terça-feira, 28 de junho de 2011

O desporto não as mede, mas há quem o faça

  1. A destruição de Vanessa Fernandes tem um custo económico que se mede em mais ou menos de um milhão de euros?
  2. Tirar meio milhão ao Estádio Universitário de Lisboa tem um custo social de quantos milhões?
  3. Avaliar económica e socialmente o programa Marcha e Corrida será relevante?
  4. Baixar o orçamento do IDP em 20% ou mais durante uma legislatura é possível?
  5. Aumentar o IVA da actividade desportiva de 6% para 23% e receber mais 100 milhões de euros que significado tem?
As Finanças quando decidem aumentar o IVA fazem-no suportada por contas que são bem feitas na sua perspectiva.
O Desporto não faz contas, por vários motivos:
  1. trabalha e decide com base em contas simples do que se fez do que se vai continuar a fazer
  2. falta futuro a estas contas do desporto
  3. falta colocá-las às Finanças e aos parceiros sociais, para que estes estejam sensibilizados quando as Finanças disparam as suas razões


No início das legislaturas é quando aparecem as pessoas que fazem as contas para o desporto.

Há pessoas que vêm a uma instituição pública a pedir toda a informação, o chefe de serviço determina que lhe seja dada 'toda a informação'.

Dias depois a organização dessas pessoas titulam que têm informação de desporto para vender.

Também é usual nos concursos públicos essas pessoas aparecerem e depois são dores de cabeça para obter o produto final e também é usual terem de ser os funcionários públicos a dizer o que é que se passa e se devia fazer para pôr no relatório final.

Quando chegam no início da legislatura dizem: eu sempre apoiei o partido...

Depois observa-se que vão por aí fora em projectos e lugares em instituições do desporto que devia primar pela transparência dos seus representantes e pela correcção das suas análises.

Há outras que levam décadas a acabar projectos prometidos que deveriam ser públicos e foram dados a empresas que levam contrato atrás de contrato sem nunca apresentar resultados sem que isso incomode decisores públicos, que asseguram que a matéria está a ser resolvida por pessoas competitissimas, como eles garantem.

Quando esses benfeitores privados aparecem em geral deve-se proteger a carteira, não vá o diabo tecê-las...



A Pordata é um caso distinto porque disponibiliza gratuitamente a informação que consegue dos agentes públicos.

O INE que há alguns anos cobrava montantes elevados pela sua informação, nesta altura divulga-a gratuitamente no seu site.

Porque é que o INE tem despesa pública para produzir estatísticas e depois a dá em vez de cobrar?

A questão fundamental é que existe uma procura por informação desportiva e esta informação tem obviamente um custo que é superior ao preço que os consumidores privados estão dispostos a pagar.

Por outro lado, os benefícios sociais da divulgação gratuita dessa informação são muito superiores ao custo da produção pública.

É esta a interpretação do INE; é também esta a interpretação e comportamento do Eurostat.

O desporto necessita de produzir estatísticas e números para compreender se as medidas das Finanças são económica e socialmente justas e para apoiar a decisão de quem decide e se está a fazer para resolver problemas reais dos agentes privados.

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