quarta-feira, 30 de março de 2011

Dimensões reais e potenciais

As dimensões desportivas, organizacionais, económicas e sociais dos clubes portugueses são desajustadas da realidade desportiva europeia.
Pode especificar-se que a actual dimensão associativa do desporto é incomportável com uma dimensão potencial do desporto português.

Distribuem-se recursos públicos aleatoriamente como no passado e com a dimensão do protagonista privado sem uma avaliação do custo e do benefício da decisão.
As organizações desportivas actuais não têm estrutura de autonomia e assumpção do risco própria dos agentes privados e dessa forma a contratação pública é frágil porque negoceia com agentes menores sem relevância no exigente mercado desportivo europeu, dos mais fortes em todo o mundo.
O potencial do desporto português apenas se resolverá com programas dirigidos ao associativismo do desporto no respeito das suas responsabilidades e na garantia de remunerações para o nivelar europeu, às instituições privadas desportivas que acompanharem as exigências colocadas por programas nacionais bem definidos legislativa e financeiramente.

Isto é fácil de dizer e é mais difícil de fazer.
Para isso haverá de se saber o que se quer dizer, para onde se está a ir e como se irá cumprir o que se disser como vai ser.
O tempo nacional que leva a responder e alcançar os desafios da média europeia demonstra ‘preto no branco’ como existem diferenças de grau e dimensões distintas que materialmente irão manter Portugal no lugar onde está, face aos seus concorrentes directos no mercado do desporto.

Dizia ontem António Nóvoa, que por sinal já demonstrou saber melhor que outras pessoas o que é o desporto, que a universidade não tem estado activa a resolver os problemas nacionais e que a universidade não lida bem com a exposição pública.
Creio que a universidade do desporto vive neste mundo ausente e mesmo quando colocada à mesa da administração pública trás os seus arquétipos e problemas em vez de assumir o papel transformador de uma visão articulada entre Estado e universidade.

Conviria que o desporto beneficiasse da resolução das contradições kafkianas que António Nóvoa sugeriu que a universidade sofre por parte do Estado e que o desporto igualmente acolhe.

Ontem foi mais um momento de convulsão da consciência nacional no prose contras a discutir a universidade e o país.

O desporto não estava e não esteve lá.

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