quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O desporto abandonado

Depois de fazer um estudo sobre a Cultura, a Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS)desta vez com a Associação Comercial de Lisboa assinaram ontem um protocolo para realizar um estudo sobre justiça económica.

Na perspectiva da opinião pública nacional o desporto não é um sector onde seja urgente efectuar mudanças e os outros sectores são mais urgentes.

Conta-se que em França houve um acidente em que morreu uma criança a praticar desporto, nos anos sessenta. Imediatamente reuniu-se o Conselho de Ministros com todos os ministros para o governo francês decidir o que fazer para resolver o problema. Não tenho outra informação para além do ouvir dizer e já há muito tempo.

O desafio do desenvolvimento desportivo é o potenciar do futuro para os jovens e da preservação da vida e da sua qualidade para os que trabalham e os que se aproximam do seu fim.

Economicamente sabe-se que uma vida activa através do desporto gera anos de vida, que a sua prática pelos doentes dá-lhes outras condições para a sua ultrapassagem, que para os doentes crónicos o desporto é um lenitivo saudável e económico, que estes e outros benefícios em inúmeras doenças têm uma dimensão económica que os países mais desenvolvidos do mundo não desdenham.

Alguém devia dizer ao país, a começar pela AR, que deixar o desporto para o fim quando o país embandeira em arco e quando está em crise isso é mau para o próprio país.

Em tempos de crise mais o desporto se desmorona e nem sequer quer ver, o como, o porquê e a saída.

Não há no desporto líderes capazes de captar a economia e a sociedade para as externalidades cruzadas do desporto que são abundantes nas sociedades modernas. Afinal os estudos da FFMS surgem porque determinados problemas justificam a iniciativa pela sua gravidade ou porque os sectores são suficientemente visíveis para remunerarem o investimento do agente privado.

A gravidade da situação do desporto não é socialmente visível nem a remuneração por um investimento no seu conhecimento é socialmente aceitável.

Depender absolutamente do Estado tem a consequência de gerar a invisibilidade do produto social mesmo que laboriosamente produzido e insuficiente para as necessidades europeias da produtividade da população portuguesa.

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