quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A oposição dorme. O que fazer no próximo ciclo legislativo?

A actual legislatura desenvolveu-se sob o signo do modelo de política desportiva dos anos noventa.

Os aprendizes de Mirandela da Costa pensam ter feito melhor e emendado o mestre.

Uma coisa foi o mestre de um determinado tempo e a outra é imitar tergiversando o tempo, as causas e as consequências.

Tudo isto é possível porque também a oposição não olha para o desporto como um elemento que lhe dê votos.

Albertina Dias, Teresa Machado, Vanessa Fernandes e a juventude portuguesa não têm na Assembleia da República quem compreenda os fracassos do nosso modelo desportivo e a destruição de futuro que o modelo desportivo actual vai perpetrando.

Portugal é um país com uma cultura desportiva limitada face à europeia dando azo a que líderes mais emproados consigam audiências excessivas para o conteúdo ético e substantivo do seu discurso e principalmente dos seus actos.

A informação da opinião pública do futebol, de jornais generalistas e de semanários, televisões e revistas produz ruído bastante para que os líderes do associativismo evitam assumir um protagonismo contra-corrente.

Aliás a oposição partidária olha para o projecto dominante na legislatura desportiva como um modelo perfeito que cala as federações independentemente do estrangulamento efectuado.

Algumas ideias, três, deveriam ser assumidas pelos partidos da oposição e que são semelhantes ao que a União Europeia fez na criação da sua política desportiva comunitária, a saber:

•Compreender o desporto português e os princípios que o devem suportar:
-Analisar o caso do futebol fazendo um Relatório Independente ou relatório Arnaut (2005), ou
-Fazer um Livro Branco do Desporto português, aplicado a todas as federações e que a UEFA e a FIFA aceitam.

•Rever a legislação e o quadro institucional do desporto nacional propondo um novo modelo alternativo às Leis de Bases actuais, uma vez que o Tratado de Lisboa (2007), realizado pela UE foi um pontapé de saída que não é o caso de Portugal.

•Fazer estudos económicos e sociais:
- Criar uma Conta Satélite do Desporto como a feita durante a presidência Austríaca em 2006, e/ou
- Fazer um estudo actualizado sobre a Importância económica do desporto, e/ou
- Fazer a análise das características económicas do desporto português europeu como realizado nos Relatórios Amnyos (2007 e 2008).

A Europa foi eficaz de 2004 a 2010 com o apoio de todo o associativismo europeu e sem dramas na comunicação social.

Não acompanhar a Europa é uma altivez que Portugal protagoniza estando na cauda desportiva da Europa e, com a ainda excepção de algum futebol, Portugal não dá lições desportivas por essa Europa fora.

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