sábado, 7 de maio de 2011

O PS, CNAPEF e a SPEF, por exemplo, e a APOGESD também laboram num erro comum

O Partido Socialista, o Conselho Nacional das Associações de Professores e Profissionais de Educação Física, a Sociedade Portuguesa de Educação Física, a Associação Portuguesa de Gestão do Desporto falam das condições gerais do funcionamento do desporto português como se aquilo que dizem se aplique da mesma forma a uma indústria com 10% de praticantes desportivos jovens ou para uma indústria com 50%, 60%, 70% ou mais praticantes desportivos no seio da população em idade escolar.

Já a Associação Portuguesa Mulheres e Desporto laboram outro erro e deveriam inundar o país com o fracasso da equidade da prática desportiva desportiva e pecam por défice clamoroso de fazerem ouvir a sua voz e as suas razões. Tem havido uma convergência da prática das mulheres para os índices dos homens mas os valores são medíocres.
Todas estas organizações estão erradas ou falham o essencial.

O problema não é estarem erradas.

O problema é não estudarem, não conhecerem o exemplo europeu, não assumirem uma ambição plena e não reconhecerem o erro nacional e o seu e não trabalharem consistentemente para actuar sobre outra perspectiva condicente com a realidade nacional no seio da Europa do desporto.

Ainda não foram publicados os programas do PSD, PCP, CDS, PV ou BE mas o mais certo é laborarem deste erro comum em Portugal.

O documento da troika é quantificado e os documentos do desporto também devem ser quantificados.

A CNAPEF e a SPEF, assim como, a APOGESD parece que ficam com os seus interesses corporativos todos resolvidos. Os prejudicados são a juventude e a população portuguesa, ou seja, sem prática os prejudicados são os profissionais do desporto.

A APMD não deveria contemporizar com a sua menorização objectiva.



Agora passo às palavras mais duras:

I
Intelectualmente não é muito inteligente como estratégia, pois não?

Esta situação nacional é uma vergonha, não é?

Quem são os líderes desportivos que serão capazes de se envergonhar desta situação e estão na disposição de dar a sua cara e a sua palavra por um desporto na média europeia?



II
Há um argumento de que somos pequenos e não podemos produzir mais desporto é incoerente porque os países mais pequenos da Europa são os que possuem indicadores agregados mais desenvolvidos e superiores aos dos grandes países.

Países europeus com 3, 4, 5 milhões de habitantes estão quase todos à nossa frente.

Isto é uma vergonha, isto é contrário ao interesse da população portuguesa e com os resultados desportivos de Portugal a espessura das suas instituições, do seu aparelho produtivo e do seu mercado privado é mais fina e são os próprios postos de trabalho dos profissionais destas organizações que estão em causa.

As lideranças desportivas objectivamente não defendem os interesses dos seus associados. As lideranças prejudicam os seus associados.

Só lideranças fracas não assumem e não impõem negociações sobre o aumento da prática da população portuguesa para níveis europeus numa geração.
Essa é a razão porque estamos em último lugar na Europa: os lideres nas universidades, na políticas, nas corporações, no associativismo e nas empresas são medíocres porque não assumem objectivos que comportem o risco de cumprir metas europeias para Portugal subir na média europeia.

Há duas consequências:
  1. Portugal diverge na Europa do desporto;
  2. O desporto não acompanha a competitividade dos outros sectores nacionais.


III
Mas é assim que todos temos actuado há décadas.

Os partidos políticos que não são atrasados mentais, de ética política andam distraídos e contam os euros recebidos entre fazer política com negligência, preferem não se comprometer nada e dão aquilo que é pedido pelas corporações de desporto que dizem que são obviamente quem mais sabe de desporto e o que o desporto precisa.

Se são quem mais sabe de desporto porque é que aceitam soluções menores no quadro europeu, quando medidas as suas acções perante os princípios desportivos, culturais e nacionais?

Os políticos se não se querem comportar como mal deveriam colocar a situação fundamental que era perguntar:

"Vossas Excelências que sabem tanto de desporto digam-me o que é necessário para darmos prática desportiva a toda a população portuguesa.
Nós necessitamos de economizar na saúde, educação e segurança social, prometi conteúdos desportivos e culturais ao turismo para eles trazerem euros para pager as nossas dívidas e prometi empregos sustentáveis no desporto às famílias quando lhes peço votos.
Digam-me como fariam e vamos a ver se isso interessa à política do meu partido para o bem-estar nacional?"

As reuniões entre políticos e organizações corporativas a CNAPEF e a SPEF, assim como, a APOGESD, as reuniões do Conselho Nacional do Desporto correm sempre com intenso cheiro a rosas, salvo seja, e afinal é objectivamente inaceitável muito do resultado do trabalho feito.



Conclusão
Recomendo vivamente aos líderes desportivos a consulta urgente ao psiquiatra para definir se a sua incapacidade de definir e exigir objectivos de aumento da participação desportiva dos portugueses para a média europeia não se deve a masoquismo. A outra hipótese é serem incompetentes ou estarem a receber dinheiro, benefícios e mordomias para definir metas abaixo do óptimo europeu de Portugal. Quem é que vos compra são os partidos, os empresários, os vossos associados?

Assumir metas acima do 'business as usual' é um risco que Vossas Exas. não correm e presidem aos pobres destinos do desporto português.


Nota acessória
Pois é caros amigos porque tenho a certeza de ter amigos em todas essas organizações e a leitura que faço do Vosso output organizacional e ético é claramente insustentável como pessoas que se prezam e amam o Vosso país.

O futuro de Portugal está também nas nossas mãos, há pessoas que já não alcançam a realidade e é necessário encontrar soluções, por vezes imaginativas, para as ultrapassar e também ter a força para colocar no terreno as medidas que beneficiarão o todo e os nossos filhos indubitavelmente e que afastam as pessoas que já não vão lá.

Começo a estar desesperado por Portugal não definir a curto prazo as suas políticas desportivas com base em estatísticas claras e se comprometer pela sua honra a cumprir essas metas mediante os recursos atribuídos pela sociedade para chegar à média europeia no médio prazo.


As troikas da vida
A troika não fala de desporto como não fala de cultura.

Era o que faltava que viessem pessoas de fora a dizer ao desporto português o que fazer para resolver a sua crise.

Ou será que estou enganado?

Redondamente enganado?

Terei sido mal-educado e desrespeitador no que atrás digo e sugiro?

Ou terei sido duro e frontal demonstrando as consequências e a face real do desporto português e das políticas que todos fazemos e colocado a responsabilização do que se passa nas Vossas mãos?

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