Uma síntese das instituições desportivas nacionais mostra as dificuldades imensas de reerguer um conjunto de activos que ao longo de muitas décadas foram maltratadas.
- A Fundação do Desporto criada no tempo de Mirandela da Costa falhou o seu objecto inicial de financiar o desporto. Os seus corpos directivos foram incapazes de levar a sociedade e o Estado, um dos associados, a regular bem a actividade, também foram incapazes de propor com efectividade medidas alternativas, a partir de determinada altura deixaram de ter voz e todos mantiveram as suas funções. Desconhece-se se continuam a receber pelo trabalho desenvolvido.
- A Confederação do Desporto criada no tempo de Mirandela da Costa teve lideranças distintas de Luís Santos e de José Manuel Constantino conseguindo receber dinheiros privados e públicos. A sua missão inicial foi alterada e a actual não tem razão de ser no desporto moderno europeu. A incapacidade das suas lideranças actuais é o de reconhecer o que é bom para o desporto e actuar em consonância. A junção com o Comité Olímpico sendo uma solução comum na Europa em Portugal prefere-se a indefinição e o empenhamento dos escassos recursos públicos e a perda de tempo das direcções de federações em reuniões escusadas. A Confederação hoje não conta com a presença das principais federações o que quer dizer que desportivamente está morta, menos para aqueles que não têm o que fazer de competitiva e socialmente útil.
- Muitas federações estão falidas, sendo financiadas em grande parte financiadas pelo Estado que não apresenta medidas de reforma destas importantes instituições desportivas nacionais.
- Há muitas instalações desportivas que as autarquias não sabem que destino dar na ausência de programas e de missões desportivas que o Estado português nunca definiu transmitindo ao nível local as imagens do seu desnorte e dos maus exemplos centrais.
- As autarquias necessitam de exemplos de como gerir, promover o bem estar e projectar o futuro das suas responsabilidades desportivas. O silêncio do Estado sobre esta matéria e os impactos negativos de múltiplos erros centrais nas diferentes facetas da política desportiva é prejudicial às populações locais e ao trabalho das federações e da sua estrutura federada.
- O Complexo Estádio Nacional variou entre o projecto de Mirandela da Costa de uma intensidade de capital desportivo e financeiro desmesurada e o completo desnorte de actuar sem verificação de condições mínimas de sustentabilidade desportiva, saneamento básico, ambiental ou de integração no todo da área metropolitana de Lisboa. O Euro2004 ao criar os modernos estádios do Benfica e do Sporting varreu para debaixo do tapete e para o futuro a viabilidade do Estádio Nacional.
- O IDP vai ser fundido o que demonstra a existência de um programa alternativo pelo actual governo. Já no passado o PS e o PSD actuaram sobre a orgânica desta agência pública que actualmente atravessa uma crise orgânica e de funcionalidade profunda.
- A SED vai ser fundida o que sugere uma alteração de conceitos que não se percebeu se é por via da modernização do desporto ou do fracasso da juventude que não sendo extinta é fundida com o desporto.
Desmantelar o capital acumulado, como privatizar pura e simplesmente mesmo que existam erros significativos, tem um custo desportivo, económico e social superior ao trabalho de reconstrução do desporto nacional.
O silêncio de princípios a par do elogio tradicional ao futebol, independentemente do merecimento de atletas e treinador, augura dificuldades maiores para o desporto português.
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