terça-feira, 28 de junho de 2011

A agonia do Belenenses

O clube tem passado maus bocados com investimentos avultados e sem retorno, perdas financeiras significativas e o abandono ao interesse da sua massa associativa.

O associativismo do Belenenses poderia ser a sua salvação mas a existência de um Bingo no centro da cidade lançou as hipóteses da captura de rendas através de várias actividades desportivas profissionais, desequilibrando a relevância da voz e do interesse dos associados.

A área de influência das actividades associativas desportivas do clube é demograficamente grande e os investimentos em infra-estruturas significativo.

Porque fracassa a gestão associativa do clube?

O desejo absurdo de apropriação das rendas do clube através de um clube com inúmeras actividades profissionais deveria ser comedida e limitada a parâmetros de racionalidade estritos relacionados com a sustentação da actividade amadora e um percurso profissional sem loucuras e pautado pela dedicação associativa.

Os falcões e profissionais que aparecem em todos os clubes nacionais sabem quando aparecer, capturar rendas e desaparecer com a falência de tantos clubes como o Boavista, Farense, Salgueiros e outros que ao longo das décadas têm falido sem que a Liga ou a Federação encontrem modelos de actuação sustentáveis no tempo.

Outros países e grandes clubes por essa Europa têm falências semelhantes e dificuldades, assim como, existem soluções que vão sendo testadas e nalguns casos mantêm uma maior parte dos clubes desses países a salvo das bancarrotas.

As bancarrotas dos clubes são porções de capital social que é destruído prejudicando as populações e o desenvolvimento desportivo nacional.

O benchmarking europeu da situação do futebol português demonstrará que em Portugal há uma falha sistémica que ultrapassa o futebol.

Em Portugal os clubes têm mais do que uma actividade, enquanto na Europa os clubes serão maioritariamente monomodalidade desportiva.

Na medida em que os clubes produzam mais do que uma actividade e a bancarrota do futebol arraste as outras modalidades, o desafio da sua solução já não pertence exclusivamente à federação da modalidade estende-se ao Estado e ao COP e CDP se estivessem para aí voltados.

O exemplo da privatização do futebol do Belenenses é o de mais um clube que irá saltar da caçarola a ferver para o lume.

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