Nada diz que a produção de serviços para benefício da Juventude tenha de ser por inteiro uma produção da administração pública e, em particular, da central.
A concepção do mercado da Juventude estará equivocada se a política pública levanta barreiras à produção privada ou coloca dinheiro em actividades irracionais do ponto de vista económico e do ponto de vista do interesse social e dos jovens em particular.
O associativismo juvenil e o seu empreendedorismo possuem qualidades que estão subavaliadas e insuficientemente promovidas e reguladas com ineficiência.
Mais ainda, quando é a administração central a produzir retalho imiscuindo-se num nível de produção para o qual não possui informação, interesse e especialização como acontece no INATEL e na Juventude está-se perante a negação do princípio europeu da subsidiaridade.
Há recursos públicos centrais que estão a ser aplicados na produção de retalho, cultura, desporto, restauração e alojamentos nas pousadas, os quais quando muito seriam atribuídos às autarquias locais ou contratualizados com organizações privadas sem finalidade lucrativa, como as organizações associativas, ou com empresas.
Não estaria fora de contexto a privatização das micro-organizações, actualmente geridas pela administração central no INATEL e na Juventude, em modelos que maximizassem o bem-estar social através da produção privada.
Aliás o caso do INATEL se revertesse para o mesmo pacote em que foi metido o Desporto e a Juventude traria horizontes mais amplos na Juventude, no Desporto e na Cultura.
O INATEL terá ficado no parceiro menor da coligação o que não ajudará a equacionar uma solução se houver falta de entendimento entre as partes.
De acordo com o figurino tradicional o CDS terá a preocupação de ocupar os lugares do INATEL sendo-lhe de difícil aceitação entregar o 'ouro ao bandido', mesmo sendo o parceiro de coligação.
Outra hipótese socialmente mais interessante seria a coligação criar uma estrutura na SED e IDP com funções amplas girando à volta do desporto e incluindo o universo do lazer desportivo capaz de ampliar significativamente o consumo de actividades físicas pela população portuguesa e conseguindo criar bases de consolidação da actividade de alto rendimento.
Enquanto o PS esvaziou o IDP e o Desporto, a hipótese do PSD e do CDS com o anúncio da fusão do Desporto e da Juventude parece ir em sentido contrário o que tendo sucesso a reforçar o Desporto trará benefícios políticos mais interessantes do que o emagrecimento e clausura efectuado no passado.
O programa do xix governo fala daquela coisa divertida que é o 'Desporto Com Todos', que ninguém sabe o que isso é e fala em inúmeros factores do alto rendimento. Ou seja, o programa do xix governo tem coisas que era útil conseguir concretizar passando por cima da sua letra de forma, através do debate com os parceiros desportivos, económicos e sociais.
Estarão o PSD e o CDS capazes de mostrar uma determinação comum em dar um melhor desporto ao país do que os governos anteriores?
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