... hoje seria / estaria tão bem como José Sócrates.
Obviamente Durão Barroso perdeu a oportunidade de ser como José Sócrates quando tinha tantas possibilidades senão muitas mais de o ultrapassar ...
António Guterres e Jorge Sampaio compreenderam o sarilho em que o país se metia e, à vez, um zarpou para outras andanças e, o outro, ainda procurou flectir para outra situação e amarrou o país definitivamente à sua desgraça.
Acontece que Durão Barroso ao optar por emigrar como qualquer outro cidadão português teve de actuar com o melhor da sua capacidade dentro de um quadro institucional europeu que acolheu a sua maneira de saber fazer, liderar e convencer politicamente a exigente e impoluta Europa para um segundo mandato.
José Mourinho como treinador teve uma melhor preparação no Barcelona e quando voltou a Portugal, passa meteoricamente por um grande clube falhado, como teima em ser o Benfica, e é capturado por Pinto da Costa na detecção do capital humano que lhe interessa adquirir segundo a melhor qualidade específica para determinado objectivo do clube e os limites financeiros da sua carteira de recursos humanos de elevadíssimo nível.
Para o comum dos mortais 'comprar barato sai caro'.
Pinto da Costa compra barato e vende caro, com falhas de percurso e com um sucesso globalmente reconhecido.
Isto não é para todos e dadas as apostas em jogo 'até assusta' a começar pelos líderes desportivos e chegando aos políticos.
Sem um bom quadro institucional, Pinto da Costa e outros elementos de menor dimensão e igual propensão para a liberalidade que nos fazem um caso tão odiado actualmente pelos finlandeses e outros nórdicos, os empresários nacionais de maior cabedal evitam investir ou patrocinar o futebol e o desporto.
Assim, os grandes clubes portugueses apenas atraem figuras de segundo plano sem relevo económico, social ou cultural nacional.
O fracasso do desporto português é um fracasso político que encontra as suas raízes na incapacidade de Portugal nos últimos 110 anos de acompanhar a produção e os objectivos da política desportiva europeia e mundial.
A universidade respeita a liberalidade e a oportunidade das situações e não arrisca assumir tanto a ética quanto a ciência que se diz portadora.
Isto a propósito da performance dos três clubes portugueses que se classificaram para as meias-finais da Taça Europa, Porto, Benfica e Braga.
Com uma política desportiva alicerçada na estrutura piramidal do Modelo Europeu do Desporto e prosseguindo os princípios éticos, de governance e de fair-play financeiro da UEFA o futebol poderia ser para Portugal um exemplo europeu.
O que os líderes desportivos fazem à margem da lei, a sua violência marcando e imitando os comportamentos marginalizáveis de certos líderes políticos permite-lhes ter resultados desportivos únicos a nível europeu.
Falta ao desporto português ter princípios e agentes capazes de os assumir e aplicar.
Fica cada vez mais a consciência que a capacidade de liderança dos clubes e das federações no sucesso pontual que conseguem, poderia ser potenciado prosseguindo regras europeias.
Se Durão Barroso faz um percurso limpo no topo político europeu, se José Mourinho é o líder incontestado dos treinadores em todo o mundo, se Cristiano Ronaldo vai marcando com os magníficos ensinamentos que lhe foram dados no Manchester United, era bom que não partíssemos a loiça no futebol, como estamos a fazer com o país, deixando arrastar por mais tempo a falta de reforma da modalidade e do desporto português.
As transformações no desporto europeu para a criação da política desportiva comunitária começaram há mais de dez anos e Portugal não tem acompanhado nenhum dos instrumentos dessa política.
Não era pedir muito.
Seria fazer o que faz a Europa.
Seria 'apenas' fazer o que Portugal não faz há mais de cem anos ...
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