sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ligados à máquina do Dr. Laurentino Dias

A máquina do Dr. Laurentino Dias funcionou forte e madura durante os últimos anos  e o relevante é que a máquina surgida em 2004 ou 2005 foi uma maturação que se encontra em décadas de comportamentos públicos e que pessoalmente aprimorou durante o período de criação do Euro2004 a partir de 1998.

Criar a máquina alternativa, há quem lhe chame paradigma, exige inspiração e suor para além de doses industriais de capital humano, organizacional e financeiro que apenas se obtém mobilizando a sociedade. Numa e outra existe uma dimensão ética na busca do melhor serviço à comunidade e a segunda no uso e potenciação do capital social.

O fracasso da máquina do Dr. Laurentino Dias está na exclusão da sociedade que se praticou por múltiplos actos como o de não prestar contas públicas do que se foi fazendo, com debates abertos, estatísticas abundantes e análises por autoridades independentes e capazes.

Face à crise várias organizações públicas apresentam na comunicação social com regularidade respostas e projectos interessantes  cujo quadro de actuação parecendo escasso e contraditório acaba por formar um todo que é a imagem da máquina, em determinado momento.



A máquina alternativa à do Dr. Laurentino Dias vai defrontar-se com características distintas que importaria ir mostrando à luz do dia.

O momento de realização do programa do XIX governo é distinto do momento actual em que as medidas de austeridade estão a chegar e condicionam toda a realidade desportiva e a nacional.

Foram escassos meses, mas que meses, e que conteúdo comportam que poderão ser justificados mas que é diferente cantar as loas benfazejas dos programas eleitorais e a realidade das medidas públicas que o exercício da governação do país justificam.

Não é grave tomar medidas que não estão no programa e definidas anteriormente, há é que tomar em consideração se quando se assumem medidas, elas respondem a objectivos melhor definidos e se são as melhores medidas. Será um erro aplicar à letra o que está escrito no programa do actual governo, nem é curial acusá-lo disso, se a alternativa tem claramente resultados superiores ou se prudencialmente a alteração se adequa. É urgente mostrar aos agentes privados qual a melhor forma para defrontar os vectores e condições que os irão afectar pesadamente e se prolongará por mais de vinte meses, o período de gestão de risco da crise, antes dos efeitos das medidas e das condições de mercado venham a gerar impactos positivos sustentados.



Por exemplo, há a necessidade de conceber conferências sobre desporto que se relacionem com o actual momento de crise não só quanto à sua identificação, falando da crise no título do congresso ou conferência, mas principalmente quanto ao seu conteúdo dando retornos positivos aos parceiros envolvidos nos projectos.

Discutir as crises do COI desde o século XIX, na abertura de uma conferência é possível e deveria ser possível passar de seguida para um debate sobre a crise actual do associativismo desportivo e sobre o futuro do associativismo desportivo nacional em intervenções sucessivas de oradores contraditórios e de matérias complementares como o direito e as ciências sociais .

De acordo com a máquina do Dr. Laurentino Dias estas coisas discutem-se no Conselho Nacional do Desporto e fora dele os agentes desportivos discutem a história do desporto e a experiência dos empresários de sucesso o que sendo relevante deixa os agentes no terreno, os jovens licenciados, os ginásios, os clubes e os gestores de infraestruturas a desconhecer como lidarem com o associativismo em período de crise.

Não pondo de parte a discussão do regime jurídico como sugeria um comentador no Colectividade Desportiva a questão é que a discussão do RJFD no e para o modelo do Dr. Laurentino Dias se faz sempre de forma fechada, seja pela história, pela educação física, pela filosofia, pela gestão, pelo direito e tantas áreas em que se fecham os parceiros desportivos nacionais.

Ora um paradigma alternativo é o de cruzar competências testando da validade e das características cruzadas entre perspectivas científicas de análise. Este é o suor para a construção do novo paradigma.

Os agentes privados continuarão 'ligados à máquina' do Dr. Laurentino Dias o que é sugerido pelo sucesso do aprofundamento do modelo mesmo em sectores que o renegam em palavras e eventualmente em pensamentos.

Ligar os parceiros privados a uma nova máquina é um projecto de médio prazo.

Enquanto isso não acontecer levando os parceiros privados a obter melhores e maiores benefícios são os parceiros privados que pagam o custo da máquina do Dr. Laurentino Dias.

O pagamento cada vez mais difícil vê-se em duas dimensões:
  1. Um parceiro social que dá dezenas de milhares de euros para um projecto desportivo e nesta crise cada euro vale muito mais, o financiador quer um conteúdo palpitante que salte dos muros do congresso e da conferência para a comunicação social para obter o máximo de retorno publicitário do investimento que faz. Ora isto não acontece se não houver matérias que saltem os muros da realização e o retorno para o investidor vai ser menor deixando-o com a certeza de se ter enganado ou ter sido enganado.
  2. A pergunta que o consumidor corrente fará antes de tirar a centena de euros do bolso é o de saber que está a pagar uma realização que veicula coisas que ajudem a combater as dificuldades num momento crucial como o que todos vivem. Não havendo respostas concretas o que vai acontecer é que o consumidor corrente não vai tirar o dinheiro do bolso para o destinar para a realização desportiva. Caso pague e vá à realização e compreender a vacuidade das matérias sentir-se-à defraudado.



Há quem considere com sabedoria antiga questões alternativas como as seguintes:
  • Porquê mudar se a máquina funciona bem?
  • Porquê mudar se há pessoas que funcionam com esta máquina tão bem?
  • Porquê mudar se há parceiros que pagam para a máquina e os seus resultados?

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