quarta-feira, 22 de junho de 2011

A FP Rugby apresentou plano estratégico a 4 anos

A notícia do Record de hoje, pg. 30, acaba com a seguinte frase:

 A modalidade recebeu '... recentemente, convites da Roménia e Inglaterra para jogos particulares. "Não temos agenda nem recursos".'

Primeiro, a federação fez um estudo estratégico do ponto de vista desportivo mas não o fez do ponto de vista social e económico.

Segundo, este é o tipo de cortes que as federações fazem quando os recursos se tornam escassos.

Os elos da cadeia tornam-se mais finos com a escassez de recursos e o desenvolvimento faz-se com maior lentidão.

Além disso a perda mais significativa é suportada pelos atletas que não se queixam nem ninguém detecta a perda porque não se estudam os impactos sociais.



Creio não haver dúvidas para a sociedade portuguesa que a Federação de Rugby tem um trabalho baseado em factores dinâmicos e princípios sérios visando o desenvolvimento sustentado.

Esta frase de Tomás Morais levanta as seguintes questões:
  1. qual é o objectivo agregado da federação de rugby
    1. no alto rendimento e nas suas disciplinas e escalões, consolidação de metas a que nível
    2. na prática desportiva de base, nos micro e pequenos clubes, nos jovens, quantas dezenas de milhares de praticantes, ou que taxa de crescimento anual
  2. que impactos sociais e económicos se esperam pela realização deste produto desportivo
  3. quem são os ganhadores dos impactos a quem a federação fará acordos nacionais e pontuais para suportar os objectivos definidos
Se o plano estratégico aprovado a 4 anos permite responder ao primeiro ponto, justifica-se que conhecendo os impactos sociais e económicos a direcção da modalidade se dirija aos beneficiários públicos e privados e lhes proponha parcerias de médio e longo prazo.

Só trabalhando tendo em vista o médio e o longo prazo será possível cativar as empresas para o projecto do Rugby nacional e encontrar uma rede de apoios que permita à federação e aos seus projectos não serem apanhados pelas legítimas alterações de estratégia de patrocínios tanto do Estado como das empresas


A federação de Rugby é certamente rica em associados e particularmente nas disciplinas técnicas capazes de realização de estudos sociais e económicos e deveria investir nestes instrumentos de apoio à sua decisão feitos pelos seus mais próximos investigadores e instituições.

Mesmo que o novo governo mantenha uma posição equivalente ao de outros governos de não investir em estudos sociais, a federação de Rugby deveria equacionar a solução que melhor defende para não prejudicar a evolução das suas selecções e aproveitar ao máximo a predisposição à competição com Portugal que a sua excelente performance suscita por esse mundo.

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