Isto não tem a ver apenas com o PS porque veja-se que o PSD não tem um modelo alternativo e não conseguiu na primeira metade da década passada criar elementos racionalizadores do modelo na área das infra-estruturas. Aliás as mesmas pessoas, o mesmo conceito, as estruturas do costume passam pelas décadas fora sem o mínimo pestanejar às contradições que se avolumam.
Agora é Estela Barbot, aqui, que refere que 'não foi agora que o Estado Social foi posto em causa. Foram as pessoas que resolveram fazer estádios de futebol - dez quando chegavam oito - e tantas autoestradas. ... era melhor com esse dinheiro fazer um hospital novo, dar pensões dignas aos reformados'
A falência do Estado português aguça a crítica social social ao desporto e desde há muito os estádios constituem o exemplo acabado do despesismo e do inaceitável.
O exemplo clássico da economia é o Presidente da Câmara que decide fazer uma ponte no meio do deserto. Dá o investimento a um empreiteiro que emprega umas dezenas de pessoas durante uns meses, faz uma inauguração de estadão e depois a ponte fica às moscas porque não é necessária económica e socialmente.
O empreiteiro ganhou dinheiro, o banco movimentou capitais e ganhou juros do empréstimo, o presidente da câmara subiu no partido, houve pessoas que estiveram empregadas durante alguns meses e a população local paga impostos mais caros para pagar o investimento, o serviço da dívida e a manutenção de uma coisa que não serve de nada. No concelho vizinho outro autarca investe na criação de uma indústria e de postos de trabalho e todos os meses a autarquia exporta milhões com a nova infra-estrutura.
Este é o exemplo simples de investir dinheiros públicos para perder dinheiro e futuro e o investimento para o desenvolvimento sustentado.
O modelo actual do desporto português não sabe duas coisas:
- O que é o Estado Social no desporto;
- O que é fazer investimentos públicos que beneficiem o Estado Social no desporto.
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