quarta-feira, 8 de junho de 2011

O desperdício do investimento em infra-estruturas

Uma das razões do enorme défice nacional que levou à nossa bancarrota foi o investimento em infra-estruturas de que se dá o exemplo dos estádios de futebol e do Euro2004.

Ninguém fala de outros equipamentos como auditórios, centros culturais, pavilhões de congressos, bibliotecas, teatros cuja ocupação é baixa ou muito baixa da ordem dos 2% a 5%.

Como é que foi possível o país ter-se envolvido neste desperdício de recursos, preterindo o investimento nas pessoas e na produção de bens necessários ao consumo efectivo das populações.

Há uma razão histórica que foi a existência de dinheiro livre de custos da União Europeia que justificava a eficácia da despesa e não a eficiência dos recursos empregues face a resultados concretos após o investimento.

Com este enormea fluxo de dinheiro europeu barato instalaram-se poderosas máquinas de aprovar e fazer obra que exigiram um nível de despesa que acabando a despesa europeia teve de ir buscar dinheiro ao futuro.

Essa máquina preocupou-se pouco ou nada com o dia seguinte nem com o facto de algumas das despesas eram sumptuárias com máquinas e equipamentos que sem uso se tornaram obsoletos.

Há tempos houve um programa sobre os estádios em que se mostrava um operador informático no Estádio do Algarve com um equipamento sofisticado de televisão e informático que le reconhecia não servir para nada.

O investimento não foi apenas em betão mas em meios complexos que exigiam níveis de rentabilidade elevados se o objectivo era gerarem rendibilidades positivas.

Nas discussões a que assisti e que se observam na comunicação social sobre outros sectores da actividade como a cultura são raros os agentes desses sectores que referem o investimento para o desenvolvimento das literacias e promoção do bem comum das populações carenciadas.

Afinal os problemas do desporto não são os de uma ilha isolada mas problemas comuns ao desenvolvimento nacional.

Creio contudo que conviria o desporto trabalhar para encontrar soluções próprias mesmo que os problemas sejam comuns a outros sectores.

É a identidade do desporto que poderia ter evitado alguns dos seus males como será a identidade do desporto a dar as melhores soluções para os problemas que comunga com toda a sociedade.

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