quinta-feira, 5 de maio de 2011

O desafio das frágeis chefias intermédias

Um doutorando faz uma abordagem quantitativa demonstrando três aspectos:
  1. menos de 10% de praticantes de um segmento da prática desportiva em Portugal;
  2. mais de 70% de praticantes no mesmo segmento da prática desportiva na Catalunha;
  3. a situação de Portugal é insustentável e o doutorando apresenta um modelo alternativo baseado em inúmeras experiências europeias, cientificamente demonstrando a exequibilidade.
Segue-se o líder intermédio do sector que denota três aspectos:
  1. apresenta números absolutos da realidade actual, não os relativizando e citando apenas a realidade nacional;
  2. tem erros de raciocínio, de construção do modelo e apresenta uma política desacreditada;
  3. reafirma estar convencido que a política que apresentou é a melhor, apesar de ter conhecimento da intervenção que acaba de ser feita pelo doutorando e que esmaga a sua apresentação.
Os líderes desportivos actuais do desporto português, intermédios no exemplo que estou a apresentar, não têm cultura desportiva europeia em termos gerais, não assumem a cultura e a camisola da sua instituição baseando a sua actuação em princípios éticos, desportivos e sociais, não sabem defrontar e debater as dificuldades nacionais face a modelos teóricos e europeus alternativos.

Noutro nível o líder intermédio não foi capaz de dialogar com o doutorando nem durante a realização do evento, nem no seu final.

Este fracasso da liderança nacional continuará enquanto os líderes do desporto continuarem a ser escolhidos sem relação com o mérito e a capacidade de efectivamente terem e gerarem valor acrescentado para o desporto e a população portuguesa.

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