treino seis a sete horas por dia. Às vezes, vejo um pouco de televisão, leio, mas não tenho muito tempo para sair e ir a festas.

Mas sei que às vezes dá palestras a estudantes. Qual é a mensagem que lhes passa?
A mensagem é que a tragédia na vida não é falhar os nossos objectivos, mas sim não ter objectivos para atingir. Passo a ideia de que tudo é possível se acreditarmos. Nunca saberei como teria sido a minha vida se não tivesse tido o acidente, mas segui em frente.

Mas já não vê esse acidente como uma tragédia?
Bem, é verdade que aconteceram coisas boas depois disso, mas claro que sinto a falta da perna. Foi perder uma parte de mim, mas tenho de seguir em frente.

Ainda pensa muito em como teria sido a sua carreira se aquele acidente não tivesse acontecido?
É impossível esquecer completamente, porque todos os dias sou lembrada disso, porque tenho uma prótese [que tira para nadar]. Mas claro que penso que tenho de ultrapassar isto. Nem sempre é fácil, mas há muita gente que acredita em mim.

Hoje compete com os melhores nadadores do mundo. Isso obriga-a a treinar muito mais do que os outros?
Sim, claro. Tenho de treinar mais do que os outros, porque o meu corpo não é igual. Tenho de treinar aspectos que os outros não precisam.

Já lhe fizeram centenas de perguntas sobre a sua vida e a sua carreira. Há alguma pergunta que nunca lhe fizeram e a que gostasse de responder?
(risos) Bem, há muita gente que pensa que eu sou a pessoa mais optimista do mundo, mas na verdade devo ser das mais pessimistas. As pessoas à minha volta é que são muito optimistas e isso fez uma grande diferença. Outras pessoas pensam que foi fácil, mas foi muito difícil para mim e para as pessoas que me rodeiam.

Como gostaria de ser recordada no mundo do desporto?
Como alguém trabalhador e perseverante

Que critérios de avaliação para o desempenho das lideranças no desporto

Alguns critérios ajudam a conceber estilos de liderança mais activa para o desporto:
  1. ter uma visão para a modalidade, implicando haver a apresentação das ideias por escrito e outras formas publicitadas na internet e um debate
  2. promover uma governance interna auditada por entidades independentes, como concursos efectuados na comunicação social e acontece com as empresas privadas
  3. criar programas com um modelo de desenvolvimento incluindo metas quantificadas
  4. ter estatísticas publicitadas na internet sobre os resultados alcançados
  5. colocar praticantes da modalidade em programas de formação para profissões e para líderes dentro e fora da modalidade ou do desporto
  6. colocar atletas e treinadores em lugares elegíveis para as eleições internas nas federações e organizações nacionais e também nas internacionais da modalidade
  7. Concepção de uma estruturação visando a modernidade dos clubes e organizações desde a base atentando os valores humanos e de liderança que vão surgindo para renovação do topo com elementos provenientes das estruturas locais de sucesso
  8. capacidade de apresentação ao desporto e fora do desporto de soluções inovadoras possuindo líderes activos nas estruturas de direcção do desporto nacional
  9. garantir um relacionamento próximo entre a universidade e a modalidade em múltiplos domínios
  10. ter uma boa imagem na opinião pública e uma presença assídua nos órgãos de comunicação social
  11. assegurar níveis de financiamento, independência e sustentabilidade plurais tanto do Estado como do mercado privado
  12. ser reconhecido pela independência de defesa dos interesses do desporto e da modalidade face aos agentes de maior poder político ou económico
Esta lista mostra que o grau de abertura para reformar profundamente o desporto pode passar por instrumentos e procedimentos que envolvem a sociedade e todo o desporto e não um certo maniqueísmo relacionado com o bem do jurídico e da lei de bases e do mal de tudo o resto.

Francisco Assis do PS contra a juventude do novo governo PSD-PP

O Desporto tem para a troca se Francisco Assis quiser ficar com alguns seniores e deixar jovens subirem na hierarquia de liderança do desporto.

O argumento da falta de experiência choca com o sucesso de José Mourinho e de Tomás Morais e da afirmação que se pede a atletas cada vez mais jovens em inúmeras modalidades. Ver aqui notícia sobre José Mourinho.

O argumento choca com imagens de ministros por essa Europa onde a juventude é superior à senioridade.

No desporto outra situação é distinta da Europa.

A Europa assume a liderança das instituições pelos antigos atletas como Platini, tendo também exemplos de excesso como Blatter. Em Portugal um levantamento da situação permitiria verificar se a percepção de primazia a pessoas reformadas, com larga disponibilidade de militares e dos juristas, é uma realidade clara ou tendencial.

Há razões da fraca valorização da técnica para a ultrapassagem destas mesmas profissões e de desenvolvimento pleno dos atletas tanto os de maior sucesso como outros que teriam na ascenção na estrutura de liderança a afirmação de qualidades e do capital desportivo angariado na competição de alto rendimento.

Este é um dos aspectos a desenvolver futuramente o da avaliação do desempenho de direcções e organizações desportivas que não acompanha e se distingue claramente da avaliação de desempenho que os atletas são sujeitos na competição.

sábado, 18 de junho de 2011

São todos portugueses

Fernando Pimenta, João Ribeiro, Emanuel Silva e David Fernandes, fazem parte da equipa K4 que ganhou a medalha de ouro em Belgrado, ver aqui.

Na canoagem e no rugby há notícias que demonstram que o desporto português está a apurar o capital com que se compete no topo mundial.

Para os homens do desporto a altura dos portugueses tem sido uma limitação e sabem que os Holandeses e pequenos estados como na Croácia existem populações mais altas ao nível europeu.

Esta não é a minha área, e as pessoas do desporto indicam-me que o atletismo conseguiu resultados com jovens oriundos familiarmente de países africanos, nas chamadas disciplinas técnicas, e agora surgem os oriundos de países de leste.

Não sei o que aconteceu no voleibol e parece que conseguiram ultrapassar a altura dos portugueses.

É de notar uma vez mais que a canoagem consegue, não um talento jovem esporádico e que qualquer que tenha sido a razão e que importaria analisar o caso do triatlo, mas a canoagem consegue uma equipa de 4 e todos com um desenvolvimento físico bem claro na foto do jornal i.

Há talvez uma outra explicação para alguns dos resultados em equipas de desportos colectivos e se relacionam com a capacidade dos treinadores portugueses que está a subir, de que Queiroz e Moniz Pereira foram fundamentais, e a conseguirem compreender melhor o capital humano e desportivo que têm nas mãos e a dar-lhe níveis de rendimento suportados por conhecimentos científicos e técnicos mais evoluídos, para além do benefício de treinadores estrangeiros como no caso da canoagem e do voleibol.

Estas notícias são um desafio para o novo governo para compreender o que se está a passar de bom que deve ser protegido e fomentado.

As variáveis são múltiplas e a sua operacionalização apenas se realizará com análises que vão ao âmago dos processos em toda a cadeia de produção desportiva nacional desde a escola aos níveis de topo.

Estamos a falar da afinação da máquina de produção desportiva nos limites do alto rendimento onde se conquistam as medalhas mundiais e olímpicas.

Parece-me com isto, e para acabar, que esta realidade não deve querer dizer que está tudo bem.

Para suscitar e promover o desenvolvimento sustentado há a necessidadede processos de trabalho que eu não tenho observado. Certamente que haverá pessoas que poderão dizer que não são importantes esses procedimentos novos para além dos que já existem.

Deixo os sinais óptimos e a minha leitura de um quadro que é complexo e merece uma abordagem que convença a sociedade portuguesa de um desenvolvimento sustentado para o nosso desporto.

Onde está o desporto? versão dois

Saiu do Ministério da Presidência

Não existe convergência com a Cultura, dando uma leitura de clivagem entre o contributo para a mercantilização e o contributo para o produto económico que definiu a colocação da cultura e um objecto social direccionado para a qualidade de vida no caso do desporto.

Segundo um jornal o Desporto integra o Ministério dos Assuntos Parlamentares, Autarquias e Desporto de Miguel Relvas

Há outro jornal que fala em Ministério dos Assuntos Parlamentares, Desporto e Juventude


O INATEL estará na Solidariedade e Segurança Social de Pedro Mota Soares e seria útil que viesse a integrar o ministério Ministério dos Assuntos Parlamentares, Autarquias, Juventude e Desporto (seguirei esta fórmula)


O desporto é acompanhado pela Juventude?´É a pergunta que permanece. Sendo expectável a diluição da Juventude em várias pastas mas se seguisse um percurso semelhante ao INATEL passando para o Ministério dos Assuntos Parlamentares, Autarquias Juventude e Desporto concentraria uma área de 'bem-estar' ou de qualidadede vida já tentada há vinte anos como ministério de Sousa Tavares (pai)


A solução para o Desporto tem tanto de inesperado como de inteligente
 
Cozer o desporto ao tecido autárquico pode ter duas leituras:
  1. o desenvolvimento do desporto passa a ser autárquico e parlamentar
  2. uma forma de conter um sector com os problemas do futebol, na sua máxima expressão
Existe espaço para a afirmação da 'qualidade de vida' neste ministério com a vantagem de aceder a uma actuação parlamentar mais eficaz e inovadora do que no passado, num relacionamento junto das autarquias cujo relacionamento transversal com a Educação e a Solidariedade seriam fundamentais para um conceito transformador para o desporto e para os outros sectores.

Quanto a Miguel Relvas não tendo um conhecimento das suas 'práticas desportivas' aguardam-se novos sinais e também sobre quem convida para a sua viagem.


Existem graus de liberdade para uma actuação e resposta por parte do associativismo desportivo.

O Governo demonstrou que é formado por uma maioria de pessoas com menos de cinquenta anos, o que corresponderia a baixar a idade dos líderes no desporto dos actuais 150 anos para metade para menos de setenta em todo o mandato.

Não se trata da questão de idade, mas de avaliação do desempenho. Numa altura em que inúmeros sectores sociais são avaliados e o copianço já nem dez pode ter, era bom que os líderes do desporto fossem avaliados com transparência e por terceiras pessoas, até porque toda a sua performance se sustenta num forte financiamento público, enquanto que o contributo da actividade própria desses organizações nao tem uma procura social significativa.


As primeiras reuniões entre os novos responsáveis públicos e os responsáveis desportivos vão marcar a legislatura.

Poderá / quererá o desporto renovar-se?

Poderão os líderes do desporto ser cruciais para a transformação e profunda reforma que nos cola ao fim das tabelas europeias?

Até hoje comportaram-se como pessoas conservadoras e sem correrem riscos o que se esperaria que uma nova geração fosse capaz e ousasse defrontar os hábitos antigos.

Pode o governo fazer mais pelo desporto, apesar da primeira impressão que vai ter com os líderes do desporto nacional, do que 'lavar daí as suas mãos', 'as usual'?

O Governo do PSD e do CDS/PP abriu novas expectativas de abertura de portas há muito fechadas.

Oxalá elas não se esmoreçam.

Desporto com autarquias e assuntos parlamentares

Segundo o jornal i, aqui


'Miguel Relvas, o secretário-geral do PSD, transita para o governo e vai ficar com a pasta de coordenação do executivo, os Assuntos Parlamentares, Autarquias e Desporto.'


É uma solução nova.

Enquanto Francisco José Viegas quer retirar a Cultura da influência pública, essa opção não é clara ao juntar o desporto ao parlamento e às autarquias.

È importante ver quem vai ser o Secretário de Estado

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A Canoagem ao máximo

A Canoagem classificou-se em sete de oito finais possíveis nos campeonatos europeus de Belgrado na Sérvia, ver aqui.

O facto de ser uma equipa com vários atletas, homens e mulheres, com uma performance que não é usual em Portugal sugere que existe um método capaz de suportar as características de diferentes atletas.

As vitórias conseguidas e as altas classificações lembram a performance de Vanessa Fernandes antes de sucumbir ao regime intenso a que foi submetida.

Eu não sou técnico desta área e o mínimo que espero é que a Canoagem saiba melhor, do que o Triatlo sabia, o que está a fazer.

Para que serve a economia no desporto?

I

Os recursos que Portugal tem para viver e dedicar ao bem-estar social da população são escassos.

Acontece o mesmo em todos os países europeus. Em média a disponibilidade de cada país para investir em desporto é igual em todos porque todos investem em cabazes de produtos similares como a saúde, transportes, energia, ensino, ciência, cultura e desporto, etc.

Se um país apresentar um desenvolvimento desportivo excelente, no topo da Europa, e outro país tiver um desenvolvimento baixo e na cauda da Europa, pode considerar-se que o primeiro país faz uma melhor aplicação dos seus recursos que dedica ao desporto do que o outro que está no último lugar europeu.

A economia é a ciência que ajuda a compreender como actuar em situações de escassez de recursos. É o que faz a União Europeia. Usou a economia a partir dos anos 80 através do Conselho da Europa e actualmente tenta compreender porque é que os clubes de base têm dificuldades extremas no seu desenvolvimento desportivo.



II

Nas análises que realizam os economistas nem sempre concordam uns com os outros, aliás discordam mais do que concordam. Em Portugal foi patente quando há um par de anos a publicação de vários manifestos de grandes economistas portugueses a afirmarem a sua posição a favor e contra o investimento em grandes projectos.

O investimento em infra-estruturas desportivas, culturais e universitárias seguiu um padrão de realização que concita alguma unanimidade crítica, dados os níveis baixos de uso abaixo de 5% da capacidade instalada.

Os economistas concordam que a sua ciência ajuda a colocar questões que são importantes para explicar e compreender o desenvolvimento económico e a partir daqui discordam sobre a forma de lá chegar. Importa neste ponto conhecer porque chegam os economistas a conclusões distintas sobre a forma de promover o bem-estar.

Há dois aspectos fundamentais na análise dos economistas:

1. Os economistas têm posições diferentes sobre as falhas dos mercados onde competem os agentes privados.

2. Os economistas discordam sobre a necessidade ou não de intervenção do Estado.

Suponhamos que se tratam de monopólios como acontece no desporto e estes produzem um determinado nível de bens que se consideram públicos. Qual é o nível óptimo de produção de bem público pelos monopólios e que satisfazem o bem-estar comum? Esta questão não tem uma resposta objectiva e alguns economistas considerarão que o nível óptimo está alcançado pela produção privada e preferirão deixar o mercado actuar livremente. Outros considerarão que existe espaço para uma intervenção do Estado a fim de incrementar a produção privada de bens públicos.

Aplicando a intervenção do Estado ao desporto surgem algumas questões como: A intervenção do Estado poderá prejudicar a produção privada de desporto? Poderá a intervenção do Estado prejudicar os excelentes resultados obtidos no futebol profissional português caso o Estado corrija os salários em atraso? Os estádios com excessiva dimensão são uma ajuda ou uma dificuldade para os clubes privados? A intervenção do programa Marcha e Corrida do Governo poderá ter uma produção inferior aos agentes privados? Poderão interesses instalados no governo beneficiar determinados agentes e prejudicar a produção do mercado privado como um todo?

Estes exemplos desportivos suscitam respostas distintas por parte dos economistas.

Nem sempre as respostas dadas são as melhores.

Houve estudos no Euro2004 que deram determinadas respostas económicas e que foram aceites pelo governo da altura e que outros economistas e instituições como o Tribunal de Contas e o Ministério das Finanças vieram a contestar apresentando perspectivas diferentes. Hoje muitos economistas usam os estádios como um mau exemplo do investimento nacional das últimas décadas mas não fala de iguais exageros na cultura e nas universidades.



III

Hoje as instituições desportivas tanto públicas como privadas não usam na sua governance e regulação nenhuma informação económica. Face aos resultados produzidos é possível que existam economistas que considerem essa situação normal, enquanto outros prefeririam uma maior atenção aos fundamentos económicos das respectivas performances.

Independentemente da maior ou menor intervenção em cada caso concreto seria útil que o desporto português fundamentasse as suas decisões de política desportiva economicamente para obter um maior produto económico e social para o desporto nacional.

Existem muitos economistas em Portugal e as organizações privadas e os partidos políticos poderão ter a maior amplitude de actuação usando a disponibilidade de técnicos que certamente encontrarão nos seus associados e próximos.



IV

Há uma dificuldade acrescida relacionada com a peculiaridade da produção desportiva.

O desporto não é um bem produzido da mesma forma dos outros bens e isso exige um cuidado adicional. A própria União Europeia tem, por vezes, posições que depois vai melhorando à medida que se apercebe das características específicas do desporto português.

Esta capacidade de corrigir as suas políticas a partir da melhor percepção da produção desportiva é uma característica que não se encontra na política desportiva portuguesa.

A agregação de economistas mesmo de não especialistas em desporto, às equipas directivas seria melhor do que a não existência de economistas como ora acontece.

O desporto em suspenso!

E pelos vistos também a cultura!

A problemática dos estudos

O desporto português tem falta de algumas coisas de que os números da prática desportiva da população e dos resultados internacionais demonstram poderiam ser muito melhores.

Houve outros países da dimensão de Portugal como a Grécia que deram esse salto.

Portugal não o deu no passado.

Portanto, há falta de muitas coisas, não é uma, nem duas, nem três, são muitas.

Essa diferença vê-se também na reputação do desporto português que não é reconhecida pela sociedade e pela economia nacional enquanto a cultura é reconhecida apesar de ter só mil milhões de euros de produto económico, e o desporto ter 1,5 mil milhões de euros segundo o INE.

Na área que trabalho a economia e as estatísticas de produção desportiva, há falta de uma estrutura nacional eficiente de produção de estatísticas e de análise pelos agentes desportivos, que legislatura após legislatura com altos e baixos não avançou.

Sou o único a fazer com regularidade determinadas análises e quando um partido deixa para a véspera das eleições a publicação de um texto sobre os seus números e a sua análise, a coisa não funciona assim noutros lados.

Faltam investigadores que peguem nos números disponibilizados pelo aparelho de produção estatística e façam análises.

Procurar condicionar os resultados para aparecer bem na foto é louvável em família, quando se trata dos resultados desportivos nacionais é para ver com cautela e respeito por quem depende dessa informação para trabalhar.

O que acontece também é que as federações e as universidades não usam as estatísticas do desporto para trabalhar e pensarem o seu futuro.

Se pensassem há muito que tinham exigido aos governos outros posicionamentos políticos sobre as estatísticas.

Aliás os governos condicionaram e fizeram crer que as coisas como estão é que estão bem e daí as federações e as universidades crerem que esse é o seu bem, o que é compreensível, até ao dia em que o país com este comportamento vai à falência e as pessoas acham as consequências, daquilo que foram os seus actos, muito injustas.

Insisto no que tenho referido:

O desporto português necessita de estudo, análises, investigadores, órgãos de investigação, fóruns de debate alargado etc.

O desporto português necessita de democracia plena na sua produção e no seu consumo.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Se Portugal ganhar 5 medalhas em Londres de quem é o mérito?

É uma pergunta interessante, não é?

Acho que é daquelas questões que apenas tem vencedores e um perdedor que seria eu.

Eu não acredito em milagres porque creio que os milagres são feitos de uma massa especial que Portugal não terá no alto rendimento.

Houve um  milagre no ciclismo em Atenas e na alta competição contar com a garantia de milagres para alcançar 5 medalhas é demasiado esforçado.

Portugal ganhar 5 medalhas seria o milagre dos milagres de que eu não me importaria de ser o feliz perdedor.

Creio que em primeiro lugar o mérito seria dos atletas porque tinham conseguido nas difíceis condições nacionais ultrapassar o imaginável e a tradição.

Em segundo lugar faria um compasso de espera antes de imputar outros ganhadores como o COP, as federações ou os governos PS e PSD/PP e os patrocinadores.

O nosso desporto necessita de uma análise criteriosa às condições da sua performance para que os processos correctos sejam valorizados e os menos bons, sejam descontinuados.

Seria bom que os líderes e as instituições públicas e privadas não regateassem elogios aos atletas e treinadores mas que fizessem um esforço para compreender o que se passou e vai passar para que as consagrações não impedissem o conhecimento do que se passa.

Esse trabalho de levantamento do que se passa é um trabalho que não tem sido feito e que prejudica as federações de maior sucesso, mesmo quando elas apoiam o 'business as usual'.

O capital humano é o recurso mais escasso

O jovem quase doutorado trabalhou alguns meses e andava aflito com medo de perder o emprego precário que tinha.

Hoje a alma saltou-lhe do peito ao mostrar que uma Escola Supeiror de Educação o tinha ou ia contratar.

No pouco que com ele convivi vi que a sua entrega foi instantânea, abundante e ininterrupta. Vi que em conversa ouvia atentamente o que era dito, mesmo que continuasse a teclar no computador, e depois respondia no sentido exigido pela conversa.

Tinha tido uma experiência de dois anos no estrangeiro e inundou todos os colegas com a informação abundante que trouxe dessa experiência. Escreve com facilidade, emenda com prontidão e tem a cabeça bem assente sobre os ombros sabendo pensar e desenvolver um objectivo. Numa conferência que tive conhecimento agarrou a audiência com o power point cuidadosamente preparado e houve quem fugisse ao debate.

É um jovem afectuoso e voluntarioso e felizmente ainda existem instituições em Portugal capazes de reconhecer o valor e o mérito e captá-lo para os seus quadros.

Não digo o nome nem dou outros pormenores para não haver algum dano colateral.



Ao dar aulas surgem raridades e preocupa-me não saber exactamente se terei conseguido estar à altura das suas necessidades.

Os melhores dão luta, diria um corpo a corpo, que se torna complexo com a ajuda da teoria económica e esses debates geram externalidades que trazem consigo a turma para níveis de compreensão mais elevados.

Tenho esperança que estes jovens venham a contribuir mais do que gerações anteriores.

Estas não chegaram a ter a oportunidade que o desporto português não lhes deu pela manutenção de uma governance arcaica e prejudicial às necessidades do desporto e da nossa juventude.

No fim da festa as notícias nem sempre são as melhores

Haverá quem faça a festa e haverá quem sugira que a festa teve os seus precalços.

É necessário que haja alguém que guarde a memória da festa e a confronte com outras festas.

Agora o que não se pode pedir é a quem se viu na festa de outrém, que essa pessoa guarde as memórias de quem se divertiu.

Quando digo se divertiu quero dizer exerceu os poderes e responsabilidades próprias do compromisso que assumiu.

Neste momento é possível que algumas pessoas digam o que acharam mal para que os anfitriões seguintes tenham as ideias exactas da nova organização da festa de que foram incumbidos fazer.

As notícias poderão não ser as melhores e poderão ser mais duras para quem sai mas será útil para quem entra saber a realidade das festas que se vão organizando e das expectativas que existem.

Para quem sai da festa há agora o maior tempo do mundo para justificar o que fez e o que sustentou aquilo que fez.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A liderança no desporto: falam José Constantino e António Barreto

Hoje estive com um ex-colega que não falava há muitos anos mas sempre nos fomos acompanhando.

O fundo da conversa foram os desafios das federações em geral e da sua em particular no respeitante à produção desportiva de base.

Avançámos várias ideias nem sempre coincidentes e permitiu ver que de parte a parte havia argumentos fortes e possibilidades de desenvolvimentos.

Entretanto José Constantino no Colectividade Desportiva, aqui, fala do voluntarismo e António Barreto numa entrevista no jornal i, aqui, fala do direito das pessoas poderem trabalhar até mais tarde sem serem obrigadas a sair.

Creio que o âmbito da nota do primeiro são os cargos de liderança e os do segundo aquelas actividades em que o limite de idade é uma imposição legal, não se referindo necessariamente aos lugares de chefia.

Aceitando a argumentação de António Barreto em relação ao diferimento do limite de idade de acordo com condições do próprio individuo e das necessidades do seu trabalho é importante discutir as questões relacionadas com a liderança das organizações desportivas onde se eternizam líderes conhecidos.

Vicente Moura e Gilberto Madail creio que são líderes que se enquadram numa questão da liderança desportiva que deveria ser debatida publicamente.

Há vários casos que apontam para a sua saída e que se nõ houver um debate público tenderão a querer permanecer mais tempo.

As questões que apontam a sua saída são:
  1. foi durante a sua liderança que aconteceram alguns fracassos quer olímpicos quer do futebol
  2. particularmente, houve a falha de uma eleição internacional no caso do futebol, prejudicando gravemente a modalidade
  3. nenhum publica os benefícios materiais e financeiros que recebe pelo desempenho dos cargos que são também pagos por dinheiros públicos
  4. face a problemas havidos nenhum realizou uma auditoria externa e credível ao acontecido
  5. nenhum realizou um programa de desenvolvimento sustentado de longo prazo
  6. nenhum projectou a sua acção sobre o desporto nacional sendo certo que qualquer uma das actividades tem impactos decisivos e nem sempre positivos sobre o desporto nacional
Estes pontos sugerem que a sua saída permitiria a subida de dirigentes mais jovens como acontece no governo do país e também se observa noutras organizações desportivas europeias ao nível nacional.

Uma das lacunas da liderança nacional é a existência de líderes que se eternizam impedindo o acesso de líderes mais jovens, mesmo que venham a cometer erros.

Os velhos líderes do desporto português, quanto ao modo como  actuam e não quanto à idade têm um custo elevado para o desporto português.

Os velhos líderes são inquestionáveis pela distância que criam com a realidade e através do consumo de recursos públicos para sustentar necessidades distintas das necessidades dos atletas que competem e das organizações que produzem o desporto.

O que Gilberto Madail e Vicente Moura deveriam fazer era organizar eleições democráticas e competitivas garantindo o confronto transparente e a independência dos candidatos perante as direcções cessantes ou outras forças, ao mesmo tempo que assegurariam a definição clara do que é melhor para os respectivos sectores.

Mas esta perspectiva parece ser uma contradição nos termos.


Nesta altura o PSD e o PP tem o desafio de colocarem à frente do desporto alguém de dentro do sector capaz de uma dedicação extrema podendo rentabilizar não só o interesse dos partidos como o do desporto.

Outra solução mais usual é o descrédito sobre o sector e nos seus líderes e usar um quadro político partidário o que gera limitações óbvias a observar no último lugar que o desporto português ocupa genericamente na Europa.

Há pessoas no desporto, poucas mas há capazes de fazer um lugar politicamente coerente e potenciador do bem comum nacional através do desporto.

Também há pessoas que são um susto e isto aplica-se a qualquer um.


Terminarei dizendo que há necessidade de uma transformação geracional no desporto português e tudo vai depender do que o PSD e o PP conseguir decidir de bom para o desporto nas próximas horas.