O sentido do que não se passa no menos excitante mercado económico de Portugal mas passa-se no mais excitante mercado económico do mundo
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
O Porto pensa que o que é bom para o Porto é bom para o futebol e o país
O futebol está prestes a perder um promissor presidente da liga de clubes e ganhar um incerto presidente da federação.
Estão mais em causa funções e do que as pessoas propriamente ditas.
Como refere Joaquim Evangelista é necessário ouvir os candidatos significando com isso a necessidade de apurar o que se fará depois das eleições.
O futebol português tem tido uma performance extraordinária e é um caso raro como a Nokia para os finlandeses.
A diferença é que o futebol em Portugal e em todo o mundo tem um impacto económico e uma criação de emprego que é uma fracção ínfima do impacto da Nokia para a Finlândia.
A Finlândia também teve uma escola de desporto no atletismo e não fez disso um caso único apostando noutras dimensões desportivas enquanto Portugal põem os ovos desportivos todos no cesto do futebol.
Agora o caso de sucesso do modelo do Porto que tem puxado pelo futebol português e equacionado o modelo de desenvolvimento desportivo a seu contento quer liderar a federação.
A questão principal é se o Porto vai conseguir arrecadar rendas adicionais na liderança do futebol nacional ou se era melhor consolidar, agora com Fernando Gomes, o trabalho realizado por Hermínio Loureiro na Liga.
O estudo realizado recentemente por decisão de Fernando Gomes é relevante pela aridez do desporto português nos estudos para o seu conhecimento.
O estudo foi oportuno e tem qualidade pelos contributos realizados.
Há variáveis adicionais a considerar fora do Sumário Executivo do estudo e esses elementos são o trabalho adicional que alguém tem de fazer na Liga de Clubes ou noutras organizações.
Naturalmente o modelo agora encontrado na Liga tem a ambição de se aplicar a todo o futebol o que na forma equacionada apresenta limites.
Gilberto Madail nunca fez estudos preferindo a negociação política baseada em eventos e resultados das selecções.
Ao contrário do sugerido por Joaquim Evangelista o trabalho de Gilberto Madail deve ser visto não pela estabilidade conseguida que não é nenhuma. As federações estão num beco sem saída, vivendo do trabalho dos jogadores nos clubes internacionais, e os clubes têm uma situação como sugere o estudo da própria Liga de Clubes.
O desenvolvimento desportivo do futebol está em todo o desporto e fora do modelo do Porto.
Colocar a federação fora das mãos do Porto é a forma de preservar e potenciar o próprio Porto.
Deixá-lo ganhar a federação será entregar-lhe um todo que até hoje foi liderado por terceiros que lhe deram o melhor modelo para prosperar.
E afinal porque não há-se o Porto ter nas mãos aquilo que na realidade sempre liderou a seu contento?
A razão é que o Porto está em dificuldades porque a saída real é contrária ao seu comportamento e ao seu modelo há mais de trinta anos.
Isto o Porto não aceita e pede, pelo menos, a bondade do benefício da dúvida quando propõe um seu candidato através dos clubes da II Liga que querem ser ricos como o FCP.
O benefício da dúvida é aquilo que o Porto nunca deu a outros.
Este parece-lhe ser o momento para dominar pessoalmente o futebol português.
Haverá uma diferença de grau entre fazer dentro e comprar fora.
Trata-se agora de fazer dentro o que o Porto fazia fora através de Gilberto Madail.
A remuneração esperada será aliciante e a oportunidade única.
Não existe oposição no país, no desporto e no futebol.
Há uma diferença entre o merecimento do Porto em assumir o poder e a necessidade de desenvolvimento sustentado da modalidade.
Esta última o país, o desporto e o futebol são incapazes de debater e consensualizar uma saída face às actuais crises.
Arrumados o Benfica e o Porto no seu devido lugar, o que é bom para o Porto é bom para o futebol e o desporto nacional?
O Porto pensa que sim!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário