domingo, 19 de junho de 2011

A política desportiva europeia não é um modelo de convergência para o bem-estar desportivo

O Modelo Europeu de Desporto não possui uma formalização económica.

Teoricamente em economia é possível justificá-lo da seguinte forma:
  1. A produção nacional dos países que integram a União Europeia é eficiente e a regualação nacional também é capaz de resolver com eficiência os fracassos que possui.
  2. Todos os países geram um produto agregado a nível europeu que colocam a Europa como o continente com maior e melhor produto desportivo mundial.
  3. Desta forma nunca se colocou à União Europeia formalizar economicamente o seu Modelo Europeu porque não há fracassos na produção desportiva agregada que exijam uma intervenção continental.
Em consequência, nem a União Europeia tem uma política que regule explicitamente a produção desportiva europeia, nem os economistas concebem ou analisam a estrutura económica do Modelo Europeu de Desporto.

O que a Europa faz é actuar sobre os fracassos da produção desportiva nacional relacionados com a violência, doping, corrupção, com a formação de monopólios como os do jogo electrónico, com a protecção dos clubes de base, os voluntários, mas, por exemplo, não tem uma preocupação estrita com dificuldades indicadas pelos líderes desportivos como a protecção dos talentos desportivos nacionais.

Porém, o funcionamento do mercado profissional já exigiu à União Europeia uma actuação como quando os agentes do G18 no futebol e outros de outras modalidades pretenderam extorquir em absoluto as mais-valias das externalidades pela criação de ligas de clubes profissionais como centros de captura das rendas da produção em pirâmide do Modelo Europeu de Desporto.

O mais importante desta actuação continental é que ela pode ter consequências negativas como a divergência entre os países que seguem as características técnicas e económicas do mesmo modelo nacional e dos países que não conseguem acompanhá-lo como é o caso de Portugal.

Aliás Portugal é a excepção ao sucesso do modelo desportivo e económico nacional que se pratica na Europa segundo as 3 variantes do norte e centro, leste e sul.

O modelo de leste eventualmente convergirá para o modelo do sul ou para o do norte e centro.

Os dois sub-modelos fundamentais, do norte e centro e o do sul, distinguem-se pela produção recreativa que no norte e centro é fundamental para o sucesso do consumo da maior parte da população, enquanto ao sul o incentivo à recreação e à prática informal é menor.

A questão da convergência torna-se relevante quando o país entra em bancarrota.

Se num período de desenvolvimento, os fracassos do modelo desportivo nacional passam despercebidas, num período com uma crise generalizada devido à bancarrota os factores negativos tomarão uma dinâmica mais visível, particularmente de uma trajectória de divergência.

É por este motivo que as políticas seguidas no passado terão consequências económicas significativas que os líderes desportivos começarão a observar com a aplicação das medidas de austeridade do memorando assinado com o FMI, UE e BCE.

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