É diferente dos 'opinion makers' correntes e ter pessoas que tenham ocupado cargos de responsabilidade na AP.
Não sei se a limitação é da comunicação social, jornais, rádios e televisões, ou se é falta de projecção por parte das máquinas partidárias.
Haverá faltas de ambas as partes.
Também não tenho visto investigadores e universitários.
Creio que estes seriam elementos qualificadores do debate público.
Eventualmente o ensimesmamento do CND levou a esta situação.
Nas diferentes áreas serão escassos os líderes desportivos com capacidade mediática e uma posição de política desportiva.
A criação de uma imagem é um percurso longo que tem sido destruído em Portugal e não construído.
O mau confronto partidário nacional tem destruído a reputação do desporto pela fuga à assumpção das suas responsabilidades, debate de ideias e de princípios de suporte às políticas e também à incapacidade demonstrada de actuação sobre os desafios colocados pelos desajustamentos do mercado do desporto.
O desporto não tem de concordar com o que os seus principais tribunos dizem mas tem de lhes dar espaço para que a imagem do desporto fora do desporto cresça, crescendo o desporto com eles.
São poucos, são escassos e são únicos.
Indubitavelmente são estrelas como os melhores atletas e fazem falta ao desporto português, principalmente no actual momento de crise e de desconhecimento que modelo de produção adoptar.
Eles são também os referenciais éticos.
Na voragem da comunicação social realçam-se os elementos 'contumazes' cujo exemplo pueril, pejorativo ou pecaminoso atraem, abafam e negam o que de luminoso, entusiasmante e positivo o desporto tem tanto para oferecer.
Sem estes líderes para formar uma opinião pública desportiva nacional assiste-se a enormidades por líderes de outros sectores que falam de desporto de acordo com as suas experiências pessoais que não são muito ricas desportivamente falando.
Era bom que a comunicação social formulasse pedidos de presença em debates sobre o futuro do desporto aos partidos, solicitasse e insistisse com os líderes das federações ou que procurasse ex-responsáveis desportivos no caso de falharem alguns contactos.
O desporto para ser pleno precisa de líderes que não tenham receio de debater as suas ideias democraticamente.
Sabe-se também como há instituições que cortam pernas mas é importante olhar para o futuro e ver o que é melhor para o desporto se o silêncio actual ou se um desporto frontal e efervescente de ideias e de respeito pelo outro.
É a isso que se chama fair-play e se incentiva os atletas a praticar. Não é?
2 comentários:
Caro Fernando Tenreiro:
Dou-lhe (já a tinha!) toda a razão. O debate entre ex-responsáveis do governos, ex-dirigentes federativos (e até actuais), entre pessoal que está no terreno e entre académicos e investigadores é fundamental...
Haverá coragem e vontade para isso?
Caro Armando Inocentes,
Ontem avancei com mais alguns elementos estruturais para incentivar o debate político no desporto.
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