segunda-feira, 22 de agosto de 2011

É bom de ver que os critérios de política desportiva estão erradíssimos

A Canoagem andou a fazer alarde de sucessos equivalentes aos do Triatlo de Vanessa Fernandes.

Qualquer taça mundial da Canoagem foi uma oportunidade para mostrar trabalho absoluto e recentemente subir de tom e exigir mais financiamento público que os outros não mereciam o dinheiro que estava a ser retirado à Canoagem.

Porque é que o Triatlo primeiro e, agora, a Canoagem encenam resultados inverosímeis a nível mundial e olímpico, outras federações fizeram-no no passado e a comunicação social desportiva, e os blogues onde me incluo, embarcam nesta festa, festivaleira à atenção de José Constantino.

A razão é que os critérios de política desportiva aceitam estes resultados com um valor desportivo absoluto que não possuem.

Quando não existem programas, nem estão definidos os resultados objectivos num quadro geral de competitividade europeia e mundial que deverão ser alcançados, então é possível o país embarcar em ilusões até à véspera das competições olímpicas e, depois, ou dizer que é tudo uma questão de sorte e azar e que não se deve pressionar os atletas que dão o seu melhor e que moralmente a viagem a Londres está superiormente justificada apesar da derrota, ou, em caso de vitória, fazer a grande festa, com todos os índios e cowboys sem excepção, para calar os maldizentes que os bolsos da nação são muito fundos.

Alguém deveria chamar à atenção da Canoagem e outras federações que segundo os princípios da república e da economia portuguesa, que de leis não sei nada:

  1. a federação deve indicar quantas medalhas e atletas se candidata em Londres 2012 com o dinheiro que recebe dos fundos públicos
  2. a federação terá de ter disponíveis para auditores nomeados pelo Estado toda a informação técnica, desportiva, de gestão, financeira da gestão do projecto financiado pelo Estado
  3. a federação deverá justificar todos os resultados obtidos em relatórios por si produzidos e poderá igualmente rever as metas na medida em que o desenrolar do projecto Londres 2012 assim o justificar quer baixando, quer aumentando as expectativas iniciais 
  4. a liderança da federação deveria ser premiada pelo Estado caso conseguisse vários resultados alternativos:
    1. conquistar as metas definidas anteriormente
    2. obter resultados de eficiência na gestão do projecto em comparação com outras federações nacionais
    3. obter resultados que se destacassem a nível europeu e mundial nomeadamente se alcançasse níveis de resultados desportivos superlativos, como possuir uma escola de modalidade ou de disciplina reconhecida globalmente pontuada por mais do que um atleta ou equipa cumulativamente campeões mundiais e olímpicos
Há que tornar a vida dos presidentes da federações desportivas e das suas direcções associativas mais interessantes e, isso, os teóricos das políticas desportivas das últimas décadas não têm conseguido como se pode demonstrar pelos resultados produzidos.

Copiar o PS é bestial, esperemos sentados para vermos os resultados.

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