quarta-feira, 15 de junho de 2011

A economia e as demais ciências do desporto

O fracasso do desporto português observa-se nos níveis de ineficácia do seu produto desportivo.

Por um lado, estão os resultados do alto rendimento e, por outro, está o consumo desportivo da população.

Durante as legislaturas que passaram não houve um pensamento uma acção dos conselheiros nacionais do desporto a exigirem o conhecimento da prática desportiva da população portuguesa nos seus termos mais gerais.

Os trabalhos do Eurobarómetro não impedem o trabalho de casa que os países devem fazer e que justificam uma atenção qualificada principalmente em Portugal quando depois da crise de 2008 começaram os primeiros sinais da crise social com efeitos no decréscimo da procura desportiva da população.

Não se compreende o que discute e faz o Conselho Nacional do Desporto com os clubes de base falidos, com as federações em dificuldades que a falência das pequenas federações mostra, com o fracasso dos resultados olímpicos e depois todo o processo Vanessa Fernandes, os conhecidos salários em atraso, os níveis inferiores de prática dos jovens e que a Educação não actua para obtenção de maiores níveis de conforto desportivo, a crise que vive o futebol português, etc. Aliás a contradição maior será a presença de conselheiros ligados ao futebol e a crise que a modalidade sofre há décadas sem medidas de reforma estrutural.

Há a necessidade de compreender para que serve uma instituição como o CND e a presença de lobistas que representando interesses relevantes apresentam limitações na medida e concepção do óptimo nacional e da compreensão da eficiência na aplicação de recursos escassos para melhorar o interesse da maioria.

A economia tem instrumentos que ajudam a decidir sobre a existência de recursos escassos, mas a economia necessita de outras ciências para melhor sensibilizar a sociedade para o trabalho a fazer em prol do desporto nacional.

O CND tem sido um instrumento sem nervo usado para apaziguar descontentamentos mal estruturados porque esmorecem à mais fugaz das promessas sem futuro e sem sustentação ou relação com a realidade e a as crises que vão surgindo.

Por paradoxal que pareça, para o não economista, o desporto terá beneficiado de milhares de milhões de euros desde o nível central ao local e em toda a estrutura de produção existem níveis de ineficiência da escassa produção nacional.

Centrando a compreensão da crise do desporto no produto observa-se que a produção é pouca e ineficiente e, mesmo assim, não se fazem estudos sociais para compreender o que se está a passar com as famílias, os praticantes e os jovens.

O novo Governo talvez venha a iniciar estudos do que não foi feito no passado. Porém, o melhor seria ter um modelo bem definido para actuar segundo um processo bem concebido, firme e consensualizado com múltiplos agentes desprotivos e não-desportivos.

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