quinta-feira, 5 de maio de 2011

Há quem engane João Lagos

O conhecido empresário do Estoril Open veio afirmar que paga mais impostos do que recebe de subsídios.

Enfim, toda a gente gostaria de receber do Estado mais do que paga de impostos mas isso tem a conhecida consequência de levar o Estado à falência e depois pedir muito dinheiro para pagar não só o capital que necessita para fornecer bens essenciais, como também para pagar os juros devidos à finança nacional e internacional.

Estão a enganar João Lagos!

Quem disse a João Lagos que ele devia exigir mais subsídios enganou-o e está a levá-lo a um beco sem saída que é a situação que o Open do Estoril tem há décadas a receber apoios públicos e o ténis nacional não tem estrelas, nenhum português vai longe no ténis como os espanhóis e apenas os mais ricos que praticam ténis engrossam as bancadas do Jamor.

João Lagos deveria assumir uma lógica empresarial mais agressiva perante o Estado português na óptica das políticas desportivas europeias.

Dizem a João Lagos que ele deveria exigir um estádio mas o Estado central e local não vê grande espingarda no pequeno Estoril Open sem estrelas portuguesas e sem estádios cheios e adeptos enlouquecidos às centenas de milhares, apenas com um mega-evento anual em território nacional e vai atrasando o passo ao centro de ténis de raiz para o maior evento português nesta modalidade.

João Lagos deveria exigir um programa para fomento da prática desportiva pelos jovens, pela oferta de ténis nas escolas e nos clube de bairro, por um programa de acompanhamento de talentos sério, por um programa de especialização e desenvolvimento de estrelas do ténis com base numa Escola Nacional de Ténis que bebesse das melhores mundiais e alguma coisa aprendesse com os espanhóis.

Com estas exigências a criatividade e empreendedorismo de João Lagos iria encontrar nichos de actividades no seio de um mercado competitivo de produção de ténis em múltiplas camadas sobrepostas capazes de gerar rendas eventualmente monopolistas interessantes em qualquer negócio, como se faz no desporto europeu. Passar de poucos milhares de praticantes para dezenas e centenas de milhar é o objectivo material de criação de massa crítica para suportar um alto rendimento com rendibilidades financeiras interessantes.

Enquanto João Lagos for aconselhado a capturar rendas dos frágeis líderes e orçamentos públicos, directamente para o seu mini-mega-evento nacional as taxas de rendibilidade que naturalmente consegue são desmotivadoras como João Lagos tantas vezes afiança na comunicação social nestes anos todos de Estoril Open.

Era bom que alguém convencesse João Lagos que neste momento de crise é relevante mexer no errado modelo de produção do ténis e do desporto português.

Essa pessoa deveria também asseverar a João Lagos que não pense em olhar apenas para o umbigo do ténis e exigir medidas para o ténis sem olhar e abranger a totalidade do desporto.

João Lagos deve ser convencido a, a partir da sua modalidade e do seu mega-evento, incentivar a modernização simultânea de todo o desporto português.

Sem o todo do desporto nacional o ténis é, salvo seja, uma mercearia no bairro do desporto europeu.

Com algumas adaptações os conselhos deste género aplicam-se a modalidades como o futebol, o atletismo, o voleibol, o andebol, o basquetebol, a ginástica, a natação para focar as modalidades com um discurso próximo de João Lagos com algumas matizes e peculiaridades.

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