segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Há uma emergência nacional: Vamos salvar jovens de se afogarem e matarem no mar?

A Marinha salvou 9 pessoas nas últimas 24 horas.

Isto será um pico como foi o das balizas que aleijaram jovens gravemente quando estas lhes caíam em cima? Foram definidas regras que obrigavam a que os donos das instalações desportivas prendessem as balizas ao chão e isso tem funcionado.

Quanto ao mar a questão é diferente mais complexa e dinâmica sendo impossível prender o mar como foi feito com as balizas, o que impede regras que possam funcionar de uma vez por todas.

À partida há uma lacuna na formação dos jovens e da população para o respeito pela água em todos os seus estados na natureza e também há uma lacuna para os ensinar a desportivamente tirarem o maior benefício.

A natação é uma modalidade desportiva que em múltiplos factores está abaixo do seu potencial. Primeiro porque a federação deveria procurar que 100% da população soubesse nadar e segundo que conseguisse ganhar medalhas olímpicas.

Contudo o relacionamento dos portugueses com o mar passa por mais modalidades como o remo, canoagem, surf, windsurf, actividades subaquáticas, triatlo.

Falta igualmente o envolvimento das empresas vendedoras de material desportiva, das piscinas a equipamentos pessoais e principalmente o Estado através da Educação.

O mar e o desporto são dois activos económicos de largo espectro e têm sido tratados como desperdícios.

Segundo o relatório da APSI: "Entre 1999 e 2004, morreram em Portugal por ano, em média, 28 crianças até aos 18 anos por afogamento (INE)".

Acrescenta que:

"Estes estudos da APSI têm permitido identificar diferentes factores de risco associados ao afogamento em Portugal e à relação entre eles:
O sexo - a maioria dos afogamentos ocorre com crianças do sexo masculino.
A idade - o afogamento em crianças mais novas ocorre sobretudo em ambientes construídos(piscinas, tanques, etc.), enquanto que o afogamento de adolescentes ocorre em meios aquáticos naturais (rios, lagoas, etc.).
A zona geográfica - enquanto que nos hospitais do Porto e em Coimbra foram registados mais afogamentos em poços, fossas e tanques, no de Faro, a grande maioria, ocorreu em piscinas.
A sazonalidade - a maioria dos afogamentos ocorre entre Maio e Setembro.
O tipo de meio aquático - o meio onde ocorrem menos afogamentos é a praia."

Os estudos da APSI preocupam-se apenas com os jovens e estimam o número de anos de vida perdida:

"O afogamento é considerado um problema grave de saúde pública que afecta sobretudo as crianças e os jovens, mas também as suas famílias, com impacto social e económico para o País. Em Portugal, as mortes de crianças representavam, em 2003, mais de 20.000 anos de vida potencial perdida, sendo que 18.000 resultavam de traumatismos não intencionais, entre eles o afogamento (ECSA, 2009)."

O desporto deveria ser o primeiro a lutar contra esta tragédia mas o desporto cala-se porque não parece bem, falar destas coisas. Estas coisas são as vidas perdidas ao longo das décadas e que bastaria a formação adequada na escola e nas actividades desportivas, para que este número estimado pela APSI caíssem.

Esta situação é muito grave e o inverno mal está a acabar. Agora aproxima-se um novo e longo verão.

Há uma emergência nacional pela população portuguesa para com meios simples salvar vidas de jovens e de cidadãos.

Quem dá uma mão e o primeiro passo?

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