Não é possível colocar num programa partidário de governo a junção de organismos desportivos privados.
O que o programa do PSD não tem, nem o do PS, até agora são as políticas que definam a sustentabilidade das organizações a quem entregam recursos que são públicos para a obtenção de serviços públicos produzidos por entes privados.
Há situações de ineficiência contratual com o associativismo desportivo que prejudicam o Estado português e a produção de bens públicos no alto rendimento desportivo nacional.
Quando há demasiadas organizações, presidentes e vice-presidentes, vogais, administrativos, sedes e equipamento vário, viaturas, cartões de crédito, jantares no Casino Estoril isso será aceitável para as próprias organizações privadas e menos aceitável em organizações financiadas pelo erário público.
Note-se que se estas organizações desportivas privadas tivessem um currículo invejável e de sucesso desportivo como as suas congéneres europeias ainda seria possível compreender a complexidade da estrutura.
Conhecem-se exemplos de outros países exemplares desportivamente que juntaram o respectivo CO e a CD.
Porém, o desporto português com estas estruturas duplicadas demonstra que não consegue produzir porque são estruturas directivas pesadas e sem competências desportivas com raras excepções.
O atletismo, o judo, a canoagem e não me querendo alongar mais, outras pessoas poderão acrescentar outras modalidades, possuem valências e competências claramente de topo no desporto português.
Há organizações como o COP e a CDP que não se compreende bem o que fazem de útil para o produto desportivo português.
Foi isso que se perguntou a sociedade portuguesa em 2008 quando conheceu a ineficácia do contrato-programa para Pequim. Desde há muito o Estado tem feito pouco para esclarecer esta situação com risco acrescido para o financiamento público como se observa quando o COP faz um contrato-programa que não cumpre e mantém uma actuação como se fosse a organização com a melhor governance desportiva desta Europa que nunca conseguiu ser.
Há que compreender qual o âmbito da actuação das organizações desportivas de topo nacionais e estas têm duas opções:
- No âmbito da sua produção privada fazem o que muito bem entenderem com os seus capitais próprios, não dependendo financeiramente do Estado;
- Porque o Estado solicita produto desportivo público para gerar um bem-estar adicional para os portugueses e as federações aceitam produzir esses serviços, o Estado e as organizações privadas têm de acertar questões relacionadas com a estrutura de produção de serviços públicos por entes privados. Isto quer dizer que a produção de serviços públicos tem de ser feita segundo critérios de eficiência e de produtividade bem definidos que maximizem o output e o impacto dos fundos públicos.
Ou os partidos concorrentes às eleições falam destas questões de maior competência para o objecto da política desportiva ou então as próximas eleições trarão mais do mesmo, com as mesmas pessoas, mesmo que o desporto e a cultura passem a estar no mesmo ministério.
Certamente que os agentes privados gostariam de obter o melhor resultados para os financiamentos públicos e gostariam de ouvir o que pensam os partidos concorrentes às eleições legislativas para poderem adequar o seu comportamento desportivo, económico e social.
Os líderes desportivos mais conscientes estarão preocupados porque notam a carência de iniciativas políticas e técnicas, documentos, especialistas, programas especializados para maximizar o produto desportivo e melhorar o bem-estar dos portugueses.
Os líderes das federações são obrigados a acompanhar duas organizações o COP e a CDP e sabem melhor do que ninguém que o seu trabalho é questionável e os resultados das suas modalidades no contexto europeu vai decaindo ou não cresce como estes líderes prometeram quando foram eleitos e alvitram que Portugal não possui uma liderança inequívoca no desporto.
Era bom que os partidos falassem sobre esta dificuldade de produtividade do desporto.
O debate eleitoral tem trazido a relevância da produtividade dos trabalhadores portugueses para o futuro da economia e do país.
Quando se falará da produtividade da liderança desportiva para o sucesso do desporto português?
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