O desporto português tem falta de algumas coisas de que os números da prática desportiva da população e dos resultados internacionais demonstram poderiam ser muito melhores.
Houve outros países da dimensão de Portugal como a Grécia que deram esse salto.
Portugal não o deu no passado.
Portanto, há falta de muitas coisas, não é uma, nem duas, nem três, são muitas.
Essa diferença vê-se também na reputação do desporto português que não é reconhecida pela sociedade e pela economia nacional enquanto a cultura é reconhecida apesar de ter só mil milhões de euros de produto económico, e o desporto ter 1,5 mil milhões de euros segundo o INE.
Na área que trabalho a economia e as estatísticas de produção desportiva, há falta de uma estrutura nacional eficiente de produção de estatísticas e de análise pelos agentes desportivos, que legislatura após legislatura com altos e baixos não avançou.
Sou o único a fazer com regularidade determinadas análises e quando um partido deixa para a véspera das eleições a publicação de um texto sobre os seus números e a sua análise, a coisa não funciona assim noutros lados.
Faltam investigadores que peguem nos números disponibilizados pelo aparelho de produção estatística e façam análises.
Procurar condicionar os resultados para aparecer bem na foto é louvável em família, quando se trata dos resultados desportivos nacionais é para ver com cautela e respeito por quem depende dessa informação para trabalhar.
O que acontece também é que as federações e as universidades não usam as estatísticas do desporto para trabalhar e pensarem o seu futuro.
Se pensassem há muito que tinham exigido aos governos outros posicionamentos políticos sobre as estatísticas.
Aliás os governos condicionaram e fizeram crer que as coisas como estão é que estão bem e daí as federações e as universidades crerem que esse é o seu bem, o que é compreensível, até ao dia em que o país com este comportamento vai à falência e as pessoas acham as consequências, daquilo que foram os seus actos, muito injustas.
Insisto no que tenho referido:
O desporto português necessita de estudo, análises, investigadores, órgãos de investigação, fóruns de debate alargado etc.
O desporto português necessita de democracia plena na sua produção e no seu consumo.
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