sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O corpo do delito é o Desporto

Os especialistas da história do desporto europeu e do mundial sabem que o desporto no conceito da civilização greco-latina, reinventada por Coubertin e criada passo a passo pelos países europeus em competição aguerrida até alcançar o produto europeu do final do século XX e princípio do século XXI é feito de um consumo desportivo pleno por parte das populações e pela conquista de resultados em todas as competições, mesmo que sejam a berlindes.

Portugal tem inventado a sua incapacidade e matou aquele Desporto Europeu para os portugueses.

O desporto para os portugueses é uma vítima do modelo de produção desportiva nacional.

A produção de desporto na Europa é um produto de excelência em todos os seus domínios.

Portugal que está em último nos indicadores europeus e não pode assumir uma excelência para o qual não apresenta resultados,  nem esperar que a Europa o considere seriamente neste domínio.

Os sucessos de uma modalidade nacional tem sido 'o momento' e não a permanência de resultados de excelência, consumindo o talento, o esforço e a dedicação dos parceiros privados.

Não se escrutina uma solução por parte da sociedade para a realidade desportiva que as estatísticas europeias demonstram.

A liderança do regime vigente desde há muito permite manter as más soluções dos problemas, da forma que sempre foram mal solucionados os problemas do desporto português.

Já houve negligência e os erros acumulam-se por carência de diagnóstico certo, decisão bem fundamentada e visando o bem comum. Sem a correcção do bom diagnóstico o erro surge e regride o produto desportivo nacional.

Os erros surgem no plano desportivo e no económico sobre o qual assenta a norma legislativa que se diz ser asséptica e inodora. A norma criada para o desporto português é burocrática, ineficaz, ineficiente e desigual, é um meio de contaminação bacteriana e tem cheiro porque se assume como única e visa a anulação de qualquer outra ciência. É esta a matéria de que se alimenta a comunicação social e há nacos deste mau desporto que alimentam os média.


No desporto português há um corpo do delito que é o Desporto.

No desporto português há um delito que é aquilo que se faz e aquilo que se devia fazer e que não se faz.

A concepção de um modelo de desporto europeu para Portugal exige que se comece do zero, partir do nada que é o último lugar europeu, para criar um todo coerentemente europeu.

É um trabalho social a ser liderado por um querer nacional e alicerçado na capacidade de raciocínio e de debate entre agentes livres, responsáveis pelos seus sectores e capazes de assumir o risco das suas próprias responsabilidades. É para pessoas sem preconceitos, capazes de discutir publicamente as suas ideias, confrontar-se com o contraditório, reconhecer os seus erros, se for caso disso, e emendá-los, pessoas com coragem e inteligentes para juntarem os melhores valores nacionais e potenciá-los porque esse é o caminho para realizar o bem comum.

A Universidade tem um papel fundamental de apuramento dos melhores procedimentos científicos e técnicos para melhor servir a via de Portugal para a média e o topo europeu.



O último lugar europeu é o da morte do desporto português.

O último lugar europeu é a demonstração factual do delito praticado pelas políticas desportivas nacionais.

A recusa da liderança do modelo desportivo nacional em dissecar o corpo através das estatísticas e de estudos técnicos e científicos, em trabalhar politicamente os resultados alcançados e a recusa em trabalhar com os melhores em cada campo do conhecimento é a premeditação para o delito, mesmo que negligente ou involuntário.

O mau direito e a má economia do modelo desportivo vigente, para além das políticas desportivas correntes são os três instrumentos do crime perpetrado.


É sobre esta nulidade material e crise moral e social que há que trabalhar no desporto português.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A rainha de Inglaterra é inimputável?

Ver aqui poste do Blasfémias para que conste dos hábitos cá doburgo e usar futuramente logo que acontecer algo semelhante noutro lado.

Diz assim a cópia do poste que se agradece:

"Não. Houve mesmo um seu antecessor que foi julgado, condenado e ficou sem cabeça…
Um Procurador-geral adjunto apresentou queixa-crime contra Pinto Monteiro, Procurador Geral da República. A queixa foi arquivada. Em retaliação, o PGR promoveu processo disciplinar àquele magistrado, suspendendo-o por 4 meses.
O PGR já ameaçara em tempos os dirigentes do sindicato de processo disciplinar por estes o criticarem.
Abriu processo disciplinar a magistrados do caso freeport por estes alegadamente «lesarem a sua imagem».
Condenado pelo Supremo Tribunal Administrativo a entregar documentos que ilegitimamente retera, afirmou que «em princípio» os iria entregar.
A rainha de Inglaterra não tem tantos poderes discricionários, não instaura processo disciplinares por retaliação, não processa subordinados por estes porem em causa a sua imagem, não ameaça processar os críticos da monarquia, obedece a sentenças judiciais prontamente não ficando a considerar se as há de cumprir ou não, «por principio» ou por fim…."

Seminário Internacional O Jogo das Raparigas

Junto se promove o Jogo das raparigas

PORTO, 5 DE OUTUBRO DE 2011


FUNDAÇÃO ANTÓNIO CUPERTINO DE MIRANDA

O Jogo das Raparigas, é um projecto desenvolvido pela Associação Portuguesa Mulheres e Desporto com financiamento do POPH.

Desde o seu início, em Março de 2010, foram realizadas 448 iniciativas em todos os distritos do Continente, com destaque para 291 acções nas equipas/clubes, 15 Encontros Locais e 4 Regionais.

Nos Encontros Locais e Regionais foram identificados os constrangimentos da participação das mulheres no futebol/futsal e foram debatidas propostas consideradas importantes para o desenvolvimento das modalidades. A participação das jogadoras foi fundamental e por isso algumas delas são agora a Voz destas propostas.

O Seminário Internacional O Jogo das Raparigas reúne propostas apresentadas e consensualizadas pelas jogadoras e tem como objectivo promover o debate sobre as medidas necessárias para o aumento da participação das mulheres no futebol/futsal e para o desenvolvimento sustentado das equipas femininas.

A organização deste seminário privilegia a participação de jogadoras, dirigentes e pessoas responsáveis pelo enquadramento técnico, no seu contributo imprescindível para a persecução do princípio da igualdade entre mulheres e homens no desporto, a todos os níveis, funções e esferas de competência.

A Equipa do Projecto convida-vos a participar e a discutir as medidas propostas.

Inscreva-se já por email para: gestaonorte@mulheresdesporto.org.pt Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar

http://www.mulheresdesporto.org.pt/

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Estatísticas de Espanha, segundo Armando Inocentes

Espero que Armando Inocentes não se importe que aqui publique algumas estatísticas por si coligidas sobre o sucesso do alto rendimento de Espanha.


"Se regressarmos um pouco atrás (26 de Julho de 2010), dia em que se iniciaram os Europeus de atletismo em Barcelona dei exemplos em karatedopt.blogspot.com:


O espanhol Alberto Contador venceu pela 3ª vez o Tour de France... e repare-se que desde 2006 esta prova velocipédica tem sido sempre ganha por nuestros hermanos...

No futebol, tanto no Europeu como no Mundial, a Espanha sagrou-se campeã...

Nos últimos Jogos Olímpicos, em Pequim, os espanhóis trouxeram para casa 18 medalhas...

No hóquei em patins, apesar de nós termos 15 títulos Mundiais e 20 Europeus, a Espanha venceu os últimos 3 Mundiais assim como os últimos 5 Europeus (e já vão com 14 Mundiais e 14 Europeus, quase a apanharem-nos!)...

Rafael Nadal é o número um do ranking ATP com 8 títulos do Grand Slam, tendo ganho este ano Roland Garros e Wimbledon...

Na fórmula um, Fernando Alonso foi o mais jovem Campeão do Mundo de sempre, vencendo em 2005 e 2006...

No basquetebol Paul Gasol brilha na NBA e o Barcelona é bicampeão da Europa...

No andebol, os espanhóis foram Campeões Mundiais em 2005 e medalha de bronze nas últimas quatro edições dos Jogos Olímpicos...

Até no futsal, desde que a FIFA organiza o mundial, só Brasil e Espanha chegaram ao mais alto lugar do pódio...

Em 2009, a Espanha obteve a sua primeira medalha de ouro nos Mundiais de Natação de Roma...

No Karaté, 20 medalhas de ouro em Campeonatos Mundiais, 20 de prata e 52 de bronze, com mais 3 primeiros lugares, 3 segundos e 2 terceiros no último Europeu em Atenas (e só estamos a falar de séniores)..."

Bye Bye Portugal Bye Bye

Esta imagem tem uma história de sucesso com mais de 20 anos.

Quando a Espanha se candidatou aos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992 organizou-os bem e ganhou medalhas, demonstrando que antes já trabalhava bem o desporto.


Depois disso cada competição veicula imagens como esta.

Numa palavra, a Espanha encarna a essência da civilização europeia, enquanto Portugal nem o conceptualiza nem actua convincentemente para o alcançar.

Portugal fica-se pelas vitórias morais dos coitadinhos mais pequenos da Europa, nem assume a responsabilidade de alcançar medalhas em Londres ou noutra competição qualquer.

Portugal ganhou zero medalhas zero nos Jogos Olímpicos de Espanha, mantém uma performance frágil e neste europeu de basquetebol ganho pelos espanhóis terá ficado em último, uma vez mais, em último perdendo todos os jogos disputados.


A ida outra vez do governo ao parlamento mostra a incapacidade dos deputados, representantes do país, de ouvirem e debaterem o futuro do desporto de forma estruturada e consensual.

As sucessivas tricas e 'à partes' dos deputados jovens são infantilidades, incompetências graves face às necessidades desportivas da população portuguesa e exemplos de incapacidade funcional e ética de colocar o parlamento à altura dos desafios nacionais no domínio do desporto.

Fora do parlamento os agentes desportivos privados são incapazes de gizar um futuro e tratam dos problemas das federações, dos infindáveis CAR's e não apresentam nem lidam com programas e instrumentos estruturais que ponham o seu trabalho na frente desportiva em que se encontra a Espanha e a Europa que dá cartas desportivas ao mundo.


A máquina de política desportiva de José Sócrates está mais oleada do que nunca, tendo apurado os oficiais conhecedores dos seus meandros.

Funcionários para tratar de facturas na contabilidade do Estado, para julgar prevaricadores das normas públicas e fazerem leis escorreitas não precisam de saber de desporto e devem ser apurados entre os melhores nessas funções técnicas e administrativas.


Agora, para tratar de Desporto da sua cultura no conceito civilizacional da Europa é que a 'porca torce o rabo' e o sucesso português comparado com a Espanha mostra claramente que quem trouxe e faz parte da máquina pública e privada de produção de desporto moderno tem limitações óbvias porque não há resultados de sucesso, nem eles são nem nunca foram apresentados e discutidos no Parlamento.

Os deputados da república de todos os partidos são iletrados desportivos, porque desconhecem o que é o desporto moderno e as suas exigências aos mercados e às sociedades. Os agentes privados estão sem chama e sem destemor pelo risco do empreendedorismo desportivo acobardam-se na subsídio-dependência irresponsável, indiferentes às consequências da sua negligência social.

Não haveria necessidade de que todos os deputados soubessem equacionar o futuro do desporto mas seria aconselhável que, pelo menos, houvesse um em cada partido que soubesse alguma coisa de desporto e política desportiva.

Certamente que com este Parlamento e estas audiências nunca nos aproximaremos dos resultados de Espanha, nem os primeiros-ministros de Portugal alguma vez gozarão dos benefícios que Zapatero aqui goza prazenteiramente.

A orgânica do IPDJ saiu

Está aqui.

Resumo da audiência no Parlamento, para quem tem pressa


Desde a posse foi feito o seguinte (apresento notas soltas sem preocupação de detalhe e exactidão, é um 'snapshot'):

  • A Lei do novo instituto será publicada hoje21 de Setembro em DR.
  • resolvido o financiamento ao alto rendimento
  • resolvido o problema do COP e da Vela
  • resolvido o problema da FADU
  • resolvido o problema do atletismo e do judo
  • em finalização o caso das facturas
  • visto o caso do desvio do totonegócio
  • verificada a ausência de certificação de contas
  • os CAR são em número superior aos anunciado por LD
  • Há problemas no Jamor e na Lapa
  • desenvolvida cooperação internacional
  • formação de 3 grupos de trabalho com proeminentes juristas 
  • museu do desporto
  • programa da ética
  • convocado o CND (?, não percebi esta parte)
Os deputados solicitaram a apresentação da auditoria cujos números estão nos jornais de hoje.
Indicaram as seguintes áreas de política desportiva:
  • contrato plurianual feito no tempo de José Constantino já a trabalhar com Laurentino Dias
  • necessidade de massificação do desporto
  • desporto escolar, universitário e organizações locais
  • infraestruturas inexistentes na base do desporto
  • existência de falsos recibos verdes na Vela 

Criticado o governo PS por:
  • existência caso facturas e sem procedimentos administrativos normais
  • sem projectos de gestão de infraestruturas e de modelo de financiamento
  • ausência de reuniões internacionais
  • excesso de CAR's face a outros países que têm menos de 4 e Portugal vai ter 16


Talvez esteja errado mas pareceu-me que
Pela segunda vez o governo vai ao parlamento e falha apresentar uma Visão para o futuro, um compromisso estrutural alicerçado em instrumentos fundamentais
Parece que não terá havido tempo que foi ocupado a tratar o desconjunto da máquina vigente
Ou talvez a minha perspectiva não seja correcta e a indicação de muitas coisas separadas e sonantes façam uma política desportiva

Audiência do Secretário de Estado do Desporto e da Juventude no Parlamento

Está aqui.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O desporto tem um Master Mind que se chama Pinto da Costa

Colocar Fernando Gomes da liderança da federação de futebol é uma jogada superior que deixou a concorrência sem fôlego e com dores de cabeça, como há muito não acontecia.

Nomeadamente o Benfica e o Sporting estão estáticos nas boxes de partida e nem Soares Franco que tinha viajado para o norte, esperava uma destas.

As outras federações estão activíssimas a observar o jogo e a ver que migalhas sobram.

O Norte de Pinto da Costa é a única coisa de estimulante que mexe no burgo do desporto.

O problema ou o desafio, prefiro este último, é o programa.

Parecia que o desporto estava preparado para desenvolver o seu futuro a partir da Liga de Clubes como novo Conselho Nacional do Desporto e eis senão quando a aposta que surge é: se lideramos os donos da bola que estão nos clubes de futebol porque não dar um novo salto e tomar conta do desporto nacional?

Há quem diga que a Federação de Futebol não é o desporto nacional.

Pois, claro que não é, é lá agora!?

Pelo menos parece que este Porto não é o Porto de Valentim Loureiro com a rapaziada do Bobby e do Tareco.

Parece, porque o melhor será observar os próximos capítulos, porque as apostas agora vão ser mais altas e mais duras.

Não esquecer que o cenário contém a crise do desporto e as crises nacionais e o modelo que se pressente tem uma capacidade impositiva misto de força aplicada no sítio certo e de inteligência no desenrolar de todas jogadas de tal forma que a rapaziada compreende-a bem quando não há volta a dar.

Ninguém me vai levar a sério mas considero que Pinto da Costa deveria ser condecorado por Cavaco Silva. Porquê não condecorar quem tem arquitectado os sucessos materiais do desporto português relacionados com os clubes de futebol e as selecções?

O desporto é um sector gerador de externalidades que são benefícios externos que são apropriados por terceiros agentes sem que estes tenham contribuído para o pagamento da produção original.

Todos falamos do Ronaldo e a maior parte não paga nada para a sua formação e o seu salário.

Noutra perspectiva a existência de um bom clube num campeonato gera benefícios externos que tocam outros clubes.

Em Portugal primeiro foi o Benfica campeão europeu que tocou o norte coom a aspiração de terem um campeão europeu e mais tarde é o Benfica e o Sporting a beneficiarem da excelência do Porto.

Estamos a falar de um Porto que suporta bem 30 anos de competições nos campeonatos mais competitivos do mundo sobre a liderança de uma pessoa.

A hipótese de Pinto da Costa ter sucesso na liderança do futebol e do desporto nacional é apelativa e surge precisamente num momento de profunda crise do desporto.

Quanto a outros protagonistas, nomeadamente os públicos e outros.

Tudo tranquilo, como diz Paulo Bento. É melhor não misturar as coisas!

domingo, 18 de setembro de 2011

Hoje, domingo, é manhã sem trânsito na marginal de Oeiras

Começa às 10 horas.

Todos para a Rua! Já!

Se não morar em Oeiras

Vá exercitar esses ossos para o sítio mais bonito do seu concelho.

sábado, 17 de setembro de 2011

Resistir desportivamente na Revista Única

A revista do Expresso de hoje, 17 de Setembro, apresenta um trabalho sobre a capacidade de lidar com os limites da mente e do corpo e falam de grandes atletas como Vitor Sá, Juliana Rocha, Sérgio Marques, Miguel Arrobas, Jessica Augusto, João Ribeiro, Fernando Pimenta e Carlos Sá.

Um bom trabalho de promoção do trabalho de grandes atletas nacionais.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Apreendendo a economia no desporto

José Manuel Constantino postou sobre as relações entre o Estado e as federações no mercado do desporto.

Uma quantidade de anónimos caiu-lhe em cima renegando aspectos interessantes do escrito e usando os termos económicos próximos dos de JMConstantino e que antes não usam.

A terminologia foi alterada para os arredores da economia mesmo negando visceralmente toda a matéria económica.

Conclusão: E, contudo, o desporto move-se...

Ligados à máquina do Dr. Laurentino Dias

A máquina do Dr. Laurentino Dias funcionou forte e madura durante os últimos anos  e o relevante é que a máquina surgida em 2004 ou 2005 foi uma maturação que se encontra em décadas de comportamentos públicos e que pessoalmente aprimorou durante o período de criação do Euro2004 a partir de 1998.

Criar a máquina alternativa, há quem lhe chame paradigma, exige inspiração e suor para além de doses industriais de capital humano, organizacional e financeiro que apenas se obtém mobilizando a sociedade. Numa e outra existe uma dimensão ética na busca do melhor serviço à comunidade e a segunda no uso e potenciação do capital social.

O fracasso da máquina do Dr. Laurentino Dias está na exclusão da sociedade que se praticou por múltiplos actos como o de não prestar contas públicas do que se foi fazendo, com debates abertos, estatísticas abundantes e análises por autoridades independentes e capazes.

Face à crise várias organizações públicas apresentam na comunicação social com regularidade respostas e projectos interessantes  cujo quadro de actuação parecendo escasso e contraditório acaba por formar um todo que é a imagem da máquina, em determinado momento.



A máquina alternativa à do Dr. Laurentino Dias vai defrontar-se com características distintas que importaria ir mostrando à luz do dia.

O momento de realização do programa do XIX governo é distinto do momento actual em que as medidas de austeridade estão a chegar e condicionam toda a realidade desportiva e a nacional.

Foram escassos meses, mas que meses, e que conteúdo comportam que poderão ser justificados mas que é diferente cantar as loas benfazejas dos programas eleitorais e a realidade das medidas públicas que o exercício da governação do país justificam.

Não é grave tomar medidas que não estão no programa e definidas anteriormente, há é que tomar em consideração se quando se assumem medidas, elas respondem a objectivos melhor definidos e se são as melhores medidas. Será um erro aplicar à letra o que está escrito no programa do actual governo, nem é curial acusá-lo disso, se a alternativa tem claramente resultados superiores ou se prudencialmente a alteração se adequa. É urgente mostrar aos agentes privados qual a melhor forma para defrontar os vectores e condições que os irão afectar pesadamente e se prolongará por mais de vinte meses, o período de gestão de risco da crise, antes dos efeitos das medidas e das condições de mercado venham a gerar impactos positivos sustentados.



Por exemplo, há a necessidade de conceber conferências sobre desporto que se relacionem com o actual momento de crise não só quanto à sua identificação, falando da crise no título do congresso ou conferência, mas principalmente quanto ao seu conteúdo dando retornos positivos aos parceiros envolvidos nos projectos.

Discutir as crises do COI desde o século XIX, na abertura de uma conferência é possível e deveria ser possível passar de seguida para um debate sobre a crise actual do associativismo desportivo e sobre o futuro do associativismo desportivo nacional em intervenções sucessivas de oradores contraditórios e de matérias complementares como o direito e as ciências sociais .

De acordo com a máquina do Dr. Laurentino Dias estas coisas discutem-se no Conselho Nacional do Desporto e fora dele os agentes desportivos discutem a história do desporto e a experiência dos empresários de sucesso o que sendo relevante deixa os agentes no terreno, os jovens licenciados, os ginásios, os clubes e os gestores de infraestruturas a desconhecer como lidarem com o associativismo em período de crise.

Não pondo de parte a discussão do regime jurídico como sugeria um comentador no Colectividade Desportiva a questão é que a discussão do RJFD no e para o modelo do Dr. Laurentino Dias se faz sempre de forma fechada, seja pela história, pela educação física, pela filosofia, pela gestão, pelo direito e tantas áreas em que se fecham os parceiros desportivos nacionais.

Ora um paradigma alternativo é o de cruzar competências testando da validade e das características cruzadas entre perspectivas científicas de análise. Este é o suor para a construção do novo paradigma.

Os agentes privados continuarão 'ligados à máquina' do Dr. Laurentino Dias o que é sugerido pelo sucesso do aprofundamento do modelo mesmo em sectores que o renegam em palavras e eventualmente em pensamentos.

Ligar os parceiros privados a uma nova máquina é um projecto de médio prazo.

Enquanto isso não acontecer levando os parceiros privados a obter melhores e maiores benefícios são os parceiros privados que pagam o custo da máquina do Dr. Laurentino Dias.

O pagamento cada vez mais difícil vê-se em duas dimensões:
  1. Um parceiro social que dá dezenas de milhares de euros para um projecto desportivo e nesta crise cada euro vale muito mais, o financiador quer um conteúdo palpitante que salte dos muros do congresso e da conferência para a comunicação social para obter o máximo de retorno publicitário do investimento que faz. Ora isto não acontece se não houver matérias que saltem os muros da realização e o retorno para o investidor vai ser menor deixando-o com a certeza de se ter enganado ou ter sido enganado.
  2. A pergunta que o consumidor corrente fará antes de tirar a centena de euros do bolso é o de saber que está a pagar uma realização que veicula coisas que ajudem a combater as dificuldades num momento crucial como o que todos vivem. Não havendo respostas concretas o que vai acontecer é que o consumidor corrente não vai tirar o dinheiro do bolso para o destinar para a realização desportiva. Caso pague e vá à realização e compreender a vacuidade das matérias sentir-se-à defraudado.



Há quem considere com sabedoria antiga questões alternativas como as seguintes:
  • Porquê mudar se a máquina funciona bem?
  • Porquê mudar se há pessoas que funcionam com esta máquina tão bem?
  • Porquê mudar se há parceiros que pagam para a máquina e os seus resultados?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Vivemos um período de desafios colossais

E perplexidades inesperadas.

A transformação da paisagem opera-se sob os nossos olhos com soluções plenas de oportunidades e de perigos que o tão português "Deixem-me comer o Bolo-Rei!" faz adivinhar tormentos maiores.

Algumas situações surgem com comicidade.

Certos parceiros actuam no seu melhor, só pode ser, mas a cena insiste em manter-se para além das suas possibilidades.

São os entes sagrados, os inevitáveis boys, que os partidos não têm tempo para formar em desporto e que insistem em atafulhar o desporto.

São os pesados silêncios e o pânico do que se sente nos agentes privados à medida que os factos que não se desejam se impõem. Reza-se muito, 'oxalá' e 'Deus queira' são o início dos lamentos que se repetem e sugere-se nas entrelinhas o 'business as usual'.

A rapaziada dos partidos está lá para isso e a não ser a exaltação de algum cristão novo tudo está tranquilo como no Sporting de Paulo Bento, tranquilos como na queda daquele anjo das Torres Gémeas em Nova York, as reverências fazem-se até ao chão que o respeitinho é um valor sacro.

O Benfica empatou com o Manchester B e o Porto ia perdendo a jogar contra 9. O Sporting estreia-se hoje...

As selecções e os atletas batem recordes nacionais em competições internacionais em que ficam abaixo do quarto como cumprem depois dos idos do Dr. Salazar. Crescemos e não pontificamos como faz a Espanha. Os genes do lado de lá da fronteira serão melhores ou talvez seja uma simples questão de ajuizamento.

Há quem lhe chame governance e ética não nas palavras mas nos actos no respeito pelo outro e no engrandecimento do desporto assumindo galhardamente o risco das decisões que devem ser tomadas e nunca são assumidas no desporto português.

A conferência anual da Apogesd vai ser em Oliveira de Azeméis

Realiza-se em Dezembro a conferência anual da Apogesd anunciada no endereço www.apogesd.pt.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O Porto pensa que o que é bom para o Porto é bom para o futebol e o país


O futebol está prestes a perder um promissor presidente da liga de clubes e ganhar um incerto presidente da federação.

Estão mais em causa funções e do que as pessoas propriamente ditas.

Como refere Joaquim Evangelista é necessário ouvir os candidatos significando com isso a necessidade de apurar o que se fará depois das eleições.

O futebol português tem tido uma performance extraordinária e é um caso raro como a Nokia para os finlandeses.

A diferença é que o futebol em Portugal e em todo o mundo tem um impacto económico e uma criação de emprego que é uma fracção ínfima do impacto da Nokia para a Finlândia.

A Finlândia também teve uma escola de desporto no atletismo e não fez disso um caso único apostando noutras dimensões desportivas enquanto Portugal põem os ovos desportivos todos no cesto do futebol.

Agora o caso de sucesso do modelo do Porto que tem puxado pelo futebol português e equacionado o modelo de desenvolvimento desportivo a seu contento quer liderar a federação.

A questão principal é se o Porto vai conseguir arrecadar rendas adicionais na liderança do futebol nacional ou se era melhor consolidar, agora com Fernando Gomes, o trabalho realizado por Hermínio Loureiro na Liga.

O estudo realizado recentemente por decisão de Fernando Gomes é relevante pela aridez do desporto português nos estudos para o seu conhecimento.

O estudo foi oportuno e tem qualidade pelos contributos realizados.

Há variáveis adicionais a considerar fora do Sumário Executivo do estudo e esses elementos são o trabalho adicional que alguém tem de fazer na Liga de Clubes ou  noutras organizações.

Naturalmente o modelo agora encontrado na Liga tem a ambição de se aplicar a todo o futebol o que na forma equacionada apresenta limites.

Gilberto Madail nunca fez estudos preferindo a negociação política baseada em eventos e resultados das selecções.

Ao contrário do sugerido por Joaquim Evangelista o trabalho de Gilberto Madail deve ser visto não pela estabilidade conseguida que não é nenhuma. As federações estão num beco sem saída, vivendo do trabalho dos jogadores nos clubes internacionais, e os clubes têm uma situação como sugere o estudo da própria Liga de Clubes.

O desenvolvimento desportivo do futebol está em todo o desporto e fora do modelo do Porto.

Colocar a federação fora das mãos do Porto é a forma de preservar e potenciar o próprio Porto.

Deixá-lo ganhar a federação será entregar-lhe um todo que até hoje foi liderado por terceiros que lhe deram o melhor modelo para prosperar.

E afinal porque não há-se o Porto ter nas mãos aquilo que na realidade sempre liderou a seu contento?

A razão é que o Porto está em dificuldades porque a saída real é contrária ao seu comportamento e ao seu modelo há mais de trinta anos.

Isto o Porto não aceita e pede, pelo menos, a bondade do benefício da dúvida quando propõe um seu candidato através dos clubes da II Liga que querem ser ricos como o FCP.

O benefício da dúvida é aquilo que o Porto nunca deu a outros.

Este parece-lhe ser o momento para dominar pessoalmente o futebol português.

Haverá uma diferença de grau entre fazer dentro e comprar fora.

Trata-se agora de fazer dentro o que o Porto fazia fora através de Gilberto Madail.

A remuneração esperada será aliciante e a oportunidade única.

Não existe oposição no país, no desporto e no futebol.

Há uma diferença entre o merecimento do Porto em assumir o poder e a necessidade de desenvolvimento sustentado da modalidade.

Esta última o país, o desporto e o futebol são incapazes de debater e consensualizar uma saída face às actuais crises.

Arrumados o Benfica e o Porto no seu devido lugar, o que é bom para o Porto é bom para o futebol e o desporto nacional?

O Porto pensa que sim!

domingo, 11 de setembro de 2011

Helena Matos fala de novas regras para o desporto

A articulista do Público, aqui, faz um poste sobre o desporto onde parodeia a competição profissional.

Este tipo de artigos provocadores para o desportosão muito importantes porque veiculam uma imagem do desporto pensado por pessoas com influência na opinião pública e que usando de um ácido sulfúrico incontinente falam de desporto noutra linguagem sem limites conceptuais e que aproximam o desporto da população.

É um bom divertimento cujos contornos poderiam ser usados por pessoas responsáveis ajudando-as a ver outros aspectos da realidade e do produto desportivo.

sábado, 10 de setembro de 2011

A ética no desporto português

O debate sobre a ética que se faz no Colectividade Desportiva, aqui, tem duas dimensões e uma consequência, de entre muitas outras:
  1. José Constantino discute o conteúdo do produto desportivo, quando refere a ética como parte ou exterior ao produto
  2. João Boaventura, seguindo a deixa dos outros comentaristas, discute o conceito da ética referindo o conjunto de vários pensadores.
A consequência que retiro partindo de João Boaventura "Heidegger recorda que a etimologia de “ethos” tem um sentido mais antigo e mais sugestivo, o de “moradia” ou “lugar onde se habita”, isto é, a morada do homem é o ser que somos, e em que nos tornamos, pelo agir livre e responsável." e da imagem da gravidez de Levinas é a necessidade/obrigação do desporto ser grávido de ética.

Estes últimos aspectos relacionam-se intrinsecamente com a economia e o desenvolvimento das políticas nas organizações privadas e nas públicas.


Os economistas da economia das instituições como Douglas North e os estudos de Barro sugerem que a ética e a reputação são elementos essenciais do desenvolvimento e que os países mais desenvolvidos do mundo possuem valores éticos e critérios de reputação mais elevados do que os países que se atrasam no desenvolvimento económico.
Não basta aprovar códigos de ética e anunciar programas que depois se passam anos e anos sem aplicar e desenvolver ou dar condições para um desenvolvimento seguro do princípio entre os agentes desportivos e, tantas vezes, se actua em sentido contrário aos ditos códigos.
Os comportamentos desviantes de que fala José Constantino encontram-se ao mais alto nível, como sugere Armando Inocentes, quando os agentes públicos cerceiam o debate de ideias, impedem a produção e a promoção de informação e não prestam contas dos seus actos.
 
A gravidez de Ética tem consequências de que o exercícioda política desportiva portuguesa tem estado arredada e que obriga a comportamentos consonantes com o dito 'estado interessante'.
 
Há quem sugira que nesta altura os dados já estão lançados e que a ética dos protagonistas os irá levar a determinados percursos que afinal serão produtores de menor quantidade e qualidade de desporto no sentido ético dos países europeus mais desenvolvidos.
 
Como dizia o treinador do anónimo Kaiser Soze 'A Ética vê sempre'.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

À sua maneira o futebol procura um futuro

As eleições na FPF são uma janela de oportunidade para a renovação do futebol.

Como referi anteriormente aqui e no Colectividade Desportiva os Jogos Olímpicos de Londres vão marcar o fim do ciclo de Sócrates e de Laurentino Dias no desporto português.

Fernando Gomes na esteira de Hermínio Loureiro avançou um passo adicional na credibilização da Liga de Clubes e agora a equação do desenvolvimento do futebol passa para a federação, na perspectiva dos agentes desportivos privados.

Outros agentes privados estão atrasados e vão atrasar-se ainda mais. Esperar por 2013 vai-lhes sair caro.

Antecipar eleições poderia ser um acto de inteligência e de claro desapego do poder e de envolvimento com o futuro das instituições.

Com a eleição do PSD e CDS a estrutura superior da administração pública ganhou novos líderes e existe a perspectiva de uma transformação institucional relevante.

A profunda crise e as duras medidas de austeridade poderão fazer estalar o verniz da paz herdada, caso o controlo férreo de LD deixe de existir.

Este fim do controlo estatal e subsídio-dependência será suscitado por via das medidas de austeridade e pela atenção accionada sobre o desporto e valorizará a atenção acrescida ao mérito da política desportiva.

Os protagonistas privados e públicos verão a sua actuação mais escrutinada porque o fio da navalha já não é rombo mas está afiado pelos factores referidos.


O que dizer mais sobre a busca do futebol?

Tem havido limites na acção dos agentes desportivos.

O estudo da Liga de Clubes, por um lado, analisa alguns pontos da situação do futebol profissional e não as esgota.

Por outro, a perspectiva do estudo é bem clara e marcada respondendo a alguns interesses.

O desporto e o futebol necessita destes estudos e necessita de espaços de debate e de divulgação de posições alternativas que naturalmente existem.


A questão pertinente é que os agentes privados sejam do futebol sejam de outras áreas necessitam de contributos que concebam estruturas de desenvolvimento sustentado e de democracia e governance institucional cuja carência tem impedido o desporto português de singrar na Europa como outros o fazem.


Há líderes novos no desporto português, vai haver mais e é agora que as posições iluminadas e contangiantes começam a ser necessárias.

É relevante que tanto Gilberto Madail como outros líderes, que estão de saída, tenham a percepção que é sua responsabilidade fazer eleições competitivas e transparentes aos olhos da sociedade para inclusive criarem condições para a eleição dos melhores líderes para as suas organizações e os difíceis momentos que o desporto e cada modalidade vai ter de defrontar 'desde ontem'.

Joaquim Evangelista tem uma boa entrevista à TSF sobre o momento eleitoral da federação de futebol

Ver aqui.

Realçaria os seguintes elementos suscitados por JE

Gilberto Madail deveria ter por função primordial publicitar as regras de umas eleições competitivas e transparentes.

Deveria evitar falar e deixar que outros falassem como faz JE enaltecendo aspectos positivos do percurso de GM

As reformas obviamente deveriam ser suscitadas pela comunicação e centrar as intervenções dos candidatos

Como refere JE o candidato que vencer vai ser o de todo o futebol e terá que esquecer as suas origens.

São eleições bem disputadas e com transparência que criam uma boa reputação

A reputação do desporto vive da força que lhe dão os seus líderes quando são bons líderes.

Líderes desconhecidos podem viver décadas com reputações quaisquer.

Líderes conhecidos e com reputações firmes são reconhecidos e recompensados pela sociedade através de relações positivas cruzadas.

A recente candidatura de inúmeros candidatos à Federação de Futebol sugere que a visibilidade do sector cativa o imaginário de líderes com uma imagem pública firmada e isso é positivo porque irá suscitar a competitividade de qualidades podendo os parceiros da modalidade ter elementos variados de escolha.

Pode acontecer como no Sporting que depois de umas eleições concorridas os resultados não surjam e isso é outra história.

A primeira parte da história é que existe a percepção social de que tanto no caso do Sporting como no da Federação de Futebol vale a pena correr o risco da responsabilidade de uma candidatura para pessoas que possuem muita informação sobre estes segmentos de mercado.

O fracasso actual do Sporting no campeonato estará a suscitar variáveis não consideradas no acto eleitoral e relacionadas com a extrema fragilidade em que caiu o clube nas últimas épocas e cujo relançamento é mais difícil de assegurar.

No caso da federação parece haver duas qualidades de candidatos, uma relacionada com quadros conhecedores dos meandros da liderança de Gilberto Madail e um segundo perfil de candidatos vindos de fora que vigoraram durante mais de dez anos.

É de notar que o norte surge desde já como eventual vencedor com dois candidatos um dos quais com o apoio dos clubes profissionais e tendo a proposta surgido dos clubes da II Liga.

Embora pareça tudo igual na perspectiva política tradicional do desporto português o modelo de produção do futebol moderno é composto por partes e liderar uma parte não é o mesmo que liderar o todo.

Acontece mesmo que por vezes o interesse do todo se pode opor e contrariar o interesse de alguma das suas partes.

É a definição destas partes e dos interesses que se jogam que poderão evitar erros que poderão ser corrigidos.

A má definição da liderança acompanhada da insuficiente definição dos interesses das partes poderá gerar dificuldades grandes para o desenvolvimento do futebol.

Não hajam dúvidas de que a Liga de Clubes de hoje tem uma reputação que antes Valentim Loureiro não se preocupou.

O processo de criação da reputação da Liga de Clubes envolveu intérpretes nem sempre reconhecidos mas que foram fundamentais para o presente sucesso.

Insistindo, mesmo que o mérito dessa actuação não seja reconhecida pelos seus beneficiários é um facto que ela existiu.

Seria útil para o país, o futebol e o desporto que a Federação de Futebol no futuro gozasse de uma reputação exemplar na sociedade portuguesa em consequência do acto eleitoral que actualmente se desenrola.

É esse um dos desafios maiores das actuais eleições à FPF.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A complexidade (como gordura do Estado)

Pedro Pita Barros no Dinheiro Vivo, aqui, alerta para a possibilidade do Estado não complicar as suas funções ao desempenhar as suas obrigações públicas.

Aconselho a leitura do artigo que é pequeno e noto como a jurisdicionalização vigente no direito desportivo português tem estado no topo das preocupações públicas, tantas vezes mediante processos desligados da racionalidade da produção desportiva e do interesse social.

Por um lado, o exemplo de PPB exemplifica como estes erros existem na administração pública, assim como, com alguma análise e compreensão é possível encontrar soluções simples e benéficas.

Por outro lado, o artigo sugere que o aumento da eficácia da regulação desportiva poderá não estar na burocratização, que aos olhos do legislador desportivo é uma boa burocracia, mas em soluções que maximizam o benefício do diferencial entre a variação da receita e a da despesa assegurando a realização da missão das organizações públicas e privadas do desporto.

Tratando o Estado da fusão de organismos públicos o artigo de PPB será de ter em consideração.

Deram medalhas aos sub20

Decorreu uma cerimónia de uso dos jovens para objectivos de incremento da imagem pública.

Não é nada que outros protagonistas não tenham habituado o país.

Quando forem mais velhos os sub20 lamentarão terem sido tratados da mesma maneira durante tantos anos.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Artur Fernandes não faz por menos do que o caos

Ver artigo no DN, aqui.


O presidente da ANAF (Associação Nacional de Agentes de Futebol) diz que com as regras da FIFA vão levar os agentes à clandestinidade e o caos ao mercado das transferências.

A FIFA pensa o contrário, que o caos já existe agora e a falta de transparência é um facto do actual mercado que verá essa característica ser corrigida com o novo Transfer Matching System.

O trabalho dos empresários é útil mas há comportamentos destes agentes que tem transmitido uma má imagem e impede a transparência das relações entre clubes e jogadores ao facilitar a actuação de especuladores e de intermediários à margem do interesse dos clubes, dos adeptos, dos jogadores e do próprio futebol.

Se o actual sistema fosse tão bom como refere a ANAF, a FIFA não interviria.

Como sugerem alguns atletas a actuação dos agentes assemelha-se a um monopsónio que lhes permite obter rendas desajustadas ao interesse dos jogadores e do futebol.

A actual situação é má e deveriam ser os melhores agentes a sugerir alterações antes de perderem todo o mercado que agora possuem.

As grandes federações, a FIFA, a UEFA, e a União Europeia assim como agentes poderosos como os principais clubes e os sindicatos estando de acordo quanto ao TMS levará a que o benefício actual dos empresários seja corrigido e os excessos eliminados.

É natural que os empresários estejam preocupados porque vão ter de contar com maior concorrência e principalmente, liberdade de decisão por parte dos jogadores e transparência dos pagamentos efectuados, tudo características que actualmente estão mitigadas.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Afinal quem foi entrevistado foi o António Tenreiro não foi o Fernando Tenreiro

São coisas que acontecem. Passe o elogio e a crítica já Eduardo Prado Coelho no Público, há 'década e meia', referira um artigo de Francisco Tenreiro saído na revista Economia Pura.


Sobre o trabalho do DN

As peças do Diário de Notícias, de Nuno Coelho com Paulo Reis e Jorge Pinho, tem elementos a reter como o quadro das compras e vendas dos 4 maiores clubes da actualidade, várias formas de contratar que os clubes usam e o número de reforços da I Liga.

O desafio económico mais interessante são as condições de competitividade do futebol português que poderiam comportar um modelo eficiente financeiramente com eficácia desportiva ao actual melhor nível. Este seria o ponto central a gizar pelas condições de governance e de política desportiva.

Números redondos, o percurso do Porto é sem dúvida extraordinário com um ganho próximo dos 120 milhões, seguindo-se o Benfica com menos de 40 milhões e o Braga com 25 milhões. O Sporting está a pisar o risco fortemente vermelho de 15 milhões.

A comunicação social prefere olhar para os 'grandes' mas o equilíbrio tem de ser olhado de uma perspectiva integral do campeonato da I Liga.

No passado vários clubes médios desapareceram da I Liga como o Farense, o Amadora, o Boavista entre tantos outros e isso deveria ser avaliado nas suas consequências porque alguns destes clubes representam valor económico que por má gestão desapareceu da I Liga.

Economicamente não é razoável dizer que não existem alternativas para o modelo do futebol português.

O Fair-Play Financeira da UEFA vai introduzir alterações ao modelo europeu actual o que demonstra que existem alternativas ao elevado risco actual.

O Diário de Notícias trás hoje um trabalho sobre "Três grandes gastam 100 milhões de euros em reforços"

Fui entrevistado por Paulo Reis e irei fazer um poste mais tarde sobre o trabalho.

Ver anúncio do trabalho aqui.