sexta-feira, 9 de setembro de 2011

São eleições bem disputadas e com transparência que criam uma boa reputação

A reputação do desporto vive da força que lhe dão os seus líderes quando são bons líderes.

Líderes desconhecidos podem viver décadas com reputações quaisquer.

Líderes conhecidos e com reputações firmes são reconhecidos e recompensados pela sociedade através de relações positivas cruzadas.

A recente candidatura de inúmeros candidatos à Federação de Futebol sugere que a visibilidade do sector cativa o imaginário de líderes com uma imagem pública firmada e isso é positivo porque irá suscitar a competitividade de qualidades podendo os parceiros da modalidade ter elementos variados de escolha.

Pode acontecer como no Sporting que depois de umas eleições concorridas os resultados não surjam e isso é outra história.

A primeira parte da história é que existe a percepção social de que tanto no caso do Sporting como no da Federação de Futebol vale a pena correr o risco da responsabilidade de uma candidatura para pessoas que possuem muita informação sobre estes segmentos de mercado.

O fracasso actual do Sporting no campeonato estará a suscitar variáveis não consideradas no acto eleitoral e relacionadas com a extrema fragilidade em que caiu o clube nas últimas épocas e cujo relançamento é mais difícil de assegurar.

No caso da federação parece haver duas qualidades de candidatos, uma relacionada com quadros conhecedores dos meandros da liderança de Gilberto Madail e um segundo perfil de candidatos vindos de fora que vigoraram durante mais de dez anos.

É de notar que o norte surge desde já como eventual vencedor com dois candidatos um dos quais com o apoio dos clubes profissionais e tendo a proposta surgido dos clubes da II Liga.

Embora pareça tudo igual na perspectiva política tradicional do desporto português o modelo de produção do futebol moderno é composto por partes e liderar uma parte não é o mesmo que liderar o todo.

Acontece mesmo que por vezes o interesse do todo se pode opor e contrariar o interesse de alguma das suas partes.

É a definição destas partes e dos interesses que se jogam que poderão evitar erros que poderão ser corrigidos.

A má definição da liderança acompanhada da insuficiente definição dos interesses das partes poderá gerar dificuldades grandes para o desenvolvimento do futebol.

Não hajam dúvidas de que a Liga de Clubes de hoje tem uma reputação que antes Valentim Loureiro não se preocupou.

O processo de criação da reputação da Liga de Clubes envolveu intérpretes nem sempre reconhecidos mas que foram fundamentais para o presente sucesso.

Insistindo, mesmo que o mérito dessa actuação não seja reconhecida pelos seus beneficiários é um facto que ela existiu.

Seria útil para o país, o futebol e o desporto que a Federação de Futebol no futuro gozasse de uma reputação exemplar na sociedade portuguesa em consequência do acto eleitoral que actualmente se desenrola.

É esse um dos desafios maiores das actuais eleições à FPF.

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