quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O problema do desporto português são as leis e os líderes públicos

Começam a surgir e a resurgir questões que não encontram respostas mesmo depois de passados anos, legislaturas e décadas.

O livro de estatísticas de desporto assinado pelo jurista e Ex-Secretário de Estado Laurentino Dias e pelo Ex-Presidente do Instituto do Desporto de Portugal, Professor Doutor Luís Bettencourt Sardinha da Faculdade de Motricidade Humana, é peremptório ao demonstrar que a prática desportiva nacional decresceu as taxas de crescimento e estas estão estagnadas nos últimos anos. Os autores do documento estão acima de toda a suspeita de que houvesse manipulação de dados por analistas preconceituosos.

Com a taxa de crescimento dos últimos anos a andar entre os 0% e os 2% o associativismo desportivo nacional levaria décadas ou quase um século a obter a média europeia de praticantes desportivos inscritos nas federações e nos seus clubes. Isto significa que as políticas dos últimos anos são erradas e definitivamente não visam desenvolver eficiente e sustentadamente o desporto português.

E, contudo, o PSD/CDS decalcam os aspectos liberais e empresariais de uma proposta de governo como a do PS. O novo governo faz mais e nomeia figuras gradas da equipa anterior demonstrando que o PSD/CDS não tem alternativas para a política desportiva seguida pelo PS depois do Euro2004, acontecimento este que travou o desenvolvimento desportivo nacional nos últimos quase dez anos. Obviamente houve alguns vencedores e resultados desportivos mas o que interessa são os resultados agregados.

Ao fim de quase 40 anos há questões que roçam a perplexidade.
  • O desenvolvimento desportivo sustentado em termos europeus é o principal objectivo da política desportiva portuguesa, não é?
  • Porque é que se nomeiam há décadas juristas preferencialmente para resolver problemas do desenvolvimento desportivo sustentado?
  • Porque se nomeiam juristas que não conseguem aproximar Portugal da média europeia, nem conseguem conceber um programa e uma estratégia de sucesso, quando estes são elementos fundamentais para o desenvolvimento de outros países com sucesso desportivo?
  • A conclusão da relação entre o direito do desporto e o desenvolvimento desportivo português não devia ser da ineficiência do direito desportivo nacional para gerar o desenvolvimento sustentado em termos europeus?
  • Que leis e políticas são estas, as feitas pelos juristas portugueses, que não transmitem aos líderes privados do associativismo e das empresas desportivas condições de competitividade e desenvolvimento sustentado europeu mas que lhes permitem retornar ao controlo do sector e renomear elementos que se eternizam no carrocel político apesar da nulidade dos resultados de política?
  • Porque é que as equipas políticas podem revesar-se no poder político com projectos, ideias e protagonistas e os presidentes das federações têm de sair?

Em vez de criar leis em que apenas os deputados da nação e os líderes públicos acreditam, porque não fazer a avaliação do desempenho destes senhores e dar condições de trabalho aos líderes associativos e 'deixá-los trabalhar' como diz o Presidente da República, o Professor Doutor Anibal Cavaco Silva?

Com a ajuda do PSD e do CDS, seguindo o programa e a liderança desportiva do Ex-Primeiro-Ministro José Sócrates, Portugal vai chegar ao meio século com políticas desportivas recessivas e gravemente lesivas do interesse da sua população e do interesse nacional.

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