Tenho feito estudos neste sentido e o Manifesto que promovi há dois anos começava com o quadro 1.
Quadro 1 - Indicadores desportivos europeus
Países abaixo da média | Média europeia, países na média | Topo europeu | |
Participação da população | (1) Portugal 22%, Grécia, 19% | 35% - Itália, Alemanha, Espanha, França, Bélgica, Áustria, Luxemburgo | Dinamarca, 53%, com 70%, Finlândia, Suécia |
Praticantes federados, % população, ocidente | Portugal 4,8%, Itália, 6%, Espanha 7% | 21%, Finlândia, Irlanda, Bélgica, França | Áustria, 40%, Dinamarca, 55% |
Praticantes federados, % população, ex-Leste | Polónia, 0,3%, com 1% Roménia, Bulgária | 7% - Eslováquia, Estónia | República Checa, 24% |
Técnicos no desporto, empregos / 1.000 hab. | Portugal 2, Chipre, Grécia | 5, Estónia, Alemanha | Holanda, 7 |
Praticantes federados por técnico, número | Hungria, 7, Estónia 14 | 38, Portugal 30, Holanda 44 | França, 79 |
Voluntários no desporto, % população | (1) Portugal, 1,7%, Itália, Irlanda | 3,7%, Áustria, Luxemburgo, Rep. Checa | Finlândia, Holanda, 10% |
Jogos Olímpicos, total medalhas, ocidente | Portugal 22, (2), Luxemburgo, 3, Islândia, 4 | 268, Holanda, Polónia, Finlândia | Alemanha, 845, Reino Unido, 738 |
Jogos Olímpicos, total medalhas, ex-Leste | Macedónia, 1, Lituânia, 16 | 161, República Checa | Rússia, 565, Hungria, 468 |
Foram encontrados os indicadores desportivos possíveis dos países da Europa do Atlântico aos Urais e do Mediterrâneo ao Círculo Polar Ártico.
Os indicadores encontrados foram: participação desportiva da população, percentagem de praticantes federados na população do ocidente e do leste, emprego de técnicos no desporto por mil habitantes, número de praticantes federados por técnico, voluntários no desporto em percentagem da população , medalhas dos jogos olímpicos do ocidente e do leste.
A pergunta era saber qual a situação genérica de Portugal se no topo europeu, na média ou na base.
A resposta veio clara: estamos abaixo da média europeia e mesmo os países de leste ainda mais pequenos do que Portugal começam a estar à nossa frente nestes indicadores de conforto e competitividade desportiva.
O facto de Portugal estar na média europeia no número praticantes por técnico, a realidade é que o valor de Portugal neste caso deveria ser menor para dar um maior conforto técnico aos praticantes. O valor médio da Holanda é o de um país que terá o dobro da prática desportiva de Portugal, ou seja, com uma estrutura de produção desportiva tecnicamente mais complexa.
Uma segunda pergunta foi saber a distância de Portugal aos valores da média e do topo europeu.
Quadro 2 – Quadro sintético da distância desportiva nacional para a Europa, crescimento percentual
Indicadores | Portugal | Europa | Crescimento % (1) | ||
Média | Topo | Média | Topo | ||
Participação da população, % população | 22 | 35 | 70 | 159 | 318 |
Praticantes federados, % população, ocidente | 4,8 | 21 | 55 | 488 | 1279 |
Técnicos no desporto, empregos por 1.000 habitantes | 2 | 5 | 7 | 250 | 350 |
Voluntários no desporto, % população | 1,7 | 3,7 | 10 | 218 | 588 |
Jogos Olímpicos, total medalhas, ocidente | 22 | 268 | 845 | 1218 | 3841 |
Nota (1): A coluna do crescimento mostra para a participação da população que Portugal deve crescer 59% acima dos actuais 100%. Os praticantes federados para alcançarem a média devem crescer 388% para além dos actuais 100%, etc.
Ignorando a dificuldade de encontrar as estatísticas certas para esta realidade de mais do que 27 países europeus, os valores sugerem que a distância de Portugal à Europa do desporto é imensa.
A análise de Freitas do Amaral, do Expresso e da PwC é o exemplo que afinal também os outros sectores nacionais têm tido orientações que não são propriamente os níveis de competitividade com os nossos iguais por esse mundo fora.
Faz sentido usar as estatísticas do desporto para ajudar a criar melhores políticas desportivas e para avaliar os seus impactos e compreender as características do comportamento dos agentes privados.
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