segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Os erros de Política Desportiva paga-os o Desporto e no actual caso, paga o futebol

O blogue 31 da Armada, aqui, sugere que sejam os clubes a nomear os árbitros continuando a asneira iniciada por um Secretário de Estado do Desporto há uns anos.

Hermínio Loureiro tinha acabado de substituir Valentim Loureiro e convidara Vítor Pereira para liderar a arbitragem profissional.

Vítor Pereira foi o melhor árbitro português da sua geração, o que a FIFA e a UEFA reconheceram dando-lhe finais para arbitrar. Internacionalmente Vítor Pereira era e é reconhecido pelos seus pares.

A questão era simples. A arbitragem profissional portuguesa tinha sido entregue ao melhor valor da arbitragem portuguesa e deveriam ser dadas todas as garantias nacionais para que o seu projecto fosse levado até ao fim com sucesso.

Vítor Pereira apresentou um projecto desportivo e sustentou-o com um estudo económico.

Na apresentação do estudo um Secretário de Estado do Desporto, acusou o projecto de Vítor Pereira de dar um passo maior do que a perna, desde aí desconsiderando as medidas decididas por Hermínio Loureiro e vilipendiando o projecto do melhor árbitro português.

Esperar-se-ia que algum projecto alternativo fosse proposto naquele momento ou a prazo.

Nada disso aconteceu e transmitiu-se a imagem para o sistema desportivo de que qualquer projecto desportivo que saísse fora da iniciativa e controlo governamental teria o mesmo destino.

A história da arbitragem nos últimos anos foi clara em demonstrar que o cerceamento da iniciativa privada no desporto efectuado pelo Governo era possível independentemente do mal que causasse ao desporto.

A proposta do 31 da Armada é um erro equivalente ao do Secretário de Estado do Desporto.

O 31 da Armada é livre de dizer e propor tudo o que muito bem entender que isso não acarreta nenhum mal ao desporto.

Um Secretário de Estado do Desporto não é livre de fazer o que entende e há princípios éticos, de governance e de fair-play político que o deveriam levar a respeitar os seus adversários e os projectos dos parceiros desportivos privados, assim como, tendo em conta o benefício do desporto e a maximização do seu bem-estar um Secretário de Estado do Desporto deve reger-se por normas europeias e projectos bem gizados e consensualizados.

A perna curta não foi a de Hermínio Loureiro nem de Vítor Pereira.

Estes dois líderes desportivos e do futebol assumiram projectos cujo risco não os amedrontou e cujas decisões foram derrotadas e menorizadas por quem jogou e joga fora do tabuleiro desportivo nacional.

O que se passa com o presidente do Sporting é consequência do acto do Secretário de Estado do Desporto gerando nos parceiros como os clubes da I Liga a sua incompreensão acerca do que é a arbitragem e o projecto que Vítor Pereira concebeu para Hermínio Loureiro.


É tempo de dar de novo a palavra a Vítor Pereira para corrigir a imagem e a reputação de um projecto europeu concebido para Portugal e que outro árbitro melhor do mundo o inglês Howard Webb deu o seu aval na Alfândega do Porto quando o projecto foi apresentado. Há que reestruturar e dar nova vida ao conjunto de medidas de política que anteriormente não houve a disponibilidade para articular e implementar social e amplamente conforme a concepção de Vítor Pereira. Há certamente condições  para sentar à mesma mesa o conjunto de parceiros relevantes para articular agora desde os amadores aos profissionais uma arbitragem nacional capaz de com sustentabilidade formar e colocar nas competições da UEFA e da FIFA árbitros portugueses tão bons ou melhores ainda do que Vítor Pereira.

Politicamente esse poderá ser um objectivo maior no domínio da arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, da Liga de Clubes e de outros parceiros interessados.

Sem comentários: