As eleições na FPF são uma janela de oportunidade para a renovação do futebol.
Como referi anteriormente aqui e no Colectividade Desportiva os Jogos Olímpicos de Londres vão marcar o fim do ciclo de Sócrates e de Laurentino Dias no desporto português.
Fernando Gomes na esteira de Hermínio Loureiro avançou um passo adicional na credibilização da Liga de Clubes e agora a equação do desenvolvimento do futebol passa para a federação, na perspectiva dos agentes desportivos privados.
Outros agentes privados estão atrasados e vão atrasar-se ainda mais. Esperar por 2013 vai-lhes sair caro.
Antecipar eleições poderia ser um acto de inteligência e de claro desapego do poder e de envolvimento com o futuro das instituições.
Com a eleição do PSD e CDS a estrutura superior da administração pública ganhou novos líderes e existe a perspectiva de uma transformação institucional relevante.
A profunda crise e as duras medidas de austeridade poderão fazer estalar o verniz da paz herdada, caso o controlo férreo de LD deixe de existir.
Este fim do controlo estatal e subsídio-dependência será suscitado por via das medidas de austeridade e pela atenção accionada sobre o desporto e valorizará a atenção acrescida ao mérito da política desportiva.
Os protagonistas privados e públicos verão a sua actuação mais escrutinada porque o fio da navalha já não é rombo mas está afiado pelos factores referidos.
O que dizer mais sobre a busca do futebol?
Tem havido limites na acção dos agentes desportivos.
O estudo da Liga de Clubes, por um lado, analisa alguns pontos da situação do futebol profissional e não as esgota.
Por outro, a perspectiva do estudo é bem clara e marcada respondendo a alguns interesses.
O desporto e o futebol necessita destes estudos e necessita de espaços de debate e de divulgação de posições alternativas que naturalmente existem.
A questão pertinente é que os agentes privados sejam do futebol sejam de outras áreas necessitam de contributos que concebam estruturas de desenvolvimento sustentado e de democracia e governance institucional cuja carência tem impedido o desporto português de singrar na Europa como outros o fazem.
Há líderes novos no desporto português, vai haver mais e é agora que as posições iluminadas e contangiantes começam a ser necessárias.
É relevante que tanto Gilberto Madail como outros líderes, que estão de saída, tenham a percepção que é sua responsabilidade fazer eleições competitivas e transparentes aos olhos da sociedade para inclusive criarem condições para a eleição dos melhores líderes para as suas organizações e os difíceis momentos que o desporto e cada modalidade vai ter de defrontar 'desde ontem'.
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