domingo, 26 de junho de 2011

Sempre à morte, Vanessa? Títula o Público

O artigo da revista Pública de hoje é uma boa peça jornalística escrita por Paulo Moura.

Tem uma lacuna.

Não ouviu os líderes nacionais, públicos e desportivos, nem outros pais de outros atletas.

Ficam para um próximo artigo.

O artigo tem bastantes elementos contraditórios tanto de princípios éticos e de governance como de características técnicas que justificam um relatório feito por entidades independentes, eventualmente por especialistas internacionais.

A questão é a seguinte: Houve tanta gente a acompanhar e a debruçar-se sobre 'o caso' Vanessa Fernandes que sem fazer uma avaliação independente nada se pode concluir quanto a princípios de política desportiva.

Esse relatório não sendo proposto pela Federação de Triatlo, nem pelo COP, nem pela agência técnica do Estado, deveria ser determinada pelo responsável público do desporto.

O 'caso' Vanessa Fernandes só é Vanessa Fernandes porque ela foi destruída por uma estrutura de liderança desportiva nacional que não estava à altura do seu pontencial, mesmo que com contradições e arestas, próprios da sua própria condição e singularidade.

A pergunta que se coloca é de saber como teria feito de diferente um outro líder de uma federação desportiva com resultados olímpicos.



Outra pergunta é se teria passado noutro país de sucesso como a Espanha.

O Público de hoje página 34 conta a história de Rafael Munoz um prodígio da Natação que subitamente abandonou a carreira, depois de se bater de igual para igual com Michael Phelps.

Mas o caso de um e de outra parecem diferentes porque o espanhol teve a crise desportiva mas não a pessoal e psíquica como atingido pela VF.



Há falta de estudos e de investigação no desporto português em múltiplos domínios quer na exploração do potencial num domínio que trabalha os limites humanos, físicos e mentais, organizativos e científicos, quer depois na avaliação ex-post dos resultados obtidos e da compreensão da forma como a  produção de alto rendimento decorre.

Afinal, segundo Maria Areosa, Vanessa Fernandes corria sempre em treino e em competição nos seus limites fisiológicos e psíquicos.

O que é a definição de alto rendimento de todas as eras.

O artigo de Paulo Moura sugere que a Vanessa Fernandes cumpriu e o Portugal do desporto e olímpico falhou.

Tem o país e o novo Governo a capacidade para estruturar uma visão crítica sobre o que se passou para bem do alto rendimento nacional e de todos os atletas de topo nacionais.

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